Dino continuava paralisa, sem sabe se me abraçava de volta ou se me soltava de vez. Por fim, decidiu me soltar, segurando-me pelos ombros. Enquanto me olhava nos olhos, pude perceber certo pânico que o tomava conta.

– Tem certeza? Isso é uma grande decisão, não quero que se arrependa.

– Não irei me arrepender. Já me decidi, vou me casar com você.

Agora foi a vez de Dino me abraçar. Apertava-me forte me deixando sem ar. Abracei-o de volta, passando os dedos por seus cabelos macios, sentindo-o respirar fundo enquanto eu fazia isso, um claro indicativo de que estava gostando. Por fim, senti sua mão subir das minhas costas para a nuca, puxando-me para trás em um aperto firme. Seus lábios encontraram os meus e logo estávamos nos beijando intensamente. Não me importava se mais alguém estava olhando, só queria me perder ainda mais naquele beijo.

Dino interrompeu o beijo, deixando-nos ofegantes. O loiro lentamente espalhava beijos pelo meu maxilar e quando chegou ao meu pescoço, eu já estava enlouquecendo.

– Prometo que não irá se arrepender. – Falou entre beijos, seu aperto na minha cintura ficando mais forte. – Vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, em todos os sentidos. – O sorriso na última parte era perceptível a quilômetros de distância.

– Você já está fazendo. – Falei ainda ofegante. Sua risada rouca reverberou pelo meu corpo inteiro.

– Então acho melhor parar. Devemos salvar para a lua-de-mel. – Piscou para mim e me senti vazia sem seus lábios em meu corpo.

– Nunca achei que você fosse o tipo que esperasse até o casamento. – Disse enquanto voltava para o meu lugar. Suas bochechas ficaram coradas e ele pareceu pensar bastante antes de responder.

– Não sou. Eu não sou mais virgem, - falou devagar – mas a máfia pode ser bem medieval às vezes e exigir que a noiva fique “pura” até o casamento. – Ele me olhou intensamente, parecendo nervoso.

– Não precisa me olhar assim, não é como se você não tivesse uma vida antes de mim. – Ri um pouco para tentar disfarçar o ciúme. Nunca iria admitir que estava incomodada. – Quanto a “pureza”, a máfia não tem com o que se preocupar. – Dino abriu um sorriso satisfeito ao ouvir isto. Revirei os olhos. Homens e seus orgulhos idiotas e machistas.

O resto da conversa foi normal na medida do possível, conversamos sobre como seria o casamento, sobre a viagem e durante algum tempo, sobre a lua-de-mel (claro que o objetivo era me fazer ficar vermelha). Decidimos contar a novidade juntos, assim que chegarmos.

Pagamos a conta e saímos do café para explorar a cidade.

oOoOoOo

Já era noite quando chegamos à Fontana Di Trevi, nossa última parada. O lugar estava cercado de turistas, todos ocupados tirando fotos do monumento, que era simplesmente espetacular. As luzes contrastadas na água deixavam um brilho mágico e encantador, talvez essa tenha sido a mais bela obra de arte que já tinha visto em minha vinda à Europa. Depois de Dino, claro.

Olhando para o lado, pude ver que ele também olhava a Fontana, mas não com admiração, e sim com nervosismo. Mudava o peso de um pé para o outro desconfortavelmente e mexia as mãos nos bolsos da calça jeans. Ok, agora eu estou preocupada.

Coloquei a mão no seu braço, fazendo-o congelar e virar o rosto para mim, ofereci um sorriso trêmulo. Dino visivelmente suspirou aliviado e, sorrindo de volta, entrelaçou sua mão na minha. Mas novamente pude ver hesitação em seus olhos, era obvio que algo estava preocupando-o.

– Catarina, mesmo que a gente esteja noivos desde, bem... Sempre, quero fazer isso do jeito certo. – De repente, Dino se ajoelhou, ainda segurando minhas mãos. Tudo o que eu pude fazer foi ficar com a boca aberta e pensar Ai, meu Deus! Ele tirou uma caixinha do bolso e abriu, exibindo o mais lindo anel que eu já havia visto. – Mesmo nos conhecendo por pouco tempo, posso afirmar com toda certeza que você é a mulher da minha vida. Quero ficar velho ao seu lado, vendo nossos filhos se casarem e nossos netos correndo pela casa quebrando tudo pela frente. Quero viajar pelo mundo com você, descobrindo uma coisa nova a cada dia. Quero acordar todo dia e ter você ao meu lado, pra abraçar e beijar enquanto ficamos com preguiça de levantar da cama. E o mais importante, quero te amar pro resto da minha vida. Catarina Kiefer Vongola, casa comigo?

Eu estava entorpecida. Não sabia o que falar e mesmo se soubesse, não acho que teria forças suficientes para pronunciar as palavras. Tudo o que consegui fazer foi afirmar com a cabeça enquanto as lágrimas caíam soltas pelo meu rosto. Corri para onde Dino estava e o abracei o mais forte que pude. Ele colocou o anel no meu dedo e me beijou apaixonadamente, como se o mundo fosse acabar, e mesmo se isso acontecesse não me importaria, tenho tudo o que preciso. Nunca estive tão feliz.

Só quando paramos de nos beijar é que fui perceber que os turistas em volta estavam aplaudindo. De repente fiquei bastante consciente dos nossos arredores. Estávamos no meio de um local mega turístico e todos viram o pedido de casamento de Dino. Fiquei vermelha na hora, escondendo meu rosto no peito largo do loiro, que colocou um braço ao redor da minha cintura enquanto gritava em agradecimento as pessoas.

Mesmo assim, a gritaria não acabou. Todos aplaudiam e gritavam “viva os noivos”, alguns até tinham filmado! Meu Deus, com certeza vou poder me ver amanha no youtube. Afundei meu rosto ainda mais na camisa do Dino. Senti seu peito tremer com sua risada. Ele tomou meu rosto entre suas mãos e me beijou novamente.

– Não fique envergonhada. Veja pelo lado bom, agora não precisamos mais contar aos nossos filhos e parentes como foi o pedido, basta lhes mostrar um vídeo no youtube.

– Não tá ajudando, Dino. – Disse com um grunhido. O idiota, claro, riu de novo.

– Eu te amo. – Tão de repente quanto disse, ele me beijou, não me dando chance de responder. Agradeci por isso, pois sei que meu sentimento por ele não é tão maduro a esse ponto, mas também sei que um dia ele será e então, estarei perdida completamente.