Unconditionally escrita por WaalPomps


Capítulo 1
There is no fear now


Notas iniciais do capítulo

Heeello amadenhos. Mais um surto básico meu.Seguinte: ficou meloso pra caralho, to ligada.Mas essa era a ideia, fazer algo diferente. Nós sempre fazemos eles marrentos e brigões: que tal eles mostrarem o que sentem, pra variar?Espero que gostem.
Ah sim, a música que deu origem a fic é a da Katy Perry
Pros desligados do mundo: http://www.youtube.com/watch?v=XjwZAa2EjKA



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Silêncio. Em cada cômodo daquela enorme casa, emanava o silêncio supremo e absoluto. A luz da lua banhava os móveis pelas grandes janelas de vidro, formando sombras e formas nas paredes. A lua também emprestava sua claridade para os dois apaixonados que naquele momento se encaravam, com as respirações ofegantes.

Isso não era fácil para nenhum dos dois, mas era algo que queriam, que almejavam, que precisavam. Assim como o ar parecia vital, ter o outro junto de si era essencial. Nem se lembravam mais do que havia ocasionado a discussão de mais cedo, mas se lembravam do que ela havia ocasionado.

_ Olha para mim. – sussurrou Giane, acariciando a curva do maxilar do noivo. Ele ergueu os olhos para ela, em silêncio – Do que você tem medo?

_ Eu não tenho medo. – garantiu ele, a voz áspera. Ela se aproximou, beijando o vinco entre as sobrancelhas dele.

_ Você prometeu. – lembrou ela, tornando a se afastar – Do que você tem medo? – tornou a perguntar.

_ Que você vá embora. – admitiu ele, fechando os olhos para segurar as lágrimas – Que você perceba que eu não sou o cara que você merece, que meu passado nunca vai ser limpo, que eu vou ser sempre um cara cheio de marcas.

_ Eu não vou a lugar nenhum. – garantiu ela, secando as lágrimas dele – Nem que eu tenha todos os caminhos do mundo, que eu tenha todas as opções, eu não vou para lugar nenhum. Eu escolhi estar aqui, com você, quebrado e imperfeito, cheio de erros. Porque foi assim que eu me apaixonei por você, e é assim que eu quero você.

Ele sorriu de lado, acariciando o braço dela e subindo em direção ao ombro, chegando aos cabelos. Colocou uma mecha atrás da orelha dela, vendo-a fechar os olhos.

_ É sua vez. – sussurrou ele, vendo-a pressionar os olhos – Giane...

_ Eu tenho medo por me sentir tão... Dependente, de você. É como se você fosse uma droga, um vício. Cada mania, cada defeito, cada bobagem, cada sorriso... Me parece tão vital. – ela disse em voz baixa, os olhos esquadrinhando o rosto dele – E eu vejo você tendo atitudes que eu sei que são para me agradar, para mostrar que você me merece... E eu tenho medo de não conseguir fazer o mesmo.

_ Mas eu nunca te pedi para fazer. – ele segurou o rosto dela – Giane, eu já te disse, um milhão de vezes para mais. Eu te amo desse jeito mesmo, sendo um moleque de rua, uma maloqueira, falando palavrão e infestando a casa em dia de jogo do Corinthians. – ela riu – Eu não reclamaria se você fosse mais carinhosa às vezes, mas eu não quero uma melosinha, cheia de dengo. Eu quero seus socos, seus tapas, seus beijos, eu quero tudo! Desde que sejam seus.

Ela sorriu, se ajoelhando e beijando o homem a sua frente. Ele segurou a cintura dela com as duas mãos, sentindo o corpo dela tremendo.

_ Pode chorar se quiser. – sussurrou contra o rosto dela – Hoje eu não vou te julgar.

A morena afundou o rosto na curva do pescoço dele, deixando o corpo curvado. Ele aproveitou a posição para puxar a blusa dela, revelando as costas claras. Ela se afastou para ele terminar de retirar a peça, vendo-o ficar sobre os joelhos, assim como ela.

_ Você tem uma marquinha nas costas, bem na altura da costela. – ele tocou o lugar.

_ Eu caí de uma árvore quando éramos pequenos... Você e o Bento tinham saído correndo, e enrosquei o cadarço em um galho. Tinha uma pedrinha mais afiada no chão, e cortou minhas costas. Aí ficou a cicatriz. – ela explicou, sorrindo – O que é isso?

_ Nós combinamos que seríamos transparentes, sinceros... Eu quero conhecer cada pedaçinho seu, até melhor do que você mesma. – explicou ele, puxando a mão dela e beijando.

_ Meloso.

_ Por hoje, pode. Hoje a noite, sem máscaras ou desculpas. Eu sou teu, incondicionalmente. E eu quero que você seja minha também. – a voz dele era um sussurro aveludado, doce e carinhosa – Pode me perguntar o que quiser, e eu vou dizer.

Ela assentiu, deixando as malditas lágrimas escorrerem. Sem máscaras, desculpas, ou disfarces. Deixaria os sentimentos virem à flor da pele.

Giane puxou a camisa de Fabinho, tirando-a como ele havia tirado sua blusa. Observou o peito dele se movendo pela respiração pesada, e procurou o que queria.

_ Porque você tatuou esse símbolo? – perguntou ela, acariciando a costela dele – Você não me disse o que quer dizer, ou porque tatuou.

_ Ele quer dizer destino. – ele explicou – E eu tatuei depois que você aceitou casar comigo e se mudar para cá. Pode ser idiota, eu sei. Eu sabia que se eu tatuasse seu nome você me socaria. Então tatuei um adjetivo.

_ E destino é adjetivo para mim?

_ Para mim é. Porque você é meu destino, sempre foi, de uma maneira ou outra. Cada vez que você me bateu, que brincou comigo, que me deu lição de moral... O dia que você me achou na praça, quase morto e... – ele suspirou, levantando. Ela o olhou confusa, enquanto via ele desabotoar o jeans e o jogar longe, apoiando a perna na cama – Tá vendo essa cicatriz?

_ A do machucado na sua perna? – ele assentiu, mostrando a forma irregular e esbranquiçada.

_ Esse marca horrorosa é para me lembrar de quem eu fui, e de quem eu nunca mais devo ser. – ele garantiu, tornando a se ajoelhar na cama e segurando o rosto – Mas também para me lembrar que você é meu ponto de chegada, para onde quer que eu vá. Você é meu norte, sul, leste, oeste. Você é cada caminho que eu tomar, porque todos eles vão me levar até você e...

Ela não esperou que ele terminasse de falar, puxando o rosto de Fabinho em direção ao seu, selando seus lábios. Ele a puxou pela cintura, deixando que as pernas dela escorregassem pela lateral do seu corpo. Giane apoiou uma perna no chão, se firmando, e empurrou o corpo do noivo para a cama.

A jovem empurrou as pernas dele para o colchão, pegando a perna com a cicatriz e acariciando. Ele fechou os olhos, lembrando-se do toque carinhoso dela para tratar a ferida, de como parecia suave apesar da dor. Sentiu os lábios dela pressionando o local, e abriu os olhos.

Ela estava engatinhando sobre a cama, deixando o corpo sobre o dele. Ele observou a cicatriz no queixo dela, mas essa ele sabia o motivo. Havia sido inclusive o responsável, quando tinham sete anos.

_ O que você pediu? – perguntou ela, fazendo-o arquear a sobrancelha – Aquele dia, quando estávamos olhando a lua... Você pediu o que?

_ Um caminho. – ele sorriu, vendo os olhos dela se enchendo de água – Agora você entende porque você é meu caminho?

_ Eu te amo.

Ela deixou o corpo cair sobre o dele, tentando acabar com qualquer distância existente. Cada milímetro era muito, cada brecha de ar era exagerada, cada pequeno espaço era frio.

Se livraram das peças de roupa com facilidade, experimentando pela primeira vez a sensação de fazer amor de maneira tranquila, não explosiva ou quebrando nada. Sem barreiras, sem disfarces, sem medos.

_ Você vai estar aqui quando as coisas ficarem complicadas? – perguntou ele, encarando os olhos dela, ambos deitados um de frente para o outro – Porque elas vão ficar complicadas uma hora ou outra. Eu preciso saber que eu não vou estar sozinho de novo.

_ Você nunca mais vai estar sozinho. – prometeu ela, aproximando o rosto do dele. Fabinho ergueu o rosto, colando os lábios na testa da noiva – Nós vamos estar juntos, nos momentos bons e ruins.

_ Nós ainda não casamos para você prometer isso. – ele observou, e ela ergueu os olhos para ele.

_ Eu não preciso de um padre, um juiz ou um monte de gente para prometer isso. – ela sussurrou – Eu prometo estar com você em cada momento das nossas vidas, a aguentar cada uma das nossas brigas idiotas. Porque eu aceito o fato de que você é a parte mais importante da minha vida, a parte mais importante de mim. Eu não posso mais existir longe de você, parece impossível e improvável.

_ Eu não quero que você se sinta presa.

_ Esse é o negócio: eu não me sinto. Pela primeira vez, eu realmente me sinto livre. E quando eu digo a primeira vez, eu digo a primeira vez na minha vida. – ela contou – Você me ama e me aceita por quem eu sou, não por quem eu posso ser ou me tornar. Você não quer a modelo, ou a moleca. Você quer as duas, ou quem quer que eu queria ser da junção delas ou além delas.

_ Você pode fazer o mesmo por mim?

_ Eu já fiz. E desculpa se às vezes não parece. Mas eu me apaixonei pelo que você é, não importando quem você demonstre ser. Eu não amo o Fábio Campana, ou o Fábio Queiroz. Eu amo o Fábio, sem ligar para o sobrenome ou de onde você veio, o que você fez. Eu amo você. Incondicionalmente.

_ Incondicionalmente. – ele puxou o corpo dela para junto do seu, selando a promessa.

Eles eram um do outro, além de qualquer coisa, acima de qualquer coisa.

Incondicionalmente.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado.Aguardo opiniões.Beeijos