Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 33
Eternas crianças


Notas iniciais do capítulo

Heeeey gente linda, como vão?
Ai gente, tá sendo tão gostoso escrever essa fic, com cotidiano de família



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Como pedido pelos gêmeos, o tema do aniversário de 4 anos foi Sítio do Pica-Pau Amarelo. Os dois estavam em polvorosa, tentando decidir quais personagens seriam. Claro que Belle já havia decretado que seria Emília, mas Miguel estava em dúvida entre Pedrinho e Visconde de Sabugosa.

No fim, o garoto se decidiu pelo sabugo de milho, mas ele e a irmã impuseram que os pais estivessem fantasiados de Narizinho e Pedrinho, o que fez os dois cair na gargalhada.

_ E a Cat? Ela tem que estar fantasiada de alguma coisa. – lembrou Giane, fazendo os filhos arquearem a sobrancelha, tentando pensar em alguma coisa.

_ Tia Nastácia? – os pais negaram – Vovó Benta? – não novamente – Cuca?

_ Aí já tá virando sacanagem. – Fabinho gargalhou alto, se dobrando ao meio – Esses aí são irmãos mais velhos, realmente.

_ Mas num tem mais personagem. – Belle lembrou – Já foi todas as meninas.

_ E se ela fosse uma Rabicó, versão menina? – propôs Giane – Eu acho o Rabicó tão fofo.

_ Cê tá chamando nossa filha de porquinha, cê tá ligada disso né? – Fabinho perguntou, acariciando as costas do bebê, que estava deitada de bruços no chão, mais concentrada em... – Tá, ela acabou de encher a fralda. É realmente uma porquinha. Eu aceito.

_ Cat porquinha. – os gêmeos riram, enquanto o pai se levantava, pegando a caçula no colo. Giane riu também, revirando alguns sites de fantasia. Tinha uma semana para providenciar as fantasias, mas pelo menos a festa estava encaminhada.

~*~

_ Dá trabalho a Emília. – reclamou Belle, enquanto a mãe terminava de arrumá-la para a festa. Giane riu, terminando de maquiar a filha – Será que é difícil atriz?

_ Não sei meu amor. – a mais velha pegou a peruca colorida – Eu acho que sim. Não teria paciência pra ficar fazendo maquiagem, cabelo, colocando um monte de roupa diferente...

_ Mas você não era modelo? – a pequena ficou confusa.

_ Mas não tinha nada de paciência para isso. – garantiu a mãe, fazendo Belle rir – Imagina fazer isso todos os dias?

_ A gente faz teatro na escola. – contou Belle – Eu gosto. Vou a Bela.

_ Cê tem algum problema com essa princesa, não é possível. – Giane riu, conferindo se havia colocado todos os itens da fantasia – Pronto, tá uma verdadeira bonequinha de pano.

_ E cadê sua fantasia? – perguntou a garotinha, correndo para o espelho.

_ Tá lá no quarto. – riu a mais velha – Eu vou lá me trocar e já venho trocar a Cat. Brinca com ela enquanto isso, pode ser?

_ Pode. – Belle correu até o tapete do quarto, onde a irmãzinha empilhava bloquinhos.

Giane sorriu para as duas, antes de sair do quarto. Ouviu conversas no quarto de Miguel, mas achou melhor se trocar. Depois concertaria as cacas do marido, se ele fantasiasse o filho errado.

Encarou a fantasia de Narizinho, negando com a cabeça. O que não se faz para ver os filhos felizes?

_ Uou. – Fabinho travou, assim que entrou no quarto. Giane terminava de ajustar o vestidinho da fantasia, e deu risada – Estou tendo pensamentos pervertidos.

_ Você sempre tem pensamentos pervertidos, essa é a diferença. – a corintiana sentou, colocando a botinha – Seu macacão está ali, vai se trocar.

_ O que a gente não faz pelas crianças? – Fabinho suspirou, indo pegar a roupa, enquanto a esposa gargalhava. Ela se observou no espelho, dando de ombros. Não havia muito que enfeitar na fantasia.

_ Eu vou trocar a Cat. O Miguel tá pronto? – ela perguntou parando na porta do closet. Fabinho tentava se entender com o macacão, fazendo a mulher rir.

_ Tá sim, um verdadeiro sabugo de milho. – garantiu o publicitário, tentando enfiar uma das pernas até o final, e caindo de bunda no chão. A esposa caiu na risada, enquanto ele bufava – Pode ir, eu me viro aqui.

_ Qualquer coisa grita, eu chamo os bombeiros para te resgatarem daí. – Giane gargalhava, enquanto saia do quarto.

_ Tá tudo bem mamãe? – perguntou Miguel, assim que ela entrou no quarto das meninas.

_ Seu pai é um desastrado, só isso filho. – explicou a mulher, se abaixando para pegar Catarina – Vamos colocar a roupinha, hein dona Rabicó?

_ Cat porquinha. – os gêmeos disseram juntos, fazendo a mãe bufar e encará-los com a expressão séria – Desculpa.

_ Pivete, prende isso pra mim? – Fabinho entrou no quarto – Eu não sei porque eles colocam a alça pra prender atrás.

_ Fraldinha, tá do avesso. – Giane caiu na risada de novo, acompanhada dos filhos. O homem começou a tirar a fantasia, quando fez bico, parecendo que ia chorar – Que isso cara? Estamos emotivos hoje?

_ Tem um alfinete na fantasia. – ele choramingou com a voz fina – E esse alfinete pegou em um lugar nada legal.

_ Ai meu Deus, eu mereço isso. – a corintiana gargalhava alto, deixando Cat novamente no chão e indo até o marido – Tenho quatro crianças para cuidar, é isso?

_ Não ri Giane, tá doendo sabia? Ainda não cicatrizou totalmente. – o publicitário garantiu, enquanto tirava o macacão e saia do quarto.

_ Não ouse descer de cueca para pegar gelo, tem gente no quintal. – as crianças riam dos pais, enquanto a mãe suspirava – Vocês acham graça né?

_ Mas é engraçado. – Belle deu de ombros, enquanto Giane pegava Catarina novamente – Como é a fantasia da Cat?

_ É um vestidinho e orelhas de porquinho. – explicou Giane – Porque ela ainda é muito pequena para ficar com muita fantasia, ela cansa fácil. E só o vestidinho dá para trocar depois, entende?

_ Mas ela não tem focinho? – perguntou Miguel, e a mãe negou.

_ Ela vai tirar as orelhinhas rapidinho, imagina um focinho. – os gêmeos riram – Bebês da idade da Cat não aguentam ficar com essas coisas, porque incomoda a pele deles.

_ Adultos da nossa idade também não, mas como gostamos muito de vocês, nos fantasiamos. – Fabinho entrou no quarto já vestido, mas ainda com um bico no rosto.

_ Tá melhor fraldinha? – perguntou Giane, se aproximando do homem.

_ Você vai ter que dar beijinho para sarar. – ele fez carinha de Gato de Botas, enquanto a esposa ria.

_ Menos que as crianças tão aqui. – ela passou Catarina para o colo dele – Vamos descer para a festa? Os amiguinhos de vocês devem estar chegando.

~*~

A cada ano, parecia que havia mais e mais crianças nas festas dos gêmeos. No ano anterior, eles ainda partilhavam exatamente os mesmo amiguinhos de escola. Porém, naquele ano, os pais e as professoras haviam decidido por deixá-los em salas diferentes, para incentivar o individualismo dos gêmeos. Então, havia o dobro de crianças correndo pelos jardins da casa dos dois.

_ Giane, está tudo tão lindo. – comentou Margot – As crianças estão uma graça, e os amiguinhos estão adorando.

_ Fiquei preocupada que eles fossem ficar separados, pelas salas serem separadas. Mas estão todos brincando juntos, a Belle tá com as amiguinhas do Miguel, ele com os amiguinhos dela... – a corintiana sorriu – Só o Rafa que tá com um pouquinho de ciúmes dos primos.

_ Eu já falei para a Malu colocar ele na escolhinha com as crianças. – Irene suspirou – Eles têm praticamente a mesma idade, vão estudar juntos no maternal.

_ O Rafa entraria em uma turma abaixo, porque ele nasceu em ano diferente dos gêmeos e da Marcela. – lembrou Camila, e Irene teve que concordar – Mas acho que seria bom, para ele perder a timidez.

_ Eu vou pedir para o Miguel vir chamar ele para brincar. – avisou Giane, saindo em direção ao filho mais velho – Miguel, vem aqui.

_ Oi mamãe. – o garotinho correu até a mãe, todo suado. A fantasia já havia sido tirada dele e Belle, pra ser novamente colocada na hora do “parabéns”. Os pais propuseram isso desde o princípio, mas as crianças queriam estar caracterizadas quando os amiguinhos chegassem.

_ Filho, vai chamar o Rafinha. Ele não conhece seus amiguinhos, e tá ali sozinho. – pediu a mãe, enquanto o filho observava o priminho.

_ Mas ele não gosta dos meus amigos, diz que eles são chatos. – Miguel explicou para a mãe, que riu.

_ É porque ele tem ciúmes dos seus amiguinhos, porque você está dando atenção para eles. – Giane explicou calmamente, fazendo o filho entender – Ele tá ali sozinho, vendo vocês brincando, e ele não conhece os seus amigos. Então ele fica chateado. E não é legal deixar os amigos chateados, é?

_ Não. – concordou Miguel – Tá bom, vou chamar ele pa brincar e apresentar meus amigos.

_ Isso mesmo, esse é o meu menino. – a corintiana beijou o rosto do filho, que correu na direção de Rafael.

_ Não vai ameaçar furar a bola dele? – perguntou Fabinho, parando ao lado da esposa. Ela gargalhou, enquanto levantava do chão.

_ Não preciso, porque ele é um menino comportado e que entende o que eu falo. Não uma mula empacada e cabeça dura. – ela explicou, aproximando o rosto do marido. Ele começou a assentir com a cabeça, dando o característico sorriso irônico.

_ Sabe, eu vim aqui te dar um beijo. Mas depois disso, você não merece. – ele foi virar para sair, mas ela o abraçou pela cintura, os dois rindo – Maloqueira.

_ Fraldinha. – ela lhe deu um selinho, começando a se afastar, mas dessa vez foi ele quem a segurou – Fabinho, tá cheio de gente aqui.

_ Qual é, tu é minha mulher. Tenho o direito de te dar um beijo decente. – ele riu, dando um beijo mais longo nela – Viu? Foi decente, não indecente.

_ Mas é muito babaca mesmo. – a corintiana riu, se aninhando a ele, os dois observando a festa – Olha o Gabriel e a Belle.

Eles encararam as duas crianças na cama elástica, pulando e dando risada. Belle sentava, enquanto o amiguinho pulava, fazendo-a “voar” e gargalhar. Fabinho fechou a cara, enquanto a esposa ria.

_ Qual é fraldinha, vai dizer que não é fofo de ver? – alfinetou Giane.

_ Claro que não, minha filha é muito nova para um urubu ficar em cima dela. – reclamou o homem – Cadê Maurício? Que raio de padrinho é esse, que não ajuda espantar os urubus. É melhor que o Jonas esteja de olho na Catarina.

_ Ele está, e o Matheus também. – Giane apontou a mesa onde a família estava, Catarina no colo da madrinha, Matheus no colo do pai, os dois “brincando” um com o outro. Fabinho gemeu de desgosto.

_ Assim eles quebram minhas pernas, sabia?

~*~

_ Muito bem, vamos ficar bonitos para cortar o bolo. – Camila e Malu ajudavam Giane a arrumar os gêmeos, suados e ofegantes, para poder cantar “parabéns” – E depois a Cat que é porquinha.

_ Mas ela é. – riu Belle – Mamãe, deu comida pa Nina?

_ Já dei comida para a Nina, levei ela fazer xixi e coco. – confirmou a mãe – E agora ela tá tirando uma soneca, porque é isso que os cachorros bebê fazem.

_ E a Cat já acordou da soneca dela? – perguntou Miguel – Porque ela tem que tá no bolo.

_ Já filho, por isso que nós vamos cantar só agora. – Camila e Malu praticamente guinchavam com a fofura dos afilhados, fazendo Giane gargalhar – Mas babam nos meus filhos mais que eu, impressionante.

_ Eca, babar é nojento. – reclamou Miguel, fazendo as mais velhas rirem – Tenho cara de palhaço.

_ Não, tem cara de filho do seu pai. – Giane gargalhou, terminando de ajeitar a fantasia do filho – Pronto, vão chamar seus amiguinhos para cortarmos o bolo.

As crianças saíram correndo, enquanto a mãe e as madrinhas iam até a cozinha, pegar o bolo e os docinhos. Giane não gostava de contratar gente para ficar cuidando de servir as coisas na festa, preferindo ela mesma fazer isso, com a ajuda das amigas e das sogras.

Logo, a mesa decorada (http://www.taticorrea.com.br/wp-content/gallery/aniversario-beatriz/aniversario-bia-18.jpg) estava cercada por crianças, todas ansiosas. Marcela, Rafael, Pedro e Matheus assumiram o lugar de honra, ao lado dos aniversariantes, enquanto o restante da família apenas cercava a mesa, Caio em frente a ela com a máquina.

Fabinho ficou com Catarina no colo, enquanto os gêmeos ficavam pela primeira vez sobre cadeiras. Giane acendeu a vela, enquanto o marido começava a puxar o coro de “parabéns para você”.

Os gêmeos pulavam a batiam palmas, assim como os pais. Catarina ficou assustada a princípio, mas logo Fabinho a havia acalmado, batendo as mãozinhas dela enquanto cantavam.

_ Agora assoprem a velinha. – pediu Giane.

_ Você sopram junto. – pediu Miguel, e os pais concordaram. Fabinho arrumou Cat, abraçando Miguel, enquanto Giane abraçava Belle – 1, 2, 3.

E o flash da câmera estourou, registrando aquele momento para sempre.

~*~

As crianças começaram a ir embora por volta as 20h, todas com sacolinhas surpresa (https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQVEKul4c9hY2yLleRZmxxzfMKnHbbHnjwAjyaWscAiKajxQItI) recheadas de doces e brinquedinhos.

Miguel, Isabelle, Marcela, Rafael, Pedro, Matheus e Catarina já estavam em sono profundos na sala, enquanto a família terminava de arrumar a casa.

_ Muito bem, agora que a criançada vazou, podemos beber cerveja. – Fabinho puxou um engradado, distribuindo para os homens. As esposas bufaram, fazendo os maridos rirem – Qual é pivete, dá um desconto.

_ Nem ouse ficar bêbado Fábio, ou te deixo no sofá. – ela avisou, mas ria.

_ Camila, Malu, Luz... Eu acho que vocês precisam providenciar irmãozinhos para as crianças. Precisamos de mais festinhas. – Irene comentou, fazendo Giane e Fabinho gargalhar.

_ Mãe, minha contribuição para a humanidade já está encerrada, só para lembrar. – avisou o homem.

_ A sua eu sei, mas a deles não. – a mais velha também ria, enquanto os três casais pareciam desconfortáveis – O Kevin acabou de ficar noivo, a Dorothy ainda está na faculdade, então deles vai demorar. Mas vocês já estão me enrolando.

_ Irene, o Matheus tem dois anos, vamos ter calma. – pediu Luz, mortificada.

_ E eu não sei se dou conta de dois. – garantiu Camila, fazendo careta.

_ Irene, deixe as crianças. – pediu Plínio, recebendo mais caretas. Ele e Silvério começaram a rir juntos, enquanto os mais jovens ficavam mais emburrados – Tá vendo, ainda são crianças.

_ Criança que faz criança não é mais criança, você mesmo diz isso pai. – Malu alfinetou, vendo o pai fazer careta – Ponto para mim.

_ Acho que somos todos crianças. – Fabinho gargalhou, soltando a cerveja – E como criança apronta...

_ Que cê vai fazer fraldinha? – Giane começou a se afastar, vendo o marido andar em sua direção – Fábio Queiroz Campana.

_ Não adianta chamar pelo nome inteiro, porque isso não vai me impedir. – ele garantiu, jogando a esposa sobre os ombros e saindo correndo pelo campo de futebol.

Pouco antes de Catarina nascer, eles haviam feito uma piscina logo depois do campinho, para as crianças poderem brincar no verão sem precisar ir à casa dos avós.

Giane começou a socar as costas do marido, enquanto todos gargalhavam. Ele correu mais depressa, pulando com ela nas costas.

_ Pronto, Pedrinho e Narizinho pularam no rio. – explicou Fabinho, quando emergiram.

_ Eu vou te matar, idiota. – Giane começou a estapear o marido, os dois as gargalhadas. Antes que percebessem, Caio, Maurício, Jonas e Kevin imitavam Fabinho, pulando na água com as mulheres.

Em pouco tempo, uma guerra d’água se iniciou, seguida por briga de galo e os rapazes tentando se afogar. O barulho das gargalhadas era imenso, e os mais velhos fecharam a porta, observando os netos adormecidos.

_ Criança que faz criança, mas não deixa de ser criança. – suspirou Silvério – Melhor arrumarmos os pequenos, que essa brincadeira na piscina vai longe.


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Notas finais do capítulo

NÃO RESISTI A POR A BELLE DE EMÍLIA, ME JULGUEM HAUUHAAHUAHUAUHAUH
Comentem, ok?
Beijinhos