– Ok, gente. Vocês podem ir para onde vocês quiserem, mas daqui a uma hora eu quero todo mundo lá no quiosque para a gente comer – Eu falo para o pessoal

– Ta – Eles falam. Todos saem, a Samantha vai para o mar com o Gustavo, a Lindsay e a Emily ficam tomando sol e sem reclamar uma da outra ( O que já é um começo, já que, pelo que eu ouvi do Gus, elas não se gostam) e o Jay fica dando em cima das mulheres na praia. Tudo estaria em seu lugar, se a Jennifer não estivesse do meu lado – Jennifer, não vai para a água?

– É...Bem...É meio constrangedor falar isso para um homem – Ela fala. Não tinha entendido o que ela queria dizer com isso e parece que a minha cara transmitiu isso bem – É...Sabe, professor. As mulheres possuem o ovulo e existe uma época em que...- Antes que ela pudesse terminar, eu já tinha entendido e logo cortei ela

– ATA, JÁ ENTENDI! – Eu falei. Sim, em alguns termos eu tenho a personalidade de um garoto de 16 anos, eu sei é um cu – Mas, enfim, você então podia tomar um sol? Que tal?

– N-Não – Ela falou meio vermelha – Eu nunca conseguiria ficar só de biquíni assim, sem me importar o que os outros iram dizer... – Parece que ela não mudou muito de personalidade

– Igualzinha a Jennifer que eu conhecia – Eu falei – Mas agora eu quero saber, em que você mudou?

Ela pensou, pensou bem, pensou bem mesmo

– É, não sei...- Ela falou sem nenhuma emoção

– Talvez...Amizade? – Eu perguntei

– Ah, é claro. Eu fiz amigos, fiquei mais sociável e parei de me fechar que nem antes – Ela falou com clareza e com um sorriso bobo no rosto, mas eu ainda estava preocupado será que ela ainda...

– Jennifer, você ainda se corta? – Eu perguntei sem nem mesmo me importar com os sentimentos dela...

–Não. Decidi crescer e viver a vida pensando que toda hora eu posso cair, mas desistir, nunca! – Ela falou. Eu acabei abrindo um sorriso para ela e ela me respondeu

– Fico feliz de ouvir isso. Continue assim – Eu digo a ela pegando o livro e o abrindo na parte marcada – Bom, se você não se importar – Eu perguntei

– Não, pode ler a vontade! – Ela falou toda desleixada – Eu vou ouvir musica – Ela disse pegando o fone e colocando

Assim foi, o pessoal jogou vôlei, brincou na água e no meio disso tudo, a Emily se entendeu com a Lindsay, não daquele jeito que ela se entende com a Samantha, mas agora elas estão melhores. Depois de mais ou menos uma hora desde que a gente chegou o meu estomago já estava se manifestando, mas eles estão se divertindo tanto que eu nem quis chamar eles, fiquei quieto.

Enquanto eu lia meu livro, eu ouvi meio que uma voz cantando... Não conhecia a musica, mas ouvi-la cantando era legal, era tranquilo. Eu disse a mim mesmo que nessa ‘’viagem’’ eu provaria a mim mesmo que eu não nada por ela, e eu provei. Até agora, não houve nada, e por mim, nem vai haver.

Minha barriga ronca alta, ela é a primeira a olhar e rir

– Ta com fome é Subumafu? – Ela pergunta me chamando de algo que eu não ouvia a muito tempo. Na época em que eu a conheci, ela não queria me chamar de professor e muito menos de Leo. Então, eu disse a ela que ela podia me chamar do que ela quiser quando, do nada, alguém no corredor (Samantha) passou cantando ‘’Eu, você é o Subumafu!!’’. Então, depois disso ela começou a me chamar disso.

– Nossa, piada do baú essa hein. Os jovens não tem mais o que aprender não? – Eu falei brincando

– Ué, os professores não ensinam nada de bom – Ela retruca. Eu gostava disso nela. Ela era do tipo que entrava na brincadeira não importa se era por mal ou por bem.

– Boa – Eu falei – Bom, eu to com fome mesmo, mas se eu chamar eles sinto que eu vou atrapalhar alguma coisa – Eu falo apontando para o Jayce a Lindsay conversando de um lado e a Emily e o Gus de outro enquanto a Samantha está segurando uma grande placa que tinha conseguido escrito ‘’VIREI VELA HUMANA AGORA’’ no meio deles 4.

– Então...- A Jennifer falou pegando a mochila e colocando a mão dentro – Deixe eu....TE MATAR!!! – Ela fala pegando uma faca

–AHHHH!! – Eu acabo gritando e então ela começa a ter um ataque de riso. Ficou meio envergonhado. As pessoas do lado também estavam rindo, que vergonha... - Meu Deus! Menina quer me matar?

– Foi isso que eu disse – Ela falou entre os risos. Depois, ela parou e então pegou uma Pera – Teria pego uma maçã, mas sou muito mais Pera – Ela falou e começou a cortar e de primeira ela cortou o dedo

– Você... Quer que eu corte? – Eu perguntei enquanto ela ainda ficava olhando o sangue dela escorrer

– Quero, por favor – Ela falou dando a pera para mim, mas eu acabei pegando a mão dela

– Me da isso primeiro – Eu disso pegando a faca e colocando no meu colo. Peguei a mão dela e puxei um lenço que tinha na mochila dela – Posso usar?

–Claro – ela falou – Obrigado...

Limpei o dedo dela que sangrava. Parece que ela ainda não gostava de sangue. É normal...Que eu me lembre, ela também não gosta do escuro e odeia andar na rua sozinha

– Pronto – Eu disse. Mostrando para ela o dedo dela sem sangue – Se quiser pode chupar o dedo – Eu falei brincando

– Você podia ser medico – Ela falou colocando o dedo na boca, o que foi engraçado

– Não fala isso nem brincando – Eu disse enquanto pegava a faca de novo e começava a cortar o primeiro pedaço – Hm...A pera ta boa – Eu falei enquanto cortava outro pedaço e dava para ela. Que tinha acabado de ocupar as duas mão. Uma estava limpando a outra

– Ah! É...Pode me dar na boca – Ela falou – Ahhhh- Eu meio que hesitei, mas acabei dando

– Pronto bebe, come – Eu falei forçando a voz de mulher

– Ui, travesti na área – A Samantha falou se sentando do lado da Jennifer – Bora almoçar? – Ela perguntou já com o pessoa todo unido de novo

– Ok , vamos – Eu disse. E lá fomos nós, comemos na padaria-restaurante que tinha na esquina

– Nossa faz tempo que eu não como carne assim – A Lindsay falou – Ta muito bom

– Rico experimentando carne de pobre e gostando...Será que tem droga aqui? – A Samantha meio que murmurou a ultima parte

– M&M, deixa eu pegar a sua coxinha de frango, deixa deixa – O Gustavo ficava pedindo

– Obvio que não! Eu amo essa coxinha! Principalmente daqui! Ficou sem coxinha o azar é seu – A Emily falou para o Gus

– To, eu te dou o meu – A Jennifer, que estava do meu lado ofereceu

– Jenny!! Te amo – O Gustavo que estava na frente dela se levantou e a abraçou – Te amo, te amo, te amo

– Se ama tanto ela, então me esquece e fica com ela – A Emily falou sem nenhuma emoção enfiando a coxa de galinha na boca

– Hue-hue-hue – O Jayce fingiu aquelas risadas lentas de facebook – Sua piada foi tão boa que me deu câncer

– E em algum momento eu te perguntei alguma coisa? – A Emily retrucou

– OEEEE – A Samantha então gritou. Por mim, já tinha ido do limite

– Gente! – Eu disse – Parece que vocês esquecem que eu to aqui

– Ah, você ta ai professor – A Samantha fala

– É serio, vamos maneirar. Tem gente também comendo aqui – Eu falo. Eles logo voltam a comer normalmente.

– Daqui a gente volta para praia ou o que? – A Lindsay perguntou

– Não sei... A gente podia ficar aqui e fazer um lual. Que tal? – O Gustavo falou

– Epa gente, ai fica tanto tarde para mim quanto para vocês – Eu digo – Vocês podem voltar para a praia e ficar até 17:00, mas depois disso, nós vamos embora – Eu falei

–Por mim beleza – A Emily disse

– Por mim também – O Jayce disse

– Ok – A Samantha, o Gustavo e a Lindsay disse juntos

Eu me virei para a Jennifer e ela estava com o telefone na mão

– Desculpa gente, a minha avó pediu para eu voltar agora – A Jennifer disse – Mas vocês podem ficar, eu tenho dinheiro para a passagem de ônibus...

– Eu te levo, Jeennifer. Não se preocupa – Eu falei – Vocês conseguem ficar sem mim, né? – Eu perguntei para o pessoal e todo mundo disso que sim, mas a Samantha fez uma cara de taxo

–Mentira que eu vou ter que segurar vela de novo? – Ela falou – Legal hein!

–Então vamos indo, Jennifer? – Eu perguntei já levantando

– Sim! – Ela disse. Então fomos andando até o carro, antes disso, já tinha dito a Emily ( Que é a pessoa que eu mais confio ali) onde eles deveriam ficar até eu chegar! Deixei uma grana com eles e depois fui com a Jennifer.

Estávamos no silencio dentro do carro

– Posso ligar o radio? – Ela perguntou

–Pode – Eu disse. Ela ligou e colocou na radio Mix e começou a tocar Vagalumes – Eu odeio essa musica, vou colocar no radio cidade – Ela colocou e não estava pegando, depois ela tentou a radio do rock... Radio Disney... Tudo! Nenhuma delas funcionava – Pode ser CD? – Ela perguntou

– Tirei todos os meus CDS daqui com medo de vocês quebrarem – Eu falei

– Então vamos voltar para Vagalumes – Ela falou colocando na radio Mix de novo e estava naqueles comerciais que demoravam horas para acabar

– Além de tocar a musica que você não gosta, era a ultima da playlist...É, você tá ótima hoje com o radio, Jennifer – Eu falei

– Rádios me odeiam desde sempre. Por isso tenho musica no telefone – Ela falou – Se você tivesse cabo aqui...

–Tirei também com medo de vocês – Eu falei novamente

– Nossa, somos crianças do jardim 2 para você ter medo da gente? – Ela perguntou sarcasticamente fofa

– Com esse rosto você parece um – Eu falei brincando. Ela foi La e me deu um tapa no ombro – Ai!

– Meu tapa dói! É a força da Samantha com a Emily acumulada. Quer encarar? – Ela perguntou fazendo, no final, a voz parecida com a daqueles caras de dublagem de cereais ou carrinho na TV. Foi algo hilário

– Meu Deus – Eu disse rindo – Obrigada, dublador machão – Eu falei brincando

– Ei- Ela falou fazendo mó vozão – Eai! Eu sou o Leo! Eu tenho medo de meninas com faca – Ela me imitou de uma forma ridiculamente engraçada. Não dava para segurar os risos

– Faz tempo que eu não riu assim – Eu falei depois de rirmos muito

– Deve ser porque você nunca teve um motivo bom para rir assim. Isso me torna especial – Ela falou meio que brincando, mas eu meio que acredito que naquele ditado que diz ‘’Toda brincadeira tem um fundo verdadeiro’’. Talvez, lá no fundo, ela seja especial para mim...Mas não daquele jeito...eu acho..

– Talvez você seja – Eu falei estacionando o carro. Tínhamos acabado de chegar

– Você é especial para mim – Ela afirmou para mim – Sem você, eu nunca conseguiria me abrir com alguém e nem mesmo me resolver. Eu teria me matado...Obrigada, Leonardo – Ela falou. Não sei porque, mas algo mudou quando ela falou meu nome todo. Ela estava vermelha e estava falando sério

– Bem, eu até iria andando daqui, mas eu tenho medo... – Ela falou

– Eu te levo, vamos – Eu disse. Fomos andando sem falar nada. Era difícil dizer algo depois daquilo com certeza, mas eu acho que ela estava errada em algumas coisas...

– Você não precisava agradecer... Aquele que salvou você não fui eu, foi você mesmo – Eu falei – Eu poderia ter dito um bilhão de coisas que se você ainda quisesse, você se mataria – Continuei – Você me ouviu, você parou, você desistiu. Influencias vem à parte, mas a ação quem faz é você. Você escolheu isso para si mesma. Você deve dizer obrigada a si mesma – Eu terminei. Meio que tinham lagrimas saindo do olho dela

– Você acha mesmo que eu me mudei? Acha mesmo que eu mereço mérito por isso? Foi você que me disse aquilo e me apoio, foi você! – Ela disse – Eu quero agradecer a você! Eu já queria a muito tempo, mas, mas eu não sabia o que fazer e aos poucos eu queria saber mais sobre você e,e,e...Eu acabei começando a gostar de você... – Ela falou. Eu parei, meio que fiquei surpreso não sabia o que dizer ou se deveria dizer alguma coisa... Num relance, ela já estava puxando o meu casaco e me dando um beijo simples. Simples, porem especial. Ela me deu um beijo e correu para casa.

Eu estava meio na lua. Quando eu fui ver já estava estacionando o carro na praia de novo. Toda hora a cena se repedia na minha cabeça. O cheiro de protetor solar, o cabelo dela solto na frente do olho e a pele rosada pelo choro, tudo... As vezes eu soltava um sorriso outras eu ficava sério... Eu estava ficando bipolar... Deve ser isso que as mulheres sentem quando colocam no Facebook que estão em um relacionamento enrolado.