Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 10
Capitulo 10 - Say something


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo escrevendo as notas do capitulo. Escrever as notas do capitulo para mim é a mesma sensação de estar atrás do palco esperando para entrar, você não sabe o que dizer, não sabe o que fazer, só quer que acabe logo, e talvez essa tenha sido a nota mais sincera que eu escrevi até hoje. Em resumo, outro capitulo pronto, esperamos que gostem e nos encontramos nos comentários. :* :*



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"And I am feeling so small

It was over my head

I know nothing at all

And I will stumble and fall

I'm still learning to love

Just starting to crawl"

Eu abri a porta pra Bonnie e Elena antes que Caroline resolvesse argumentar, ou me seduzir e deixar as amigas lá fora pela eternidade. Eu achei que ela ia subir e se trocar mas ela simplesmente veio pra sala cumprimenta-las.

–Meninas! Desculpem o figurino, eu ainda não me troquei. Elas se abraçaram, mas havia algo estranho no abraço.

–Tua mãe te mandou algumas roupas. Elas disseram.

Bonnie e Elena desde que entraram olhavam de mim para Caroline como se estivessem contemplando algum fenômeno sem explicação. Caroline pareceu perceber isso , caminhou em minha direção, e disse:

–Você se importa que a gente tenha um papo de garotas? Ou gostaria de ficar e ser torturado pelos nossos temas?

–Eu já estava de saída. Ligue se perceber algo errado. De qualquer forma e já estou tomando algumas precauções.

– Não vai acontecer nada Klaus, ela garantiu segurando minha mão. Não fique tão obcecado com isso. Ela me deu um selinho e eu sai enquanto ela subia com as amigas em direção ao quarto.

***************************

Bonnie e Elena estavam me olhando como se tentassem ver minha alma. Eu coloquei um dos vestidos que elas tinham me trazido. Aliás era um vestido antigo que eu não usava há séculos, eu me perguntei se a intenção delas era me deixar menos atraente. Eu me posicionei em frente a elas, se o interrogatório ia começar que fosse o mais rápido possível. Eu tinha certeza que elas não vinham em missão de paz, eu também não viria se fosse ao contrário.

–Como você está se sentindo, Caroline?

–Eu me sinto bem...não completamente, quero dizer, ainda sinto como se estivesse doente, meus reflexos não são os melhores. Mas eu sei que estou bem melhor do que estava ontem.

–Sua mãe esteve aqui ontem. Elena começou.

–Klaus me disse.

–Ele lhe disse tudo? Bonnie me disse isso olhando nos olhos.

–Bem, seja o que for que ele tenha me dito, algo me diz que vocês querem me contar a versão de vocês.

–Não é a nossa versão, Caroline, é o que de fato aconteceu. Sua mãe queria levar você daqui ontem, mas o Klaus ameaçou matar qualquer um que tirasse você daqui.

Elena disse isso enfatizando cada palavra, mas eu apenas respondi:

–Ok.

–Você ouviu o que Elena disse, Caroline? Ele ameaçou matar qualquer um, inclusive a sua mãe.

–Sim, eu acredito que ele ameaçou toda a cidade para que não me tirassem daqui. Eu acredito que ele ameaçou minha mãe. Mas, acreditem, ele não faria a ela mal algum!

–O que te dá tanta certeza disso? O que ele fez com a sua cabeça Caroline?

–Provavelmente o que o Damon fez com a sua, Elena.

Ela pareceu desapontada, nervosa e um tanto ou quanto furiosa com a comparação.

–O que aconteceu comigo e com Damon é algo muito diferente.

–Claro, você o pegou com um passado limpo não foi? Ele não tinha me usado, nem matado pessoas, nem pego metade das mulheres da cidade, nem tentado ferrar o próprio irmão...aliás falar em irmão, vamos lembrar daquela vez em que ele matou o seu? Mas, claro nada disso significa alguma coisa e sabe porque? Porque você o ama...porque vocês se amam. Porque o amor nos ensina a ver as pessoas que amamos mais profundamente.

–Ok, Caroline. Você está apaixonada por ele...e você acha que o amor justifica tudo. Você realmente não consegue perceber o quanto isso tudo é errado? O quanto estar com alguém como ele é errado e fora dos padrões?

Bonnie disse isso como se quisesse me dar a resposta que Elena não deu, mas eu também tinha algo pra ela:

–Bonnie você lembra quando nós já mocinhas e íamos para a pracinha da cidade depois da aula olhar os garotos? Você lembra qual o álibi que nós usávamos? Bem, eu vou lembrar...nós íamos para todos os efeitos levar o pequeno Jeremy para brincar. Sim, o irmãozinho da Elena. Esse menininho que nós vimos crescer e ajudamos a trocar quando ele se sujava de lama. E hoje você transa com esse mesmo garoto. Você já parou para se perguntar se outras pessoas não consideram isso "fora dos padrões"?

–O que há com você, Caroline? Você está sendo agressiva.

–Não, Elena. Eu estou sendo realista.

–É, eu sei bem como é você sendo realista. Eu sei bem quantas vezes você me disse que estar com o Damon era errado. O quanto você me julgou por te-lo escolhido e o quanto nunca acreditou que ele poderia ser bom pra mim. Mesmo sabendo que eu era feliz com ele você nunca admitiu que estava errada no seu julgamento. Eu lembro as vezes em que você jogou na minha cara o quanto eu havia sido má para o Stefan. Você me julgou como a garota sem coração e cheia de defeitos.... E foi por isso que você escondeu de nós sua relação com o Klaus, não foi? Porque você nos julgou sempre por tanto tempo que não queria dar margens pra que a gente descobrisse suas "imperfeições".

Eu engoli em seco diante daquilo. Ela estava certa. Eu realmente julguei o que eu tinha e o que eu não tinha direito na vida dela.

–Caroline...isso não pode ser você. Não seria o caso de tentar encontrar alguém que pudesse descobrir o que realmente ele fez com a sua cabeça?

Eu ri...

–Bonnie, ele não mexeu com a minha cabeça. Ele mexeu com o meu coração, com a minha alma, com a minha visão de mundo e das pessoas.

–Sua mãe está desolada com tudo isso. Ela queria vir aqui mas nós não deixamos, por tudo que aconteceu ontem. Você acha que ela gostaria disso pra sua vida?

– Bonnie, minha mãe fez as escolhas dela. Errou com meu pai, ok...mas teve algo bom. Quer dizer, eu estou aqui nesse mundo e sou fruto deles. Ela errou, mas teve uma vantagem nesse erro, então eu acho que ela não devia ter tanto medo de que eu erre.

–Que vantagem pode ter estar com alguém como o Klaus? Elena perguntou.

–Eu o amo. Vocês são minhas melhores amigas...eu não espero que vocês entendam. Eu também não entenderia. Aliás, eu também estaria desse lado fazendo de tudo e mais alguma coisa para colocar juízo nas vossas cabeças, se fosse ao contrário. Mas vocês sabem que eu sou muito melhor nisso que vocês, e se eu não consegui fazer isso comigo própria, vocês não deveriam perder tempo. Vocês acham que eu não tentei negar pra mim própria como eu me sentia? Vocês acham que eu não tentei reorganizar tudo isso logicamente na minha cabeça para chegar a conclusão de que eu estava errada. VocÊs realmente acham, que eu, Caroline Forbes, não lutei contra isso? Não vi tudo de ruim que esse sentimento podia me trazer? Se vocês acham isso, vocês não me conhecem, porque eu tentei com todas as minhas forças. Mas eu morri na praia, eu cansei, e eu desisti. E agora eu apenas quero tentar, se tiver que ser será e se não tiver que ser falhará. De qualquer das formas ficará resolvido e eu não vou viver me perguntando pela eternidade como teria sido. Recentemente eu percebi que não posso viver sem saber como teria sido. E se tiver que ser ruim, que seja. Mas que seja já. Eu não espero que vocês não me julguem eternamente e eu sei que não fui com você Elena, a pessoa mais leve do mundo. A única coisa que eu quero é poder continuar sendo amiga de vocês. Mesmo que eu agora não seja a Caroline que vocês achavam que eu era...eu ainda amo vocês do mesmo jeito.

Elas me abraçaram. E mesmo que não tenham me dito nada, isso já era mais do que eu esperava. No fundo eu sabia que nesse momento elas apenas estavam torcendo para que tudo desse errado logo para que elas pudessem me consolar de uma vez e seguíssemos com a normalidade das nossas vidas esquecendo essa aberração emocional que eu criei no caminho.

Depois de uma rodada de desculpas elas queriam saber o que eu pretendia fazer daqui pra frente e isso me fez lembrar do Klaus culpado e desesperado que eu encontrei na cozinha. E da resposta que ele não me deu porque precisava pensar. Aliás como ele ainda se atrevia a ir pensar depois que eu tinha pedido pra namorar com ele? Tipo, eu tomei a iniciativa e ele era pra ajoelhar e agradecer e não dizer "vou pensar". O que quer que minha mãe tenha dito atingiu ele tão em cheio que não consegui seduzi-lo. E isso era grave. Eu poderia mentir para as duas e dizer que íamos namorar e assumir pra todo o mundo, mas eu não queria mais mentir pra elas.

–Eu decidi parar de fugir e me esconder e ficar com ele abertamente. Mas ele está com crise de consciência depois de tudo que aconteceu e do que minha mãe disse a ele. Eu já falei mil vezes que não foi culpa dele, mas ele parece que já nasceu predisposto a assumir todas as culpas do universo. Então ele me disse "vou pensar" pouco antes de vocês entrarem.

–Ele está certo, Caroline.

–Não Bonnie, ele não está. Ele está agindo igual a minha mãe e tentando decidir algo por mim. Eu sei que é arriscado estar ao lado dele, mas dane-se, viver sem ele seria um sofrimento bem pior.

–Ele tem muitos inimigos, Caroline...eu sei bem como é isso e ele tem bem mais inimigos que o Damon. Essa crise de consciência dele que você está nos contando agora me faz acreditar que não foi ele que mexeu com a sua cabeça, foi você que mexeu com a dele.

O telefone tocou e eu fui atender como se a casa fosse minha. Era Klaus.

–Você sobreviveu a elas?

–Você está bem humorado e fazendo piadas pela primeira vez no dia? Isso é bom.

–Bem, eu estou ligando para dizer que não se preocupe com os 5 vampiros que estão guardando a casa agora. Caso você saia três deles irão com você, mas eles não vão incomodar, é só pela sua segurança.

Eu olhei pela janela. Eu sabia que ele não estava fazendo piada, mas eu esperava de coração que ele estivesse. 5 caras do tamanho de um armário circulavam lá fora.

–Klaus, qual a parte do "não fique tão obcecado com isso" que você não entendeu?

–Eu estou apenas tomando algumas precauções....a propósito você prefere a versão mais atual do seu telefone antigo, ou posso escolher outro usando a minha intuição?

–Eu tinha me esquecido completamente que não tenho mais um telefone! Ok, qualquer um, desde que seja rosa e tenha uma memória gigantesca...e evidentemente uma boa câmera...ah e talvez na loja você encontre alguns assessórios legais que eu possa usar com ele.

–Claro. Ele ainda parecia tenso.

–Quando você volta pra casa?

–Breve. Porque? Você está sentindo alguma coisa? Precisa de algo? Você se alimentou desde que saí dai?

–Não, não, eu estou bem. Relaxe, ok?

–Ok.

Bonnie e Elena me olhavam quando desliguei o telefone. Apontei pra janela e elas viram os "seguranças" lá fora.

–Ele me disse que quando eu quisesse sair, três deles iriam comigo para minha segurança.

Elas ficaram caladas como se achassem aquilo normal e até bom. Ou eu estava maluca ou todo mundo tinha mudado enquanto eu estava sendo torturada, menos eu.

–Alooo, vocês entenderam? Não tem sentido algum isso. Eu nasci e me criei nessa cidade, minha mãe e a Xerife. Eu sou uma vampira...eu não posso sair por aí com três brutamontes como guarda- costas! Eu não preciso disso.

Eu jamais esperaria por isso mas Elena assumiu a atitude mais "não Elena" possível defendendo o Klaus:

–Entenda Caroline, você quase morreu...é natural que ele se preocupe....

–Se preocupe? Ele está obcecado com isso! Vocês acreditam que ele não transou comigo porque eu estou segundo ele "fraca" e minha mãe o mataria? E vocês acham que eu não tentei o bastante faze-lo mudar de ideia?

Elas olharam uma pra outra com aquela cara de "nós não precisávamos saber disso" mas eu não tinha mais a quem dizer aquilo e continuei.

–Eu acho que ele não vai ficar comigo...ele vai embora e vai deixar esses 5 trogloditas cuidando da minha segurança pela eternidade até o dia em que eu estiver tão irritada que ele é que vai precisar ter cinco seguranças!

Eu só percebi que estava chorando descontroladamente quando elas me abraçaram. Eu estava chorando porque eu estava com medo de perde-lo. Porque ele agora tinha a ideia fixa de que era totalmente perigoso pra mim estar com ele e as pessoas a minha volta pareciam partilhar da mesma opinião.

*********************************

Eu havia comprado o telefone dela e a moça da loja me disse que todo presente fica mais bonito com flores ou um cartão. Eu estava sentando no Mystic Grill com o cartão em mãos pensando no que escrever pra ela. Eu sabia qual era o certo a fazer, e o certo a fazer era deixa-la, deixa-la viver, ser feliz e ter a chance de fazer outras escolhas. A minha situação de vida não havia sido de todo uma escolha minha, mas eu tinha determinado alguns ciclos de ação e eu tinha que pagar a consequência dessas ações sozinho. Eu não queria viver mais um dia se tivesse que ve-la outra vez nas condições que a encontramos. Ela não tem noção de como ela estava, mas eu a vi quase morta...e eu não conseguia apagar essa imagem da mente e nem as palavras de Liz sobre amor , renuncia e condenação. Mesmo a dor que eu sentia dentro de mim agora enquanto decidia abrir mão dela podia ser comparada a dor que ela sentiu enquanto a verbena dilacerava o seu corpo dias seguidos. Eu teria que deixa-la ir, teria que deixa-la pra que ela tivesse uma chance de viver sua eternidade sendo feliz como ela merecia, sem ter que passar por nenhuma dessas coisas. E mesmo que meu cérebro me cumprimentasse por estar fazendo a coisa certa, o meu coração preenchia minha cabeça com as lembranças do que eu estava abrindo mão, do que eu estava deixando enquanto decidia deixa-la:

–Nunca mais as conversas sem sentido que sempre começavam, seguiam ou terminavam em brigas pelos motivos mais banais possíveis.

–Nunca mais esperar que ela aparecesse de repente e me tirasse da rotina de um dia ruim, monótomo ou mesmo de um dia normal.

–Nunca mais a chance de ficar intrigado em como o cérebro dela funciona em relação a mim e em relação ao resto do mundo.

–Nunca mais me sentir no direito de deseja-la pra ontem, de querer estar dentro dela como se aquele lugar me pertencesse por direito, assim como ela inteira.

Havia muito a perder tirando-a da minha vida. Se é que tira-la da minha vida fosse algo possível, porque o tanto que existe dela dentro de mim não permitiria isso. Ela sempre estaria ali até o fim dos tempos...e eu sou imortal. Eu sei que ela protestará contra isso e que ela dirá que estou condenando nós dois, por minha decisão. Mas seja qual for minha decisão eu a estaria condenando também. Eu olhei o cartão e li o que eu tinha finalmente escrito:

"Eu preciso dizer algo a você agora e não quero que você esqueça. Eu amo você, sem começo e nem fim. Eu amo você como se você tivesse se tornado a parte essencial do que me mantem vivo . Eu amo você como apenas um homem perdido pode amar uma mulher. Sem medo. Sem expectativas. Esperando nada em retorno, exceto que você me permita manter você aqui em meu coração. Para que eu sempre saiba que foi sua força, seus olhos e seu espírito que me deram a liberdade e me permitiram voar."

Eu joguei o cartão no balcão. Eu não iria entregar aquilo a ela. E agora eu estava indo pra casa, com a pior missão que eu já tinha dado a mim próprio nos últimos mil anos. Deixar Caroline. E eu não iria apenas embora, eu iria fazer com que ela quisesse que eu fosse embora. Seria mais fácil para ela. E as amigas delas estariam do lado dela quando soubessem que mais uma vez, eu ferrei com tudo porque sou um animal. Quando eu entrei em casa Bonnie e Elena estavam saindo. E Caroline estava saindo junto. Ela ia encontrar a mãe. Mas eu disse que não podia esperar e ela ficou, prometendo encontra las dali a pouco tempo.

– O que foi Klaus? Você precisa ir para New Orleans?

– Preciso.

– Hum. Tudo bem. Eu sei que você tem as suas coisas para cuidar e não pode simplesmente ficar comigo o tempo todo. Ela disse isso meia triste meia desafiante, na realidade ela estava esperando que eu jogasse tudo pro alto e dissesse que ela estava errada e que não tinha nada mais importante do que ela nesse mundo.

– É Caroline eu não posso ser sua babá.

– Minha babá? Aquilo irritou a um pouco. Apenas o suficiente para servir de base pro que viria a seguir.

– Sim Caroline. Eu acho que essa hora é tão boa quanto outra qualquer para esclarecer as coisas entre nós. Eu não te amo. Eu realmente gosto de você. Eu adoro o seu corpo sem dúvida nenhuma, mas você não vale o esforço de te ter a meu lado. Você para mim era um desafio, você demonstrou que eu nunca poderia te ter, e isso fez com que eu te quisesse ainda mais. E você se tornou um projecto. Eu te teria, não importava onde, como ou quanto tempo levaria, você seria minha. Mas agora que eu te tenho, entregue, disposta de corpo e alma, eu tenho que ser sincero, você não é tudo isso. Na realidade, eu te quis tanto que eu te coloquei num patamar mais alto do que o que você merece. Você sabe, bom sexo, e loiras espampanantes eu posso conseguir em qualquer lugar, e isso é tudo que você tem a me oferecer.

O rosto dela se desfigurou por momento com uma expressão que eu nunca tinha visto que estava muito além da decepção, eu quase parei por ali, quase. Mas eu levaria aquilo até ao fim.

– Eu tenho amor para oferecer. Eu te amo Klaus. Ela disse isso com a cara lavada em lágrimas. Mas eu me mantive firme.

– Amor? Eu ri fazendo pouco caso dos sentimentos dela deliberadamente. E o que é o amor para você Caroline? Algum tipo de poder? Algum tipo de segurança? Algum tipo de magia inexplicada? Porque para mim amor é uma fraqueza. Eu não preciso de amor no meu mundo, eu não preciso estar cercado de fracos, de pessoas emocionalmente incapazes, porque é isso que o amor faz com você, te deixa incapaz, incapaz de ver as coisas com clareza, incapaz de definir prioridades. O seu amor por mim te deixou tão cega, que você foi é incapaz de ver quem eu realmente sou. Eu não sou capaz de amar Caroline, eu desprezo esse sentimento, para mim, o seu amor é lixo, é descartável, é algo que eu não só não preciso, como renego.

– Você disse que me amava, várias vezes. Ela tento gritar, mas o choro impediu que a sua voz saísse com força, transformando o grito numa súplica agonizada.

É claro que eu disse. E você acreditou não é? Porque você foi incapaz de ver que não era verdade. Foi incapaz de ver que tudo que eu faço e deixo de fazer esta ligado a um objectivo, no seu caso, era te ter. Bom. Eu consegui. Se para isso eu tive que dizer que te amo. Preço baixo. Eu digo muitas coisas que não deveriam ser escritas. Eu te admirei sabe, porque no inicio você pareceu tão pouco importada com sentimentos quanto eu. Você queria sexo, e eu estava mais do que disposto a te dar. Mas depois, você foi incutindo necessidades na nossa relação, incutindo exigências as quais você não tinha direito, e eu te deixei acreditar que aquilo era algum tipo de evolução porque eu queria ver até onde eu podia te possuir. E possuir sua mente, corpo e alma foi uma viagem alucinante Caroline. É uma pena que você seja dona de uma fraqueza tão notável, eu poderia realmente te querer ao meu lado. Mas você é apenas uma adolescente com poderes vampiros. Você tem muito o que crescer para ser alguém, tem muito que provar a si a própria e todo mundo para poder querer alguém como eu do seu lado. Se você tivesse perdido dois minutos da sua vida imaginando como realmente seria ser minha mulher você teria visto o quão ridículo isso é. Eu estou até agora pensando como que você não conseguiu se defender da Regina. Ela era só uma bruxa. Você realmente é muito vulnerável. Eu posso ter uma mulher como você ao meu lado? Não. Eu não posso. Você me diverte, é um fato. VocÊ achou que poderia ser minha rainha além do quarto? Você seria a primeira rainha a ser caçada pelos seus súbditos sem parar. Eu viveria para te proteger e não para aumentar o meu império. Na verdade você seria uma pedra no meu sapato, sempre. E embora o seu corpo seja uma delícia, e ele é, ele não vale todas as dores de cabeça que você ia me trazer. Você precisa viver alguns séculos antes de estar pronta para fazer parte da minha vida, você precisa crescer antes de querer ser minha, e você precisa ser muito melhor e “maior” do que é para querer que eu seja seu. Por agora, você apenas não tem aquilo que é necessário. Você é fraca, sensível, vulnerável e mimada. Ninguém em sã consciência ficaria com uma mulher assim pra sempre, a não ser que a amasse, o que não é o meu caso.

E foi totalmente impávida e serena, como se tivesse sido atingida por um raio que a deixei ali, especada, sem acção. Ela ainda iria demorar um pouco para assimilar aquilo que eu disse, e eu não queria esperar. Eu não queria ver mais decepção no olhar dela.

**************************************

Eu estava possessa. Eu nem conseguia distinguir as cores das coisas, tudo era vermelho sangue porque era isso que eu queria, o sangue do Klaus. Como ele se atrevia a usar aquile tipo de tecnica de novela mexicana barata comigo? Por quem ele me tomava? Alguma idiota sem noção que ele poderia convencer com “eu não te amo mais mas foi bom te comer” Ele realmente achava que isso ia funcionar comigo? Eu estava profundamente indignada por ele achar que sim. Se seria tão fácil me convencer que tinha sido tudo um jogo, que seria tão fácil me convencer que eu não significava nada. Se ele queria me insultar para que o odiasse ele tinha conseguido. Novidade nenhuma aliás, eu já o odiava muito antes de o amar, apenas uma emoção familiar quando se tratava da relação entre nós dois. Uma vez Rebekah disse que amava e odiava Klaus em igual medida, nesse preciso momento essa frase fazia muito sentido para mim.

Mas tudo bem, se ele queria brincar, eu também sabia jogar esse jogo. Ele não perdia por esperar.

Damon entrou em casa sem sequer bater na porta, abusado como sempre.

– Hey Barbie, missão de paz aqui, ele disse quando viu minha cara de ódio. Eu vim só fazer minha boa acção do século e deixar esse cartão que o Klaus perdeu la no MG, suponho que seja pra você…

"Eu preciso dizer algo a você agora e não quero que você esqueça. Eu amo você, sem começo e nem fim. Eu amo você como se você tivesse se tornado a parte essencial do que me mantem vivo . Eu amo você como apenas um homem perdido pode amar uma mulher. Sem medo. Sem expectativas. Esperando nada em retorno, exceto que você me permita manter você aqui em meu coração. Para que eu sempre saiba que foi sua força, seus olhos e seu espírito que me deram a liberdade e me permitiram voar."

Eu li. E fiz cara de nojo. Klaus era um covarde filho da puta. Mas tudo bem. Eu deixaria ele se sufocar com as próprias palavras. Ele iria querer apagar com o coração sangrando nas próprias mãos cada uma daquelas palavras vãs. Ele poderia até ter falado sério. E eu estaria desolada, inconsolável. Mas a forma como ele insultou a minha inteligência, apenas me fazia querer ve lo se contorcer.

Eu não sei como é possível odiar tanto alguém que você ama, mas talvez apenas alguns sentimentos nunca se apagam de você.

**********************************

– Você parece ansioso, vai a algum lugar?

Levantei os olhos do marcador do relógio e Elijah me olhava fixamente. Daquela maneira analítica que as vezes me deixava desconfortável.

–Aguardo um telefonema, tenho...negócios a resolver.

–Algo que eu possa resolver?

–Não. Respondi bruscamente mas não foi minha intenção cortar o meu irmão, então tentei consertar- é algo relacionado a pintura. Nada sobre rebeliões.

–Então é isso que você tem escondido de mim esse tempo todo?

–O que?

–Niklaus eu conheço você. Há alguns meses você se comporta como se eventualmente precisasse fugir para um universo paralelo. E eu sabia que isso não tinha nada a ver com os seus planos pra New Orleans...então é tudo sobre a arte?

–Exatamente. Respondi aliviado. É tudo sobre a arte.

E nesse exato momento a "Arte" me liga e meu telefone toca. Aceno com a cabeça para meu irmão que sorri complacente e saio pelo corredor com medo de que ele possa ouvir a respiração impaciente de Caroline do outro lado da linha.

–Eu estava quase desligando. Ela disse rispidamente.

–Onde você está?

–No seu ateliê e vou colocar fogo em tudo se você não chegar em cinco minutos.

Ela não precisou esperar muito. Havia algo na voz dela que me deixava alucinado, dependente. Em alguns minutos eu estava lá no meu ateliê, ela estava de costas, a pele branca iluminada pela luz dourada da luminária de mesa. Ela sabia que eu estava ali, virou e voou sobre mim numa velocidade estonteante. Caímos sobre o sofá, ela estava por cima, a visão era alucinante, havia algo selvagem quando ela fazia isso e eu queria mais. O próximo passo seria ela destruir mais uma de minhas camisas mas ela não fez isso. Ela abriu os botões da blusa dela em vez de atacar a minha, e enquanto fazia isso ficou rebolando de leve em mim. Alguma coisa no olhar dela não estava certo. Eu sei perfeitamente que terminei tudo entre a gente mas essa semana que passou tinha sido um inferno, e as minhas forças para continuar com aquela palhaçada eram poucas. Eu queria ela comigo custasse o que custasse, mesmo que isso custasse a segurança dela. Eu era egoísta a esse nível, e já não tinha vergonha de admitir. Eu tentei. Eu realmente tentei mante la afastada mas não é possível se ela não sai da minha cabeça. Eu não consigo me concentrar em mais nada. Eu achei que ela tivesse me procurado com o mesmo tipo de urgência, jogando pro alto tudo que tinha sido dito no nosso último encontro, como aliás já tinha acontecido antes, mas os olhos dela não estavam iguais e denunciavam algo que eu não estava sendo capaz de captar. Eu poderia fazer toda essa analise mais tarde, quando ela não estivesse sentada rebolando em mim com os seios expostos na minha frente.

– Me chama de sua puta.

Ok. Isso não estava certo.

– O que você está dizendo Caroline?

– Não é isso que eu sou para você? Uma puta? Ela continuava se esfregando. Me torturando com o corpo e com as palavras. Eu fiz com que ela pensasse assim com tudo que eu disse. Nada mais justo do que eu ser torturado com aquele tipo se situação. Ela estava se rebaixando aquilo que ela achava que significava para mim, e aquilo era indecente. Eu poderia parar e e tentar faze la perceber que tudo não tinha passado de… o que mesmo? Eu só conseguia pensar nela roçando em mim. Ela estava tão quente. Tão macia, eu tinha sentindo tanta falta de estar dentro dela que todo o resto que era essencial estava se desvanecendo conforme o meu tesão aumentava. Eu a levantei um pouco afastando a chave de coxa tão apertada apenas para desabotoar minhas calças que ela tirou habilmente apenas usando os pés. Quando eu imaginava como ela era tão boa em algumas coisas eu queria morrer, de pensar em quantas vezes ela teria feito aquilo com caras que não eram eu. E frequentemente eu era tomado por uma vontade absurda de marca la por dentro e por fora como minha. E era essa a situação eu esgacei a saia dela e sequer me preocupei com minha camisa, ela estava sem calcinha. Essa garota queria apanhar. Eu detestava que ela andasse sem calcinha por aí. E ela sabia. Nunca era lento e sedutor na primeira com Caroline, sempre era rápido e bruto, frenético e duro. Tinha uma necessidade animal que nos impedia de ser como os amantes normais que queriam prolongar tudo. Nunca conseguíamos isso antes de primeiro dar aos nossos corpos tudo que eles queriam da forma mais rápida possível. Talvez isso fosse realmente uma coisa de vampiros, a necessidade febril de se satisfazer não podia ser considerada muito humana.

Eu segurei o pescoço dela e levantei a coxa, mas ela não deixou que eu terminasse, ela se virou de costas para mim, me matando pelo segundo que pensei que ela poderia estar indo embora apenas para me castigar, e ficando de 4 para mim.

– Me come de 4 Klaus.

Ok. Eu tive que pensar na minha avó pelada cheia de pelos e correndo atras de um mosquito cor de rosa para não gozar ali mesmo, antes mesmo de estar dentro dela. Detalhe que eu não conheci minha avó, então eu não faço ideia de onde saiu essa velha ridícula que minha mente criou. Eu percebi que estava tomando tempo demais em freiar a minha excitação quando ela começou a se tocar sozinha, gemendo baixinho, como se mostrando que não precisava de mim para nada. Quando eu tomei o meu lugar no seu interior foi como se eu nunca tivesse saído dali, os nossos corpos apenas eram perfeitos um pro outro, a pressão era perfeita, eu estava marcando o quadril dela com dedos, eu sabia, e não era sem querer. Na verdade eu gostaria de tatuar em todo corpo dela “propriedade de Klaus Mickaelson” mas já que eu não podia fazer isso apenas a marcava da forma que me era permitida, fazendo a gozar do jeito que eu sabia que ela não gozava com mais ninguém. E gozando junto.

Eu estava no chão quando ela levantou e começou a ajeitar as roupas e se recompor.

– Onde você acha que vai?

– Eu vou voltar para a faculdade.

– Agora? Porque tanta pressa?

– Eu tenho uma festa amanhã. Pretendo estar preparada. A viagem não é tão rápida quanto isso.

– Então porque você veio aqui se a festa é tão importante que você tenha que sair correndo?

– Vir aqui faz parte da preparação para a festa Klaus. Você sabe melhor do que ninguém, eu tendo a ser bem agressiva quando estou muito excitada, e você também sabe, que se eu transasse com um humano como eu transo com você poderia machuca lo, ou talvez perder o controle e morde lo.

– Você veio aqui procurando sexo para poder se oferecer melhor pros seus colegas de classe, é isso?

– O bom de você ser inteligente, é que eu não preciso te explicar as coisas como se você fosse uma criança. Ela me deu um selinho e pegou a bolsa indo para a porta. Eu segurei o braço dela com força a impedindo de sair e fechando a porta a encurralando contra ela:

– Voce está ficando maluca? Como que você vem aqui me diz uma coisa dessas e acha que simplesmente vai sair pela minha porta pra dar pra outros caras como se você fosse uma vadia?

– Qual o problema? Você mesmo disse, que só estava comigo porque queria o meu corpo, e que eu devia crescer. Parte do crescer é se divertir, e agora é o que eu tou fazendo. E você sabe, do mesmo jeito que você é louco por isso aqui, ela passou a mão pela curva do corpo como se se referindo a algum material ou objecto, muitos outros também são, e afinal, eu sou uma caloira e o ano de caloiro é o mais louco na vida de estudante. Eu não tenho porque me privar de nada, até porque eu sou uma vampira, não é como se eu fosse pegar uma doença por aí ou algo do estilo. Você me fez entender que eu tenho muito o que aproveitar, pela eternidade. Eu pensei realmente em abrir mão de muitas coisas por você, porque eu te amo, mas a verdade é que eu sequer sabia do que estava abrindo mão. Eu não sabia o que estava perdendo nessa barganha, eu apenas queria ficar com você. Agora eu vejo que você tinha realmente razão, eu estava errada. Eu tenho o mundo para correr, e o meu tempo está curto, então se você puder soltar o meu braço eu tenho gente me esperando.

– Gente te esperando? Em Georgia? Não me parece que alguns minutos vão fazer diferença.

– Não, na verdade eu tenho uma amigo me esperando no carro. Então se você me dá licença…. E assim ela saiu, me deixando com a cara mais idiota da vida. Aquela era Caroline? A rainha da moral e dos bons costumes? O que eu tinha feito com ela? Eu sei perfeitamente que esse comportamento é a resposta para como eu reagi ao pedido dela de ficarmos juntos. Mas eu nunca pensei que ela fosse reagir assim, eu achei que ela ficaria vendo filmes tristes com as amigas e comendo pipoca e não vivendo “la vida loka” na faculdade. Só o facto de imaginar outra pessoa tocando nela eu já via tudo roxo. O que a merda dos vampiros que eu deixei cuidando dela estavam fazendo que não me entregaram um relatório completo da vida que ela estava levando? Bando de inúteis. Todos.

Eu demorei menos de 2 minutos a decidir acabar com aquela palhaçada e sair atrás dela.

Festa?

Deus sabe como eu sou otimo para destruir festas. Principalmente festas onde o prato principal é a minha mulher.


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Notas finais do capítulo

Rélow de novo, notas finais, é aquela em que você se sente, a pessoa já leu e nada do que você diga vai mudar o que ela pensou ou sentir, então ok. Se você leu gostou e acha que valemos os 2 minutos que você perderá escrevendo o comentário a gente agradece. é muito legal ver as coisas da perspectiva de vocês. E não esqueçam se puderem continuem divulgando, pras tias, pras mães, pras madrinhas, não perah! :*