A Promessa escrita por Maisa Cullen


Capítulo 18
Capítulo 17 - A caverna


Notas iniciais do capítulo

Meu Aslan, acho que esse foi o capítulo mais difícil que já escrevi na vida, precisei escrever em intervalos durante o dia e fazendo várias pesquisas para me ajudar a detalhar a caverna. Tudo isso para tentar animar a minha querida Lu, que andou meio tristinha e estressada com um maldito projeto para uma feira de ciências (aquela do Jovem Cientista).
Eu sei como ela estava louca para um capítulo novo e que precisa se aliviar o stress de algum jeito, mesmo que seja tirando alguns minutos para ler e surtar nos comentários.
Beijos para todos os fantasminhas e aproveitem!



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No dia seguinte, todos acordaram um pouco mais tarde do que no dia anterior, graças ao sono interrompido de madrugada. Levantaram-se ainda meio sonolentos, tomaram mais um pouco da água do lago que estava no cantil e espalharam as cinzas da fogueira. Edmundo recolheu a espada e então eles finalmente puderam continuar a caminhada até a caverna.

Lúcia já havia passado as instruções dadas por Aila para os dois garotos e sendo assim, deixou que Edmundo tomasse a dianteira, abrindo caminho para ela e Peter. Este último não parecia se importar de ir ao lado de Lúcia, pois assim podia conversar com a mesma, que a essa altura ficava envergonhada a cada vez que notava a aproximação do garoto.

Parecendo não notar certo constrangimento por parte da garota, Peter contava mais sobre sua família. Era notável o carinho que tinha por seus entes queridos, especialmente por sua irmã Elisa.

–Sabe, quando nos mudamos, Elisa não ficou triste como imaginei que ficaria. Eu questionei se ela não sentiria falta dos amigos e ela me disse que me teria por perto, então ficaria tudo bem. –Peter contou com um olhar distante e suspirou. –Não gosto muito da ideia de ficar longe.

–Nas vezes em que eu e meus irmãos fomos parar em outro mundo acabamos descobrindo que o tempo quase não passava até voltarmos. –Lúcia disse tentando fazer o garoto se sentir melhor.

–Mas aqui não é Nárnia. –Ele observou. –E se for diferente aqui? E se perceberem que ficamos fora por dias?

–Eu não tenho ideia. –Ela confessou. –Mas nós não vamos ficar aqui para sempre, poderemos voltar assim que terminarmos o que viemos fazer aqui e então tudo ficará bem.

Peter sorriu para o otimismo da garota, mesmo que tivesse suas dúvidas quanto ao que ela disse. Já havia notado a aura que parecia emanar dela e que contagiava até a ele mesmo. A luminosidade de Lúcia era contagiante.

Sentindo-se corar com a reação do garoto, Lúcia resolveu mudar de assunto. Assim, permaneceram conversando amenidades até que observaram as árvores tornarem-se mais espaçadas e não demorou muito até que vissem uma elevação rochosa surgir logo a frente.

Apertando o passo, logo estavam todos diante da entrada da caverna, que parecia incrivelmente deserta e sombria. Pouca luz parecia adentrar no interior, mas podiam ver feixes de luz que caiam do teto logo a partir da entrada.

Os três se entreolharam e assentiram, em uma concordância mútua de que deveriam seguir adiante. Então, um após o outro, foram entrando.

A caverna era larga o suficiente para que eles pudessem andar lado a lado, mas Edmundo resolveu ir um pouco a frente dos outros dois, observando atentamente tudo a sua volta.

Os feixes de luz que foram vistos logo da entrada iluminavam a caverna em intervalos irregulares, vindos de pequenas aberturas no teto rochoso. O chão estava úmido, fazendo com que os três precisassem tomar certo cuidado para não escorregar, e o ar parecia tão parado quanto as paredes de pedra. Estalactites pendiam do teto e estalagmites despontavam do chão como dedos se fechando acima e abaixo, o que não melhorou muito a aparência do local.

–O que estamos procurando exatamente? –Peter perguntou para Lúcia.

–Acho que qualquer objeto que pareça uma arma. –Ela respondeu um pouco incerta.

–Então olhe pra cima. –Ele brincou indicando as estalactites do teto.

Lúcia relanceou os olhos para o alto apenas para entrar na brincadeira, pois as formações rochosas que pendiam como pontas de lanças afiadas realmente pareciam armas, mas algo lhe prendeu a atenção e a fez parar.

Um objeto prateado, na mesma cor da espada, só que maior e mais largo, pôde ser visto. Parecia ter alguma figura grande gravada em vermelho, mas que Lúcia apenas reconheceu por ter visto diversas vezes. Se fosse o que ela pensava, certamente era a figura do Grande Leão rugindo e pronto para atacar.

–Aquilo é um... escudo? –Lúcia indagou chamando a atenção dos dois garotos.

Peter e Edmundo encararam o escudo preso entre as estalactites com um misto de assombro e incredulidade, porque além de não ser bem o que esperavam, estava a pelo menos três metros do chão.

–Por acaso, não tem nenhuma escada por aqui, tem? –Peter perguntou e recebeu um revirar de olhos de Edmundo. –Então vai ser do modo mais difícil mesmo.

–Talvez não seja preciso uma escada. –Edmundo falou.

Se dirigindo até uma das paredes, ele indicou algumas estalagmites próximas que pareciam formar degraus estreitos e que iam até o alto.

–Eu posso usar as formações como escada e a parede como apoio. –Explicou seu plano.

Sem dar tempo para que alguém se manifestasse, Edmundo se pôs a subir nas primeiras estalagmites, pisando apenas nas menos pontudas. No começo foi relativamente fácil, mais conforme as formações se tornavam mais afastadas, ele precisou começar a dar passadas mais largas e mais cuidadosas, apoiando-se com uma das mãos espalmadas na parede da caverna.

–Ele só pode estar brincando. –Peter disse estupefato.

–Ed! –Lúcia se assustou quando o irmão quase se desequilibrou.

–Está tudo bem! –Ele respondeu se concentrando em não cair.

Com o coração aos pulos, Lúcia observou o irmão se arriscar cada vez mais para conseguir subir mais alto, arrependendo-se de não tê-lo impedido de começar a subida quando teve chance.

Felizmente, para a sorte de Edmundo, o escudo estava preso próximo a ele, que subindo um pouco mais, pôde alcança-lo esticando o braço livre. Porém, sua sorte durou pouco já que o escudo estava muito bem preso.

Praguejando baixo, ele precisou usar os dois braços para puxar o escudo, equilibrando-se apenas com os pés. Prendendo a respiração, ele puxou com mais força dessa vez e sentiu o objeto soltar-se com um clique.

Toda a caverna estremeceu e Edmundo se encostou à parede para não cair. Ele observou algumas estalactites se desprenderem do teto e caírem no chão fazendo um estrondoso barulho de pedra contra pedra. Com isso ele se apressou em descer, usando o escudo para se proteger de pequenas pedras que se caiam como uma chuva de granito.

Peter tentou puxar Lúcia para a saída, mas ela correu na direção do irmão, que descia apressado e às escorregadas. Sem alternativa, ele apenas a seguiu e segurou-a pelo braço quando uma estalactite caiu logo à frente.

–Precisamos sair daqui antes que sejamos esmagados! –Peter precisou gritar acima do barulho das rochas se chocando contra o chão.

–Temos problemas maiores! –Lúcia gritou de volta e apontou para cima.

O teto parecia estar escorregando para baixo perigosamente rápido e se aproximava cada vez mais de suas cabeças. Nesse momento Edmundo saltou para o chão faltando apenas mais um metro e correu até os outros.

–Vamos logo! Corram para a saída! –O garoto os apressou.

Com um suspiro aliviado, Peter segurou a mão de Lúcia e começou a seguir na direção pela qual haviam entrado. Edmundo foi logo atrás levando o escudo e a espada, que permanecera consigo na bainha improvisada.

Desviando de pedras que se soltavam e se abaixando para desviar das estalactites que pendiam do teto baixo, os três enfrentaram a difícil missão de sair da caverna. Quando, no meio do caminho, a espada se soltou e caiu, Edmundo parou abruptamente e precisou voltar alguns metros.

–Continuem! –Ele gritou para os outros.

Sem dar chances para Lúcia ir atrás do irmão, Peter simplesmente a puxou na direção contrária, sem se importar com os protestos da garota de que não podiam ir sem o irmão, porque mesmo que lhe doesse contrariar Lúcia e afastar os irmãos, ele precisava afasta-la do perigo iminente e não se importava se ela ficasse zangada com ele depois.

Quando os dois finalmente conseguiram alcançar a saída da caverna, Lúcia fez menção de voltar, mas Peter a deteve segurando-a próxima a si. Ficou tenso quando sentiu que ela começava a soluçar e não suportou olhar para os olhos que transbordavam lágrimas.

–Ed... –Ela sussurrou em meio ao choro.

Segundos tensos se passaram até que um escudo e uma espada fossem jogados para fora da caverna, sendo seguidos por Edmundo, que pulou para fora instantes antes do teto atingir o chão e fechar a caverna definitivamente.

–Ed! –Lúcia gritou com olhos brilhantes.

Peter a soltou e deixou que ela corresse na direção do irmão, que se levantava, chocando-se em um abraço desesperado que quase fez os dois caírem. O riso satisfeito de Edmundo ecoou no ar enquanto ele abraçava a irmã e foi seguido pelo riso de Peter.


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Notas finais do capítulo

Lu, por favor, calma, respira e pode me xingar nos comentários se quiser, eu só quero a minha amiga de volta depois, porque eu chorei escrevendo esse capítulo e se não adiantar de nada, eu vou precisar tomar atitudes drásticas.
Beijos.



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