Dies Illa escrita por Akise Aru


Capítulo 3
Capítulo III - Das Pintas -




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Neste dia, Rihito tinha se decidido a falar com o garoto da pinta. Já havia o nosso menino perguntado aos amigos de Morgan por ele, mas aparentemente nada sabiam, ou nem tinham o interesse em saber. Kensington Academy era realmente muito vasta, não os culpava por isso.

Durante o intervalo, Rihito saiu andando por todas as áreas comuns do colégio, um tanto envergonhado de estar procurando sozinho pelo pálido menino que vira no primeiro dia. Vagou olhando a todos e depois de alguns minutos, quando já estava impaciente, encontrou recostado numa árvore, bem ao longe, o garoto que procurava. Teve o ímpeto de correr até lá, mas se segurou num trote e percorreu metade do caminho andando.

E parou. Ele estava isolado, talvez não quisesse companhia. Para Rihito, que era tímido, sabia que o garoto não o era. Endireitou os óculos e ficou a observá-lo. O garoto não se moveu por um tempo, parecia estar descansando ou apreciando o grandioso jardim que se estendia à frente de ambos. De repente, ele afrouxou a gravata e se deitou no gramado. Foi aí que Rihito percebeu que tanto o cinto do garoto como o zíper de suas calças estavam abertos.

Abertos.

O coração de Rihito pulou uma batida. Ele ficou nervoso. O que eu estou fazendo aqui? se perguntou. Simon se espreguiçou gostosamente no chão de olhos fechados. Rihito, receoso, quis se aproximar. Se aproximou. Devagar. Chegou perto e se agachou. Tinha uma folha seca perdida nos cabelos de Simon, mas ele achou mais prudente não mexer. Se encontrou novamente com a pinta de baixo do olho esquerdo do outro. Uma pele doentiamente branca, onde se viam veias verdes e azuis nas pálpebras e no pulso. Um lírio. No pescoço também. Rihito achou uma pinta nova perto da clavícula dele. Observou-a enquanto o garoto respirava lentamente. Um copo de leite.

Mas e o cinto aberto? O que acontecera? Ele ajeitou os óculos novamente. Estava nervoso.

Simon abriu os olhos repentinamente e prendeu o olhar no colega, sorrindo largamente. Aqueles olhos sempre divagantes, sempre perdidos no céu ou no chão finalmente fitavam algo. Rihito quis gritar, mas se reprimiu. Se desculpou rapidamente e sem delongas, já estava longe.

Rihito corria como se fugisse da sua vergonha. Queria porém ter ao menos ouvido a voz dele.


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Notas finais do capítulo

Várias pessoas estão me falando da obsessão pelas pintas do Simon, eu realmente queria passar a impressão que o Rihito não sabe nada até esse ponto sobre ele e só lembra dele assim, pelo que mais o atraiu.. Rihito tem mesmo uma obsessão por pintas, mas será que está mt exagerado? oAo;;