Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps
_ Meu Deus, mas como essas crianças estão grandes. – Samantha entrou no consultório, encontrando Giane sentada na maca com Belle no colo, enquanto Fabinho segurava Miguel, mostrando os quadrinhos de bichinhos nas paredes.
_ E pesados, diga-se de passagem. – riu a mãe.
_ Bom, vamos medir e pesar essa duplinha para comprovar isso.
Miguel estava com 7,600kg e 66 cm, Isabelle estava com 63 cm e 7,400kg, ambos dentro do tamanho e peso esperado.
_ Bom, agora vocês vão precisar começar a escovar a boquinha deles, porque pelo que estou vendo, o dentinho da frente do Miguel está começando a rasgar. – explicou a médica, examinando o menino – Da Belle podem esperar mais um pouquinho, até o primeiro dentinho dela rasgar. Mas não deve demorar mais que alguns dias.
_ E amamentar? Sempre me falaram que quando o dentinho saísse, era para parar. – perguntou Giane, mantendo a filha sentada.
_ Você os amamenta enquanto se sentir confortável. Se eles começarem a morder ou machucar, aí você pode parar se quiser. Na verdade, agora nós vamos começar a incrementar a alimentação deles, então o número de mamadas vai reduzir bem mais. Provavelmente eles só vão mamar quando forem dormir. – explicou Samantha, sorrindo para a mulher.
_ O Miguel está enjoadinho esses dias... É por causa do dente? – perguntou Fabinho, enquanto o filho babava em seu dedo.
_ Provavelmente. Tentem dar um mordedor de borracha, para ajudar a aliviar a irritação pelo nascimento do dente, deve ajudar um pouco. O mesmo para ela. – Samantha colocou o estetoscópio no pescoço – Bom, aqui tem uma listinha dos alimentos que eles podem começar a comer. Se eles não aceitarem comer tudo nos primeiros dias, é normal. Aí vocês complementam a refeição com leite.
_ Ok. Digam tchau pra tia Samantha crianças. – Giane pegou Isabelle, que abriu um sorriso para a pediatra. Miguel ainda estava ocupado babando na mão do pai, então não se despediu.
O casal saiu de mãos dadas da sala, segurando cada um dos bebês com apenas um braço. Apesar de ainda não serem de todo firmes, Giane e Fabinho já haviam se acostumado a segurar os filhos sem que eles corressem o risco de cair do colo.
Naquele dia, 18 de março, os gêmeos completavam seu 6º mês de vida. Parecia chocante como o tempo havia passado tão rápido, desde o momento em que haviam descoberto a gravidez até ali, o momento em que poderiam dar comida para os filhos pela primeira vez.
_ Tem certeza que banana amassada é o melhor para a primeira refeição deles? – perguntou Fabinho, enquanto sentava os dois bebês nos cadeirões e observava a esposa amassar as frutas.
_ Está na lista de coisas que eles podem comer. – lembrou ela – E bom, foi a primeira fruta que eu comi, de acordo com o meu pai.
_ Por isso que era um macaquinho se encarrapitando pelas árvores. – brincou Fabinho, recebendo uma careta – Bom, que seja banana então.
A corintiana terminou de amassar as duas bananas em um potinho, entregando para o marido, que a encarou confuso.
_ Que eu faço com isso? – perguntou ele, e Giane gargalhou.
_ Você pega essa colher especial, senta na banqueta de frente para eles, e se vira. – ela explicou, pegando a máquina fotográfica – E eu registro tudo para a posteridade.
_ Vocês estão vendo como o papai sofre, não é? Estão vendo? – perguntou ele, puxando a banqueta e sentando em frente aos filhos – Ok... Que seja o que Deus quiser.
Foi um trabalho longo, marcado por gargalhadas de ambos. Fabinho era um pouco desastrado, e derrubou banana na roupa das crianças diversas vezes, os fazendo brigar sobre porque não haviam colocado babador. Porém, as caretas das crianças experimentando banana faziam o casal gargalhar, e assim contagiavam os dois bebês, que gargalhavam com os pais.
_ Ok... O Miguel não gostou de banana e estou feliz com isso, de certa forma. Mas a Belle gostou demais, e não sei se isso é bom. – Fabinho dramatizou, recebendo um tapa na orelha.
_ Eles são dois bebês fraldinha, sem malícia para cima dos meus filhos.
_ Seus? Divino Espírito Santo agora?
_ Que nada, fiz com o dedo. – provocou ela, enquanto ele a abraçava e colava suas costas à geladeira – Fabinho, as crianças.
_ Assim eles aprendem o que é bom da vida. – sussurrou ele, colando os lábios dos dois. Se beijaram por um momento, até os dois pequenos gargalharem – Cêis acham isso engraçado é? Engraçados estão vocês dois sujos de fruta.
_ É porque o papai é um desastrado. – Giane puxou a máquina, enquanto via Fabinho pegar os dois filhos no colo – Não é anjinhos? O papai é um desastrado ambulante.
_ Fala para a mamãe ir plantar bananeira. – debochou o homem – Hum... Acho que tem um pouquinho de banana aqui. – ele enfiou a cara na barriga de Belle, arrancando gargalhadas da filha – E um pouquinho aqui. – ele repetiu o mesmo com Miguel.
_ E agora tem realmente banana na sua cara. – riu Giane, e Fabinho sorriu sapeca.
_ Então deixa eu limpar em você. – ele se aproximou, a fazendo recuar e se encurralar na geladeira – Opa crianças, acho que encurralamos a mamãe. Que tal beijo melado de banana nela.
_ Aí que nojo Fabinho. – gritou Giane, enquanto os dois bebês davam seus “beijos”, enchendo o rosto da mãe de fruta mastigada e babada. Mas a fotógrafa ria, enquanto Fabinho esfregava a cara suja nela – Chega, chega... Muito bem, todo mundo para o banho.
Eles encheram a encheram a banheira do quarto, apenas o suficiente para cobrir suas pernas. Giane entrou na água de sutiã, que era a maneira de dizer aos bebês que não era hora de mamar, e seguraram os filhos, enquanto a duplinha atirava água para tudo que era lado.
_ Queria saber de onde saiu todo esse gosto por água. – comentou Fabinho, enquanto Miguel batia os bloquinhos de borracha que eles haviam colocado na água.
_ Toda criança gosta, por algum motivo. Talvez quando eles fiquem maiores não gostem. Só o tempo vai dizer. – Giane deu de ombros, sustentando o corpo de Belle sentado, enquanto fazia cair água no topo da cabeça da filha, que ria deliciada – Algum dia você imaginou que seria assim feliz?
_ Como assim? – perguntou Fabinho, confuso.
_ Sei lá... Eu cresci presa na ideia do Bento e tal, e isso atrapalhou muito sabe? Porque era uma ideia platônica, eu sabia que era platônica, então não permitia a mim mesma imaginar nenhum futuro. Ainda mais um futuro como esse. – ela explicou, o rosto pensativo – E quando nós começamos a namorar... Sei lá, eu continuei mantendo essa ideia fixa. Era até por isso que eu não reagia bem com esse negócio de casamento e tal, porque isso parecia inimaginável. Entende?
_ Acho que sim. – concordou ele, não tão certo disso.
_ Eu nunca imaginei que estaria casada, feliz, e ainda mais com dois filhos. – ela prosseguiu – Sei lá, às vezes parece um sonho. Até nos piores dias, nos dias que eles dão mais trabalho... Parece um sonho ótimo, porque é mais do que eu jamais imaginei, entende?
_ E eu fico feliz por ser responsável por isso. – Fabinho acariciou o cabelo dela.
_ Hey, vocês são em três. – brincou a mulher, erguendo a mãozinha de Belle.
_ Mas você não fez eles com o dedo. – lembrou ele, fazendo a esposa gargalhar – Mas respondendo sua pergunta... Eu imaginava uma vida feliz sim. Muito feliz.
_ E era igual a essa? – perguntou ela, um pouco insegura.
_ Não... Essa é muito melhor.
Giane sorriu, puxando o rosto de Fabinho e lhe dando um beijo. Isabelle e Miguel começaram a jogar água para todos os lados, fazendo os pais rirem.
_ Ok, a gente ama vocês, não precisa ficar fazendo esse estardalhaço. – o publicitário ergueu Miguel na água, começando a morder de leve as costas dele. O garotinho gargalhava, deixando a irmã irritada – Tá com ciúmes princesa? Não precisa ter ciúmes, o papai faz com você também.
Ele pegou a filha com um braço só, erguendo-a e enchendo a barriga de mordidinhas, fazendo-a gargalhar. Ele se alternava entre os dois bebês, para que não ficassem enciumados.
Quando abaixou-os, os três arfantes, observou que Giane tinha lágrimas nos olhos.
_ Eu tive uma ideia. – sussurrou ela.
~*~
_ Aniversário de seis meses? Isso existe? – perguntou Fabinho, enquanto voltavam da padaria com os cupcakes decorados.
_ Fabinho, eles estão completando meio ano. Olha quanta coisa muda para eles a partir de hoje, a comer pela alimentação.
_ Mas eles não podem comer o bolo. – o rapaz lembrou, enquanto Giane esticava a toalha da Galinha Pintadinha no balcão – E só nós dois na festa?
_ Fabinho, é uma festa, mas é uma festa da nossa família. E nossa família se resume em eu, você, o Miguel e a Isabelle. É só disso que nós precisamos para comemorar. – Giane garantiu, pegando o celular dele – Um filmando, o outro fotografando.
Ela colocou os celulares nos lugares, colocando o de Fabinho para filmar. Abriu o aplicativo no seu, programando uma foto a cada dois segundos, e o colocou na mesa, apertando para começar.
_ Me dá o Miguel. – pediu ela, pegando o filho. Sentaram os bebês no balcão, frente para os cupcakes, e Fabinho acendeu as velinhas do Mickey e da Minnie – Parabéns...
Cantaram batendo as mãozinhas das crianças como se fossem palmas, e os bebês riam disso. Eles assopraram as velinhas, e deixaram as crianças se melecarem com o glacê, sem comer porque era muito forte e doce para eles ainda.
_ Acho que eles estão nos deixando melosos e sentimentais em excesso. – comentou o ex-badboy, enquanto limpavam o doce das mãos dos filhos – Daqui a pouco viro o Zé Florzinha.
_ Cala a boca e vai trocar o Miguel. Acho que a banana já desceu. – Giane mandou, revirando os olhos. Fabinho saiu da cozinha aos risos, deixando mãe e filha – Vamos ver as fotos princesa?
Havia quase 100 fotos, e Giane observou uma a uma. Encontrou a perfeita, os quatro com a cara suja de glacê colorido, Fabinho lambendo a ponta do nariz dela, eles segurando as mãos dos filhos para os pequenos não as lamberem, todos sorrindo.
Abriu o Instagram, ajeitando o corte da foto e o efeito, logo colocando a legenda:
“O melhor sonho que nenhum de nós tivemos. #pivete #fraldinha #princesa #campeao @campanafqueiroz”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Beijos e tchau, que to quebrada ;@