_ Vocês dois vão sair hoje a noite. Sozinhos. – decretou Camila, abrindo o guarda-roupa de Giane – A Malu está acamada, mas ela concorda comigo. O Miguel e a Belle já estão com quatro meses e meio e você e o Fabinho ainda estou na seca.

_ Não é nossa culpa que os bebês chorem toda vez que as coisas esquentam. – se defendeu Giane, vendo a amiga revirar seus vestidos – E Camila, eles ainda estão muito pequenos para passar a noite toda sozinhos.

_ Primeiro, eles não vão estar sozinhos. Eu, o Caio e a Emília estaremos aqui. – lembrou a modelete – Segundo... Eles já têm quase cinco meses Giane, mamam só uma vez na noite. Seus peitos estarão ocupados com outra coisa, você nem vai sentir falta deles.

_ Você é nojenta Camila, sério. – horrorizou-se a corintiana, e a outra riu – Isso tudo é fogo reprimido?

_ Eu ainda tenho duas semanas de resguardo, e garanto que quando elas acabarem, vou aproveitar muito bem o Caio.

_ Te desafio a deixar a Marcela com alguém para isso. – riu Giane.

_ É pra isso que ela tem padrinhos meu amor. – sorriu Camila, puxando um vestido preto – Justo, costas decotas, realça os seios... Quem foi a sua comadre linda que te deu?

_ Não sei se eu caibo aí. – garantiu Giane, e a modelete bufou.

_ Qual é Giane, você já está aí toda gostosona de novo. Exibe isso pro seu marido. – ela passou o vestido para a amiga – Agora vai se trocar, porque eu faço questão de arrumar seus cabelo e maquiagem. E falando nisso... Você precisa urgente de um corte, porque ele já está totalmente sem corte.

~*~

_ Cara, nem sei como agradecer por ficar com as crianças. – garantiu Fabinho, enquanto ele e Caio observavam Marcela dormindo no carrinho e os gêmeos no chão, assistindo algum desenho hiper-colorido na TV.

_ Fazendo o mesmo por mim em algumas semanas. – os dois riram – Quem diria... Eu te ajudando a passar a noite com a Giane.

_ Nem invente de crescer os olhos para ela de novo, ou te arrebento. – brincou Fabinho, dando um soco no ombro do fotógrafo.

_ Tcharans. – cantarolou Camila, descendo puxando Giane. A corintiana corou loucamente diante do olhar embasbacado do marido, e isso o fez rir. A maloqueira sempre seria a maloqueira.

_ Está linda pivete, até parece gente. – Fabinho se aproximou, a enlaçando pela cintura e selando seus lábios. Ela riu, o abraçando e cheirando seu pescoço – Seu perfume favorito.

_ Ok, vocês terminam isso mais tarde, no motel. – Caio repreendeu a esposa – Aí, sem puritanismos. Todos sabem para onde eles vão.

_ Bom, vocês têm nossos celulares, não é? – o casal Cardoso revirou os olhos, enquanto Fabinho ria e beijava a cabeça da esposa.

_ Relaxa Giane, podem se curtir sossegados, as crianças estarão em boas mãos. – prometeu Caio, e ela assentiu, caminhando até a sala e abaixando no chão.

_ Tchau amorzinhos, mamãe e papai voltam logo. – prometeu, beijando o rosto dos dois – Aí droga, ficou marcado de batom.

_ Deixa que a gente limpa e vai logo. – Camila chiou, fazendo todos rirem. Fabinho ajudou a mulher a levantar, ele mesmo dando um beijo nos filhos, e seguiram para a garagem – Percam o juízo, ok?

_ Porque nós escolhemos essa maluca para madrinha do nosso filho? – perguntou Fabinho, abrindo a porta para a esposa.

_ Nós escolhemos o Caio, ela veio no pacote. – brincou a morena – E aí? Quais os planos?

_ Nós podemos ir jantar, no cinema, ou qualquer outro lugar. – Fabinho começou a dar ré no carro – Ou nós podemos pular essa burocracia e ir direto para a suíte que eu reservei.

_ Estou com saudades de batizar paredes. – sussurrou ela, próxima ao ouvido dele, e ele já sabia para onde ir.

~*~

_ Está faltando alguma parede para ser batizada? – perguntou Giane, já no meio da madrugada e vários rounds e paredes depois.

_ Acho que não. Batizamos todas as do quarto, as do banheiro. Se você quiser, bolamos um jeito de batizar o teto. – brincou Fabinho, fazendo a esposa gargalhar.

_ Eu não duvido, juro. – ela garantiu, dando um selinho no marido – Mas a verdade é que eu estou meio... Hã, dolorida.

_ Desculpa, acho que fui um pouco bruto demais. – Giane riu da carinha de culpa do marido – Sério, eu quase quebrei a porta com as suas costas.

_ Como se você não tivesse feito a mesma coisa na nossa primeira vez. – ela recordou, deixando a cabeça deitada no peito dele e encarando o teto, enquanto brincavam com as mãos um do outro – Tem até hoje uma marca naquela parede, porque a maçaneta quebrou um pouco da parede.

_ Sério? Eu não vi quando nós empacotamos suas coisas.

_ É porque a bandeira do Timão ficava na frente. – ela riu – Eu só vi no dia que tirei ela de lá. E bom, existem algumas outras marcas naquelas paredes, e algumas nas de casa.

_ Hey, aquela rachadura foi você que fez, quando me empurrou. – eles gargalharam – Mas a culpa é dos pedreiros, que deixaram o reboque podre.

_ E você não quis concertar, porque diz que é nossa marca de sexo selvagem. – ela debochou, fazendo-o rir – Nós basicamente transamos na casa inteira. Incluindo do quarto dos nossos filhos, depois de prontos.

_ Teremos histórias para contar no futuro. – riu Fabinho, e Giane se aninhou mais a ele – Muito bem, tá começando a cheirar queimado. O que se passa na sua cabeçinha hein?

_ É que agora eu to pensando no Miguel e na Belle. – ela suspirou – Por favor, não fica bravo.

_ Eu não estou. Eu na verdade também estou pensando neles. – confessou o publicitário, fazendo a esposa rir – Pelo visto nós dois realmente viramos pais, hein?

_ Nos primeiros dias que eles ficaram nos berços, eu acordava de hora em hora para ver se eles estavam respirando. – admitiu Giane, sentando enrolada no lençol.

_ Eu sei. Eu acordava meia hora depois, para conferir também. – o rapaz confessou, fazendo a esposa rir – A babá eletrônica que está no quarto deles? Ela tem como ligar ao celular por um aplicativo. Eu passo o dia inteiro com ela ligada no celular, e ouço de tempo em tempo.

_ Mesmo quando eles estão dormindo durante o dia, eu não saio de perto deles. Eu fico sentada, olhando eles dormindo. – os dois gargalharam – Meu Deus, nós viramos dois macacos babões.

_ Que tal uma rapidinha no chuveiro e irmos para casa? – propôs Fabinho.

_ Acho que eles aguentam mais que uma rapidinha.

~*~

Fabinho estacionou o carro com cuidado, tentando fazer o menos de barulho possível. Já passava da três, e os filhos deveriam estar no décimo sono. Desceram de mãos dadas, abrindo a porta da cozinha com cuidado.

_ É a TV? – perguntou Giane, e os dois caminharam para a sala – Ai meu Deus...

Havia uma profusão de brinquedos, fraldas sujas e limpas, mamadeiras e cobertores.

_ O que aconteceu aqui? – perguntou Fabinho, enquanto ouvia alguém cantando, ou melhor, chorando – Caio?

_ O Miguel teve diarreia e vomitou. Muito. – fotógrafo apareceu do corredor, sem camiseta, ninando o afilhado – E ele não parou de chorar. Nem. Por. Um. Segundo.

_ Ai meu Deus. – riu Giane, correndo até ele e pegando o filho, que chorava – É pura manha isso.

_ A Isabelle está lá em cima, se esgoelando com a Camila. – o fotógrafo apontou o segundo andar – E com a Marcela. As duas resolveram chorar juntas, e a Camila está aos prantos também. E a Emília correu até o hospital, porque sua irmã está em trabalho de parto. E eu estou maluco.

_ Uma sugestão? – Fabinho abraçou o amigo pelos ombros – Faça uma vasectomia. Que eu acho que você morre louco se tiver mais um e... Pera, você disse que a Malu está em trabalho de parto?

_ Mas ainda falta nove semanas para o Rafael nascer. – lembrou Giane – Ela só está de sete e meio.

_ Eu não sei de nada. – garantiu Caio cansado – O Plínio apareceu e levou a Emília umas duas horas atrás. Eu e a Camila ficamos de avisar vocês, mas as coisas saíram do controle.

_ Fabinho, vai. Eu cuido de tudo por aqui. – garantiu Giane. O publicitário concordou, beijando a esposa e o filho e correndo de volta para o carro – E você Caio... Pega uma roupa do Fabinho e vai tomar um banho, bem longo.