The rose in solitude escrita por Mione St


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

O único hoje.

Só posto agora depois do meu níver.


09/12



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Anna reconheceu na hora o local onde estavam. Era o Mirante Internacional. Do topo do mirante, podia-se ver toda a cidade. Em outra época, era um local simples, onde turistas visitavam com bermudas e óculos de sol e famílias passeavam no fim de semana, num programa dominical. Quando restauraram o local para preservação de patrimônio, acabaram adotando tantas modernidades e requintando tanto o local que de ponto turístico simples passara a ser um local nobre, com ingresso alto e povo selecionado. Só entrava quem pagava um ingresso altamente caro. E poucos era quem dispunha de tempo e dinheiro para isso.
Anna apenas olhava para o mirante, mas nunca o tinha visitado. Não demonstrara interesse embora a vista fosse linda. Lá não possuía um local para jantar ou coisas do gênero, era apenas um local onde a alta elite se reunia. Se perguntou porque Shaka a trouxera ali. Mas resolveu não perguntar. Sabia que ele lhe diria mais cedo ou mais tarde. Eles pagaram o ingresso fazendo uma careta ao ver o preço e subiram de elevador para o ponto mais alto, arrancando olhares de admiração por onde passavam. Eram um casal e tanto.
Shaka a conduziu para uma sacada. Anna sorriu com a vista. Era decididamente linda. As luzes da cidade lhe davam um ar etéreo e mágico e as montanhas escuras ao fundo aumentavam a sensação de misticidade. Os dois olharam com os binóculos alguns pontos específicos da paisagem. E depois, quando se cansaram, se escoraram na sacada, olhando para fora, contemplando o tudo e ao mesmo tempo o nada.

Shaka: Eu costumava vir muito aqui quando era criança... com a minha mãe.
A voz de Shaka cortara o barulho baixo e sibilante do vento. Anna se voltou para ele, colocando o cabelo para trás da orelha.
Anna: É mesmo? (disse sorrindo)
Shaka: Sim, quando eu era criança. Isso foi antes de o mirante se tornar um lugar chique. No domingo minha mãe me levava até aqui e eu ficava com ela olhando o horizonte. Ela me dizia que as coisas iam melhorar. Mas nunca melhoraram.
Ele a abraçou pelos ombros e ficou olhando para o horizonte escuro. Anna sorriu para ele, acompanhando seu olhar.
Anna: Do que... bem, como sua mãe morreu?
Shaka: Doenças e desgosto, acho. A vida não foi justa com ela. Quando ela morreu me senti completamente perdido. Me recusava a voltar aqui. Me recusava a se lembrar dela. Me sentia traído, amargo. Ela era a única pessoa que eu tinha e havia me deixado.
Anna estremeceu e se perguntou como Shaka se sentiria quando ela o deixasse. Como se lesse seus pensamentos, ele completou.
Shaka: Mas aí eu encontrei você naquele jardim. E você me devolveu a esperança. E quando eu a conheci, entendi que não escolhemos o destino que temos... temos apenas que vivê-lo. E ao contrário do que pensei que faria, não lutei contra o amor que sentia por você... queria vivê-lo e correr o risco... pois vale a pena. Vale a pena amar Anna, mesmo com todos os riscos do que viver como eu vivia.
Ela ainda ficou quieta.
Shaka: Uma conversa pesada demais para um aniversário? Talvez. Mas eu precisava te dizer Anna. Eu te amo e não tenho medo do que está por vir. E depois de tantos anos, graças a você, consegui enfrentar o meu passado... que por tempo demais me assombrou. E é aqui, neste lugar que significou tanto para mim que eu queria te trazer. Porque eu quero compartilhar tudo com você... com o tempo que tivermos e a vida que tivermos.

Anna ficou em silêncio, fitando os olhos sérios que a observavam. Sorriu para ele e o abraçou com força. Não poderia dizer nada. Qualquer coisa que disesse se perderia no meio da beleza das palavras de Shaka. Ela sentiu as mãos dele em sua costa enquanto o vento gelado contrastava com o contato quente entre o corpo de ambos.
Anna: Eu amo você. E quero dividir tudo com você Shaka, tudo...
Ela o beijou com força, paixão e desejo. Acima de tudo o desejo. Ambos se desejavam há muito tempo, mas Shaka não queria apressar as coisas e Anna não sabia como agir diante daquilo. Ela sabia que Shaka sentia mais medo por ela do que ela mesma. Sabia que ele queria que tudo fosse perfeito. Mas a perfeição não existia. Não a perfeição perfeita ao menos. E agora, para ela o momento era algo que lembrava o perfeito. Mas não sabia se era para ele.
Ele a estreitou contra si e lhe devolveu o beijo, profundo e intenso. AS línguas se buscavam num desespero mútuo, os corpos se tocavam, procuravam o calor... Shaka mal conseguia respirar, inebriado por aqueles contatos suaves e eletrizantes. Desejava aquela mulher. Desejava-a desde muito. Mas queria conquistar seu coração antes do seu corpo. Ela era muito mais do que uma mulher que queria levar para a sua cama. Era a mulher da sua vida. Enquanto vivesse, fosse em 100 anos ou apenas 100 horas.
O beijo chamava a atenção das outras pessoas. Os dois se separaram, mas não se sentiam constrangidos. Ela fechou os olhos quando ele acariciou uma mecha de cabelo.
Anna mandou a cautela para os ares. O abraçou com força e sussurrou, o que sempre quisera dizer:
Anna: Shaka, eu te desejo... eu preciso de você.
Ele estremeceu ao som daquelas palavras. E murmurara aquilo que guardara para si fazia algum tempo.
Shaka: Eu também... eu também te desejo.

Estava ficando insuportavelmente quente naquele local ou era a febre do desejo que estava dominando o corpo de ambos?
Shaka se separou de Anna e afrouxou o nó da gravata. Pensava no que fazer. Não queria levar Anna para um motel de quinta categoria e não tinha dinheiro para pagar um local legal. A casa dele era catastrófica e achava errado dormir na cama de Anna com os pais dela no quarto ao lado. Ficou pensando no que fazer. Anna cruzou os braços e o fitou.
Anna: No que está pensando?
Shaka: Eu... eu não tenho para onde te levar...
Anna: Acredita que eu me importo com o local?
Shaka: Anna, não quero te levar para esses motéis de quinta como se fosse mais uma mulher com quem saí. Na sua casa não acho certo e na minha não teríamos tranquilidade.
Anna: Você só pensa em locais com teto e paredes.
Shaka: E cama. (dando um olhar malicioso para ela)
Anna: E cama. Mas você é tão frágil assim que a grama o incomodaria?
Shaka a olhou abobado por um momento.
Anna: O jardim Shaka. É tarde e aquele local está completamente vazio. Ninguém vai lá depois que escurece. Nem assaltantes ou bandidos. Parece que acham o local fúnebre.
Shaka: Acha que o jardim é seguro?
Anna: Por que você acha que eu vou lá de madrugada? Não tenho tendências suicidas pelo que eu saiba.
Ela riu e ele a acompanhou no riso. Ainda assim tinha medo. Era arriscado. E perigoso. E era uma loucura.
Mas havia o desejo. E ele falou mais alto que a prudência.

O jardim estava vazio.v A luz da lua iluminava e refletia a grama verde. Não havia rosas, apenas os galhos, já que o inverno começaria em breve. Anna caminhou pela grama, o sapato nas mãos, enquanto os pés fofos sentiam a grama úmida e os cabelos refletiam o brilho das luzes noturnas.
Ela jogou os sapatos no chão e se voltou para Shaka. Estava nervosa. Não sabia o que dizer, como agir. Não sabia o que falar. Como se lesse seus pensamentos, Shaka se aproximou dela. Pousou a mão em sua cintura e sem uma palavra sequer a beijou. Ela retribuiu o beijo enquanto sentia as mãos dele em seu corpo, a explorando delicadamente.
Ela estremeceu quando as mãos percorreram os braços de cima a abaixo. O contato não era ousado, mas era íntimo. E aquilo a desconcertava.
Shaka finalizou o beijo e procurou a sua orelha para uma exploração sensual. Ele sentiu ela se apoiando no corpo dele, sentiu o estremecimento. Hesitou. Talvez aquele não fosse o momento.
Shaka: Anna... você tem certeza de que quer que isso aconteça?
Anna: Você ainda pergunta?
Shaka: Você parece estar nervosa... temos tempo. Eu...
Anna: Não temos tempo. Não quero esperar mais. Estou queimando por dentro Shaka. Posso estar nervosa, mas sinto uma necessidade tão grande de você que pareço que vou queimar e arder... não ouse parar, não ouse desistir. Não agora.
Não houve mais hesitação. A urgência que a acometia era a mesma que ele sentia. Ele nunca havia estado com uma virgem. Temia ser bruto, não conhecia as reações... mas sentir Anna tão entregue, declarando o desejo, acalmou sua insegurança. Devagar, a fez se ajoelhar e a deitou na grama. Os dois se encararam por um momento. Anna pôde ver o brilho da lua por trás do corpo de Shaka. Quando ele se ajeitou em cima dela, não pode ver mais nada. Apenas sentir.

Shaka a beijou novamente. Sentiu as mãos de Anna se apoiarem em seu ombro e o acariciar de leve, com cuidado. Ele desviou a boca dos lábios e se apoderou do pescoço dela. AS mãos dele, sem pressa, baixaram as alças do vestido, deixando os ombros completamente nus. Anna estremeceu ao sentir os lábios quente dele em sua pele, enquanto as mãos dele subiam delicadamente pela barriga, os polegares fazendo maior pressão na pele por onde tocava.
Anna fechou os olhos e entreabriu os lábios. A boca dele se apoderou mais uma vez da dela, lhe dando beijos estonteantes e cheios de fome. As mãos dele subiram mais um pouco, se apoderando dos seios.
Ao sentir o toque,Anna ficou tensa, mas os beijos sensuais a fizeram relaxar novamente. Ela gemeu quando ele começou a acariciar ambos os seios, ora fazendo mais pressão, ora apenas os tocando de leve. Anna mexeu o corpo e sentiu o tecido do vestido escorregar mais um pouco, para abaixo dos seios. Ele a amparou com um braço e ergueu o corpo dela, afim de trazer os seios dela para mais perto da sua boca.
Shaka: Anna... meu amor...
As palavras lhe faltaram. Devagar, ele sugou delicadamente o seio direito, enquanto com a outra mão delineava o esquerdo. Anna conteve a respiração. Apenas sentiu o toque dos lábios e da língua em seu corpo e sentiu o prazer que a percorria. A sensação era tão quente e intensa que ela não conseguia pensar. Sentia que aos poucos era recolada na grama, mas que o corpo de Shaka se abaixava junto com o dela, sem separar a boca da sua pele, pelo contrário, tornando o contato cada vez mais intenso.
Ele a deitou novamente. Tirou a gravata e a camisa, a jogando descuidadamente pela grama. Depois foi a vez de se livrar dos sapatos, meia e calça. Com cuidado, retirou completamente o vestido de Anna. Ambos ficaram por um momento conhecendo o corpo um do outro.

A observação foi minuciosa e detalhada. Anna estendeu as mãos e acariciou com cuidado o peito de Shaka, a barriga, os ombros e as costas. Ele a fitou nos olhos, enquanto a mão dele, que estava nas costas dela passou para a barriga e começou a descer suavemente pelo ventre, procurando pela sua intimidade. Com toda a calma e suavidade, Shaka começou a acariciar a intimidade de Anna, para prepará-la completamente para o contato final dos corpos. Sentiu quando ela começou a suspirar e quando os suspiros viraram gemidos entrecortados. A mão era ousada, exigente, carinhosa e suave. Anna não conseguia aguentar. A carícia era torturante, seu corpo estava queimando, ardendo. Precisava da conclusão daquilo, precisava completamente do corpo dele.
Ela ergueu um pouco o corpo e começou a beijá-lo no pescoço. Aos poucos, os lábios suaves dela beijaram o peito dele. Ela o segurava pelos ombros, atraindo os corpos. Ele podia sentir os arquejos suaves entre os beijos, pela carícia cada vez mais intensa que fazia.
A excitação dele já estava no máximo. Anna tinha o poder de enlouquecê-lo até mesmo com toques tão singelos. Ele sentiu a umidade crescente dela e parou com a carícia. Ela já estava pronta para ele.
Ele separou suavemente as pernas dela e se posicionou. Anna fechou os olhos. Sabia que iria doer, mas sabia que haveria uma compensação. O cheiro da grama e das árvores misturados com o odor do corpo de Shaka a inebriava. Ansiava pela conclusão daquilo, ansiava pelo que estava por vir.
Ela observou Shaka colocara camisinha antes de beijá-la outra vez para ela relaxar.
Shaka: Eu prometo que terei calma... me avise se eu a machucar.
Anna: Sei que não o fará.

Ele sorriu e a penetrou. Anna sentiu a pontada de dor. Foi mais forte do que previra, mas menos ruim do que imaginava. Ele se movimentava devagar, dando tempo a ela se acostumar com o seu corpo. A beijava no pescoço, nos olhos, no rosto. Dava beijos intensos enquanto se movimentava, para que ela se esquecesse do incômodo.
A dor passara depressa. Anna agora sentia o poder de seu corpo e todas as sensações que ele podia proporcionar. Agindo por instinto, começou a se movimentar contra Shaka, o procurando, procurando pelo prazer que sabia que iria sentir. Ele se movimentou contra ela, a calma esquecida, apenas a busca pela conclusão. Os gemidos eram ritmados, entoados quase que em uma canção. Os corpos de ambos estavam suados, em contraste com a grama fria. A febre aumentava e Anna sentia que o calor e o ardente desejo logo seriam convertidos em um prazer puro e intenso.
Anna: Shaka... (mal conseguindo falar)
Shaka: Anna... quietinha meu amor... deixe as coisas acontecerem.
E foi o que ela fez. Quando ela menos esperou, toda a angústia que a acometia se converteu em um clímax intenso, que a fez não sentir mais nada, exceto o suor no rosto e o corpo de Shaka em contato com o seu. E quando ele alcançou o seu clímax, ela sentiu o corpo dele desabando contra o seu. O som que se seguiu ao momento foram arespiração entrecortada e os barulhos da noite. Foram a última coisa que ouviram. Depois tudo ficou escuro.

"Cinco meses se passaram depois daquele dia. Cinco meses onde descobrimos mais coisas sobre nós, onde mais confissões surgiram e claro, mais formas pecaminosas e sensuais de se amar. Anna se tornara meu mundo. Sempre o fora, mas depois daquela nossa noite, ela se tornou a minha alma. Eu a amo mais do que a mim mesmo.
Esqueci da doença dela nos meses que passaram. E tentei fazer ela se esquecer também. Acredito que consegui na maior parte do tempo.

Mas agora, não há mais como fingir, não há mais como enganar. Posso perdê-la em breve. Eu sei disso, ela sabe disso.
Ela não tentou me afastar. Parece que se resignou em saber que eu sofria por ela. Quando faltava uma semana para a sua internação e a cirurgia, apenas me pediu para não pensar no assunto. Que ela já pensava o suficiente por nós dois.

Até mesmo essa semana passou rápido. O tempo passou rápido demais. Anna irá ser internada no dia seguinte. Agora é a contagem regressiva. Para tê-la definitivamente em minha vida... ou para perdê-la para um destino contra o qual eu não posso lutar."


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Notas finais do capítulo

É bem provável que eu demore para postar. Tenho tudo armado na minha cuca, mas não sei bem como passar para a fic.

os que esperavam mais Saga e Luna, desculpem.
Aos que gostaram do cap Shaka e Anna, espero comentários, não vai cair os dedos, titia garante.

Mesmo que não comentem eu continuo postando .

Beijos! Depois do meu níver eu venho postar!



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