A Promessa escrita por Maisa Cullen


Capítulo 16
Capítulo 15 - O terceiro pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Oi povo! Mesmo me sentindo uma idiota por estar falando com verdadeiras paredes ou fantasmas (indiretas à parte), eu estou feliz! Tenho trabalhos de português, história, filosofia, química, matemática, biologia e educação física, mas estou feliz mesmo assim! Depois de terminar o livro Pollyana (recomendação da minha fofa Lu Franco) eu resolvi jogar o "jogo do contente", que consiste em procurar sempre um motivo para estar contente. No meu caso, mesmo cheia de trabalhos e indo dormir com a consciência pesada de preocupação todas as noites, eu ainda consegui um tempo para escrever e escrever me deixa feliz. Fiquei até quase meia noite ontem para escrever esse capítulo e só não postei logo porque não tinha internet. Então é com enorme felicidade que faço isso hoje.
Mais motivos para se estar feliz é que a minha querida Lu está sempre me fazendo rir com seu drama e me escuta (e olha que muita gente já desistiu de me ouvir).
Por isso, um super beijo pra minha linda (Essa era a surpresinha que eu tinha mencionado mais cedo hoje) e boa leitura.
Beijos.



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Os dois garotos se levantaram imediatamente assim que Lúcia anunciou que já sabia qual seria o próximo destino deles. Ela contou-lhes sobre a caverna que Aila havia mencionado e também lhes mostrou o cantil com a água do lago que, segundo o espírito, faria com que eles não sentissem fome.

Meio desconfiados, mais pela parte de Edmundo, eles resolveram testar antes, aproveitando que a falta de comida já se manifestava neles. E foi com certo alívio que perceberam que havia funcionado. Eles não sentiam fome, mas também não se sentiam como se tivessem acabado de comer, a água do lago funcionou como um meio termo, apenas inibindo a sensação de estômago vazio.

Depois disso começaram os preparativos para a próxima missão, que não foram muitos, apenas espalharam as cinzas que restaram da fogueira para não deixar rastros e fizeram uma bainha improvisada para a espada recém-adquirida, que ficaria com Edmundo, já que ele tinha maior experiência com a arma. Peter não se importou muito, já que achou engraçado o senso de liderança que se manifestava no outro garoto, o que atribuiu certeiramente às aventuras como rei de Nárnia.

Não demorou muito e já estavam à caminho da caverna, seguindo as instruções dadas por Aila, que Lúcia havia memorizado cuidadosamente, afinal não queria se perder naquele mundo desconhecido.

Indo na direção contrária à do lago, contornaram a “Floresta Assassina”, como haviam unanimemente nomeado o local, e seguiram em direção às montanhas que agora podiam avistar. E tal qual o espírito havia instruído, encontraram uma clareira menor que a primeira, no meio de uma floresta normal, para descansarem quando já anoitecia.

Dessa vez estavam em um lugar menos sombrio e mais parecido com o que se esperava de um “local ao ar livre”, como mencionou Peter enquanto recolhiam lenha para a fogueira. E logo depois, como na noite anterior, estavam sentados diante do fogo que crepitava preguiçosamente, com a diferença de que dessa vez os três puderam notar a presença de vida ao seu redor. Ouviam-se os grilos e as cigarras preenchendo a noite com sons tranquilos e reconfortantes.

–Com saudade de casa? –Brincou Edmundo, ao perceber a expressão contemplativa da irmã.

–Não. –Respondeu e viu o irmão erguer uma sobrancelha. –Às vezes é bom se sentir mais livre e estar longe de casa.

–Como em Nárnia? –Edmundo tentou.

–Sim, como em Nárnia. –Lúcia soltou em pequeno suspiro saudoso.

–Também sinto falta de lá. –Confessou Edmundo.

–Mas... –As palavras pareceram fugir de Lúcia, que estava surpresa.

–Eu sei que pareço estar à vontade no nosso mundo, mas isso só acontece porque é necessário se adaptar ao lugar onde se está. Apesar disso, também sinto saudade do mundo que nos aproximou mais como irmãos. –Explicou o garoto.

Lúcia sorriu sabendo exatamente à que o irmão se referia. Nárnia fora uma grande fonte de aventuras, mas que só foram possíveis porque os irmãos se apoiaram mutuamente para superar os desafios que surgiram pelo caminho.

Peter, do outro lado da fogueira, observou o rosto de Lúcia se iluminar enquanto ela falava do mundo que guardava tantas lembranças. A sua súbita euforia e animação fez com que o dia cansativo de caminhada praticamente fosse esquecido. E foi com curiosidade que escutou em silêncio as histórias que os dois irmãos tinham compartilhado, rindo em algumas partes.

Assim, a noite foi avançando sobre o clima leve e o som de risos despreocupados até que em algum ponto acabaram adormecendo.

Lúcia piscou confusa diante da visão do local claro onde se encontrava. Era de dia e o sol se escondia sob a copa das árvores que faziam sombra para a dúzia de estreitos caminhos de pedra que seguiam em praticamente todas as direções.

Sentiu a brisa que fazia despencar algumas folhas das imponentes árvores roçar sua pele, mas não teve muito tempo para contemplar mais nada antes de escutar passos apressados indo em sua direção. Virou-se imediatamente e estagnou quando viu quem era.

Pedro estava quase correndo, parecia apressado e cansado, ainda mais pela pequena pilha de livros que carregava consigo. Usava o uniforme da faculdade, que Lúcia havia visto apenas uma vez antes do irmão viajar, mas que reconheceu imediatamente.

Já sabendo do que se tratava, Lúcia sentiu seu coração apertar e esperou que algo acontecesse, o que não demorou nada. Em um segundo uma enorme bola de pelos negros despencou do alto de uma árvore, sendo seguida de outra.

A garota observou o irmão paralisar surpreso e logo depois recuar quando as criaturas começaram a se alongar, deixando à mostra suas garras afiadas. E sem dar tempo para que Pedro se recuperasse do choque elas atacaram.

Os seguidores de Duman eram rápidos e ágeis. Logo se chocavam contra o rapaz, que deixando cair os livros, foi lançado para o chão. Imediatamente ficando alerta, Pedro rolou para o lado antes que as garras o alcançassem e se colocou de pé, o que apenas incitou as criaturas a serem mais rápidas.

Lúcia sentiu seu rosto ser banhado por lágrimas pelo destino do irmão, já sabendo que não poderia fazer nada, o que só atrapalhou a sua tentativa de acompanhar o que acontecia. Por trás das grossas lágrimas via formas negras se chocando contra a figura humana que ela sabia ser Pedro.

O irmão resistia determinado contra as duas criaturas que o atacavam, mas em algum momento, já arfante, não previu um ataque por trás que o lançou contra o chão novamente, dessa vez sendo prensado e imobilizado por dois pares de braços peludos. Estava suado e com pequenos rasgos em sua camisa, deixando à mostra os aranhões avermelhados.

Pedro ainda tentava desesperadamente se desvencilhar das criaturas quando a visão de Lúcia foi completamente desfocada...

Acordou sentindo seu corpo sacudir levemente com os seus soluços e percebeu que era envolvida por braços protetores, sendo acalentada por repetidos “está tudo bem”. A voz foi a única coisa que lhe permitiu reconhecer quem estava tentando acalmá-la e foi com gratidão que se deixou embalar por Peter.

Levou algum tempo até que os soluços parassem e apenas lágrimas silenciosas e teimosas escorressem por sua face. Porém, depois do que pareceu ser uma eternidade, Lúcia conseguiu sussurrar:

–Pegaram o Pedro.


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Notas finais do capítulo

Tan-tan-tannnn! Eu sei, podem gritar comigo nos comentários. kkkkkk
Dá pra perceber o quanto eu amo deixar alguém ansioso, né?
Até a próxima!



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