E se fosse verdade? escrita por Vick Princess


Capítulo 5
Em busca de respostas.


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraa :)



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Julie seguia Daniel em todos comodos do apartamento, e o loiro já estava bastante irritado com isso.

[..]

Daniel tentava assistir o jogo de futebol que passava na tv, mas Julie estava deitada de lado, na mesinha da sala, impedindo a sua visão. A morena começou a cantarolar: “Um elefante incomoda muita gente, mas o Daniel incomoda muito mais” , ela cantava cada vez mais alto repetindo os versos, e ele aumentava o volume da tv, até chegar ao máximo.

– Chegaa!- gritou Daniel desligando a tv e pegando o jornal para ler.

Julie começou a cantar de novo, pausadamente.

– Um elefante incomoda muita gente, mas o Danieeel, incomoda muito maaaais.! – cantava abrindo os braços.

– Já chega, olha, eu tentei ser gentil, mas você tem que sair daqui de qualquer maneira!. – disse exaltado levantando do sofá.

No dia seguinte, ele trouxe um padre.

– O poder de Cristo expulsa você!, o poder de Cristo expulsa você! – o padre exclamava, jogando agua benta.

– Ele nem tá me vendo. – disse Julie chateada.

– Mais pra esquerda! – orientou Daniel, e o Rabino obedeceu.

– Você vai limpar isso! – disse Julie saindo, apontando para o chão encharcado.

No outro dia, Daniel trouxe uma espécie de grupo da felicidade com várias japonesas, elas espalhavam incensos pelo apartamento.

Ele e Julie estavam sentados no sofá.

– Vai ativar o detector de fumaça. – avisou Julie, e assim que ela fechou a boca, o detector apitou, e as mulheres saíram de lá assustadas.

Em mais uma tentativa de expulsar Julie do apartamento, Daniel trouxe uma equipe, que dizia detectar os espíritos.

– Pai, achamos. – Disse um dos três da equipe.

– Prontinho senhor, pegamos o espirito! – disse o homem, mostrando a Daniel um prato tampado.

– Oh um pratinho! – disse Julie com ironia.

– Tem certeza? – perguntou Daniel ao homem.

– Absoluta, ele está bem aqui, vou jogar na privada. – disse o homem e saiu.

[..]

Sem resultados, Daniel então chamou o cara da livraria, o nome dele era Jake.

– E ai, vai ficar sentado? – estranhou Daniel, vendo que Jake so olhava por todo o apartamento.

– Uê?, quer sinos e apitos, ou um contato? – perguntou Jake, ainda observando o local.

– Hm, que isso, ele também não me vê, por alguma razão medonha, so você vê. – Julie apareceu sentando na beirada da mesinha.

– Ah, tem alguma coisa. – Jake ao fechar os olhos, sentiu a presença de Julie. – com certeza uma presença.

– Oh, que original, fala mais! – disse Julie com ironia.

– Que hostilidade!, quer você fora daqui. – disse Jake.

– Olha, até que ele não é ruim! – disse Julie o observando.

– Tem que ir embora inquilino. – orientou Jake olhando para Daniel.

– Eu tenho que ir? – perguntou o loiro indignado

– Eu iria. – disse Jake.

– Eu gostei dele! – afirmou Julie sorrindo

– Olha, eu não vou me mudar. – disse Daniel irredutível.

– Tem uma espécie de raio de ódio, que provoca câncer, emanando direto do seu corpo. – disse Jake fazendo uns gestos com as mãos.

– Esse cara tem um dom! – disse Julie.

– Já disse!, eu não me mudo. – Daniel afirmava com conficção.

– Porque não? O apartamento nem é dos melhores. – disse Jake olhando em volta.

– O que?! A vista é linda. – disse Julie indignada.

– E uma lareira. – concluiu Daniel apontando a lareira para Jake.

– E dai?..ei, tem alguma coisa diet/ to precisando eliminar umas gordurinhas, vê um refrigerante ai. – Jake pediu.

Daniel assentiu e o chamou para a cozinha, lá lhe entregou uma latinha, que Jake tomou em goles rápidos.

– É..eu não to pensando em me mudar não. – Daniel insistia no assunto. – quer por favor falar pra ela, que ela tem que seguir em frente. – se referia a Julie.

– “Pra ela seguir em frente” – Julie o imitava.

– Eu ignoro você!. – Daniel disse virando pra ela.

– Eu que ignoro você! – rebateu.

– Ela não quer aceitar que está morta. – Daniel reclamava.- eu disse para ela andar pra luz, mas ela não quer ir!

– É claro, não tem luz nenhuma!, Caramba, como você é irritante!. – Julie exaltou a voz, andando até janela da cozinha.

– Perai, o que é que tá havendo? – perguntou Jake sentindo o clima pesado.

– Bla-bla-bla. – gozava Daniel, olhando para Julie, fazendo uns gestos com a mão.

– Oh meu filho, Você acha que eu gosto disso? Você acha que isso é fácil pra mim? Eu sei que tem alguma coisa diferente, errada, eu to atravessando paredes!. – Julie reclamava ainda exaltada, Jake passando a mão na testa, a massageando, tentando assimilar o que acontecia ali.

– É o seguinte, acho que eu não posso ajudar. – Jake se pronunciou, olhando para Daniel. – Esse é um dos espíritos mais vivos que eu já vi, ela não vai a lugar algum!

– Como assim? – perguntou Daniel confuso.

– Concordo com ela mano, ela não ta morta. – afirmou Jake, Daniel olhou para Julie, que sorria vitoriosa. – Mas você..vish, tem que lidar com essa, é serio, a aurea mais negra que eu já vi- dizia fazendo uns gestos com a mão, como se contornasse o corpo de Daniel, que o olhava confuso. – Ta sugando a sua vida, tá matando você, tem que deixar ela partir. – Continuou Jake, tocando no ombro de Daniel.

– Como posso fazer isso, se ela não vai. – Daniel pensava que Jake se referia a Julie.

– Não do espirito da moça, eu to falando da outra, a que você guarda aqui. – explicava Jake, tocando no “coração” de Daniel, para que ele entendesse.- É isso que tá assombrando você. – concluiu.

– Eu não quero falar disso. – disse Daniel nervoso.

– Ah, entendi, você foi trocado! E por um cara que não vive com a bunda grudada no sofá. – Julie se pronunciou

– Cala a boca! – pediu Daniel irritado.

– O que é?, Você fala o que quer, mas não gosta de ouvir?, você traz um padre, e um clube da felicidade para me expulsar daqui, e quando eu falo de você levar um pé na bunda..

Daniel a interrompeu.

– Você não sabe do que tá falando!, cala essa boca!. – Daniel disse irritado e saiu.

– Eu lamento a sua perda irmão!. – Disse Jake.- So um conselho moça, tenha respeito pelos mortos. – aconselhou Jake e saiu.

Julie se arrependeu de suas palavras, e foi pedir desculpas a Daniel que estava no terraço.

– Daniel. – o chamou assim que o chegou ao terraço. – Desculpa, eu acabei de me tocar, poxa, a gente mau se conhece. – disse se aproximando. – Aluguei isso daqui pelo telhado. – mudou de assunto olhando em volta. – Eu ia fazer um jardim aqui, um dia.. sei lá, ah, eu to falando demais, olha, eu sinto muito, as pessoas que lidam com a perda, acham muito útil falar sobre as coisas.

– So que eu não quero falar sobre isso!. – Daniel se virou para ela irritado.

– Raiva, também ajuda. – Julie tentava acalma-lo, mas acabou piorando a situação.- De quem ele tava falando?

– Laura. O nome dela era Laura.

– Quem é laura?

– Era minha esposa. – Daniel responde, e saiu descendo rapidamente as escadas.

Foi para um bar, e Julie o seguiu.

– Não, isso não vai resolver. – orientou Julie o impedindo de entrar.

– Ah é mesmo?, e como sabe?, já entrou em algum bar depois de morta?. – Daniel não lhe deu ouvidos e entrou, Julie o seguiu, lá ele encontrou o seu amigo Martin.

– Uhh, a marmota despertou. – disse Martin animado quando viu o amigo entrando, os dois se abraçaram.

– O que vai beber? – Martin perguntou, depois de apresentar Daniel a umas mulheres que estavam lá.

– Café. – Julie recomendou.

– Um whisky. – Daniel respondeu.

– Whisky não!. – Julie o repreendeu.

– E eu quero duplo! – Daniel gritou para Martin, que estava fazendo os pedidos.

– Se você quiser, eu posso começar a sua ressaca já!. – Julie disse cruzando os braços, e tentava colocar a mão “dentro” da cabeça dele novamente, Daniel recuava, fazendo uma dancinha esquisita, Martin logo reparou no amigo.

– Beber não apaga sentimentos Daniel. – Julie continuava o repreendendo.

– Ah, você acha. – Daniel a ignorava, Martin começava a se preocupar.

– Ah, tá tudo bem? – perguntou Martin preocupado.

– Se despede dele, sai, e vamos colocar alguma coisa no estomago. – orientava Julie.

– E quem disse que você é minha mãe?. – Daniel continuava a ignora- la.

– Como é que vão as alucinações?. – perguntou Martin entre os dentes, ainda reparando que Daniel falava sozinho.

– Não era nada!. – Daniel respondeu tentando passar segurança em sua resposta.

– Você não é normal Daniel!. – Julie disse.

– Shiii!- Daniel disse rapidamente para Julie. – Foi so falta de sono, so isso. – respondeu para martin.

– Sono é? Tem dormido quanto? – Martin perguntou com ironia.

– 8.- Daniel respondeu.

– 12 – Julie se meteu.

– 9 no máximo!. – garantiu Daniel, Martin o olhava balançando a cabeça negativamente.

– Viciados em vídeo game são mais alertas que você!. – Julie disse olhando para o loiro.

– Quer parar com isso!. – pediu entre dentes.

– Não vai beber!. – disse Julie, quando viu Daniel prestes a começar a beber. – Não!. – e ele aproximava o capo cada vez mais da boca. – Ultima chance!. – disse Julie.

– O que cê vai fazer filhinha!. – disse Daniel, e Julie como um impulso entrou no corpo de Daniel, e afastava o copo de sua boca, ele tentava fazer o contrario, e Julie dava tapas em seu rosto, ainda no corpo de Daniel, todos do bar voltaram a atenção para Daniel, até que o copo virou em uma das moças que estavam com Martin.

– Desculpa.! – Daniel pediu, Julie ainda estava em seu corpo, e o “obrigou” sair do bar.

– Daniel, cê não tá legal!. – Martin disse ao ver o amigo saindo.

Já fora do bar, Julie saiu do corpo do Daniel.

– Meu Deus!. – Daniel disse irritado, olhando para Julie.

– Ainda vai me agradecer por isso!. – garantiu Julie.

– Agradecer pelo quê?, por me fazer passar por maluco na frente dessa gente toda!. – reclamou.

Daniel foi andando até um parque ali próximo, e sentou em um banco com o rosto em cima dos mãos, ao se virar, se assustou ao ver Julie.

– Por que, ainda está aqui?- perguntou Daniel.

– Essa pergunta me da medo, eu não sei! E porque você é o único que me vê? – Julie questionava angustiada.

– E eu é que sei. – Daniel respondia confuso também.

– So sei que..quando eu não to com você, é como se..eu não existisse. – admitiu se virando e olhando para o loiro. – Meu Deus! Talvez eu esteja morta. – se virou novamente, agora encarando o chão pensativa.

– Ah, que isso, não, me desculpe por dizer que você estava morta, talvez não esteja morta, so está..muito magra. – Daniel tentava consola- la.

– Se eu conseguisse me lembrar de quem eu sou, ou fui, acabaria logo com esse mistério, eu to tentando saber, mas não consigo sozinha. – admitiu se virando para ele novamente.

Daniel riu.

– Por acaso, está me pedindo ajuda?. – perguntou ainda rindo.

– Olha, você pode escolher duas realidades, a primeira é de uma mulher que entrou na sua vida, de um modo pouco convencional, e que tá precisando da sua ajuda, agora, a segunda é de uma pessoa que está louca, e sentada em um banco falando sozinha. – dizia Julie.

– Eu acho que eu prefiro a primeira!. – disse Daniel.

– Tá bom, vamos descobrir quem eu sou!. – afirmou Julie se levando do banco confiante.


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Notas finais do capítulo

Uhh..muitas coisas aconteceram nesse capitulo neh..bom..o Daniel aceitou ajuda - la..o que será que eles vão descobrir?.. ;o rs comentem s2 beijooos nos corações ;*