Do you love me? escrita por Ayuzawa Rei


Capítulo 2
Descobertas, passeio e segredo


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco pra postar, eu sei, mas quando comecei a escrever esse capítulo eu não conseguia parar hehe Eram muitas ideias e eu finalmente consegui terminar o/
Lembrem-se que isso é um sonho então não haverá muitos detalhes, apenas ocasiões importantes que serão mostradas. Terminando aqui, deixo que vocês leiam agora, e até as notas finais!
Boa leitura...



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Cheguei em casa e encontrei minha mãe, sua feição preocupada logo foi substituída por alívio ao me ver.

– Até que enfim você chegou! Agora se arrume rápido, daqui a pouco já vamos sair! – ela disse enquanto me “arrastava” para meu quarto.

– Tá bem, mãe! Já vou indo! – eu disse, agora entrando no meu quarto.

Hoje é meu aniversário de 15 anos, e apesar de falar milhares de vezes pra minha mãe que eu não quero festa nem nada (porque festas de aniversário, em minha opinião, é coisa de criança), ela não muda de ideia e diz que quer me levar em algum lugar para “comemorar” meu aniversário, e também diz que não vai ser nada extravagante, apenas um jantar com amigos e família.

Tomei um banho rápido e coloquei a primeira roupa que vi. Então fui até minha mãe avisar que estava pronta. Ao ver minha roupa, ela disse para eu colocar algo que fosse “mais adequado”, como um vestido e salto alto. Sério?! Ela sabe que eu odeio usar vestidos, e sempre tenho a sensação de que vou cair enquanto uso salto, simplesmente não tenho jeito para essas coisas! Perguntei para ela se não estava bom eu apenas ir com a roupa que eu estava, que era uma camisa curta xadrez, um short escuro e meu all-star preto. Ela apenas me deu um olhar de “não vou falar a mesma coisa duas vezes”, então eu revirei os olhos e voltei para meu quarto, tentando me controlar para não jogar aquele vestido fora.

Ah, como eu queria fazer isso!” Rapidamente tire esse pensamento da cabeça e fiz questão de me arrumar rápido, pois minha mãe já estava impaciente enquanto dizia para me apressar. Após alguns minutos, eu apareci em frente a meus pais, que esperavam na sala, já arrumada e tentando não parecer muito incomodada, minha mãe se aproximou e sorriu, colocou sua mão no meu rosto para colocar uma mecha de cabelo que estava solta para trás da minha orelha e disse: “Sua irmã estaria orgulhosa de você...”.

Aguentei a urgência de chorar naquele momento, respirei fundo para tentar esquecer um pouco as incessantes memórias que vieram junto com aquela frase, e respondi com uma voz baixa, quase como um sussurro: “É... talvez você tenha razão”, e com isso me dirigi até a porta da frente de casa. “Hoje vai ser uma longa noite”.

–----Duas semanas depois (precisamente 25 de Novembro)-----

Desde aquele dia, algumas coisas aconteceram, o jantar foi normal, havia alguns convidados que conclui serem conhecidos dos meus pais, mas uma surpresa foi ver meus amigos lá também, com eles ali não seria tão “deprimente”, então passei a maior parte do tempo conversando com eles. Em algum momento pensei em como seria legal se aquele menino que eu conheci no mesmo dia estivesse lá também.

É mesmo! Falando nele, acabei me encontrando “acidentalmente” com ele algumas vezes nos dias que se seguiram. Então conversamos um pouco mais sobre cada um, descobri que seu nome é Henry Winter, nós temos a mesma idade, e ele está aqui na cidade há pouco tempo. Descobrimos que nós temos vários filmes, jogos e bandas em comum, o que torna as conversas mais divertidas. Eu também falei para ele que o dia em que nos conhecemos era meu aniversário. De vez em quando contávamos histórias engraçadas que aconteceram, eu notei que ele parecia se sentir mais confortável com a minha presença, e isso me deixou muito feliz.

Agora, no momento atual, é uma hora da tarde e está um pouco frio lá fora, pois o Natal vai chegar em pouco tempo, então como acabei saindo mais cedo da escola hoje, estou vendo uma roupa para ir passear um pouco. Acabei escolhendo um moletom branco com capuz, uma calça jeans clara e um all-star vermelho. Dei tchau para minha mãe que estava na cozinha e fui caminhar lá fora.

Eu comecei o pequeno passeio pela cidade e notei que o tempo ia piorando a cada minuto que passava. Em algum momento começou a chover. A chuva não é algo que me incomoda, eu até gosto de quando chove, então apenas coloquei meu capuz e continuei andando.

Eu estava continuando meu caminho quando, de repente, senti alguém me abraçar por trás. Eu fiquei parada, não conseguia me mexer nem falar nada, naquele momento eu estava lutando contra meu corpo para me mover e tentar escapar de seja lá quem for, mas pelo jeito eu acabei perdendo. Só pude esperar o próximo passo da pessoa misteriosa.

Então senti uma respiração quente perto do meu pescoço e tive arrepios, logo após isso, pude ouvir a pessoa sussurrar no meu ouvido: – O que você pensa que está fazendo aqui andando sozinha e na chuva?

Demorei alguns segundos tentando reconhecer a voz da pessoa que havia me “capturado”. Após me lembrar, virei para trás enquanto perguntava: – Henry? –. Depois de vê-lo, corei muito após perceber a pouca distância entre nós, e que ele ainda estava me “abraçando”. Notando minha reação, ele rapidamente se soltou de mim e começou a coçar a nuca enquanto olhava para outro lugar e dizia:

– Então? Vai responder a minha pergunta?

– Ah, é mesmo! Bem, eu só estava dando uma volta...

– Na chuva?

–Eu não vejo problema nenhum nisso – disse enquanto dava de ombros.

– Mas você pode pegar um resfriado!

– E como é que você veio parar aqui?

– Eu estava passando aqui perto quando vi você. Deixando isso de lado, vamos sair dessa chuva – ele falou enquanto olhava em volta, e logo depois me chamou para segui-lo. Vi que estávamos indo em direção a uma cafeteria.

Chegando lá, sentamos em uma mesa para dois num canto mais afastado. – Vamos ficar aqui por enquanto até essa chuva parar. Peça alguma coisa para comer, eu pago.

– Obrigado – eu falei e então comecei a ver o cardápio. Acabei pedindo uma fatia de bolo e suco. Enquanto esperamos o pedido, resolvemos conversar mais um pouco.

– Sobre o que falaremos hoje?

– Dessa vez o assunto vai ser um segredo em troca de outro, mas claro, só se você aceitar! –eu disse, e ele pareceu pensar por um momento antes de responder:

– Ok, eu aceito! Vai ser fácil! –ele disse vitorioso. Então eu falei algo do qual estava incerta até agora, mas resolvi arriscar:

– Mas esse segredo tem que ser um dos mais “obscuros”, um do qual você não teria tanta, ou talvez nenhuma, coragem de expor para os outros, então pode ser complicado para nós dois. Tem certeza de que vai aceitar mesmo assim? – eu estou pegando pesado, eu sei, mas simplesmente me deixei levar falando isso, já que eu nunca consegui superar aquelas memórias, mas, bem... talvez seja uma coisa louca, mas talvez ele possa conseguir me ajudar a superar isso de algum jeito, ou pelo menos aliviar essa dor no meu peito toda vez que penso nisso... E eu também posso ajuda-lo, fazendo o que eu puder, claro, dependendo de que tipo de segredo seria o dele.

Dessa vez ele demorou um pouco mais para me responder. Depois de um tempo ele deu um longo suspiro e respondeu: – Está bem, mas você vai ter que esperar algum tempo para eu poder te contar.

– Por quê?

– Digamos que eu ainda não posso fazer isso. Espero que você entenda.

– Então eu também não vou falar nada! – disse enquanto cruzava os braços.

– Ei! Por que está dizendo isso? Eu queria tanto ouvir o que você tinha para falar! – e então ele fez uma feição triste. Suspirei, não acredito que eu ia mesmo fazer isso!

– Está bem! Eu vou contar te dizer... – logo após eu terminar de falar, a garçonete trouxe os nossos pedidos. Tomei um pouco de suco.

Suspirei, fechei os olhos e deixei me levar pelas memórias do passado.

– Naquela época eu morava em outra cidade e devia ter uns cinco anos. Eu estava em casa com minha irmã mais velha, Elynn Sutter, que tinha doze anos. Meus pais tinham que trabalhar até tarde, então minha irmã sugeriu que assistíssemos alguns filmes para passar o tempo. Minha irmã era a única pessoa a quem eu confiaria minha vida, era em quem eu poderia acreditar sempre. Mas naquela noite eu a perdi... Eu me lembro de ter saído da sala por um momento, e então ouvi um barulho, quando voltei , lá estava ele... um monstro, “brincando” com partes do corpo, agora desfigurado, da minha irmã. Eu estava parada perto da porta assistindo tudo, porque não conseguia me mexer. Eu nem sabia como aquela coisa entrou em casa... Por que tudo isso tinha que acontecer tão de repente? Lágrimas começaram a descer meu rosto ao mesmo tempo em que via aquele monstro parar e então lentamente se aproximar de mim enquanto o corpo dele começou a se transformar em uma forma humana. O resto eu não consigo lembrar, eu sei que comecei a chorar bastante... e talvez eu tenha desmaiado, pois só lembro de acordar com meus pais, que estavam em choque com o que aconteceu, e foi nesse momento que notei que ainda estava viva. Por que ele fez isso com minha irmã, mas me deixou ilesa? Bem... pelo jeito eu nunca vou saber. Nas semanas que se seguiram, eu fiquei em um estado deplorável. Chorava quase o dia todo, me negava a comer na maioria das vezes e nunca saía de casa. Então meus pais decidiram me trazer pra cá, pois ficar lá só iria piorar as coisas. Desde então, eu tentei “refazer” minha vida. Fiz amigos novos, comecei a sair mais... Aquelas memórias sempre vão continuar comigo, mas eu tenho que continuar em frente... continuar vivendo, não importa o quanto doloroso seja... – eu estava me sentindo bem melhor após falar tudo. E só agora abri os olhos, notando que ele estava bem atento ao que eu dizia.

Toda a emoção das lembranças fez com que uma lágrima se formasse nos meus olhos, mas antes de rolar livremente pelo meu rosto, Henry estendeu sua mão para secá-la. Não pude deixar de desviar o olhar e corar pelo toque inesperado. Ele rapidamente tirou sua mão do meu rosto.

– Bem, acho que é isso, não se esqueça de que temos um acordo. Você vai ter que me contar o seu segredo também. – falei, voltando a encará-lo.

– Ok, mas você sabe que vai ter que esperar um pouco... – ele respondeu, e eu assenti.

Então, silêncio...

– Ah sim! – ele disse se lembrando de algo. Pôs a mão no bolso e tirou de lá uma pequena caixa branca. – É pra você – ele disse me entregando a caixinha. Eu, confusa, a peguei e então disse:

– Pra mim? Por quê?

– É um presente atrasado do seu aniversário – ele falou sorrindo. Eu peguei e olhei pra caixinha, e então para ele novamente.

– Você não precisava ter- fui cortada por ele antes de terminar a frase.

– Apenas abra!

Fazendo o que ele disse, eu abri a caixinha, e lá dentro encontrei um colar junto de um pingente com a letra “E”.

– É tão lindo... – murmurei, encantada pela delicadeza do pingente.

– Eu sei que seu aniversário já passou, mas eu queria te dar algo de presente, quando vi esse colar, achei que ia ficar legal em você... Quer que eu ajude a coloca-lo?

– Claro! – eu disse. Segurei meu cabelo para o lado e ele colocou o colar em mim. Olhando em volta, eu notei que a chuva já havia parado. – Não está mais chovendo...

– Acho melhor irmos embora então – assenti. Ele pagou a conta e então caminhamos em direção à minha casa.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado, já estou tendo inspiração para o próximo capítulo, então não vou demorar muito pra postar *3*
Até~



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