Charme escrita por Ai


Capítulo 1
Charm.




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JÁ FAZIA QUANTO TEMPO QUE ESTIVERA PROCURANDO-A? O dia em que poderia controlar a loira estava quase na metade e ele não pudera aproveitar nada — não que se importasse, na verdade.

Gajeel Redfox bufou, perguntando-se se seria mais sensato voltar para a guilda e esperá-la retornar.

Afinal, por que Levy havia saído correndo daquele jeito?

Procurou por mais algum tempo na cidade, mas finalmente perdeu a esperança de encontrá-la naquele dia. O único lugar onde poderia achá-la agora seria a Fairy Hills e, infelizmente, homens eram proibidos naquele recinto.

Suspirou, voltando para a sede da Fairy Tail totalmente desanimado. Perdera seu dia. Controlar Lucy era legal, porém não poderia aproveitar com tanto gosto se estivesse preocupado com Levy.

Observou o edifício alto que ficava frente à orla da praia. Lembranças amargas voltaram a sua mente. Lembranças de quando era membro da Phantom Lord e fora mandado para destruir aquele prédio...

Hoje em dia arrependia-se por tê-lo feito. Entretanto, não sentia a culpa cair-lhe. Podia ter sido algo errado, no entanto, fora graças àquilo que pôde conhecê-la.

Mais do que raiva de ter destruído o local, era a que sentia de si mesmo por ter ousado tocá-la, machucá-la daquela maneira. Sua raiva ao lembrar-se disso era tanta, que se misturava com nojo e escárnio de si mesmo.

E pensar que, por sua culpa, a azulada quase morrera...

Balançou a cabeça, livrando-se desses pensamentos. Na verdade, sua vontade de entrar naquele local barulhento se esvaíra totalmente.

Levantou a cabeça até enxergar a floresta atrás do outro edifício que fora sede para a guilda e que também servia de lugar para treinamento.

Caminhou para lá, em nenhum momento sem largar a guitarra.

O que será que Lily estava fazendo com os outros exceeds?

Adentrou a floresta em meio ao excesso de árvores, seguindo um caminho por ele já conhecido. Seguiu em frente, observando a mudança no espaçamento entre as árvores ir se alterando com o tempo. Elas ficavam cada vez mais distantes umas das outras.

Seguindo um pouco mais em frente, ele acabaria por dar de cara com um santuário abandonado.

É um bom lugar para se ficar sozinho; pensou, virando-se para o outro lado.

Retesou-se bruscamente, voltando a olhar na direção em que o santuário encontrava-se.

Um bom lugar para se ficar sozinho? Não poderia... Poderia?

Voltou até lá e seguiu em direção ao santuário. Não custava nada dar uma olhada, certo?

A princípio não encontrou nada demais. Porém enxergou, na escada do santuário, orelhas grandes e negras de coelho. Ahá! Ali estava ela!

— O que faz aqui? — Indagou, sentando-se ao lado da azulada e a assustando com sua presença repentina. Pela ruga em sua testa dava para perceber que andara forçando demais as sobrancelhas. Não em raiva... Em tristeza, percebeu o moreno.

— Gajeel?! — Exclamou, massageando o cenho rapidamente. — O que está fazendo aqui?

— Estava lhe procurando — respondeu com sinceridade.

Ficaram alguns segundos em silêncio antes dela perguntar:

— E como me achou?

— Sabia que estaria aqui — mentiu.

— Mesmo? — Perguntou com um olhar desconfiado.

— Por que está me olhando assim? Acha que estou mentindo?

— Acho — foi honesta.

— Ei! — Exclamou indignado. — Por que pensa isso?

— Se soubesse que estava aqui desde o começo, não era para ter demorado tanto em me achar.

Touché. A pequena lhe pegara de jeito.

— D-de qualquer forma, por que saiu correndo daquele jeito? — Mudou de assunto.

Levy abraçou os joelhos. Sabia que não adiantaria nada mentir para Gajeel.

— Estava me sentindo meio... Desajeitada e injustiçada.

— O quê? Como assim?

— Você sabe... — murmurou. — Dançar ao lado da Lu-chan fez-me sentir que... Como posso dizer? Envergonhada?!

— Envergonhada? E qual seria o motivo disso?

— É só que... Eu não tenho o charme que a Lu-chan tem para vestir esse tipo de roupa — apontou para as próprias vestes, rindo de como aquilo tudo parecia bobo.

— Saiu correndo só por causa disso? — Surpreendeu-se.

— Eh? Sim... — Sabia que era algo bobo, porém ele não precisava ficar tão surpreso. — Eu, que não tenho charme...

— Está certo que a líder de torcida combina com essa roupa mais que você — admitiu cortando-a. — No entanto, isso não significa que ela possua mais charme que você.

— Eh?

— Levy... Acredita mesmo que se não tivesse charme nenhum, Dret e Joy ficariam babando em você como fazem? — Disse com certa irritação.

— Er... São Jet e Droy... — corrigiu.

— Tanto faz. O que quero dizer é que você possui sim seu próprio charme, baixinha. — Observou, afagando os fios azulados. A pequena corou levemente ao sentir seu toque e ouvir aquela frase.

— Onde? — Estava difícil acreditar.

O dragon slayer sorriu. Sabia que perguntaria.

— Aqui; aqui e, principalmente, aqui. — Respondeu apontando para seus olhos, sua boca e seu coração, respectivamente. Levy sentiu as bochechas ruborizarem completamente.

Gajeel retornou a sentar direito, pegando sua guitarra e tocando as cordas lentamente, formando uma canção calma e gostosa de se ouvir.

— Acredita mesmo nisso? — Indagou ainda hesitante. O moreno encarou os olhos castanhos que tanto o encantava.

— Tenho certeza – respondeu, voltando a tocar.

Levy sorriu, fechando os olhos e se deixando ser levada pela melodia.

Não importava a opinião dos outros. Enquanto para ele, ela possuísse charme, tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. ( ^ o ^)/