Saint Agnes Academy - Interativa escrita por Beta23


Capítulo 3
Conhecendo a casa


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, vou deixar uma coisas claras logo agora, antes de começarmos os capítulos (da fic toda, só teremos um por hoje). Eu tenho mais outras 2 histórias em aberto, ou seja, eu preciso atualiza-las com frequência, inclusive, estou atrasada em uma delas, pois tive um pequeno bloqueio criativo, que aconteceu durante um de meus longos devaneios sobre a história da paçoca e os benefícios psicológicos do sorvete. Foi nesse momento que tive a ideia para essa fic, foi assim, do nada, que eu acabei "parindo" com a mente a Johanna e o Leo, assim como a história. Vocês devem ter percebido que eu sou totalmente imprevisível, mas sou assim com todas as minhas histórias, as ideias surgem do nada, e quando eu vejo, estou escrevendo notas iniciais do capítulos longas e entediantes.
VAMOS AO QUE REALMENTE INTERESSA, LEIA POR FAVOR!
Minha frequência de postagens vai ser assim: teremos capítulos novos todas as Terças e Quintas, até eu ficar de férias, ou seja, daqui á vinte dias (me ajudem á bombardear minha escola, pelo amor de Deus!). Eu gosto de fazer capítulos bem grandes, assim vocês não ficam muito curiosos ou doidos de vez (mais doidos que eu impossível, mas vamos lá)
Espero que entendam meu lado, sou uma pessoa desequilibrada e retardada que adora escrever, também adoro chocolate, mas amo ainda mais vocês, que são minha força e minha dose diária de autoestima.
Beijo na alma, até as notas finais.
P.S: O NOSSO LINDO E MARAVILHOSO LEONARDO ESTÁ SOLTEIRO, ALGUMA INTERESSADA?
Rsrsrsrs, tô de brinks, mas ele tá solteiro mesmo.



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Pipipipi Pipipipi!

– Au! – latiu Ash

– Droga de despertador – resmunguei.

Dei uma tapa no aparelhinho irritante, desligando-o. Abri os olhos, piscando por conta da claridade. Sentei na cama, bocejando, enquanto Ash rosnava, ele detestava ser acordado, assim como eu. Botei meus pés no chão frio, sacudi a cabeça, tentando sem sucesso algum livrar-me do sono. Calcei minhas pantufas de coelhinho (o que foi? Não sou velha o suficiente para largar minhas pantufas), vesti meu roupão e andei tropegamente até o banheiro. Encarei meu rosto no espelho, meus olhos ainda não tinham acostumado-se com a claridade, pois piscavam sem parar. Fiz minha higiene matinal, tomei o banho mais longo do século e fui ao closet, um pouco mais acordada do que antes. Vesti roupas normais, nada muito formal, ou muito casual, eu dividia a casa com adolescentes agora, não precisava usar uma burca, mas também não podia exagerar na produção, sou professora, devo me dar respeito. Acabei com uma calça de couro, camisa social branca e saltos.

Deixei meu cabelo solto, tentando lembrar á mim mesma que eu não tinha cinquenta anos, só vinte e sete.

– Bom dia, flor do dia – disse alguém, entrando no meu quarto.

Revirei os olhos, colocando os brincos.

– Começou cedo hoje, não á mesmo? – perguntei, sarcástica.

– Me poupe – resmungou Leo, sentando na minha poltrona – Já vi que acordou zangada.

– Esse despertador me mata – reclamei, piscando os olhos para o espelho – Mas eu não consigo acordar cedo sem ele.

Leo deu uma risada sarcástica, virei para encara-lo. Meu irmão vestia uma calça jeans e camisa social, nada muito exagerado, embora, seus sapatos sociais me dessem calafrios.

– Não sabia que você tinha feito noventa anos – falei.

– Muito engraçado – respondeu, seu sorriso irônico me deu certa raiva – Vindo da professora que usa brincos enormes.

Virei para o espelho outra vez, franzi minhas sobrancelhas, meus brincos não eram grandes.

– Mentiroso – falei.

Ash sentou aos pés de Leo, que coçou-lhe as orelhas, meu cão fechou os olhos e pôs a língua para fora, adorando o carinho.

– Eu vi seus alunos – disse Leo, olhando para Ash.

– Nossos alunos – corrigi, passando perfume – Você também vai lecionar, esqueceu?

– Claro – respondeu, á contragosto – Você não me deixaria esquecer.

Fechei minha caixinha de joias, Leo suspirou, me observando.

– Nunca vou aceitar o quanto você cresceu – falou, seu tom de voz estava sereno, e não irônico, como sempre.

Franzi as sobrancelhas para meu irmão, Leo nunca foi esse tipo de irmão, a maior demonstração de carinho vinda da parte dele foi nos meus quinze anos, quando ele disse que eu estava mais bonita que um monte de fezes. Vindo dele, isso é como ser comparada á Megan Fox.

– O que deu em você hoje? – perguntei.

Leo deu de ombros, ainda me olhando.

– Nada, só nostalgia – respondeu.

Revirei os olhos, mexendo na gaveta de papeis.

– Vinte e sete anos de convivência e você ainda acha que pode mentir para mim – falei.

Leo riu, não pude deter um sorriso.

– Tem razão, não foi nada, só tive um sonho – falou, encarando o chão.

– Que sonho? – perguntei, olhando as fichas novas em cima da minha mesa.

– Com a noite do acidente – respondeu.

Deixei cair minha caneta, Leo suspirou, ele sabe que esse é um assunto delicado para mim.

– Por que você resolveu mexer nisso depois de vinte anos? – perguntei, ainda estática.

Leo me encarou, depois levantou e ficou na minha frente, segurando meus antebraços.

– A culpa não foi sua – falou.

– Não achou isso na hora – rebati, desviando o olhar para Ash, que assistia a cena atentamente.

Leo suspirou, puxei meus braços de seu aperto, virei de costas e encarei minha estante de livros.

– Eu sinto muito por aquilo, éramos crianças – disse Leo, sério como eu nunca o vi – Eu não culpo você, Jo.

Pisquei, contendo as lagrimas que tentavam sair.

– Deixa isso para lá – falei – Chega.

Engoli em seco, uma grande balburdia iniciou-se lá fora. Virei em direção á porta, surpresa e preocupada.

– Que diabos foi isso? – perguntou Leo.

– Vamos lá ver – falei.

Abri a porta e saí, gritos vinham do andar de baixo. Desci as escadas ás pressas, tomando cuidado para não tropeçar em Ash, que estava tão curioso quanto eu.

– O que está acontecendo aqui? – perguntei, entrando de forma tempestuosa na sala de estar.

Olhei em volta, tentando processar a cena, que era bem maluca. Uma mulher de estatura mediana, cabelos negros e lisos, na altura dos ombros, olhos azuis claros cintilantes e curvas bonitas segurava um gato. Um lobo albino, um lobo negro, uma loba cinzenta e um pequeno cão estavam em posição de ataque, seus olhos estavam fixos no gato nas mãos da mulher. Reconheci Stiles, Karen, Jully e uma garota nova tentando conter os animais, enquanto o gato no colo da mulher miava, provocando-os, já vi que esse era mal humorado.

– Senhorita Parker – disse Stiles, nervoso – Houve um probleminha.

– Nossos animais piraram ao ver esse gato – contou Karen, ofegante por tentar segurar seu cão.

– E ele provocou-os – afirmou Jully, segurando seu lobo albino.

Olhei para a mulher, que estava claramente envergonhada pelas ações de seu mascote.

– Mil perdões, Sebastien é muito difícil – falou – Sou Jasmine Plenkov, a professora de astronomia.

– Ah, sim claro, eu estava aguardando-a – falei, ainda em choque pela cena.

A garota nova que eu não tinha reconhecido conseguiu domar sua loba, ainda que fosse um filhote, rosnava bastante, soltou um suspiro pesado, seu olhar focou em mim.

– Você deve ser Johanna Parker – falou, dando um passo á frente – Sou Anah Days, aluna nova, acabei de chegar.

– Sim, sim, recebi sua ficha – falei, sorrindo abertamente para Anah – Seja bem vinda.

– Obrigada – respondeu, sorrindo.

Olhei para Stiles, Jully e Karen, que tinham domado seus animais.

– Tudo sob controle? – perguntei

– Sim senhora – respondeu Stiles.

Jully assentiu, Karen fez um sinal positivo com a mão.

– Bom, acho melhor todos nós apresentarmos nossos animais – disse Skylar, aparecendo do nada, com Lee atrás.

– Sim, isso mesmo – respondi – hoje á tarde, todos devem ir ao meu escritório, preciso conversar com Jasmine agora.

– Só tem um problema, senhora – disse Karen, segurando seu cão nos braços – Não sabemos onde fica seu escritório.

– Ah – falei – Claro, sinto muito, nem tive tempo de mostrar á casa á vocês com toda essa confusão.

Peguei meu celular, disquei o numero de Claire e coloquei o telefone na orelha.

Alô? – atendeu Claire.

– Oi, é a Jo – falei – Preciso de você, aqui na sala principal, imediatamente.

Já estou descendo – resmungou

– Okay – falei.

Desliguei a ligação e guardei meu celular no bolso, mordi o lábio, um pouco nervosa por estar sendo uma completa fracassada em meu papel mais importante.

– minha prima, Claire, vai mostrar tudo á vocês – falei – podem perguntar qualquer coisa á ela, resolvemos o problema dos animais depois do café da manhã.

– é exatamente por isso que eu odeio animais – disse Lee, olhando com indiferença todos aqueles animais.

Fiquei sem ação, Lee continuou parado, como se não tivesse dito nada demais.

– Jo – chamou Claire.

Olhei para minha prima, que descia as escadas com pressa. Vestia roupas simples e informais, fiz uma careta para ela.

– “Jo” na frente dos alunos não! – cochichei.

Claire revirou os olhos, encarou os alunos, demorando-se por três segundos inteiros em Lee, antes de dar um sorriso um pouco malicioso.

– Olá, sou Claire – falou.

Interceptei o olhar malicioso que Claire trocou com Lee, minha prima adora um homem bonito. Eu adoro minha prima, mas não apoio seus atos, ela não respeita nem mesmo Leo, mas, cá entre nós, garota alguma resiste ao Leo, é uma surpresa ele ainda ser solteiro.

– Ela vai guiar vocês, perguntem tudo á ela – falei, puxei Claire para perto para poder cochichar em sua orelha – Nem pense nisso.

– Isso o que? – perguntou, sem desviar o olhar de Lee, que adorava aquela atenção.

– Preciso responder? – perguntei, ironicamente.

– Relaxa, desde quando eu dou em cima de homens que não conheço? – perguntou

– Quer que eu narre a data de seu nascimento? – perguntei, cética.

Claire desviou os olhos de Lee, soltei-a e observei enquanto minha prima ia até os alunos.

– Por aqui amores – chamou, dando uma piscadela para Lee – Vou fazer tudo o que pedirem.

Senti vontade de tacar fogo no vestido dela, mas só faria seu fogo aumentar, essa aí nasceu do avesso. Jasmine pigarreou, pisquei, estava distraída.

– Desculpe, não ligue para a Claire – falei – Ela ainda está naquela fase difícil.

– Não tem problema – disse Jasmine, sorrindo.

– Venha, meu escritório fica por aqui – chamei-a.

Subi as escadas, trocando palavras com Jasmine de vez em quando.

Minha cabeça estava á mil, eu sabia que Claire daria em cima de Lee, e estava preocupada, não com eles, mas com Leo.

POV Lee Jones.

– Aqui fica a biblioteca, cuidado com esses livros, a Jo tem muito ciúmes deles – disse Claire.

Olhei em volta, era um espaço realmente enorme. Estantes cheias de livros espalhavam-se pela grande sala, tão grande que tinha uma escada, dando acesso ao segundo andar.

– Seguindo – disse Claire, quase saltitando pelos corredores.

Nem tentei evitar olhar para seu traseiro, era realmente muito lindo, assim como suas curvas bem feitas.

– Só tem gata nessa escola – falei comigo mesmo.

– Controle-se – cantarolou Sky, afagando sua gata.

Seguimos andando pelo corredor, sem trocar palavras entre nós. Estávamos os dez ali, a garota nova também estava no meio do tuor.

– Aqui é a sala de aula – disse Claire, apontando para uma porta á esquerda – sala universal, mas temos outras salas aqui. Uma especial para astronomia, uma para artes, uma para biologia...

Ela deixou a voz morrer no ar, nem me importei, não estava prestando muita atenção em sua fala, já em seu corpo...

– O que achou de Johanna Parker? – perguntou Sky, desviando o olhar de Claire por um segundo.

– Gata ,e ela não é tão velha quanto eu imaginava – falei, parando para refletir por um segundo – Fico imaginado se tem alguma possibilidade de ela e eu...

– Eu não quis dizer isso – ralhou Sky – Quis dizer, o que achou dela, como pessoa.

Abri a boca para responder, mas uma garota interrompeu-me.

– Johanna Beth Parker, a criadora da lei GPM, nossa maior defensora, e eu ainda acho ela bonita – disse – Prazer, sou Karen.

– Sky – disse Sky, sorrindo para Karen.

– Lee – falei, analisando a garota, era gata.

Karen sorriu, seu pequeno cão rosnou um pouco para mim, animais tendem á me odiar, e o sentimento é recíproco.

– No final do corredor tem o elevador, ele dá acesso ao piso subterrâneo, o que posso dizer, a Jo tem muito medo expor suas instalações secretas – disse Claire, fazem aspas com os dedos – A instalação tem isolamento acústico, é toda revestida em aço e concreto, e, é claro, é á prova de fogo. A Jo não suportaria queimar a casa toda outra vez ao treinar suas habilidades.

– Eu não sabia que Johanna era uma GPM até vê-la mostrar seus poderes na televisão – disse Stiles, aproximando-se de nós – Ela manipula fogo?

– Ouvi dizer que sim – respondeu a garota nova – Sou Anah.

Dei-lhe uma boa olhada, e digo, gostei do que vi. Tinha cabelos pretos, olhos azuis que quase tendiam para o verde, pele branca e boca muito bonita.

– Muito prazer – disse Karen.

– O mesmo – falei, analisando a garota, outra gata.

Claire puxou um teclado e digitou alguma coisa, lançou um sorrisinho enviesado para mim, antes de virar para a parede.

– Esse lugar é acessado com senha, e pelo visto, a Jo acabou de altera-la – disse Claire, franzindo as sobrancelhas para o teclado – Acho que ela mesma quer mostrar isso á vocês, beleza, eu não suporto ir lá. Seguindo...

– Alem de pirotecnia avançada, Johanna pode controlar as partículas de ar, criando fogo apenas com um olhar mais intenso – disse uma garota, reconheci-a como Jully – Li isso em um artigo sobre ela na internet.

– Incrível, queria estar tão avançada assim – disse Karen, suspirando.

– Manja de pirotecnia? – perguntei.

– Um pouco, mas ainda não me acostumei muito bem – respondeu, dando um meio sorriso.

Claire empurrou uma porta, mas esta não se abriu. Vi a garota jogar seu corpo contra a porta uma segunda vez, sem sucesso.

– Aqui é sala de dança, e pelo visto, Leo passou por aqui – falou, emburrada – Só ele trancaria a porta com tanta forca.

Acompanhei com o olhar o momento em que ela desistiu de tentar abrir a porta, Claire seguiu pelo corredor.

– Leo? – perguntei

– Leonardo Edmund Parker, irmão da Johanna – respondeu Lorena Lower – Cruzei com ele no corredor ontem de madrugada, pensei que estava sonhando, ele é lindo.

– Concordo, eu só o vi ao lado da Johanna na televisão, mas deu para ver bem – disse Sky.

– Ele também mora aqui? – perguntou Jully.

– Pelo visto, acho que mora – respondeu Lorena.

– Isso vai ser interessante – maliciou Sky.

Ambas riram, revirei os olhos.

– Muito bem, vimos todo o lado norte – disse Claire – É só dobrar á esquerda aqui e vocês entrarão no corredor de acesso.

Do modo como ela falou, imaginei um corredor sem portas ou janelas, apenas paredes cinzentas e chão da mesma cor. Mas estava muito enganado.

– Uau – disse Sky.

Uau descreve bem a vista. Era uma passarela que cruzava canto á canto da casa, os corrimões eram todos trabalhados em mármore, assim como o piso, decorado com floreios e caracóis. A vista era simplesmente incrível, dava para o jardim traseiro da casa, revelando uma pequena floresta, fora arbustos e plantas. O teto era de um material semelhante ao vidro, aberto em algumas partes, com finas vigas que o ligavam ao chão, duvido que ele caia, mas aquilo dava um ar melhor ao ambiente. Olhei para cima, podia ver o céu, sentir a brisa matinal, e aquilo era incrível.

– Achei meu lugar preferido na casa – disse Rick, aparecendo atrás de mim.

– Vocês ainda não viram a sala de jogos – disse Claire, dando um aceno debochado á passarela – Isso não é nada, eu acho um pouco exagerado, mas Jo adora ficar aqui, ela vem todas as noites, vestida apenas com sua camisola curta de seda.

– Opa, descobri que também adoro esse lugar – falei, sorrindo descaradamente.

As meninas reviraram os olhos, assim como Stiles, Alex e Rick. Claire revirou os olhos, levemente irritada.

– Venham, a passarela não cai – disse Claire, desfilando na passarela como se fosse uma modelo.

Mordi o lábio com a visão, e ela adorou ver que eu tinha esquecido momentaneamente a Johanna, mas aquele era apenas um projeto atual, Johanna precisaria de mais planejamento.

– O quintal é lindo – disse Stiles.

Claire olhou para o quintal, depois soltou uma risada que eu não entendi.

– Foi reformado, Jo e Leo brigaram um dia, e ela tacou fogo no quintal – disse, rindo – Foi uma loucura.

Soltei uma risada curta, imaginado a cena.

– Jo não é tão séria quanto aparenta, ela só tem medo que vocês não gostem dela – disse Claire, sorrindo de canto – Minha prima pode ser explosiva, literalmente, mas é um doce. Eu admiro muito sua força, principalmente depois de Nicholas.

– Quem é Nicholas? – perguntou Rick.

Claire empalideceu, gaguejou e deu uns tapinhas no rosto.

– Droga, eu não devia ter dito isso, a Jo vai me matar – falou, arfante – Esqueçam, nem toquem nesse nome na presença da Johanna. Da ultima vez que eu toquei, acabei com uma queimadura de terceiro grau na perna esquerda, sorte minha que tenho cura acelerada.

Todos nós nos entreolhamos, a confusão mental de Claire ainda não acabara, ela estava refletindo consigo mesma, mas deixara muito claro que esse era um assunto proibido nessa casa.

Do nada senti uma vontade enorme de ouvir mais sobre esse tal de Nicholas, e acho que era um sentimento compartilhado por todos, já todos nós ficamos pensativos.

Claire voltou á sorrir, tentado ocultar a conversa anterior.

– Venham, ainda á muito para ver – chamou, acenando e seguindo pelo corredor sem falar mais nada.

POV Daniela Heckman

– Venham, ainda á muito para ver – disse Claire, chamando-nos com um aceno de mão.

Fomos, um á um, deixando o choque paralisante causado pela curiosidade e seguimos Claire pela passarela de vidro. Olhei para o quintal, tentando imaginar a cena citada por Claire, Johanna e Leonardo discutindo, Johanna ateando fogo ao quintal, devia ter sendo uma cena intrigante.

– A sala de jogos deve ser bem interessante, não acha? – perguntou Rick, andando emparelhado comigo no corredor.

– Acho, embora eu não tenha a pretensão de passar o dia todo lá – respondi.

– Eu também não tenho, mas deve ser muito legal – disse Rick, um pouco corado por minha resposta.

Assenti, voltei á olhar os arbustos, pensando em como meu animal ficaria livre ali.

– Godzilla vai adorar esse lugar – falei.

– Godzilla? – perguntou

Sorri de canto, olhando os arbustos.

– Meu lagarto – respondi.

– Legal, eu tenho um camaleão – falou, sorrindo de forma tímida e fofa ao mesmo tempo – Ele se chama Sr. Strogonoff.

Dei uma sonora risada, que nome engraçado.

– É um belo nome – falei, ainda rindo.

– Concordo – respondeu, olhando para o chão, corado por minha reação.

A passarela era enorme, e todos nós andávamos devagar, apreciando a vista. Claire já estava do outro lado, tentava sorrir, mas dava para ver que ainda estava nervosa pelo que disse.

– Quem vocês acham que é Nicholas? – cochichou Stiles, ficando entre mim e Rick.

– Talvez um namorado – chutei.

– Ou algum familiar – disse Rick.

– Familiar não é, eu nunca ouvi falar de um Nicholas Parker na família da Johanna – disse um garoto, andando calmamente atrás de nós – Alex Jones.

– Rick – disse Rick, dando um sorriso simpático.

– Stiles – disse Stiles, sorrindo, assim como Rick.

– Daniela – concluí, dando um breve sorriso educado.

Lee e Skylar já estavam do outro lado, assim como Lorena e Jully. Percebi com um estalo que estávamos apenas nós quatro na passarela, e os outros esperavam por nós.

– Vamos, essa casa é enorme demais para ficarmos aqui por muito tempo – disse Claire, um pouco impaciente.

Apressei meus passos, logo estávamos do outro lado. Claire recomeçou á bailar pelo corredor, como se tentasse desenvolver alguma semelhança com uma gazela.

– Sala de musica, tem isolamento acústico, ou ninguém aguentaria os solos de guitarra do Leo – disse Claire, revirando os olhos – Até mesmo a Jo tem mania de cantar aqui, isolamento acústico foi a melhor coisa que já inventaram.

A porta estava meio aberta, espiei pela fresta da porta. Tinha vários instrumentos de diversos tamanhos, violões, guitarras, uma bateria, um teclado, um microfone, varias caixas de som, um aparelho de mixagem (esqueci o nome), um conjunto de flautas e outras coisas, tinha até mesmo uma harpa lá.

– De quem é a harpa? – perguntou Lorena.

Claire virou, reparando agora que todos estavam curiosos á respeito da sala de musica.

– Ah, é da Jo, herança da mãe – respondeu, depois ficou pálida outra vez – Droga, fiz de novo, esqueçam a harpa e o que eu disse sobre ela.

Eu já estava curiosa, mas esse comentário apenas piorou meu estado, e pude ver que todos os outros tiveram a mesma sensação que eu tive. A família de Johanna devia ser muito sinistra.

– Continuando – disse Claire, caminhando de forma quase saltitante pelo corredor – Aqui á a sala de jogos, pode não parecer, mas eu adoro esse lugar.

Rick ficou interessado, senti uma pontada de interesse também. Claire empurrou as portas, abrindo a sala. Todos nós entramos, essa foi a primeira sala que Claire realmente ficou radiante ao mostrar á nós.

– Desfrutem do vicio da Johanna, aquela mulher é louca por games – disse, abrindo os braços como o Cristo Redentor.

– Nossa – disse Rick.

Concordo, o lugar era mesmo muito “nossa”.

Consoles variados estavam espalhados pela grande sala branca, poltronas reclináveis, sofás convidativos e até mesmo cadeiras e pufes espalhavam-se pelo espaço. Tinha seis televisores de 42 polegadas ao todo, cada um com um console diferente. Reconheci um Play Station 2, um PS3, Xbox 360, Nitendo Wii, e vários jogos. Stiles quase enfartou ao ver os melhores consoles da sala, um Xbox One e um Play Station 4.

– Ela tem um Xbox One! – vibrou, com os olhos arregalados – E um Play Station 4!

Claire deu um grande sorriso, exibindo os dentes brancos.

– Sim, a Jo quase ateou fogo á loja quando os viu, foi divertido – comentou, rindo sozinha – Ela tem vários jogos também.

Só agora eu reparei nisso, ou melhor, todos nós reparamos nisso agora. Estantes e mais estantes de vidro temperado forravam as paredes, suas prateleiras estavam lotadas de jogos e mais jogos variados, separados por nome e console. Cartazes e mais cartazes espalhavam-se pelo que restou das paredes, todos com fotos de super heróis, jogos antigos e fotos de Johanna ainda adolescente com um Play Station 1, console que estava em uma caixa de vidro, como uma verdadeira relíquia. Tinha até uma grande seção reservada apenas ao Mario Bros, assim como uma maior ainda cheia de jogos, quadros, camisetas e abotoadores da saga Resident Evil.

– Jo adora esse lugar, ela o fez á prova de fogo, caso a casa pegasse fogo outra vez – disse Claire, olhando tudo com um q de adoração – Leo e ela tem muito orgulho dessa sala.

Eu estava maravilhada, assim como todos. Posso jurar que vi Stiles quase soltar um lagrima de felicidade ao ver a seção dos super heróis, eu mesma estava muito admirada ao ver a seção, principalmente o cartaz da Viúva Negra. Lee caminhou despreocupadamente até uma mesma no centro da sala, onde tinha um computador poderoso e muitos jogos para a plataforma PC.

– Esse lugar é bem legal – falou, admirado, sem perder a pose de galã – Estou impressionado.

– Que bom que gostou – disse Claire, dando um sorriso radiante á Lee.

Revirei um pouco os olhos, em poucos minutos de convivência, Claire deixara bem claro que era muito atirada.

– Vamos, ainda tem muita coisa – disse Claire, bailando para fora da sala.

Seguimos ela pelo corredor, olhei toda a decoração de cima á baixo.

– Esse lugar é fascinante – disse Karen, deixando a boca um pouco entreaberta ao fitar o ambiente.

Assenti, concordando. Claire apontou para uma porta muito bem trabalhada em madeira marrom, tinha uma plaquinha, escrito: “particular”.

– É a sala da família – disse Claire – A Jo não gosta que entrem, ela acha muito particular.

Refleti sobre isso um momento, Johanna devia ser muito reservada em relação á família.

– Vamos, não gosto muito dessa área da casa – disse Claire, estremecendo um pouco.

Continuamos á caminhar pelo corredor, Claire estava em silencio desde a sala da família, e não sorria tanto.

– O que foi isso? – perguntou Skylar.

A garota apontava para uma marca na parede, parecia uma mão, mas foi feita com brasas, como se tivesse sido desenhada por um maçarico.

– Isso aí é a mão da Jo, ela fez isso na noite em que Nicholas... – disse Claire, mas parou de falar – Droga, preciso controlar minha língua.

Todos nós encaramos a garota enquanto ela sacudia a cabeça e gesticulava para seguirmos andando, á cada deslize que dava, Claire parecia mais desconcertada e tensa.

– Sou só eu, ou tem mais alguém aqui que acha que Johanna guarda muitos segredos? – cochichou Anah.

– Não é só você – afirmou Stiles.

Parei diante da marca, analisando-a meticulosamente. A marca não parecia muito recente, devia ter sido feita em um momento de choque emocional, pois revelou-se muito intensa e forte, Johanna devia estar muito abalada com alguma coisa. Tive uma impressão muito estranha sobre esse tal de Nicholas, quem quer que ele seja, deve ter feito algo, ou sido alguém muito ruim.

– Daniela, você não vem? – chamou Alex.

Pisquei, estava encarando fixamente á marca. Stiles parou ao meu lado, estreitando os olhos para fitar a marca.

– Estranho – comentou – Vamos, Claire está impaciente.

Assenti, dando uma ultima olhada á marca da mão de Johanna na parede, antes de seguir pelo corredor com os outros alunos.

POV Bruna Broedel

Depois do terceiro corredor, do terceiro comentário de Claire sobre o quanto ela achava Johanna cafona, e depois de sua terceira mancada, eu resolvi ficar ainda mais calada do que já estava. Apenas limitei-me á observar os ambientes, admirando o bom gosto e a beleza da decoração. Claire ainda estava atordoada por seus comentários errados, seus sorrisos eram cada vez mais raros, era muito explicito o quanto ela estava nervosa.

– Hey, seu nome é bruna, não? – perguntou uma menina com cabelos dourados.

– Sou – respondi, tímida.

– Eu sou Karen – disse, dando um sorriso alegre.

Dei um pequeno sorriso, ela continuou andando ao meu lado.

– O que você está achando da casa? – perguntou, ainda com aquele sorriso.

– É bem bonita, Johanna tem um bom gosto – falei, olhando os detalhes abobados do teto.

Karen seguiu meu olhar, depois assentiu, voltando á sorrir.

– Concordo – falou – enfim, estou achando tudo muito fascinante.

Assenti, parando de andar por um segundo. Claire abria duas portas grandes e bem entalhadas de madeira, exibindo a vista para o quintal. Seguimos andando, eu olhava tudo com muita atenção, o lugar era muito bonito.

– Isso aqui é muito lindo – disse Karen, olhando tudo com mais intensidade do que eu – Simplesmente fascinante.

Ela deve adorar essa palavra, já que solta ela em cada frase que fala. Assenti, observando as plantas bonitas e bem cuidadas do jardim traseiro da casa. Afastei-me um pouco do grupo, ignorando o discurso cansativo de Claire, ficando um pouco sozinha. Abaixei-me junto á um pequeno arbusto, que não estava tão bem quanto os outros, parecia ter sido alvo de labaredas de fogo.

– Imagina só a Johanna queimando esse lugar – disse Karen, aparecendo atrás de mim – Ela devia estar muito irritada, esse lugar é lindo.

– Verdade – concordei, dando uma rápida viradinha para olhar em seus olhos dourados.

Toquei a terra, podia sentir a energia do elemento fluir por entre meus dedos, entorpecendo-me com seu poder. Levantei um dedo, fazendo a terra separar-se um pouco, exibindo as pequenas raízes da planta quase morta.

– Muito legal, o que fez – disse um garoto.

Ele tinha altura mediana, ou seja, nem tão alto, nem tão baixo. Seus cabelos castanhos claros, assim como seus olhos, sacudiam com o vento, dando beleza ao rosto positivo.

– Sou Alex, é Bruna, não é? – falou.

– Exato – respondi.

Ele sorriu, alegre e radiante, já vi que era fácil gostar dele.

– As três ovelhinhas desgarradas ai, vamos ver a quadra – disse Claire, um pouco petulante – Venham.

Levantei, um pouco relutante de deixar o jardim, era muito agradável estar ali. Claire revirou os olhos, me lançando um olhar um tanto indagador. Trinquei os dentes, odeio esse tipo de pessoa, gente que se acha superior aos outros, que julga sem ao menos conhecer. Pequenos grãos de terra ao meu lado começaram á tremer, irradiando meu poder sobre o elemento. Alex percebeu que eu estava seria, seu sorriso vacilou um pouco, logo depois, seu olhar assumiu um brilho preocupado.

– Está tudo bem? – perguntou

Pisquei, fazendo os grãos de terra pararem de tremer. Reparei que quase todos olhavam para mim, menos Claire, que parecia não estar nem aí para minha reação ao seu olhar.

– Está sim – respondi, sacudindo um pouco a cabeça – Está tudo bem.

Alex assentiu, um pouco hesitante.

– Bem, vamos – chamou Claire – Não queremos deixar a Jo esquentada, péssimo trocadilho.

Seguimos ela ainda em silencio, eu ainda sentia o olhar dos outros alunos, mas não consegui detectar o tipo de olhar que eles usavam. Olhei para o chão, ansiando pelo fim dessa expedição.

– A quadra é poliesportiva, temos também trilhas, para quem gosta de caminhadas e corridas ao ar livre – disse Claire, retomando seu sorriso – Também temos alguns aparelhos de ginástica em um galpão ali atrás, a Jo gosta de malhar olhando o céu.

Observei o novo espaço, a quadra era enorme, tinha um aro de basquete, traves para futebol, apoios para redes de vôlei e muitas outras coisas. As trilhas eram muitas, cruzavam-se em certos pontos, com bancos de mármore e bebedouros. Algumas das trilhas davam para a floresta, fiquei curiosa, quem iria caminhar pela floresta?

– A Jo adora – respondeu Claire, como se tivesse lido minha mente – Ela prefere ficar em contato com as arvores quando caminha, ela diz que o ar é mais puro e fresco, e ajuda na hora da caminhada.

Pisquei, ela desviou o olhar para um ponto azul, um pouco mais longe. Seu sorriso voltou com carga total, logo, Claire voltou á saltitar.

– Venham ver minha parte favorita nesse lugar – chamou, radiante – A piscina!

Seguimos ela até a piscina, um retângulo enorme, com profundidade irregular em alguns pontos, como se fosse adaptada para crianças e adultos ao mesmo tempo. Cadeiras de praia e guarda sóis estavam instalados perto da piscina, bem onde tinha uma escada, com um corrimão de metal.

– A piscina é aquecida, tem um sistema de jogo de luz embutido, pode não parecer, mas Leo e Jo adoram festas – disse Claire – E é claro que ela vai me matar quando souber que eu disse isso, minha prima é muito instável.

Parei para refletir, Johanna não me pareceu louca no breve momento em que estivemos no mesmo ambiente. Pelo contrario, pelo modo como ela sorriu para mim naquela chamada, ela conquistou minha confiança. Seu sorriso fora caloroso e sincero, como poucos que já recebi na vida, quebrando o padrão de sorrisos debochados e sarcásticos com que eu estava acostumada. Poucas pessoas me parecem confiáveis logo de cara, mas Johanna me pareceu, algo nela me permitiu ver que ela não queria apenas acolher a gente, ela queria que gostássemos dela. Johanna queria uma família.

– Continuando, vimos toda a área externa e a área aberta interna – disse Claire, mordendo o lábio inferior – Acho que vocês já conhecem os quartos.

– Faltou o escritório da Johanna – disse uma garota nova, Anah – Ela disse que queria que fossemos para lá depois, para informa-la sobre nossos animais.

– Claro, ela me mataria se eu esquecesse disso – disse Claire, dando uma tapinha na testa – vamos lá.

Claire voltou para dentro, saltitando como se estivesse fazendo cosplay do Bambi. Olhei em volta, despedindo-me da área livre e bonita, antes de entrar novamente na casa.

O caminho de volta foi mais rápido, já que não precisamos mais parar á cada nova porta que surgia no horizonte. Só precisamos cortar a casa pela passarela de acesso, entrar em uma porta, acessar um grande elevado (seis pessoas por vez) e virar a esquerda, uma vez estando no segundo andar. Claire parou de saltitar e bateu três vezes em uma porta grossa e toda trabalhada na madeira, nada era simples naquele lugar, mas nada era exagerado, tinha beleza e sofisticação em cada porta ou janela que encontramos. A porta foi aberta rapidamente, assustando-me um pouco, fazendo Alex, que estava do meu lado, rir baixinho.

– Entrem – chamou a voz de Johanna.

Claire saltitou para dentro, sério, aquela garota precisava de um calmante dos bons.

– Trouxe seus filhotes novos – disse, sorrindo e piscando para nós – Terminamos a excursão.

Johanna sorriu para nós, acolhedora. Retribui o sorriso, e não fui a única.

– Muito bem, leve todos á sala de jantar – mandou Johanna – vamos tomar café da manhã todos juntos.

Claire assentiu, saltitou de volta para fora, fechando a porta ao sair.

– Vamos lá – chamou.

Dei uma ultima olhada para a porta, pensando na forma como Johanna sorria para nós, era quase como se ela fosse nossa mãe, ou muito afeiçoada á nós. Devia ser só seu modo de agir, já que ainda não nos conhecíamos muito bem, mas era realmente legal de sua parte.

– Bruna – chamou-me Karen.

Virei para ela, percebendo que tinha congelado outra vez, encarando a porta do escritório de Johanna.

– Vamos? – perguntou, seu sorriso estava interrogativo.

– Vamos – concordei.

Ela assentiu, esperando-me dar o primeiro passo antes de recomeçar á seguir Claire.

POV Johanna Parker

Desliguei meu notebook, depois de conferir as matriculas novas que recebi. Soltei um bocejo involuntário, estava sonolenta por ter acordado cedo. Pisquei os olhos, respirei fundo e encarei a porta, esperando pelo momento em que ela se abriria.

– Jo, tem uns alunos novos lá embaixo – disse Leo, metendo a cabeça para dentro da sala – Vamos?

Assenti, mas hesitei antes de me mexer, e Leo percebeu meu desconforto.

– O que foi? – perguntou, um pouco preocupado – Está com aquela cara que faz antes d tacar fogo em minhas cuecas.

Soltei uma risada, Leo sorriu, ao ver que minha postura relaxou por um segundo. Meu irmão entrou na minha sala, puxou a cadeira e sentou, encarando-me com aqueles olhos azuis.

– Você está pensativa – notou, analisando-me – O que foi?

Pisquei, encarando os papeis em cima da minha mesa. Leo ficou serio, chegou mais perto da minha mesa e pegou meus punhos, fazendo-me encara-lo.

– Jo – chamou-me, serio e firme – Fala.

Respirei fundo, algo em seu olhar impediu-me de mentir ou tentar escapar com evasivas.

– Eu estava pensando na conversa que tivemos hoje mais cedo – respondi – Eu não devia ter sido tão dura com você, desculpe.

Leo suspirou, olhei em seu rosto.

– Não, eu peço desculpas. Eu fui um tolo ao culpar você por todos aqueles anos, e me arrependo muito por isso – falou – Você não sabe o quanto, Jo.

Pisquei outra vez, Leo estava estranho hoje, mais afetivo do que é de costume.

– Você está bem? – perguntei, ficando um tanto preocupada – Tudo isso é nostalgia?

Leo deu um pequeno sorriso, soltando meus pulsos para pegar minhas mãos, e afaga-las de forma afetuosa.

– Em certa parte – respondeu, seu olhar caiu, antes de fixar-se no meu – Me sinto diferente hoje, é uma sensação estranha.

– Estranha como? – perguntei.

Leo procurou as palavras, frisando as sobrancelhas um pouco.

– Não sei, é quase como... – falou, fez uma pausa e me encarou – Como se eu devesse proteger você.

Franzi as sobrancelhas, Leo fez uma careta.

– Me proteger? – perguntei

– Quase isso – respondeu – Eu não sei explicar, é quase como se, em breve, você não fosse mais ser a minha Jo.

Soltei uma risada inesperada, assustando Leo.

– Eu sou a sua Jo? – perguntei, ainda rindo – Eu sabia que você era possessivo, mas não assim.

– Ria o quanto quiser, mas eu vou ficar de olho em você – alertou, soltando minhas mãos.

Revirei os olhos, sorri para Leo.

– Não se preocupe, eu não vou contrariar você outra vez – falei, pegando suas mãos de volta e segurando bem firme – Não se preocupe comigo, okay?

Encarei Leo, ele assentiu, depois voltou á dar aquele seu sorriso irônico.

– Tem uma professora nova também, parece nova, mas é bem gata – falou.

Revirei os olhos, Leo riu, levantando-se da cadeira.

– Você não perde mesmo uma – resmunguei

Leo riu, soltei uma risada rápida e sai da sala, acompanhada de meu irmão protetor idiota.

– Recebemos quantas matriculas hoje? – perguntou

– Cinco ao todo, já conheci a primeira, um garota fofa chamada Anah – falei, descendo as escadas.

– Recebeu mais fichas para professores? – perguntou, acompanhando-me até a sala de estar.

– Só uma – respondi – deve ser a que está esperando.

Leo assentiu, depois parou-me no meio do corredor, segurando minhas mãos outra vez.

– Eu queria fazer surpresa, mas não vou conseguir – falou, contrariado – Lancei candidatura á vaga de professor de defesa pessoal.

– O que? – guinchei, irritada – Leo, eu sou a professora de defesa pessoal.

– Exatamente, já viu quantos alunos você vai ter? – perguntou – Não quero que se machuque.

Bufei de irritação, Leo apertou ainda mais minhas mãos.

– Você me dá nos nervos – falei, bufando – Nem venha reclamar se encontrar suas cuecas em chamas outra vez.

Leo revirou os olhos, respirei fundo, a raiva momentânea passava lentamente.

– Posso ao menos olhar as fichas? – perguntei.

– Nope – respondeu, sorrindo de maneira provocativa – Isso é comigo.

Revirei os olhos, puxando minhas mãos de seu aperto.

– Deixe-me ir conhecer os novos alunos, não sou você que gosta de dar chá de cadeira nas pessoas – resmunguei.

Leo sorriu, deu um beijo rápido em minha testa.

– Vai lá – falou.

Fiquei estática, estranhando mais ainda o comportamento de Leo.

– Deve ter feito força demais ao defecar – resmunguei – Cara doido.

Virei em direção á sala de estar, andei rapidamente, mas não tanto, não estava com tanta pressa assim. Entrei no cômodo, seis pessoas me esperavam, sorri para todos, como sempre fazia ao ver um aluno.

– Bem vindos á Saint Agnes Academy – falei – Sou Johanna Parker, é um prazer conhecê-los.

Uma garota deu um passo á frente, tinha cabelos azuis claros com pontas azuis escuras que caiam-lhe até a cintura, seus olhos eram verde mar, era magra e pálida, devia ter uns dezesseis anos.

– Sou Bianca Walker, vim lecionar literatura – falou.

Pisquei, ela era jovem demais para ser uma professora, mas devia ter seus motivos.

– Ah, recebi sua ficha – falei – Seja muito bem vinda.

– Obrigada – respondeu, sorrindo.

Olhei para os outros, uma outra garota deu um passo á frente. Tinha cabelos castanhos e ondulados um tanto longos, seus olhos eram castanhos claros, sua boca era pequena e bem feita, um tanto pálida, mas não deixava de ser uma garota bonita.

– Cindy Peterson Aurillac – falou.

– Seja bem vinda – falei, com um sorriso acolhedor.

Um gato, digo, um garoto, acenou para mim. Seus cabelos eram de um tom castanho claro e estavam um tanto bagunçados, seus olhos azuis e penetrantes me esquadrilharam, sua pele era branca. Seu rosto era um tanto pálido, o rosado leve em suas bochechas davam um ar mais saudável ao rosto jovial e bonito. Demorei uns dois segundos para recuperar meu ar.

– Edward Luke Howard – falou, pude perceber que tinha um jeito meio irônico, era como se eu estivesse vendo uma versão mais jovem do Leo.

– Bem vindo – falei, sorrindo para ele.

Uma garota levantou a mão, gesticulando por minha atenção. Tinha longos cabelos pretos, olhos amendoados lindos e uma pele morena incrível.

– Oi, sou Talita Ferraz – falou, dando um pequeno sorriso.

– Seja bem vinda – falei, retribuindo seu sorriso.

Uma garota pigarreou, dirigindo-me um pequeno sorriso. Tinha cabelos loiros e lisos, olhos azuis escuros e uma pequena e delicada boca rosada.

– Larissa Rayssa – falou.

– Bem vinda – falei, sorrindo.

– Parece que só quem sobrou fui eu – disse um garoto no canto da sala – Henry Philips.

Era alto e forte, tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Tinha um pequeno vestígio de barba em seu rosto, mas isso apenas o deixava mais bonito. Usava jaqueta de couro, estilo bad boy motoqueiro.

– Bem vindo – falei, sorrindo.

Todos ficaram me encarando, esperando por uma reação minha. Pisquei, saindo do transe temporário que tive ao encontrar eles pela primeira vez.

– Os quartos ficam no segundo andar, vou mandar levarem suas coisas para lá – falei, mordi o lábio antes de continuar – na verdade, iríamos tomar café agora, querem vir?

Assentiram, soltei a respiração, aliviada, estava com fome, e eu fico imprevisível quando estou com fome.

– Venham – chamei – Por aqui.

Gesticulei para que me seguissem, dirigi-me á sala da jantar, onde todos aguardavam-nos sentados á mesa. Reparei a grande concentração de olhares nos recém-chegados, Lee secava as meninas com os olhos.

– olá, esses são seus novos colegas: Cindy, Larissa, Talita, Edward, Henry e sua nova professora de literatura, Bianca Walker – falei, indicando os novatos com o dedo indicador – por favor, sentem-se para tomarmos café todos juntos.

Todos sentaram, a mesa era enorme, cabiam todos nós, e ainda tinha espaço para mais alunos e professores. Começamos á tomar café, Leo apareceu, acenando educadamente para todos, como se já tivesse apresentado-se á eles, e sentou na cabeceira da mesa, do lado oposto ao meu, que estava na outra cabeceira.

Os alunos conversavam entre si, não dirigiam olhares á mim, era como se tivessem acostumado-se com a ideia de me ter como professora/coordenadora/diretora/guardiã/protetora/defensora.

Respirei fundo, sorrindo com a mais pura felicidade, eu tinha uma nova família.

Mal cabendo em mim mesma por tanta alegria, mordi minha torrada, pensando na melhor decisão que já tinha feito na vida: Decidido ficar ao lado deles, como sempre foi meu sonho.

FOTOS (Apenas dos que tiveram POV nesse capítulo)

Lee Jones

Daniela Heckman

Bruna Broedel

*NÃO TENHO O LINK DELA

Johanna Parker

Marie Claire Parker

POSTO FOTOS DOS OUTROS PERSONAGENS CONFORME VOU FAZENDO OS POV'S DE CADA UM DELES.

NÃO RESISTI, PRECISO POSTAR ESSA FOTO TAMBÉM!

Leonardo Parker

SORRY, PRECISEI MESMO POSTAR ESSE SORRISO.


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Notas finais do capítulo

Pronto, perdoem minha loucura inicial, acostumem-se á minha bipolaridade, é que estou muito feliz por poder escrever para vocês, que são minha energia vital. EU AMO VOCÊS, QUE JÁ GANHARAM MEU CORAÇÃO COM SEUS PERSONAGENS E COMENTÁRIOS MARAVILHOSOS EM APENAS DOIS CAPÍTULOS DESSA FANFICTION QUE EU AMO TANTO FAZER PARA VOCÊS, SINTAM-SE BEIJADOS, POIS FOI O QUE EU ACABEI DE FAZER MENTALMENTE.
Beijo, até o próximo capítulo.