Counting Stars escrita por yeahdrakons


Capítulo 8
Counting money


Notas iniciais do capítulo

Olá frores do meu campo, primeiramente: desculpa, perdão, scusa, excuse, apology, entschuldigung, undskyldning, apologeticum, leithscéal, (...) (isso foi "desculpa" em várias línguas, usei o google tradutor pra vocês verem o quanto o arrependimento é sincero), enfim: desculpa por ter abandonado a fic por quase 3 meses. Primeiro a gente pensou tipo "ah tamo de férias a gente merece uma pausa", depois foi preguiça e depois foi eu (babi) que fiquei de cuzisse tipo "ah não o cap. não ta bom não vamos postar assim e blábláblá" então basicamente, foi mal. Segundamente, eu sei que é quase impossível de voces lerem as notas e tals, mas é mais fácil vocês lerem essas que as finais então aviso: nas notas finais tem um link para uma fic extra. E terceiramente: a gente tem um grupo de spoilers no wpp com algumas pessoas que gostam da fic, a gente avisa lá antes e manda alguns trechos dos novos capítulos, quem quiser participar é só mandar o número por mensagem privada. E quartamente: não tem mais nada para falar, podem ir ler.



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Ethan nunca havia sentido tanta dor, ele também nunca se machucara tanto, os seguranças que o pai colocava atrás dele impediam que isso acontecesse, ele não sabia que era fisicamente possível sentir tanta dor. O corte irradiava uma ardência que deixava o resto do abdômen dormente, pulsava, ardia, parecia que estava abrindo sua barriga ao meio.

A dor fazia ele perder a consciência constantemente, o que não ajudava as meninas que o carregavam escada a baixo, ele não ouvia o que falavam mas o tom era de suplica. Suplicavam que ele parasse de gemer de dor, suplicavam que ele continuasse a andar, e foi o que ele fez, ou tentou, realmente se esforçou para isso, mas tinha certeza que não estava se saindo muito bem ao olhar para a cara de desespero de Lina.

Percebeu que não utilizavam a escada “normal”, o vento frio e o barulho de carros o convenceu de onde estava: a escada de incêndio, completamente bamba e que recebera (talvez) alguma manutenção logo depois de ser construída, o rangido o lembrava de uma velha gritando, "péssima notícia" pensou, já que se estivesse em seu estado normal decididamente não faria comparações entre velhas e escadas. Quem o carregava era Angelina, Blair e Rafa, agora precisava de três muletas para se manter em pé, ótimo, não era capaz de lidar com um cortinho. Aparentemente não era capaz de continuar nem com a ajuda delas, faltando alguns degraus e as meninas não suportaram mais, nem ele, então escorregou para o penúltimo degrau com um baque surdo.

Não da mais,– disse uma arfante Rafaela.- eu vou buscar o táxi, é arriscado eles verem a gente aqui, mas não tem outro jeito.

–A gente precisa de um nome pra esse carro, um nome melhor que táxi.- Ethan fizera uma tentativa de parecer bem, parecer normal, o que falhou assim que terminara de falar, já que perdera a consciência por completo, mais uma vez.

Vai logo.– uma assustada Angelina sussurrou ao se ajoelhar ao lado do menino e começar a lhe enxugar o suor do rosto.- controle-se Blair, ele precisa de você.

Blair tremia olhando para um ponto fixo a frente delas, Rafa se afastara entrando no beco logo ao lado onde estacionara o carro, a escada desembocava nesse beco e não havia iluminação, apenas o gélido vento noturno. Não era o frio que a fazia tremer, não era o escuro também, apesar de temer ele, não era o medo do irmão morrer apesar desse fazê-la querer chorar como uma criancinha, não era estar a caminho de um hospital que fora palco de terríveis lembranças tampouco. Era o fato que do outro lado da rua estavam Mario e Jorge, colocando um saco preto enorme e estufado dentro do porta-malas de um carro.

Shiu.– Blair disse se agachando ao lado do irmão e lhe tapando a boca para se caso gemesse de dor o ruído não se fazer ouvir. Angelina que ainda não os tinha visto franziu a sobrancelha e ia perguntar se deviam levar Blair a um hospital também, talvez um psiquiátrico, mas se deteve ao escutar o barulho que eles faziam. Tentavam ser discretos, mas esse não era o forte de Jorge, o que era uma merda já que a todo instante Mario olhava ao redor para se certificar que ninguém os via, mas por hora o escuro e a caçamba de lixo ao lado eram o suficiente para encobrir o grupo amedrontado. O medo não era só o de impedirem-nas de levar Ethan ao hospital que tanto precisava, era a expressão no rosto dos dois, era o saco no porta-malas que as fazia prender a respiração.

–Temos que ir logo esconder esse verme, não podemos deixar o menino sozinho com aquelas vadiazinhas, não sei o que elas podem fazer com ele.- Mario disse num sussurro que só surdos não escutariam.

–O chefe já deve estar chegando, ele foi resolver aquele problema com aquelas vadias que teimaram em não dar na noite passada, ele não vai deixá-los muito tempo sozinhos.- respondeu um Jorge ainda menos discreto, fazendo careta, com esforço terminava de empurrar o saco que parecia grande demais para o porta-malas carro a dentro.

–Temos que ir mesmo assim, era bom esse pessoal daqui perto tomar um susto hoje, mas com essas vadias gringas aí não tem como, dessa vez ninguém pode ver, ninguém pode saber.

– No lugar de sempre? Você...- o resto que foi dito por Jorge foi abafado pelo ruído de um carro se aproximando, os dois não tardaram a entrar no carro, dar a partida e acelerar indo para a direção contrária a que elas tomariam, instantes depois estacionava ao lado delas um táxi com uma nervosa Rafaela na direção.

Angelina e Blair quase se esqueceram de como se respirava e o tremor lhes tomava conta do corpo, Lina suava frio, Blair tinha medo de começar a chorar compulsivamente.“Vadiazinhas”, com certeza se referia a Lina e Rafa.

O que era aquele saco? De que merda eles estavam falando? Rafaela lhes chamando não foi o que as trouxe de volta a realidade, foi Ethan que começou a balbuciar algo sem sentido, alucinações causadas pela febre. Quando finalmente saíram do transe e olharam para o lado o corpo dele estava meio enviesado sobre o de Rafa, que sem a ajuda das amigas decidira tentar sozinha.

–Vocês vêm ou não?

Quando Ethan acordou teve medo de abrir os olhos, não sabia ao certo o porque mas algo o fez ter medo, o ar era preenchido com um leve som constante, um bip incessante que lhe ribombava pela cabeça. Se pegou pensando em um dia quase esquecido, quando ainda acreditava que crianças vinham da cegonha e que o Papai Noel era irmão do Papai do Céu, naquele dia tinha um bip de ruído também, ele e a irmã sentados em um sofá cheio de calombos desenhavam. O pai estava do lado sentado em uma poltrona e roncava, a mãe estava deitada no leito hospitalar, o aparelho que emitia o bip conectava-se a ela. Ela ia ficar bem, papai explicara, aconteceu que o irmãozinho deles decidiu que ainda não era hora de vir brincar com eles e voltou pro céu pra ajudar o Papai do Céu, mamãe ficou um pouco dodói mas ia melhorar se eles a enchessem de beijos, e foi o que fizeram.

No corredor ouviu-se um barulho estrondoso, e então começaram gritos, um mais aterrorizado que o outro, o barulho de pessoas correndo se assemelhava ao de uma manada. O pai dormia, a mãe dormia, ele ficou assustado; precisava proteger a irmãzinha antes que ela se fosse também, pegou-a pela mão e lhe arrastou até o banheiro, deixando as luzes apagadas e apenas uma fresta, no momento em que entrou homens armados no quarto ele abraçava a irmã.

Ouviu-se tiros, mais tiros e risos, depois os homens foram embora. Saiu enfim, puxando Blair pela mão. O pai de alguma forma ainda dormia, não conseguiu entender como e nunca entenderia; a mãe não se parecia mais com a mamãe, o rosto estava deformado, a cabeça estava coberta de sangue e ele achou que um beijinho não curaria o dodói, na parede ao seu lado estava escrito com o sangue: “Olho por olho, dente por dente.”. Não entendia o que queria dizer, mas sentiu orgulho de estar começando a ler, queria contar pra mamãe mas quando a chamou ela não acordou.

E agora de novo, barulho no corredor, foi assim então que percebeu que estava no hospital, o sangue lhe gelou nas veias e mordeu a língua para que o grito não lhe escapasse dos lábios, continuou com os olhos fechados com medo de abri-los, ouviu então a voz de um homem:

–Vocês são as primas do Sr. Carter? Jason Carter, estou certo?

–Sim, ele mesmo.- respondeu a voz de Rafaela- pode me chamar de Mary, essa é a Clary, somos primas da Sra. Carter na verdade, estávamos com eles quando o acidente aconteceu.

–Entendo, primeiro queria tranquiliza-las, não é nada grave. O Sr. Jason não teve uma fratura tão grave como aparenta, o estado dele só piorou por conta de uma leve infecção, mas já foi controlada. Ele vai ficar bem, a cirurgia foi um sucesso e em dois dias no máximo ele receberá a alta.

–Isso é um alívio, muito obrigada doutor.- respondeu a voz claramente aliviada de Angelina, ou como parecia se chamar agora, Clary.

– O único problema é o seguinte, entendam que aqui não é uma instituição pública, como vocês chegaram em caráter de urgência não hesitamos em tratar dele, mas... não é de graça.

–Quanto deu?- a voz instantaneamente tensa de Rafa perguntou.

–Cinco mil dólares pela cirurgia, cada dia que ele fica aqui sob cuidados é mais mil... no total são uns oito mil...- respondeu o médico com a voz pensativa.

–Nós pagamos, só deixe eu conversar com minha irmã um minuto, sim?- aparentemente a resposta a pergunta de Rafaela fora positiva já que alguns minutos depois Angelina falava:

–É quase tudo o que a gente tem, não temos como nos manter aqui sem esse dinheiro Rafa, como vamos achar o Hugo sem dinheiro!?

–O que você sugere? Alguém vai ter que pagar, e duvido que seja o Sr. Clarke, até porque nos registramos com nomes falsos, só conseguimos porque não tínhamos a documentação e prometemos pagar a vista, é o único jeito... E eu não teria esperanças de o sr. Clarke nos devolver a grana, ouviu como ele gritou com Blair pelo telefone, nem sei nem se ele vai deixá-los voltar para casa, ou se não ateou fogo às nossas coisas, ou sabe se lá o que ele pode fazer com a gente, vocês viram aqueles dois com aquele saco e se...

–Mas e agora? Voltamos pro Brasil com o dinheiro que nos resta?- Angelina interrompeu Rafa, não queria pensar no assunto, o problema imediato para ela era como iriam se sustentar no país, para que pudessem achar o irmão, e só aí voltarem para casa; "Mas de que merda elas estão falando?" pensava Ethan, cada vez mais tenso.

A resposta foi interrompida pela volta do médico, chamando uma delas para ir ver a papelada, Angelina nervosa foi quem se ofereceu para ir, o som dos passos foi misturado com o som do suspiro de Rafa, só então Ethan abriu os olhos.

Ao seu lado uma Blair adormecida usava um lenço e um óculos, uma espécie de disfarce talvez, aquilo quase o fez rir, quase. O quarto era pequeno mas arejado, o aparelho que zumbia o bip desta vez estava ligado a ele, percebeu que uma faixa de gaze estava enrolada em seu abdômen, suas roupas haviam sumido e estava só com a camisola do hospital por baixo dos lençóis, a percepção de que talvez as meninas tivessem lhe visto pelado foi mais assustadora do que quando a porta do quarto se escancarou.

Dessa vez não havia homens com armas, só Rafa com os olhos inchados de sono.

–Olha quem acordou, senti falta dos seus olhos abertos, e grave bem essas palavras que é a última vez que eu as digo.- disse a menina sentando-se ao seu lado na cama.- Como você se sente, Sr. Carter?

–Com tantos nomes disponíveis o mais criativo que vocês conseguiram pensar foi Jason Carter? Francamente, estou decepcionado.- as palavras lhe custaram a sair da boca seca.

–Pensamos em Barney Lalaloopsy, mas achamos que ia dar muito na cara que era um disfarce, aliás, a Blair é sua mulher, achamos que incesto ia dar mais emoção pra história.

–Vocês são realmente doentes, devia existir uma lei que impeça que sejam vocês a criar os nomes quando formos nos disfarçar.

–Duvido que você fizesse melhor.

–Mary e Clary? Até uma criança faz melhor que isso.- respondeu ele se sentando e recebendo em troca um leve puxão no braço direito, as agulhas do soro ou seja lá o que fosse estava perfurando seu antebraço.

–Você ouviu a nossa conversa? Achei que homens não ouvissem atrás da porta.

–Tecnicamente, vocês que falaram alto demais, não tinha como deixar de ouvir.

–Aposto que tinha...- Rafa o ajudou a se sentar melhor colocando um travesseiro atrás de suas costas, eles não se preocupavam em falar baixo para não acordar Blair, ela ainda roncava, mas dessa fez Ethan respondeu sussurrando.

–Eu vou devolver o dinheiro, não sei como, mas vou, vocês não vão voltar pro Brasil, mas o mais importante é que a gente tem que ir embora agora. Antes que todos nós morremos e não sobre ninguém pra pagar a conta.


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Notas finais do capítulo

então, a gente espera que o capítulo tenha valido a espera pelo menos, aliás o próximo já tá sendo escrito, provavelmente na terça o cap. nove já será postado. Enquanto isso, pra quem não sabe ou não lembra, eu e a duda estávamos com uma espécie de projeto, cada uma escreveria algumas shortfics e a gente postaria uma por vez, como um "extra", a primeira foi a INY da duda (http://fanfiction.com.br/historia/459113/I_need_you/ ), e agora chegou a vez de uma minha: http://fanfiction.com.br/historia/489342/Freedom/ , lembrando que não tem nada a ver com cs então não faz diferença, pro acompanhamento dessa história, ler ou não, mas seria muito, muito, muito legal da parte de vocês assim uma nhonhice apenas. Então é isso, bjo vcs.



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