Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 16
Capitulo 16 - Everytime we touch


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi oi pipols.

Pedimos desculpa pela semana sem capitulo mas estávamos nos organizando para bolar os últimos capítulos de Red Ice. É verdade, a fanfic está terminando, esperamos que gostem dos próximos capítulos que ao que tudo indica serão aos mais insanos até ao momento.

Enjoy!! xoxo



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I still hear your voice when you sleep next to me
I still feel your touch in my dreams
Forgive me my weakness, but I don't know why
Without you it's hard,to survive

'Cause everytime we touch, I get this feeling
And everytime we kiss, I swear I could fly
Can't you feel my heart beat fast?
I want this to last
Need you by my side

Cause everytime we touch, I feel the static
And everytime we kiss, I reach for the sky
Can't you feel my heart beat slow
I can't let you go
Want you in my life

*** Mystic Falls ***

Klaus

Eu entrei naquela casa prometendo a mim mesmo que essa seria a ultima vez. Eu esperei a mãe dela sair e pacientemente esperei que ela apagasse todas as luzes da casa. Horas intermináveis...e eu apenas precisava vê-la. Mystic Falls era o tipo de cidade que me fazia sentir como se estivesse sendo observado continuamente. Aquela sensação crescia junto com a sensação de culpa. Esse último sentimento era novo pra mim e vinha juntamente com o sentimento de vergonha. Eu deveria ter vergonha na cara e cumprir minha promessa de deixa-la para sempre e seguir com a minha vida. Mas estava difícil conviver com a ultima imagem que tive dela. Sempre que fechava os olhos lá estava Caroline, magoada, chorando, destruída por minhas palavras. Eu não estava em Mystic Falls para pedir perdão, nem mesmo para falar com ela ou algo do tipo. Eu estava ali porque queria ter outra ultima recordação, eu não aceitava a que tive, eu não merecia. Eu só queria vê-la dormindo.

Subi as escadas cuidadosamente, como se estivesse pronto para atacar de surpresa um poderoso inimigo. Eu repeti para mim mesmo que apenas a veria dormindo e iria embora, como se isso fosse um mantra. E lá estava ela, daquele jeito que eu sabia que jamais conseguiria pinta-la por mais que eu tentasse.A luz da lua projetada pela janela fazia daquela visão um quadro perfeito. Era assim a vida, o quadro que eu nunca iria poder pintar, a mulher que não poderia ser minha. Mas eu tinha poder, eu tinha Nola e em breve teria um filho, eu não devia ficar pensando tanto nas coisas que eu não tinha. O pouco de razão que havia em mim enquanto estava alí olhando Caroline dormir parecia gritar isso no meu inconsciente. Eu estava tão perdido nas minhas divagações que mal percebi que ela estava se debatendo na cama, parecia em agonia e então eu não consegui pensar em nada racional a fazer... foi instintivo me colocar ao lado dela, mesmo que eu me perguntasse o que eu achava que estava fazendo. Eu senti a mão dela segurar meu braço:

–Klaus? Isso é um sonho? Os olhos dela estavam fixos em mim.

–Não, Caroline. Isso é um erro. Isso é mais uma das minhas atitudes egoístas, eu queria ver você.

–Você pode ter essas atitudes egoístas mais vezes, eu não me importo. Ela disse me abraçando.

–Eu estou fazendo algo extremamente errado. Você não pode simplesmente me abraçar como se estivesse tudo bem. Eu estava tentando buscar nela um fio de racionalidade que pudesse fortalecer o meu. Mas pela maneira que ela continuava abraçada comigo eu não estava tendo sorte com isso.

–Porque tem que ser tao errado me amar? Eu não acho errado amar você. Eu não acho errado nada do que vivemos e eu acho que somos tão dignos de viver isso quanto qualquer um. Minha vida tem sido um inferno sem você e se sua vida estivesse realmente boa sem mim você não estaria aqui.

–Eu estou aqui porque eu sou egoísta.

–Você está aqui porque você me ama. Ela segurou meu rosto. Olha pra mim agora, olha nos meus olhos e diz que não. Diz que você não me ama, Klaus.

Eu tentei como todas as minhas forças me afastar dela, tirar as mãos dela do meu rosto, ir embora o mais rápido possível, mas eu simplesmente não conseguia me mexer e nem conseguia dizer as palavras que ela sugeria. Ela deve ter sentido meu desespero, porque simplesmente acariciou meu rosto e me beijou. E eu acho que esse foi o primeiro beijo realmente lento que tivemos, ela segurava meu rosto como se tivesse medo que me soltasse e eu desaparecesse, eu acariciei os cabelos dela como se minhas mãos não tivessem sido feitas pra outra coisa.

Ela me puxou e eu deitei sobre ela. Porque eu estava fazendo aquilo? Não havia tempo pra pensar ou raciocinar, eu poderia sair dali se quisesse, mas eu não queria, ou 99% por cento de mim não queria, e eles 99% calaram o meu 1% de racionalidade. Eu estava com saudades de Caroline, eu estava com saudades de fazer amor com ela, do cheiro dela, das mãos dela, da forma como ela me deixava. Eu tirei a roupa dela devagar cobrindo de beijo cada parte dela que ficava a mostra, ela se entregou a isso gemendo baixinho. Não se lançou em mim como das outras vezes, ela apenas acariciava meu cabelo, entregue, como se esperando que eu determinasse as regras do jogo. Havia algo nela diferente naquela noite, eu não conseguia explicar o que, talvez fosse a saudade me confundindo os sentidos.

Eu a senti tremer quando me detive entre suas pernas, ela puxou meu cabelo como se estivesse caindo em um abismo e precisasse segurar em algo. Eu subi beijando do ventre até o pescoço e a abracei, ela ainda tremia. Eu a coloquei sobre mim e ela riu, talvez porque pela primeira para nós vez o sexo não parecia uma disputa, mas uma dança. Ela abriu as pernas e me encaixou entre elas dançando em cima de mim quase que literalmente. Eu estava louco de desejo e foi difícil me segurar, mas eu queria gozar junto com ela.

Ela continuava no controle até que percebi que seus movimentos ficavam cada vez mais urgentes, seus olhos ardiam de desejo e então nós gozamos juntos e ela estava me olhando nos olhos.

Ela caiu sobre mim quando terminamos e eu a abracei.

–Eu te amo, Niklaus Mikaelson. Nada pode mudar isso e nada nunca vai mudar.

–Eu também amo você. Mais do que eu achei que conseguiria. Bem mais. E é isso que nos condena. Eu acariciei o rosto dela e a olhei nos olhos. Ela entendeu o que eu estava prestes a fazer.

–Por favor, não.

–Eu vou amar você pelo resto da minha vida, tudo que eu quero é simplesmente viver com a idéia de que não posso ter você.

–Klaus, não.

–Eu não estive aqui, Caroline. Nada disso aconteceu. Você vai voltar a dormir agora e terá uma noite tranquila, sem pesadelos, sem minha presença. Você não vai lembrar que eu estive aqui, que fizemos amor e que eu fui um covarde e compeli você pra esquecer. Eu não espero que um dia você entenda que isso foi o melhor, porque nem eu mesmo entendo.

Ela me olhava com o olhar perdido e lágrimas nos olhos.

–Agora durma, meu amor e amanhã lembre apenas que sua mãe foi trabalhar e você como uma boa garota estava exausta e dormiu.

Eu a vesti e cobri quando ela adormeceu profundamente. Vesti minha roupa e verifiquei se não haviam vestígios meus no quarto. Eu fui embora e senti os 99% de mim me dizendo que eu era egoísta. Mas isso já não era novidade.

Eu estava dentro do carro quando uma batida no vidro da janela me despertou do devaneio. Damon. E agora? Eu deveria mata-lo....ou contar com a palavra dele de que não diria nada sobre isso? Seja como for ela jamais vai lembrar do que aconteceu.

–Saudades da cidade?

–Precisei pegar algo na nossa velha casa. Boa noite pra você também, Damon.

–Algo loiro, temperamental e no momento ainda mais bipolar e que a propósito não está na sua velha casa, mas na residência de Liz Forbes?

–Eu não vim em busca de Caroline, Damon. Nós terminamos... Eu terminei.

–É, eu sei de todo drama....

–Preciso compelir você ou posso contar com sua discrição? Eu não quero alimentar nela falsas esperanças, não quero que ela pense que eu vim a cidade para vê-la ou algo do tipo.

–Bem, conte com a minha discrição.

–É estranho quando você concorda com algo rápido demais.

–Cara, eu não tenho tantos séculos de vida quanto você, mas já vivi o bastante pra saber que nada do que eu ou qualquer pessoa fizer pode alterar o curso de coisas assim. A única coisa que pode machuca-lo não está aqui fora, não pode vim de mim e nem de ninguém. Está tudo dentro de você. Acredite. Palavras de um especialista.

–Boa noite, Damon.

Eu fui embora. Eu ainda estava impregnado do cheiro de Caroline. Era difícil não guardar a imagem de desespero dos olhos dela. Eu não tinha uma melhor imagem dela agora. Minha atitude egoísta não tinha dado certo, mas agora eu sabia que precisava tira-la da minha mente de qualquer maneira, não importa que imagem dela estivesse lá dentro. Já que eu não podia contar com a racionalidade pra isso, iria ter que contar com a insanidade.

Eu estava na estrada quando vi o clarão cortando o céu. Um cometa. Talvez tenha sido esse o motivo de Damon estar aquela hora da noite na rua. Cometas nos céus de Mystic Falls tem sempre um significado mágico, mas eu já era poderoso o bastante e não precisava de mágica alguma... e no que eu precisava talvez mágica alguma poderia me ajudar.

Nola...semanas depois....

É a quinta ou sexta noite que eu volto pra casa e encontro Elijah me esperando com aquele olhar de inquisidor. Na primeira noite ele não disse nada, na segunda disse que minha aparência estava deplorável, eu acho que ele preparou um discurso pra essa noite.

–Sem querer ser invasivo, irmão, você tem alguma idéia de quando essas suas crises pós break up vão acabar?

–Eu não estou vivendo crise alguma, Elijah. Eu estou tocando a minha vida. Porque a preocupação?

–Nós acabamos de passar por uma crise muito séria. Acho que a situação requer uma ação preventiva. Precisamos consolidar o reinado de nossa família, antes que pensem que estamos fracos e as coisas fujam do nosso controle.

–Eu sei, Elijah. Eu convoquei uma reunião amanhã com todos os seguimentos da cidade. Vamos lotear Nola com os que pretenderem ser leais a nós. Quem ainda oferecer resistência estará comprando uma briga feia.

–Hum....eu gosto da idéia de territórios, mas que todos possam circular livremente a fim de evitar possíveis tramas secretas ou rebeliões.

–Exatamente,meu irmão.

Ele me deu boa noite e então eu notei que ele caminhava em direção a saída. Eu não sabia que ele também tinha saídas noturnas.

–Elijah! Onde você vai?

–Fazer o que tenho feito todas as noites nas ultimas semanas...esconder seus rastros....você poderia me explicar porque está escolhendo atacar exatamente casais?

–Eu escolho minhas vítimas aleatoriamente....

–Você nunca faz nada aleatoriamente.

–Bem, então digamos que eu resolvi ser benevolente e acabar com a medíocre existência deles, antes que o amor acabe com eles. Sabe, Elijah eu os vejo sentados romanticamente sob as estrelas, trocando juras que eu sei que são mentiras. Então eu imagino daqui há alguns meses ou dias um dos dois com o coração destroçado pelas mentiras do outro. E então eu penso e decido que morrer é melhor que isso.

–Eu entendi. Você está tentando eliminar do seu caminho tudo o que lembra a sua história com Caroline. É por isso que você não pinta mais, não ouve musica, não fica nessa casa mais que alguns minutos a noite e mata todos os casais que encontra se eles parecerem muito apaixonados.

–Você tem uma visão muito simplificada das coisas, Elijah. E eu estou dispensando sua opinião e não me lembro de ter pedido a você pra "limpar os meus rastros". Eu não me importo.

–Pois deveria. Olhe pra você Niklaus. Você quer ser o rei dessa cidade, mas noite após noite tem voltado para casa como um indigente, bêbado, usando trapos, coberto de sangue. Olhe o seu rosto no espelho e diga se isso é a visão de um rei que você respeitaria? É esse homem que quer impor respeito e dividir a cidade amanhã durante a reunião? Se é isso o que você vai ser sem a Caroline, por favor, pra o seu próprio bem, vá buscá-la, peça perdão a ela e volte a ter a dignidade que você tinha quando ela estava aqui.

Eu me projetei sobre ele, jogando-o contra a parede

–Nunca mais pronuncie o nome dela entendeu? Nunca mais.

–Solte-o agora!

Hayley estava atônita olhando a cena, eu não sei como ela tinha chegado alí tão rápido, mas os olhos dela estavam fixos como sempre no meu irmão. Se eu estava matando casais apaixonados como ele mesmo dizia, eu deveria ter começado por eles.

–Calma, Hayley. Fique longe dele, ele está fora de controle. Elijah conseguiu dizer mesmo que eu ainda apertasse o pescoço dele. Eu o soltei.

–Você está livre, corra pra os braços de sua amada...corra, enquanto essa relação ou "seja lá o que isso seja" funciona.

Ele não precisou correr porque mal o soltei e Hayley já estava ao lado dele, apoiando-o como se ela fosse mais forte do que ele. Eu subi as escadas porque eu ultimamente estava me recusando a ver esse tipo de coisa. Evitando me deparar com o pior tipo de hipocrisia que são as cometidas pelas pessoas que se dizem apaixonadas. O que seria dele quando daqui há algum tempo ela visse que era impossível viver com um vampiro e procurasse alguém da espécie dela porque seria mais fácil? Ele provavelmente iria remoer esse amor pela eternidade, como foi com Katherine, até perceber que ela era uma cadela vadia. Meu irmão é assim, suscetível. Eu me recusava a isso. Eu iria substituir a idéia de Caroline da minha cabeça por qualquer coisa. Era isso que eu tinha feito e eu não sei por quanto tempo eu teria que fazer isso, mas eu faria até que isso passasse. Porque isso tinha que passar.

Eu subi para o meu quarto e me olhei no espelho. Eu realmente estava com uma péssima aparência, eu não sou tão obcecado em imagem como meu irmão, mas eu certamente deveria causar uma boa impressão na reunião e do jeito que eu estava eles no minimo pensariam que eu ainda estava sendo atacado por sucubus. Eu precisava tomar banho e tentar tirar o cheiro de alcool e sangue do qual eu estava impregnado e depois dormir, ou melhor apagar e só acordar pouco antes da reunião e dormir estava sendo um problema pra mim ultimamente.

Porque dormir significa estar fora do controle e perder o controle significava sempre trazer aquela garota pra minha mente. Era torturante sonhar com ela, era pior do que as alucinações que tive quando matei o caçador e por mais que eu tenha pesquisado, não havia bruxaria ou droga que me impedisse de sonhar. Isso seria poético, se não fosse trágico.

Elijah me acordou meia hora antes da reunião. Ele tinha o olhar estranho e de alguma forma eu suspeitei que não foi por causa da briga que tivemos naquela manhã, não foi nossa primeira briga e nem será a última, ele e eu sabemos disso.

–Porque você esta me olhando assim Elijah?

–Eu temo não poder lhe dar essa resposta meu irmão.

–Porque? É algum enigma?

–Você estava se debatendo na cama e falando, como tem feito ha dias, mas dessa vez foi tão intenso que eu achei que seria prudente acordar você.

–Eu tenho tido pesadelos, deve ser o efeito daquelas ervas e daquela caverna maldita.

Ele ficou calado.

–Você não acha isso? Perguntei. Não acha que há algum tipo de bruxaria no meio disso tudo?

–Niklaus, dar a minha opinião agora implicaria quebrar a regra que você me impôs hoje pela manhã. Desculpe meu irmão, é a sua vida, você não quer ajuda e eu respeito sua decisão.

Eu entendi desde o começo onde ele queria chegar. Ele tinha a opinião dele e nada iria mudar isso, mas eu o havia proibido de se manifestar, pelo bem da minha sanidade mental. Era melhor mudar de assunto.

–E então, que roupa eu devo usar hoje?

Ele olhou meu guarda-roupa com um leve olhar de desaprovação e depois fez cara de quem lembrou de algo e afastou os cabides como se procurasse.

–Onde está o seu blazer cinza? Você o estava usando quando voltou de Paris, eu lembro bem porque acho que foi a primeira vez que elogiei suas roupas.

–Eu acho que não o tenho mais.

–Bem, tem aquele azul marinho, acho que você o comprou em Paris também...um que você usou numa festa em Mystic Falls, quando foi lá com a Alex, lembra?

–Eu sei, Elijah, eu não tenho mais nenhum deles. Eu não tenho nada do que eu comprei em Paris.

Ele balançou a cabeça em sinal de desapontamento enquanto examinava outras vez minhas opções de roupa e por fim escolheu uma.

–Ok...então use isso. Na minha opinião parece algo que alguém usaria pra ir numa missa, mas pelo menos é mais apresentável do que o resto. Me lembre de levar você pra comprar algumas roupas, você precisa.

Ele saiu do meu quarto e eu me vesti. Realmente me ver com aquela roupa depois de dias em que nem mesmo lembro do que estava usando (porque pegava a primeira coisa que via no guarda-roupa) era algo diferente, para dizer o minimo.

Eu esperava resistência na "Reunião do Conselho" (como Elijah resolveu nomear). Não que eles estivessem malucos de se opor depois que conseguimos resistir ao ataques de criaturas tão poderosas. Eles não sabiam como eu tinha escapado, não da história verdadeira. De todos os que estavam alí apenas Elijah e Hayley sabiam a verdade e eles eram "da familia", portanto tinha interesse de que continuássemos os mais poderosos. Os outros sabiam que eu tinha escapado e junto com Elijah destruído a todos eles.

Eu ainda podia ver rancor nos olhos das bruxas e lobisomens e desconfiança nos olhos dos humanos e vampiros presentes. Eu tinha me tornado mais poderoso e mais perigoso e isso não agradava a nenhum deles porque significava que eles tinham que submeter a vontade da nossa família, sem questionamentos. Eu escolhi Genevieve e Davina para representarem as bruxas, duas pessoas da família de Hayley para representarem os lobisomens, Cami e o Padre representariam os humanos e Marcel os vampiros. Dividimos a cidade mas só para efeitos de jurisdição.

Como Elijah eloquentemente explicou as fronteiras funcionariam como na União Européia, todos poderiam circular livremente em qualquer área, mas teriam que obedecer as regras impostas pelos administradores locais. "A palavra chave era "tolerância" ninguém precisa amar ou admirar a outra espécie, mas precisa ser tolerante." Essas foram as palavras de Elijah.

Todos foram embora com exceção de Genevieve...eu sabia o que ela queria, mas eu não estava disposto a isso agora, por mais que ela seja uma boa distração. Eu não me tornei celibatário depois de Caroline, muito pelo contrário, eu acho que nunca fui pra cama com tantas mulheres diferentes como nas ultimas semanas. Era bem divertido no início, mas agora essas aventuras me proporcionavam um efeito colateral que eu abominava, um vazio inexplicável. Ou um vazio para o qual eu não queria explicação. A própria Genevieve havia me perguntado da ultima vez se tinha sido tão ruim a ponto de fazer exibir uma expressão tamanha de melancolia.

Eu dispensei Genevieve e fui falar com Elijah. Ele ainda parecia cético em relação ao resultado da reunião.

–Eles aceitaram rápido demais. Isso significa que temos que ficar atentos Niklaus.

–Eles aceitaram rápido demais porque eles não tem outra alternativa, Elijah. Nós agora somos reconhecidamente invencíveis. Vamos sair e comemorar? Uma noite homens?

–Não, ele não vai. Disse Hayley vindo da cozinha. Nós vamos ver um filme, você deveria ficar e ver o filme conosco se quiser é uma comédia romântica. Muito mais interessante do que sair pra encontrar todas as bruxas vadias disponíveis ou acabar com todo estoque de álcool e sangue da cidade.

–Isso é algum tipo de brincadeira? Você quer me impedir de sair com o meu irmão e curtir a noite de Nola, como homens normais fazem?

–Ninguém pode impedir você de sair Klaus, você não tem compromisso com ninguém. Mas o seu irmão combinou comigo outra coisa.

–Elijah, voce pode dizer alguma coisa? É ela que decide por você?

Ele me olhou e eu pude perceber que ele no fundo se sentia tentado pela idéia de comemorar comigo, não pela comemoração em si, mas pra tentar impedir minhas insanidades. No entanto ele simplesmente olhou pra ela e eles pareceram ter um diálogo interminável que durou segundos.

–Eu realmente já tinha combinado outra coisa com ela, meu irmão. Sinto muito. Mas, se você quiser minha companhia amanhã....

Ele evitou olhar pra ela, se olhasse viria que ela o estava fuzilando pela proposta.

–Você está sendo idiota, Elijah. Ela está manipulando você...mas você nunca aprende nada da primeira vez.

Eu sai dalí o mais rápido que eu pude e entrei na noite de Nola, seguindo o som do jazz como gostava de fazer. Tudo que eu precisava agora era encontrar um local caótico o bastante, com música alta o bastante e pessoas decadentes o bastante. Eu iria comemorar com a escória, já que a realeza parecia preferir o tédio. Depois do quarto copo de absinto misturado com o sangue de uma garota que tinha ainda mais absinto nele eu pude ver claramente a cara de desaprovação que Caroline faria se pudesse me ver alí naquele ambiente sombrio. Fora do controle dela, sendo o que ela não queria que eu fosse. Ela era a fada verde que vinha em minha cabeça sempre que tomava essa bebida, não que o absinto realmente me fizesse alucinar, mas ele era o meu álibi pra poder projeta-la sem culpa.

*** Caroline ***

Mystic Falls

– Porque você continua estudando ciências Caroline? Bonnie estava rindo de mim porque eu estava penando para memorizar alguns componentes do núcleo celular.

– Eu olhei a volta, e tinha Bonnie com o diário de Elena e eu com 5 livros que peguei na biblioteca, todos eles abertos, na mesma matéria. Núcleo celular. Era um facto que eu não precisava estudar aquilo, eu tinha me inscrito nessa matéria apenas para poder bisbilhotar Wes, e agora isso não fazia mais sentido. Mas o facto era que eu tinha gostado, e me lembrava Jess. Eu tinha saudade de estudar com ele. Ela era uma companhia tão boa, tão leve. Não que Bonnie não seja, mas ela está apenas tentando compensar a falta que Klaus me faz. Então não é como se eu não soubesse que ela está fazendo de tudo para me ver distraida. Poucos são os momentos em que eu fico sozinha, ela e Elena não deixam. Elas acham que a qualquer momento eu posso fazer algo estúpido. Sinceramente, a coisa mais estúpida que poderia fazer agora, seria deitar numa cama e dormir até dissecar. Eu tenho andado tão sem ânimo pra fazer as coisas. As vezes eu dou a louca e tento contrariar isso, vou pro centro comercial compro tudo que minha compulsão me permite trazer, e quando volto continuo tão vazia quanto antes. Eu poderia voltar a tentar falar com Klaus, eu sei que agora, depois que a poeira abaixou, ele estaria mais receptivo a me ouvir. Mas a verdade é que eu não quero. Se é tão importante assim para ele me tirar da vida dele, eu aceito isso. Não só aceito como não vou dificultar. Nós não podemos ficar jogando esse jogo pela eternidade. Eu não quero ser o tipo de mulher que tem que competir pela atenção do parceiro. Eu não quero ser o tipo de mulher que nunca se sente prioridade. Eu sempre fui e sempre serei aquela que se ama demais porque os outros aparentemente não a amam o suficiente. Todo mundo sabe que eu só sou feliz sendo o centro. Sendo necessária. E com Klaus eu nunca teria isso. Eu seria sempre apenas um acessório. Eu nunca seria feliz, a não ser na cama. E isso não é vida pra ninguém. Muito menos para alguém que viverá pra sempre. Para as outras pessoas, as apostas tem um tempo de validade, o tempo de uma vida, mas para vampiros como nós, tudo que você faz, tem consequências eternas. E eu não vou ficar eternamente choramingando e sofrendo. Eu já passei por isso antes. E vou passar por isso agora. Talvez demore mais um pouco, mas eu vou tirar Klaus da minha cabeça. Ou eu não me chamo Caroline Forbes.

– Caroline? Terra chama Caroline? Bonnie estava na minha frente passando a mão na frente do meu rosto, eu lembrei de quando nós eramos crianças e eu ficava fazendo planos de vida e esquecia da vida, literalmente, tinha acontecido o mesmo mas nesse caso eu estava mentalmente destruindo meus castelos de areia.

– Desculpa Bonnie. O que você estava dizendo?

– Katherine:

“A minha vida nunca esteve tão feliz… “ Ela realmente estava escrevendo o diário de Elena.

– Katherine era louca Bonnie.

– Ela estava feliz como nunca na vida, vivendo a vida de outra pessoa Caroline. Bonnie revirou os olhos como se não fosse possivel alguém ser feliz na pele de outra pessoa.

– Escolhe uma pessoa Bonnie.

– Como assim? Ela ficava me olhando com um certo medo cada vez que eu dizia algo que envolvia outras pessoas que não fossemos nós mesmas, ela sempre achava que qualquer raciocínio acabaria em Klaus e no quão miserável eu estava sem ele. Mas não dessa vez.

– Escolhe uma pessoa, alguém que você quisesse ser. Alguém que você quisesse “roubar” a vida. Você tem que ter alguém Bonnie. Todo mundo tem. Quem? Vai. Me diz!

– Eu não tenho ninguém.

– Você tem que ter alguém Bonnie. Pensa.

– Eu não tenho ninguém Caroline.

– O pior é que eu acredito. Você é um tédio Bonnie B.. Eu não sei o que seria de você sem mim. Ela riu e encostou o diário num canto.

– Ok Caroline. Quem você gostaria de ser?

– Eu levantei rodei sobre mim mesma e cai no chão dizendo, a diva, a magnifica a melhor entre as melhores, Marilyn Monroe!!

– Ela morreu de overdose Car.

– E daí?

– Ela passou a infancia em lares adotivos Caroline. O que você poderia querer da vida dela?

– O Glamour, o sucesso, os fãs. A memória. Ela morreu à mais de 50 anos e continua divando. O que eu poderia querer mais?

– Sei lá, Bonnie torceu o sorriso um pouco a até de mais e completou, talvez ser feliz, vida longa, uma familia?

– Bom, Vida longa? Check. Uma família? Acho que essa fábrica não funciona mais. E ser feliz? Ninguém é feliz Bonnie. Você é feliz em algum momento e você faz dessa sensação uma memória. Mas você não é feliz por uma vida. Isso não existe!

– Ok Car. Você não pode morrer de overdose, então seja a Marilyn!! Seja quem você quiser. Mas eu não acho que você roubaria a vida de alguém se pudesse.

– Você não sabe o que 500 anos de vida podem fazer com os nossos escrupulos.

– Você também não sabe Caroline. Você tem a minha idade.

Nós explodimos em gargalhadas. E aquele foi um dos poucos momentos em que eu ri verdadeiramente em muitos dias. Era uma sensação boa. Eu queria mais. Eu queria rir, eu queria ser feliz por quantos momentos fosse possível. E eu entendia a Katherine. Ela só estava tentando ser feliz no final das contas. Não é aquilo que todos tentamos? Pelo qual todos lutamos?

– Ela te enche muito o saco Bom? Ela fica espiando o Stefan no outro lado?

– Ela não está no outro lado Car. Ela … ahm. Talvez ela esteja no inferno.

– No inferno? Meus olhos se esbugalharam de genuína surpresa!

– Existe inferno? Eu estava chocada agora.

Bonnie fez uma cara de incerteza e deu de ombros. Eu fiquei calada um momento…

– Quem você gostaria de encontrar no inferno Bon?

– Eu não vou pro inferno Caroline! Ela quase gritou.

– Sim, eu sei, mas se você fosse… Eu não acho que o inferno seja assim tão ruim. Se você pensar bem. Todas as pessoas genuinamente ruins, são muito inteligentes, e dão muito valor a vida delas próprias… então apesar de ser um ninho de egoísmo e autoestima superdesenvolvida o inferno deve ser um lugar cheio de pessoas interessantes… ou pelo menos com histórias interessantes. Bonnie estava olhando para mim como se eu tivesse perdido o juízo. Ela levantou dizendo que ia fazer um chocolate quente com mashmalows. E isso me deu espaço para pensar em Klaus de novo, será que se ele morresse ele iria pro inferno? Será que ele tentaria reinar o inferno também? Sim ele faria. E talvez por isso ele seja imortal. Nem céus nem inferno aceitariam uma criatura como ele. Ele está condenado a ficar vagando pela Terra. Esse pensamento apesar de horrivel me fez rir, e eu levantei sentindo o cheiro de chocolate quente. É muito bom ser mimada pelas suas melhores amigas. Eu tinha saudade de estar na fossa astral por momentos como esse. Eu tinha saudade de nós as três. O nosso círculo mais restrito. Eu sorri quando ouvi Elena chegando e perguntando se também tinha brigadeiro. Em breve estaríamos vendo filmes chorosos e chorando juntas como 3 adolescentes ridículas… E seria lindo.

Eu perdi esse pensamento quando ouvi Bonnie gritar, algo se estilhaçar no chão. Elena já estava segundando Bonnie quando eu cheguei na cozinha, ela estava segurando a cabeça com força. Elena estava dizendo para ela respirar fundo. Nós achamos que alguém estava passando para o outro lado. Nós sabíamos que era doloroso, mas nunca tinhamos presenciado. Era horrível não poder fazer nada para afastar aquela dor de Bonnie. Era horrível pensar que cada ser sobrenatural que morria provocava aquilo nela. Eu fiquei nervosa, eu queria ajudar. Agora eu entendo porque ela não queria ser ninguém, ter a vida de ninguém. Ela apenas queria a vida dela de volta, na época em que ela não era bruxa, não era ancora, era apenas Bonnie B, a excêntrica.

Ela levantou com os olhos esbugalhados, eu passei uma caneca com água para ela.

– Está tudo bem Bonnie? Você quer sentar?

– Eu vi a Esther. Ela estava tentando falar comigo. Ela não esta do outro lado, eu não sei como ela conseguiu se conectar comigo.

– A Esther está presa no succubus Bonnie. Como ela pode estar falando com você?

– Ainda tem algo que a liga a esse plano. Ela ainda não está morta. Não totalmente.

Todas ficamos sérias. E estáticas, e eu completamente nauseada com a boca seca apesar de cheia de saliva quente. Eu sentia como se fosse vomitar a qualquer momento mas a minha expressão permanecia apática, pensando no que fazer com aquela informação.

*** Elijah ***

Nola

Eu estava tentando sentir meu sobrinho na barriga já proeminente de Hayley. Segundo ela o bebe tinha se mexido, ela estava maravilhada, emocionada, e eu estava ansioso por ver acontecer de novo. Nós estávamos concentrados, ela tentando se mexer o mínimo possível, e eu focado nos batimentos cardíacos da criança enquanto aguardava com a mão na barriga de Hayley que ele se mexesse de novo. Ficamos assim durante algum tempo até decidirmos que a criança tinha saído ao pai e queria frustrar nossas espectativas. Hayley riu da comparação que eu fiz do bebe ao Klaus. Segundo ela, ela tinha medo que isso acontecesse. Que a criança saísse ao pai. Ela não conhecia Niklaus. Ele não foi sempre assim. E ela morreria de amores pelo pequeno garoto que Klaus foi um dia. Mas eu não ia dizer isso a ela. Não agora.

– Você acha que nós vamos de facto conseguir unificar a cidade? Você acha que os acordos darão certo?

– Sim. Não vai ser automático claro, mas sim. O importante é que já começamos, o mais difícil é sempre começar, é dar a cara a tapa, e dar o passo em frente. Fazer Niklaus aceitar que todos tem direito a cidade já foi um passo enorme nessa conquista, embora ele continue se considerando um ser superior a todos os outros, ele consegue ver que a cidade será melhor se todos estiverem satisfeitos. Ele sabe que ninguém reina muito tempo sem reinado, e não se faz um reinado sem pessoas.

– Eu sonho acordada com a cidade que New Orleans pode ser se tudo der certo. O lugar “mágico” onde todas as criaturas sobrenaturais podem se refugiar do mundo, se encontrar, conviver. Isso parece um pouco utópico você não acha?

– Visto desse prisma sim. Eu nunca tinha pensando em como New Orleans será visto de fora para dentro, como será falado. Eu apenas me cingi as criaturas que aqui estão, e que vão permanecer. Eu não pensei nas que vão sair e contar nossas histórias, espalhar nossas memórias. Mas isso ainda me faz querer mais que de certo. Fazer parte da fundação de algo que será história é muito tentador, você não acha?

Ela passou a mão pela barriga num gesto protector.

– O meu bebe vai viver para sempre, e eu não. Eu acho que deixar memórias é algo muito importante. Eu não quero ser esquecida. Não por ele. Hoje eu não sou mais uma garota adoptiva que foi chutada pelos próprios pais. Hoje eu sou alguém. Alguém importante numa linhagem importante da minha espécie. A minha família tem história para contar. Nós fomos amaldiçoados, e continuamos aqui. Apesar de destruídos os membros do meu clã nunca desistiram de procurar por mim, eles nunca desistiram de mim Elijah. Eu sempre procurei o meu passado porque eu sempre quis acreditar que em algum lugar do mundo, eu importava para alguém. E hoje eu tenho isso. Eu sou alguém. E eu tenho uma história de vida incrível para contar para a minha filha. Eu não quero perder isso nunca. Eu quero que ela saiba desde do primeiro momento o quanto ela é amada, e o quanto a vida dela é importante. Eu não quero que ela se sinta só como eu me sentia. Eu não quero que ela passe por nada que eu passei. E quando eu não tiver mais aqui, eu quero que você prometa, que nunca vai permitir que ela pense que a vida dela não é importante, que ela não faz parte de algo maior.

Os olhos de Hayley estavam marejados de lágrimas, e eu não conseguia prestar muito atenção no que ela estava dizendo porque eu estava em choque com uma parte importante de tudo aquilo que ela estava dizendo.

– Ela, filha? Hayley riu.

– Sim Elijah, é uma menina. Ela me abraçou e continuou chorando, mas de alegria.

Eu não sabia o que dizer, então apenas retribui o abraço, enquanto imaginava Niklaus criando uma menina. Flashs dele e Rebekah enquanto crianças passaram a mil por hora na minha cabeça, e eu soube que tudo iria dar certo.

*** Damon ***

Mystic Falls

Eu sei que sou o cara menos indicado para falar sobre racionalidade pós break-up mas Caroline estava passando dos limites. E eu não sei se ela percebe isso, mas ao que me parece ninguém também está disposto a dizer na cara dela. Comentei com Elena e ela apenas me disse "deixe-a, ela está se reerguendo", Stefan disse " nós só temos que ajuda-la, mas é ela que decide como passar por isso" e Bonnie simplesmente se encarregou de ser uma espécie de "guarda-costas emocional" pra ela.

Esqueça tudo que você sabe sobre bipolaridade e venha conhecer Caroline nessa "nova fase". Há dias em que ela não sai do quarto, há dias em que ela sai radiante para compras e volta com coisas que só mesmo tendo a vida eterna para poder usar tudo. Ela deixou de ir um baile importante da cidade, mas ontem estava querendo fazer um luau. Alguns dias Elena tinha que ir a casa dela porque Liz dizia que ela não estava se alimentando, nem mesmo uma gota de sangue. E agora ela estava atacando a minha dispensa e já haviam cinco bolsas de sangue no chão.

–Hey, loira, devagar aí...isso é pra alimentar uma família.

–Desculpa, Damon. Meu metabolismo está meio maluco. Eu estou me sentindo um pouco...desidratada. Sim, essa é a palavra desidratada. Sabe aquela sensação que temos quando somos humanos e temos febre?

–Sua humanidade está realmente acabando com você, Caroline. Você sabe que nós não temos essas doenças humanas, não sabe?

–Claro que sei, Damon. Eu não disse que eu estou com febre, eu estou dizendo que me sinto como se estivesse. Eu me sinto desidratada e quando cheguei aqui estava meio tonta e como você vê, acho que perdi o controle e quase acabei com o seu estoque de sangue.

–Bem, eu tenho uma vasta experiência com break-up...eles fazem com a gente se sinta meio que doentes mesmo, mas é tudo mais psicológico que físico. Se você estiver sentindo algo realmente estranho, converse com a Bonnie. Você lidou com "magia extremamente sombria no nivel hard "em Nola...

–Esse também não é o meu primeiro break-up...este está sendo apenas o mais estranho, destrutivo e bipolar...posso tomar só mais uma dessas?

–Claro.

Eu deixei Caroline acabando com o nosso estoque de sangue e me perguntando se eu não deveria ligar pra o Klaus e pedir que a levasse de volta pra Nola ou mandasse sangue suficiente para suprir o que ela estava consumindo.

Depois daquela noite eu fiquei imaginando como ele estaria. Eu não sei como Caroline, Elena e Bonnie podiam acreditar que ele "estava bem e tocando a vida dele, porque foi ela que tinha decidido pelo término".

Mulheres acreditam sempre no que lhes pode dar alguma motivação. Mesmo conhecendo o Klaus como eu conhecia, mesmo sabendo que sou garoto problemático de escola perto do doutorado em maldade que ele tem, eu percebi que ele não tinha superado tudo tão rápido e passado uma esponja no que ele sentia por ela. Isso não fazia parte da lista de habilidades dos Originais.

*** Caroline ***

Eu realmente não estava me sentindo bem. Começou há alguns dias com uma espécie de pressão na cabeça mas hoje surgiu uma tontura e uma sede absurda. Eu havia bebido o que havia na casa da minha mãe e tinha ligado para Bonnie para me encontrar na casa dos Salvatore. Eu cheguei lá cedo demais e nem mesmo Elena estava me esperando tão cedo, mas ignorou a minha má educação e me autorizou a pegar algo para beber. Eu não sei o que iríamos fazer hoje, mas sempre que eu não pensava em algo, elas pensavam por mim. Essa é uma das vantagens de ter amigas nas quais você pode confiar. Elas pareciam permanentemente ocupadas em não me deixar ociosa. Elas sabem o que ficar ociosa significa pra mim nas ultimas semanas. Todos os dias eu tento desesperadamente não pensar nele, não ver nada que lembrasse ele, não sonhar com ele. Esta ultima parte sempre era a mais difícil.

Minha mãe tinha dormido comigo desde que meu gritos noturnos começaram a chegar ao quarto dela e eu sempre me lembro de ter despertado nos braços dela chorando e de vê-la algumas vezes chorando também. Desde que voltei de Nola eu só lembro de ter dormido realmente bem uma única noite, uma noite sem sonhos, vazia, estranha, mas reconfortante. Talvez era o meu inconsciente me preparando paras as noites terríveis que viriam. Eu estava evitando dormir o máximo que eu pudesse, talvez seja isso que esteja fazendo me sentir doente.

*** Davina ***

Nola

Desde de que eu voltei dos mortos minhas noites tem sido miseráveis. Eu tenho memórias, e tenho sonhos, e eles são tão igualmente ruins que eu não consigo definir a diferença entre um e outro. Eu não consegui separar a realidade da imaginação e isso está acabando com a minha sanidade. Cami acha que eu estou louca, eu sei. Eu a ouvi conversando com Marcel. E talvez ela tenha razão. Talvez eu esteja insana, talvez eu não possa mais confiar na minha mente. Eu tenho tanto medo de voltar para lá. Pro frio, pro vazio, para aquele mundo à parte em que eu passei uma eternidade. Não importa quantos dias passaram aqui na Terra, a noção de tempo na outra dimensão é totalmente diferente. O que para nós seriam 5 minutos passam a ser algo em torno de 5 meses. Você se cansa de esperar ver algo acontecer, você se torna intima da dor de não poder fazer o tempo andar, ou parar de vez. É uma agonia indescritível estar presa entre mundos. Não estar morta nem viva. Não ser nada nem ninguém. É como se qualquer poeira cósmica tivesse mais vida que você. E viver isso durante um tempo sem fim é… bom… eu não tenho palavras para descrever essa experiência, eu apenas queria poder esquecer, tirar essa sensação de mim. Se eu pudesse ser compelida, eu pediria a Marcel para me fazer esquecer de tudo isso. Para que eu pudesse seguir em frente, sem lembrar do limbo. O lugar mais terrível entre os lugares mais terríveis. Um lugar sem vez, sem voz, com pessoas sem nada, sem alma, sem vida…

Eu acordei nervosa hoje, um nervoso miudinho, misturado com ansiedade, eu não tirava aquela garota da cabeça. Eu resolvi pinta la. Desenhar sempre me ajudou antes a clarificar a minha mente, os meus pensamentos. Hoje apenas me ajudava a me focar, a não me perder em meio a tantos rostos sem forma que ocupavam a minha mente agora.

Aquela mulher era especialmente bonita. Os seus olhos claros. O seu cabelo loiro. A expressão simpática. Eu não entendo como um rosto tão bonito podia me transmitir um sentimento tão ruim. Eu continuava olhando para o quadro tentando que a memória daquela garota fizesse sentido quando Klaus entrou no meu quarto sem sequer bater na porta.

– O que você quer Klaus? Eu já perguntei mal educada.

– Ele levantou as mãos em sinal de rendição, e apenas disse:

– “Não mate o mensageiro” … Cami telefonou. Ela pediu para você a encontrar na beira do rio, no lugar de sempre.

– Eu sorri de lado. Klaus não estava sendo odioso ultimamente. Não comigo. Aparentemente ele estava tocando o terror em todos menos em mim. Talvez fosse porque eu era sozinha também. E ele tinha percebido que ele não pode fazer nada que me faça sentir pior do que eu já sinto por mim mesma.

– Obrigada Klaus. Eu me movi em direcção ao banheiro e deixei livre o angulo de visão para o meu quadro. E o olhar que ele fez quando viu me assustou. Ele engoliu em seco. E eu não falei nada, esperando o pior, a expressão corporal dele era de quem ia explodir a qualquer momento.

– Onde você viu essa garota? De onde você a conhece Davina?

– Eu não sei. Eu lembro dela de quando eu estive morta. Ela estava na ilha das criaturas sem alma. Eu abaixei minha cabeça em sinal de vergonha, e fique nauseada, eu nunca tinha falado da ilha a ninguém, porque eu tinha acabado de falar para Klaus? Eu não queria lembrar da ilha, das criaturas, eu só queria esquecer o limbo, tudo que está para além da barreira da vida, eu quero esquecer, soterrar na minha mente. Eu olhei de volta para ele e ele segurava o telefone com tanta força que eu achei que iria quebrar.

– Alô. Alô, eu não consigo ouvir. Alôw, tem alguém aí? Se você não falar eu vou desligar.

A mulher do outro lado do telefone parecia ansiosa. E Klaus estava respirando pesadamente, de uma certa forma aliviado. Mas não falava com a mulher.

– Klaus, ela estava falando com você.

– Shiu. Davina.

– Klaus. Klaus é você? Kl… ele desligou a chamada antes que ela pudesse falar mais alguma coisa. E eu fiquei sem entender nada quando vi ele destruindo o telefone de vez.

– Ele pegou o meu desenho e rasgou.

– Essa é Caroline, Davina. Essa não é uma criatura sem alma que você conheceu no inferno. Estamos entendidos?

– Eu não estive no inferno Klaus. E essa mulher estava lá, eu tenho a certeza.

– Você está imaginando coisas. Vá encontrar Cami.

– Eu não estou imaginando coisas Klaus, quer dizer, eu estou, mas não isso. Se você conhece essa pessoa, saiba que ela não pode estar em dois mundos ao mesmo tempo. E se tem algo que eu tenho certeza nessa vida, é das criaturas que povoam a ilha.


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo gigante superado. Doeu? Gostaram? Nos encontramos nos comentários! Obrigada a todos por continuarem nos acompanhando!! :DD