A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes


Capítulo 18
Serious Talk


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente!!



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As casas passavam rapidamente, o carro estava silencioso, Andrea parecia querer ficar quieta, então eu apenas respeitava. Já havíamos perdido duas aulas, e não estávamos nos importando com as outras, então apenas seguíamos dentro do carro, para um lugar qualquer.

– Às vezes me pergunto como teria sido minha vida, se eu tivesse conhecido Rachel antes. – Andrea disse, quase sussurrando. – Se teríamos brincado juntas, se teríamos dividido o mesmo quarto, se teríamos dividido os mesmos brinquedos... – ela suspirou e olhou para mim, para depois voltar a olhar para a estrada. – Se teríamos nos apaixonado pelo mesmo garoto... ou garota.

– Os Berry têm algo que chama a atenção, sabe? – comentei, rindo.

– Beckendorff. – Andrea disse, virando uma esquina. – Me recuso a usar o sobrenome do meu pai.

Ficamos caladas novamente, Andrea parou o carro em frente à uma casa branca e suspirou, jogando sua cabeça para trás.

– Como você vai fazer isso? – perguntei.

– O que?

– Conviver com Rachel, dizer à ela que vocês são irmãs.

– Eu não sei se conseguirei fazer isso. – ela olhou para mim e secou uma lágrima. – Foi difícil dizer à você, e fazer o mesmo com ela será mais. Quero dizer, Rachel não vai entender isso.

– Como tem tanta certeza nisso?

– Qual é, Santana! – seus olhos foram para a rua à frente. – Shelby não vai deixar eu me aproximar dela.

– Isso eu sei. – tirei o cinto de segurança e olhei para a casa. – É aqui onde você mora?

– Sim. – ela também olhou para a casa, suspirando em seguida. – Se eu entrar ai, mamãe irá perguntar o que aconteceu.

– Ela sabe que você e Rachel...

– Não! – ela olhou para mim, parecendo assustada. – Minha mãe não pode imaginar isso! Ela me proíbe de ver Rachel, ou você, ou até mesmo me coloca em outra escola.

– Andrea...

– Talvez ela me mande morar com minha avó. – Andrea secou mais uma lágrima. – Aquela velha idiota não gosta de mim, por ser filha daquele...

– Hey...

– Acredita que ela disse que eu também tenho autismo? Aquilo não é uma família, mas sim pessoas mesquinhas.

Suas mãos apertaram o volante, eu suspirei e coloquei o cinto novamente.

– Vamos para a minha casa. – ela franziu a testa. – Não podemos ficar aqui, não podemos entrar em sua casa, então...

– Eu não quero lhe incomodar.

– Você não vai incomodar. – respondi, acariciando seu braço. – Vamos?

***

– Me lembro de ter lhe visto correr para dentro do banheiro naquele dia. – Andrea disse, rindo. – Seu uniforme estava sujo de comida.

– Eu me lembro. – virei meu rosto para ela, também rindo. – Rachel não ficou com pena de mim.

– Foi engraçado como você tentou fazer o mesmo com ela. – seus cabelos caíram em seus olhos, fazendo ela rir. – Eu sabia que não daria certo.

– E por que não foi me avisar?

– Eu não conversava com você. O que queria que eu fizesse?

Eu ri novamente e olhei para frente. Estávamos deitadas em minha cama, a casa estava vazia, o que deixava Andrea mais calma.

– Espere... – sussurrei, voltando a olhar para Andrea. – Você estava no refeitório quando eu encurralei aquela garota. – ela corou, virando seu rosto para o outro lado. – Você era a outra garota que havia dito à Rachel que ela era doente!

Andrea se sentou e abaixou a cabeça, eu também me sentei, franzindo minha testa.

– Me desculpe, por aquilo.

– Por quê? – me virei de frente para ela. – Por que você quer se aproximar dela, se antes havia dito que ela era doente?

– Eu ainda a odiava, está bem? – ela quase gritou, olhando para mim. – Eu ainda não queria acreditar que Rachel não podia mudar seu jeito. Que ela será assim para sempre. Que eu teria que conviver com ela até terminar os estudos.

– E você diz isso à ela? Já imaginou se fosse você? – senti meu sangue esquentar, então me levantei. – Imagine, você não poder ir para a escola sozinha, de carro! Você não saber amarrar os tênis, não conseguir olhar nos olhos das outras pessoas, não conseguir gostar do toque dos outros em você, não conseguir se apaixonar, não conseguir abraçar quem você gosta, não conseguir beijar quem você quer!

– Pare... – ela pediu, já chorando.

– Rachel é tão especial sendo ela mesma! – gritei, olhando para ela. – Sabe o que ela sabe fazer? Jogar Baseball, correr mais rápido que qualquer um, impressionar qualquer um com um pequeno buquê de margaridas! Você sabia que aviões menores podem subir até 50 mil pés? Bem, eu não sabia, mas ela sabe! Rachel sabe tanta coisa quanto você! E não é porque ela não sabe amarrar os tênis, que ela não vai saber conversar como qualquer um!

Percebi que Andrea soluçava de chorar, escondi meu rosto com minhas mãos e fui até a janela, tentando respirar um pouco.

– Você não sabe o quão arrependida, eu estou... – ela murmurou, se levantando.

– Eu não consigo acreditar muito nisso.

– Santana... – ela se aproximou, secando suas lágrimas. – Por favor, acredite em mim.

– Andrea.

– Oh, Deus! Santana! – ela segurou meus braços, com um pouco de força. – Eu sei que você gosta da Rachel, e vai defendê-la até sua morte, mas eu não estou mentindo!

– Você está me machucando, Andrea.

Ela me soltou e foi até a porta, para logo se virar para mim.

– O que eu posso fazer para você acreditar em mim? Eu lhe contei toda a maldita história sobre meu pai! A história que eu nunca disse à alguém!

– E-eu...

– Eu confiei isso a você, e agora preciso que você confie em mim!

– Quer que eu confie em você? Então faça por merecer!

– O que você quer? Que eu diga à Shelby que sou irmã da Rachel? Que eu diga à minha mãe que eu conheço minha irmã, e que quero me aproximar dela? Que eu diga à Rachel o quanto eu a odiava? Eu faço isso, se é o que você quer!

– Não. – abaixei minha cabeça e suspirei. – Me desculpe. Não precisa se forçar a isso por meu surto. Eu...

– Você está defendendo ela, eu entendo. Mas eu não farei mal à ela novamente. Não mais.

– Eu não consigo ver Rachel sofrer e não poder defender ela. É como...

– Querer correr e não sentir suas pernas. – a encarei séria, afirmando com a cabeça. – Eu me sinto assim quando quero conversar com Rachel, mas não sei o que dizer. Me pergunto se ela vai responder, ou bater em mim. Você viu como ela reagiu no primeiro dia que fui à casa dela?

Suspirei pesado e me sentei na cama, Andrea sentou ao meu lado e respirou fundo.

– Me desculpe novamente. – murmurei.

– Tudo bem, eu... Me desculpe pelo que fiz à Rachel.

– Você não devia pedir desculpas à mim.

– Eu sei, mas não sei como explicar meu erro à Rachel.

– Eu posso tentar te ajudar.

– E eu vou te ajudar também.

– Me ajudar com o que?

– Acha que eu não sei, como você está perdida, em relação à ela? Todos podem ver o quão apaixonada você está, mas não consegue seguir em frente.

– Eu não sei fazer isso. Quero dizer, ela me beijou! Agora eu não sei se devo continuar do mesmo jeito, ou se posso me aproximar mais dela e tentar beijá-la.

Andrea riu e me abraçou, me fazendo sorrir, enquanto suspirava.


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Notas finais do capítulo

Sem Rachel nesse cap, mas no próximo ela aparece.
xoxo



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