A Caçadora - A Supremacia escrita por jduarte


Capítulo 10
Surpresas - £


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo estava dando erro, por isso acabei tirando-o do ar, e postando novamente, mas Domingo tem capítulo novo de 'A Caçadora',
Beijooos,
Ju!



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Fui pega. E depois de várias discussões e gritaria, Edward saiu pela porta e não voltou até o dia seguinte. E quando voltou, ficamos sem nos falar durante uma semana. Ele tinha ficado tão irritado quanto eu jamais havia visto. E por alguns instantes realmente pensei que ele fosse se transformar no meio da sala.

Quando ele chegou em casa, alguns dias antes do Natal, eu estava sentada na escada do lado de fora da casa, com cobertores e chocolate ‘não-tão-mais’ quente, sentindo que poderia congelar a qualquer momento. Minha boca estava toda rachada e roxa.

Eu até o culparia, se a culpa total não fosse minha. Eles haviam pedido que eu não saísse e eu tinha quebrado minha promessa.

Eu era a errada da situação.

Quando ele apareceu na ponta de escada, pude ver as olheiras embaixo dos olhos e como ele parecia miserável. Não pelas roupas que tinham virado pano de chão, mas a energia a sua volta era pesada e mórbida.

– Desculpe.

– Eu não quero ouvir as suas desculpas, Helena. – Edward me cortou.

Fechei os olhos enquanto o ouvia subir as escadas.

– Meena estava noiva, Edward. – isso pareceu o fazer parar. Ele tinha consciência do quanto esse tópico me machucava. – E está grávida de William.

O ouvi arfar.

– Quer você queira, quer não, eu vou procurar Kaus. Ele não está longe e eu posso ficar um dia em um hotel qualquer. Vou fazê-lo confessar que ele não matou ninguém.

Edward me levantou sem esforço algum e me prensou no peito.

– Não posso deixar que vá sozinha, Helena. Pelo menos um metamorfo tem que ir com você.

Ele parou para pensar um pouco e disse por final:

– Nate irá com você.

Me debati em seu colo.

– É piada? Eu quase matei Nate na última missão com os metamorfos e você quer que eu seja vigiada por ele?

Edward riu.

– Não foi com Nate que você brigou.

Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão.

– O lobo de Nate é bege, não?

– Não. É branco. O de Cali é bege.

E então meu sangue ferveu.

– Como é que é? – gritei.

Edward me levou para dentro de casa e baixou-me no sofá. Meu queixo tremia e eu não conseguia proferir nada.

Quando finalmente a temperatura de meu corpo pareceu voltar ao normal, vi Edward me encarando com os braços cruzados em cima do peito.

– Eu vou matar aquela desgraçada.

– Você não pode. Ela é namorada de...

E antes que ele pudesse terminar, eu gritei novamente, levantando-me do sofá.

– Realmente, Edward?! Você está do meu lado ou do lado dela?

Ele pareceu ofendido com essa pergunta.

– Mas que pergunta é essa, Helena? Estou sempre com você!

Cruzei meus braços em cima do peito, desafiadoramente, o encarando como se pudesse perfurar sua cabeça com o olhar.

– Então vai me deixar dar uns bons tapas nela.

Edward riu.

– Você não vai conseguir nem chegar perto dela. Ela está sob a proteção de Fitch.

– Que se dane Fitch! Que se dane aquela empresa! Que se dane o namoro deles! Fitch nunca ficaria com uma pessoa tão superficial quanto Cali. Aquilo lá é uma farsa pura! – completei, me sentindo mais leve.

Edward pareceu rir ainda mais e descruzou os braços.

– E por que você não lutou por Fitch? Por que simplesmente deixou que ele ficasse com Cali? Você o amava, Helena, e simplesmente se jogou nos braços de Polux quando ele lhe deu uma saída de escape para seus sentimentos. Você ama Fitch, só não quer admitir isso.

Minha raiva me cegou, assim como as lágrimas quentes e que jorravam por meu rosto frio. Eu queria muito xinga-lo até minha mandíbula doer e minha cabeça latejar, mas nada saía. Eu estava oca por dentro.

– Isso não tem a ver comigo e Fitch! Tem a ver comigo e Cali! Ela chegou perto de me matar, Edward, e você ficou bravo comigo.

Ele bufou.

– Eu não estava raciocinando direito, Helena. Não me culpe por tudo.

Joguei as mãos para cima, terminando a conversa e saindo da sala, indo diretamente para meu quarto, não querendo olhar mais em sua cara.

Peguei meu telefone e liguei para Claire, que atendeu em dois toques.

– Tem como passar aqui em casa para me buscar?

“E para onde vamos?”

– Qualquer lugar!

Quase foi possível ouvi-la abrindo um sorriso que a deixava com cara de psicopata.

“Estava esperando que dissesse isso. Chego em cinco minutos.” E desligou.

Não queria saber para onde iriamos, só precisava sair daquela casa para espairecer. Edward não havia nem voltado para casa direito e já recomeçamos a brigar.

Penteei o cabelo e tirei a blusa de frio, deixando somente a regata por baixo, sentindo o calor de meu aquecedor bater em minha pele gelada.

Analisei minha própria figura no espelho de corpo inteiro atrás da porta, e quis chorar. Eu não me reconheceria se passasse por mim mesma na rua. Desviei os olhos da figura irreconhecível e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.

Ouvi a porta da sala se abrindo, vozes e depois passos em direção a meu quarto. Não tive que me virar para ver quem tinha acabado de entrar no cômodo. Sua energia vibrante e cheia de felicidade me atingiu como uma dose de adrenalina.

Claire esticou um pedaço de pano para mim e disse:

– Vista sua melhor calça jeans e passe alguma coisa no rosto, você parece um fantasma.

Revirei os olhos e me troquei em sua frente, sem nem me preocupar com nada. Claire era minha melhor amiga e praticamente minha irmã. Não tínhamos segredos.

– Aonde vamos?

Ela levantou as sobrancelhas, sorrindo marota.

– Sair com alguns amigos meus. - sua resposta não havia sido convincente para mim, por isso ela completou: - Não seja chata, Helena. Fiz uma boa propaganda sua.

Ótimo, virei produto para ter uma propaganda.

Minutos depois já estávamos dentro de seu carro, arrancando o mais rápido. Era possível ver o relógio marcar sete horas da noite, mas eu não me importava em voltar mais tarde do que estava acostumada. Meu irmão tinha ficado com Jeremiah e Caleb, que lhe prometeram ajudar em seu “gancho de direita”.

Hoje eu estava no clima de sair e voltar somente mais tarde.

Bem tarde, se fosse possível.

Claire parou na frente do que parecia ser uma boate, e desceu do carro, entregando as chaves para um manobrista que lhe analisou tempo demais. Não que ele estivesse errado, já que minha amiga estava vestida para matar qualquer cara. E eu... bem, eu estava normal. Calça jeans costumeira, salto alto – mas não tão alto a ponto de eu torcer os tornozelos – e uma blusa básica.

Ela sussurrou algo para o segurança que se afastou da porta alta e sorriu, fazendo um sinal para que entrássemos. Algumas pessoas que aguardavam na fila, reclamaram, e uma pontada de superioridade aflorou em meu peito e sumiu. Eu não deveria suprir esse sentimento, uma vez que estava entrando na boate por causa de Claire.

O lugar era quente, quase beirando o desconfortável, e azulado. Tudo era muito iluminado com luzes de LED azuladas e brilhantes, contornando cadeiras, tetos, paredes e tudo mais que tivesse em seu alcance. Talvez se eu ficasse muito tempo parada em um só lugar, as luzes também me levariam para o lado azul da força.

A música que tocava era alta o suficiente para que eu não conseguisse escutar nada que Claire dizia, além da palavra “bebida”. E saiu, me deixando sozinha, plantada no meio da boate, completamente perdida e balançando ao som de uma música que nem ao menos conhecia, num lugar abafado e cheio de gente que se esbarrava, mas não pedia desculpas e muito menos se virava para olhar pra pessoa.

Decidi que se ficasse parada no meio da pista de dança enquanto esperava minha amiga voltar era totalmente careta, e comecei a mexer os quadris no ritmo da música velha e conhecida.

A música repetia e meu coração acelerava cada vez mais. Quando dei por mim já dançava como se o som fizesse com que meu corpo respondesse por si só.

Claire se aproximou de mim e sorriu alegremente, entregando-me um copo com algo. Era possível sentir o cheiro do álcool que emanava do copo de vidro, mas eu não estava tão preocupada assim com o que tinha ali dentro. Eu só queria beber e dançar. Mesmo que isso fosse me dar uma tremenda dor de cabeça de manhã.

E foi assim, em meio à bebedeira e música alta que eu o vi. Alto e imponente, parado perto do banheiro, parecendo vasculhar o local com os olhos frios. Eu nunca o tinha visto daquela maneira, e talvez fosse por causa dos copos que tinha virado completamente, ou pela total falta de noção de estar praticamente frente à frente com um assassino incalculável, mas ele me parecia muito mais charmoso desde a última vez que nos vimos.

Era possível ver, mesmo na luz completamente fraca, seu olhos faiscando em busca de uma refeição. Seu olhar se fixou no meu por alguns segundos e pude vê-lo abrir um semi sorriso, sacana e divertido. Minha cabeça girou.

Pisquei novamente, me segurando para não coçar os olhos.

Era ele mesmo?

E Kaus desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Continua?



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