Sob o Brilho da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 21
Capítulo 21 - Vida de Vampira


Notas iniciais do capítulo

Depois de me acostumar com a temperatura da água, eu relaxei. Ainda estava suja de sangue e meu cabelo estava absolutamente grudado e engordurando. Esta nova vida - definitivamente - estraga o cabelo de qualquer um. Tente passar vinte e quatro horas com Damon e você vai entender o que eu estou dizendo.



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Voltei a minha forma humana novamente. Damon estava na cama, descansando. Decidi que era hora de voltar ao mundo real, afinal, Stefan precisava de mim e eu não poderia desapontá-lo.
Tirei a roupa e entrei no chuveiro. A água era gelada sobre minha pele, estranho, muito estranho - antes da transformação, ela sempre me pareceu morna.
Depois de me acostumar com a temperatura da água, eu relaxei. Ainda estava suja de sangue e meu cabelo estava absolutamente grudado e engordurando. Esta nova vida - definitivamente - estraga o cabelo de qualquer um. Tente passar vinte e quatro horas com Damon e você vai entender o que eu estou dizendo.
Lavei meus cabelos e todo o resto e me sequei. Era tão estranho sentir a minha própria pele. Eu sentia como se alguém tivesse ligado um interruptor elétrico debaixo da minha derme. Tudo era tão intenso, tão forte. Eu podia até sentir as partículas de ar tocando meus poros - Incrível!
Vesti uma calcinha e uma camiseta e um sultien e me abaixei para pegar a toalha. Assim que a mão gelada pousou em meu ombro eu pulei para frente, arregalando os olhos. Olhei para trás, preparada para o ataque, quando encontrei os olhos de Amarillis, minha irmã mais velha. Ela sorriu e estendeu os braços para mim. Seu sorriso era o mesmo. O mesmo sorriso protetor e delicado da ruiva mais linda do mundo. Eu a abracei.
Amarillis me prendeu em seus braços. Acariciando meu rosto com as mãos delicadas.
- Senti saudades suas, irmãzinha - ela sussurrou sorrindo.
Afundei minha cabeça em seus cachos acobreados. O cheiro limpo e delicado de alfazema dela era maravilhoso.
- Eu também.
Depois de todos os acontecimentos dos últimos dias, ver Amarillis ali era confortador. Como se com sua visita, ela quisesse deixar claro que compreendia. Seus querer, lágrimas começaram a descer em minhas bochechas. Amarillis percebeu.
Ela segurou meu rosto entre suas mãos e limpou as lágrimas.
- Porque está chorando?
Eu suspirei fundo - Amarillis sempre foi o mais próximo de uma mãe que eu tive. Eu não poderia mentir para ela.
- Medo.
Minha voz era tão insegura quando as palavras saíram, que mesmo que eu tivesse dito o contrário, ela teria percebido.
- Não tema - Seus olhos diretamente nos meus - vamos estar sempre com você.
Deixei minha cabeça pender um pouco para baixo.
- Eu não quero me transformar em um monstro. Não quero ser como as coisas que eu cacei durante toda a minha vida.
Amarillis sorriu.
- Você não será.
Ela segurou meus ombros e me fez olhar no espelho.
- Vê? É você mesma, sempre será.
Amarillis sorriu novamente.
- Mais bonita, eu acho. Aliás, na minha opinião tudo isso te fez muito bem. Olhe - ela deslizou a mão em meu rosto - mais corada, mais saudável. Perfeita!
Amarillis desceu as mãos em meus braços e segurou minha mão.
- Até seu corpo está mais bonito! Mais arredondado, com mais curvas.
Eu sorri com ela.
- Está dizendo que eu engordei? - eu me fiz de ofendida.
- Claro que não bobinha. Anjos não engordam! Nós nem mesmo comemos!
- Bem, tecnicamente, eu sou uma vampira agora. Acho que as coisas são diferentes, então, tenho que me cuidar.
Amarillis sorriu novamente.
- Eu te amo, vampirinha!
Quando Amarillis me abraçou novamente, mais apertado desta vez, seus olhos se fecharam por um instante. Suas mãos desceram das minhas costas e percorreram meus ombros e braços até a cintura. Ela parou ali, tocando minha pele levemente. Eu senti ondas estranhas de eletricidade entrando em minha pele, como se ela pudesse mexer com meus órgãos internos.
- Venha, seu pai quer falar com você.
Amarillis me arrastou para fora.
Abri aporta do banheiro enrolada na toalha - eu não tinha nada para vestir, uma vez que minhas roupas estavam rasgadas e sujas de sangue - Amarillis segurando minha mão.
Damon estava sentado na cama só de calça jeans e meu pai sentado na poltrona, com uma sacola nas mãos.
- Pai! - eu corri para ele.
Meu pai me puxou para ele, abraçando-me cuidadosamente.
- Como se sente, amor?
Dei uma olhada para mim mesma, como se checando tudo.
- Bem, eu acho.
- Sente sede?
- Um pouco, mas dá para suportar.
- No começo, a sede é maior, mas com o tempo você controla.
De repente, um pensamento assustador percorreu minha mente.
- Eu vou matar humanos? Quero dizer, vou ter que me alimentar deles?
Meu pai sorriu, Damon também.
Não entendendo a graça no assunto, eu olhei de um para o outro.
- Vou? - eu repeti a pergunta.
Amarillis flutuou com toda a sua graça e segurou minha mão.
- Não querida. Você vai se alimentar de sangue de vampiro - ela olhou para Damon - seu criador vai alimentá-la.
Criador? Uh, isso era estranho!
- Sério? - eu dirigi a pergunta a Damon, desta vez.
Ele sorriu.
- Sim. Eu criei você, vou ensinar o que você precisa saber, e, te alimentar do meu sangue - ele deslizou pela cama e me puxou para seu colo. Seus olhos ainda queimavam de desejo, enquanto ele esquadrinhava minha pele exposta - E por falar em não se cansar nunca...
Eu devolvi o olhar, apreciando a pele lisa e brilhante, e o contorno dos músculos do seu peitoral - definitivamente, não seria difícil me acostumar.
Meu pai interrompeu o clima de "pegação", quando me entregou a sacola.
- Elena separou uma muda de roupa para você.
Revirei a sacola e agradeci a Deus por Elena ser tão gentil. Ela tinha separado meu jeans favorito e uma camisetinha branca de alças finas. Meu tênnis e um prendedor de cabelo.
Quando me levantei para ir me vestir, me pai segurou meu braço.
- Espere.
Eu me sentei na borda da cama.
- Tenho um presente para você.
Ele tirou um anel do bolso. Era um anel bem antigo, com uma pedra que se parecia muito com "lápiz lazulli", a mesma que os vampiros usavam para se proteger do sol.
Meu pai segurou o anel na palma da mão, sentindo suas linhas com o dedo indicador.
- Ele pertenceu a meu pai. Eu mandei arrumar, para que servisse em você. Quero que use, sempre.
Bem, esta era a parte ruim - vampiros e sol não combinam, ainda que você seja meio anjo.
Eu sorri.
- Obrigado pai.
Alaric colocou o anel em meu dedo, deslizando cuidadosamente até em cima. Virei minha mão para que pudesse apreciar melhor. O anel era de ouro branco, com detalhes em ouro amarelo e diamantes, em cima, uma pedra arredondada azul. Absolutamente lindo.
- É lindo, pai, de verdade.
Meu pai beijou minha mão - de todos ali presentes, ninguém entendia melhor a situação que ele. Alaric tinha passado pelas mesmas coisas e sua expressão me dizia que, se pudesse, ele teria evitado que eu fizesse a mesma coisa. Eu entendi seu olhar e o beijei no rosto, sorrindo levemente.
- Eu estou feliz - eu disse, apertando a mão de Damon - estou onde deveria estar pai. Estou mesmo feliz.
Alaric suspirou profundamente, olhando cuidadosamente para mim, depois para Damon e para mim novamente.
Ele sorriu.
- Eu sei querida, posso sentir isso.
Amarillis colocou a mão sobre o ombro do meu pai.
- Alaric, podemos conversar um pouco? - ela olhou diretamente nos olhos dele - á sós.
- Claro.
Okay, minha curiosidade estava me matando quando os dois desapareceram - Que diabos era tão secreto que eu não poderia saber? Conhecendo Amarillis como eu conhecia, daria um trabalhão descobrir.
Damon me puxou para perto. Sua pele ardia contra a minha, quando seu corpo tocou minhas costas. Ele levou a boca suavemente em minha orelha e sussurrou.
- O que acha de tomar um banho comigo?
Okay de novo - eu tinha acabado de tomar banho, mas, quem resistiria?
Ele puxou a toalha e a jogou na cama, bem como toda a minha roupa íntima. Passou o braço em volta da minha cintura e me carregou para o banheiro.
Por alguma razão, a água já não estava tão gelada. Estranho, não?
Damon me encostou na parede de azulejos e segurou minha coxa, prendendo-a á sua cintura. Com a outra mão e guiou meu corpo para o seu. Sua boca em minha pele, arrepiando, beijando, mordendo. Eu gemi. Damon aumentou o ritmo, mais e mais, até que eu já não controlava mais meus gemidos. As presas se alargaram em minha boca. Uma outra necessidade precisava ser liberada. Eu engoli em seco - Sangue, eu precisava de sangue!
- Faça! - ele me disse, movendo o pescoço de lado - morda.
Não foi preciso repetir, minhas presas encontraram a carne macia do pescoço dele eu apertei, fundo. Damon gemeu forte, como se não pudesse controlar mais o prazer, o ritmo aumentando. Quando mais forte e puxava meu corpo para o dele, mais forte eu sugava. Quando a sede de sangue - e de Damon - passou, eu sentia meu corpo todo tremendo. Me sentia zonza e absolutamente imprestável. Era como se o mundo todo estivesse em uma roda gigante. Apoiei meu rosto em seu ombro, lutando contra a tontura.
Damon me segurou e tirou do banheiro. Ele me deitou na cama, depois de me secar me vestir.
- Ainda vamos morrer disto! - ele pontuou.
- Tecnicamente, vampiros não morrem!
- Talvez vampiros que não a conheçam.
Eu sorri.
Enquanto Damon se vestia e se preparava para sair, eu tentei me recuperar. Tontura não era uma coisa a qual eu estava acostumada. Além disso, minha barriga não estava legal, definitivamente. Acho que meu corpo ainda não se sentia confortável com todo o sangue que eu mandava para dentro, porque eu sentia como se ele quisesse sair.

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