I can't go on escrita por Spaild


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu tenho mania de romantizar tudo o que envolve a Lin e o Tenzin, perdoem mas isso é coisa de fã insatisfeita!

Tenzin seu vadio, porque largou a Lin? T^T



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I can't go on

“Emptiness is a place you're in
With nothing to lose, but no more to win”

Recebera uma mão para ajudar a se levantar, mas não se importou em quem era o dono, sequer agradeceu. Deixou a cela imunda na qual vivera cada dia desde que lhe fora tomada a última coisa que amava e ainda era sua. Perdera tudo.

Não respondeu as perguntas sobre se estava bem, estava claro que não. Todos podiam ver em seu rosto que nada estava bem. E seus dedos quebrados intensificavam a idéia que nada estava bem.

Mas continuava a andar, os olhos verdes e cansados a olhar apenas para frente, ao menos o orgulho ainda estava ali. E assim foi deixando as vozes para trás. Não estava pronta para ouvir as pessoas se lamentarem.

Lavou seu rosto com a água morna, sentindo as juntas dos dedos quebrados reclamarem o mal tratamento. Não se importava com as mãos, não as usaria muito mais agora. Porém a porta abriu e ela entrou, correndo e se abraçando. Beijou o rosto ainda molhado. Se afastou um pouco, olhos nos olhos.

– Me deixe ajudar... – tomou as mãos nas dela, tentando ser um tanto útil.

– Estou bem Kya. – foi o que saiu de seus lábios enquanto a mulher concertava seus dedos com leves puxões.

– Bem? Olhe pra você Lin... – O rosto dela se iluminou pela luz azul de sua dobra de cura. – Não precisa mais agir como uma rocha...

Ao notar o que dissera, calou-se. Lin também não dissera palavra sequer, apenas deixou-se ser cuidada como nos velhos tempos e deitou na cama que Kya preparara. Porém o sono não vinha. Aquele vazio deixado dentro incomodava tanto que quase doía.

Estava sentada quando a luz do sol tocou seu rosto, olhava para a porta que guardava seu uniforme. Aquele que jamais voltaria a vestir. Estendeu a mão até seu rosto e as examinou. Segurou as lágrimas que queimavam seus olhos. Não ia chorar novamente.

– Ela está dormindo. – ouviu a voz de Kya do lado de fora.

– Duvido...

Fechou os olhos se contendo, aquela voz forte era a ultima coisa que queria ouvir, porém era o que seu coração pedia incessantemente. Precisava dele.

Tenzin abriu a porta e fechou antes de a olhar diretamente. Ao menos não estava mais naquela total desordem em que Kya a encontrou. Ficaram a se olhar por um tempo longo o suficiente até ele despir-se de todas as suas convicções e correr até ela, puxando-a para seu peito em um caloroso abraço.

Quase se esquecera do calor dos braços de Tenzin, quase se esquecera como era a sensação boa de ser abraçada por ele. Correu seus dedos pelas costas dele e apertou o rosto contra o ombro. Não resistindo mais e deixando suas mágoas verterem como a água morna e salgada de suas lágrimas.

– Lin...

– Acabou Tenzin, cheguei no meu fim.

– Não! Tem de haver um caminho, tem de haver.

– Minha dobra foi roubada de mim, como todas as outras coisas que eu amava também foram.

Puxou-a e secou as lágrimas com as pontas de seus dedos. Aquela era uma acusação direta e ele entendera bem o recado. Mas nunca deixara de se importar com aquela mulher, nunca a deixara de admirar.

– Você é forte Lin, sei que pode lutar.

– Quando posso ver algo a frente, não tenho nada mais para me apoiar.

– Lin você sempre terá...

– Sua amizade? – o olhou com um sorriso triste. – Dane-se isto... Não consigo continuar assim.

– Minha mãe pode te ajudar, ela pode tentar algo contra isto, vamos vê-la.

Ergueu sua mão para o tocar no rosto, mas hesitara ao lembrar-se que ele não era mais seu. E sorriu de verdade quando ele pegou sua mão e colocou em seu rosto.

– Não negue isto para mim Lin, eu preciso de você inteira.

– Você sabe usar os argumentos a seu favor.

E inescrupulosamente ela se ajoelhou na cama o envolvendo com seus braços e o beijando diretamente nos lábios. Não tinha sequer uma centelha de esperança, em nada relacionado ao futuro. Sua mãe, Tenzin, sua dobra. Tudo lhe fora tirado, a deixando sozinha na escuridão fria. Sem nada para se apoiar. Mas, quando ele pedia, mal conseguia negar. Se afastou dele.

– Me perdoe por isto Tenzin.

Ele se aproximou, tocando seus lábios no ouvido dela, as mãos passeando pelas costas finas da ex-chefe de polícia.

– Você sempre foi mais corajosa que eu... – e a vez foi dele.

O coração de Lin ferido doeu mais com aquele beijo, aquilo não era uma promessa, era apenas uma desculpa, porque ele a ter deixado no passado e nunca ter tido coragem de a tomar de volta.

– Eu vou. – ela disse em resposta. – Mas não acho que Katara possa fazer algo, minha dobra não está aqui...

– Vamos apenas tentar Lin, depois veremos o que acontece.

– Nada acontece depois Tenzin, mas você já sabe disso.

– Eu preciso de você Lin, porque sua força me dá forças para continuar. Mesmo estando separados... eu te amo Lin Beifong. Lute por mim.

Ela sorriu assentindo para ele. Ainda não tinha esperanças, mas Tenzin sabia usar as palavras. Ele podia convencer até mesmo uma rocha firme. Iria lutar um pouco mais por ele, mesmo sem ver o seu futuro.

“The sun ain't gonna shine anymore
The moon ain't gonna rise in the sky
The tears are always clouding your eyes
When you're without love...baby”


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