The Hunt escrita por Daydreamer


Capítulo 14
Capítulo 14 - Sangue Dourado


Notas iniciais do capítulo

Okaaaaay, eu sei que demorei bastante pra postar mas tava sem criatividade e tals :/ weeeeeel, espero que gostem amores :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/443053/chapter/14

Paris, França 2012

– Sabe Harry, você me deixa extremamente decepcionado - O homem alto e sombrio encarava o menino forte a sua frente - Por dois anos eu tentei Harry.... Você jogou fora mais dois anos de minha vida, não que isso me faça diferença, tenho a eternidade pela frente, mas de qualquer forma, muitas coisas acontecem em dois anos, filho.

– Não se engane nem por um minuto que eu vim aqui me converter à seu gosto pela dor, Monstro - Harry encarava o homem fundo nos olhos, com os seus franzidos e fuzilando-o. Aquilo nunca seria seu pai - E nunca mais me chame assim, você não tem o direito.– A voz que Harry emitia era baixa e rouca, mas extremamente perigosa. Tentativa inútil, aquela coisa só gargalhou dos esforços inúteis do filho - Eu vim aqui resolver negócios, e por infeliz coincidência você faz parte deles, então coopere Alexander, me dê a droga da caixa!

– Eu tenho dó de você, criatura, rasteja pelos esgotos dessas almas perdidas que acham que sabem de alguma coisa. Você poderia ter sido grande— Harry o interrompeu a gritos, a veia do lado esquerdo de sua testa estava saltada e pulsando a essa altura.

– CALE A BOCA VERME!! DOIS ANOS! POR DOIS ANOS EU ME SUBMETI À SUAS EXIGÊNCIAS DESUMANAS!! POR DOIS ANOS EU MATEI POR VOCÊ, COVARDE FILHO DA PUTA! AGORA ME DÊ A MERDA DA CAIXA E DEIXE QUE EU TERMINE A DROGA DO MEU TRABALHO! - Harry parou um pouco, inspirou, expirou, e sentiu o cheiro repugnante de morte que impregnava o monstro a sua frente. Esse cheiro de morte era mais forte até do que o esgoto que se encontravam emitia, que por sua vez era de dar ânsia - E nunca mais me procure, não tenho nada a ver com você.

– Está enganado, muito enganado... Você não teria sangue em suas mãos se não tivesse nada a ver comigo! Você não teria ficado aqui por dois anos se não tivesse nada a ver comigo! Você não teria sangue de bruxo em suas veias se não tivesse nada a ver comigo! Você não estaria vivo agora se não tivesse nada a ver comigo! Negue o quanto quiser, mas você é e sempre será meu filho!

– CHEGA! CALE A BOCA! - Era em momentos como esse que Harry amaldiçoava o fato de não ter desenvolvido seus poderes, o máximo que ele poderia fazer era lançar um raio, que para Alexander seria equivalente a... Nada - ME ENTREGUE A CAIXA ALEXANDER!

O homem sorriu amargamente, balançou a cabeça e foi nesse instante que Harry teve uma clara visão de seus olhos, negros como carvão, pequeninos e apertados, mas sem olheira ou qualquer sinal de bolsa embaixo dos olhos "Magia, é claro" concluiu Harry, afinal ninguém vive mais de mil anos sem nem ao menos um ruga no rosto.

– Eu ainda não acabei com você - Alexander fechou os olhos, sussurrou algumas palavras e sumiu, deixando uma mancha preta onde antes se encontrava... Isso e uma caixinha do tamanho da palma da mão de Harry, feita de prata, com fechadura reforçada e inscrições e desenhos estranhos e bonitos por toda ela, era bem pesada, o que quer que seja que aquela família de vampiros queria com ela, com certeza não era coisa boa...

"Cuidado com o cão" dizia a placa de ferro enferrujado amarrada nos portões igualmente enferrujados da casa que já vira dias melhores. Harry sabia que aquela placa não tinha a menor utilidade, se algum dia um cão já pisou naquele terreno teve seu sangue sugado no mesmo instante, aquela era uma família velha, talvez apenas um pouco mais nova que Alexander, Harry sabia que tinha que ter cuidado... Ou senão acabaria virando jantar de oito vampiros milenares.

– Harry Grayson - Um homem muito alto e muito pálido apareceu do nada no outro lado do portão, mas Harry se acostumou a presenciar coisas fora do comum a muito tempo, o sorriso sádico do homem magro era assustador, seus olhos cor de carmim brilhavam, os cabelos brancos estavam presos em um rabo-de-cavalo antiquado atrás da nuca por um laço azul muito envelhecido, as roupas também antiquadas mostravam que a família não havia perdido seus costumes, e que não saiam muito também, nos sapatos brilhantes e negros do homem algumas gotas de sangue indicavam que ele tinha se alimentado nas últimas quarenta e duas horas, então isso nem era bom nem ruim, ou Harry saia de lá sem um arranhão se quer ou não saia de lá nem a sua alma - Acompanhe-me até dentro, Sr. Grayson.

Harry acompanhou o vampiro até a casa, passando pelos jardins sem vida e decompostos, que lembravam o cheiro que seu pai exalava, aquilo era terrível.

A gigantesca porta de madeira de carvalho abriu facilmente com a encostada que o vampiro deu, mas com certeza absoluta não seria simples assim para um mortal qualquer abrir a mesma porta, do lado de dentro, os móveis estavam com uma camada de poeira visível por todos eles, teia de aranhas enfeitavam o lugar de teto extremamente alto como se fosse halloween, o chão que uma vez teve um lindo quadriculado preto e branco estava sujo de sangue e também empoeirado. A medida que eles se aprofundavam na casa, Harry viu vários quartos vazios no mesmo estado que a sala, mas em um deles ele avistou o jantar, ou apenas o brinquedinho dos vampiros, o batente do quarto estava decorado com várias marcas de sangue na forma de mãos humanas, no centro do quarto, um homem de cerca de trinta anos estava amarrado pelo pé direito, mas solto de resto, o que antes seria uma pele escura estava vermelha, o homem estava coberto de sangue, dos pés a cabeça, e o chão também, este contava uma história de tentativas de fuga inúteis e de corpos sendo arrastados e mutilados, o homem gemia e gritou, um grito diferente do que se escuta normalmente, era o ultimo grito, o ultimo fôlego, o ultimo esforço, uma mulher de cabelos loiros, quase brancos, com roupas do mesmo estilo que o vampiro que guiava Harry, enfiou uma espada nas entranhas do homem e a torceu, era demais, Harry parou de olhar enojado e virou os olhos para encontrar uma menina de sua altura muito parecida com a que acabara de matar o homem parada em sua frente, com um belo de um sorriso mortal, que mostrava todos os dentes afiados e brancos, sujos de sangue.

– Interessado em se juntar a ele, Sr. Grayson? - A menina provocou, o vampiro mais alto riu de leve e colocou uma mão no ombro direito dela, levantou o dedo indicador e fez que não.

– Temos negócios agora Catherine, talvez mais tarde - Ele sorriu para menina que foi embora saltitando como se fosse inocente, irônico pois seu vestido estava todo sujo de sangue. Mas Harry gelou com o "Talvez depois" - Vamos Sr. Grayson, minha mulher adoraria ver a caixa o mais rápido possível.

O vampiro o guiou até um quarto bem espaçoso e com uma decoração vitoriana, uma mulher de cabelos negros presos em um coque no topo da cabeça, com vestido rose e espartilho balançava em uma cadeira de madeira que rangia, aparentemente costurava em uma toalha, e cantarolava uma canção muito antiga, que falava de sereias, montanhas e tesouros perdidos, piratas e reinos destruídos. Aquela cena parecia tirada de um livro, até que a mulher se virou para encarar os que passavam pela enorme porta, seu rosto era jovem, mas seus olhos de jeito nenhum, eram quase transparentes e ela era visivelmente cega de um deles, o sorriso mostrava dentes tão pontudos como lanças e a voz dela quando não estava cantando era feita para um filme de terror.

– Querido, espero que tenha vindo para cá me trazer o que pedi, ou o jantar - Ela lambeu os lábios e analisou Harry de cima a baixo, parecendo frustrada - Você sabe que eu prefiro uma carne macia, querido, este ai está cheio de músculos duros, não é de meu gosto... Talvez você devesse entregá-lo a Janine, ela adora uns músculos - A mulher sorriu sádica, e em um piscar de olhos estava cutucando o braço de Harry, que permaneceu constante.

– Ele não é o jantar, meu bem, é o caçador de recompensas - O vampiro fez uma carícia no rosto do que uma vez foi uma mulher - Ele está com sua caixa

– OH! Me dê, menininho! Vamos! Quero ver a caixa! - A mulher vibrava e estava eufórica, o que quer que seja que a caixa continha era bem valioso

Harry a puxou de debaixo do casaco, e estendeu-a a mulher, por um momento pensou como ela a abriria já que era de prata, mas ela a pegou sem cerimônia, puxou uma chave que guardava presa em um cordão no pescoço e abriu a caixa, lá dentro Harry viu um coração, mas um coração muito grande, ele estava completamente exprimido ali dentro, não cabia nem mais um fio de cabelo. A vampira o tirou de lá com as unhas amareladas, o segurou em suas mãos e sorriu, Harry estava com ânsia, ela o comeu e mastigou deixando pedaços caírem de sua boca, sangue escorria, mas era... dourado? "Dragão... É um coração de dragão..." Harry odiou isso, dragões quase não existiam mais, e eram essências para o equilíbrio do universo, por mais cruéis que pudessem ser.

De repente a mulher começou a mudar de aparência, seu olho cego voltou ao normal, sua boca ganhou cor e ficou mais grossa, os cabelos quebradiços ganharam vida, as unhas e sua pele ficar mais joviais e saldáveis e... Ela ficou linda! Mas os dentes continuavam os mesmos, pontudos e amedrontadores.

– A vida das criaturas que o céu dominam e o universo coordenam, quando dourada e purificada passar por lábios que sua escencia a muito perderam, a alma brilhará e exultará, a vida que de um foi tirada, será dada por milênios, enquanto o sol brilhar e as estrelas arderem, o sangue dourado há de reinar - O vampiro sussurrava enquanto sua mulher se esbanjava com o coração dourado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Soooo, dragões hã? Hahahah é um capitulo com algumas informações novas diria XD espero que tenham gostado amores :3 Xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Hunt" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.