Naquele momento meu mundo parou. Não sabia se tinha passado segundos,horas ou dias, mas ao encontrar aquele par de olhos toda a noção que eu tinha do mundo ao meu redor se perdeu. Seus olhos pareciam ter um imã, ou ser dotado de um poder hipnotizante, senti meu coração acelerar e minhas pernas não se sustentarem como deveriam... Com muito esforço quebrei o contato visual entre nós dois, ao mesmo tempo em que Alice sentava entre o casal..

- Rose, Bella, esse é nosso irmão Edward – disse sorrindo prá mim, será que ela tinha percebido algo? – e essa aqui é Tanya, uma amiga da familia – disse enfatizando bem a palavra amiga.

- Prazer! – disse levantando e cumprimentando Rose, e em seguida à mim. No momento em que ele pegou minha mão foi como se uma corrente elétrica tivesse passado entre nossos corpos, nossos olhares se cruzaram e o que tinha ali era surpresa, curiosidade. Não sei quanto tempo teriamos ficado assim, mas ....

- Olá, eu sou a Tanya! – disse pegando a minha mão da de Edward e me encarando com cara de poucos amigos e logo a soltando, com certeza eu deveria estar corada – Agora que já foram feitas as apresentações, se me dão licença, estávamos ocupados antes de vocês chegarem. – disse puxando Edward pela mão e beijando-o.

- Não liguem para a Tanya, é o último dia dela na cidade e está um grude com meu irmão. – disse sorrindo. – Mas venham, vamos beber alguma coisa.

- Já estamos abastecidas – disse sorrindo e apontando o copo em uma de minhas mãos – mas podemos ir dançar, pois daqui a pouco outro casal irá nos mandar passear – a puxei pelo braço e fomos dançar.

A baixinha era mesmo animada. Ficamos dançando e conversando e posso dizer que em poucos minutos sabia TUDO sobre a vida dela! Quando digo tudo, é TUDO mesmo!!! Me contou que eles moravam em Forks, uma cidadezinha minúscula no estado de Washigton, Estados Unidos. Pelo que ela disse era bem diferente daqui, pois lá chovia quase o ano todo, fazia muito frio e o sol raramente aparecia. Disse que seus pais gostavam muito de lá, por isso ainda estavam lá, que na época da faculdade ela e os irmãos pensaram em não voltar, mas acabaram desistindo, seus pais diziam que as raizes da familia Cullen estava lá. Eles trabalhavam em Seatle, que tinha um clima mais amêno e ficava umas 2 horas de Forks, na agência de publicidade da familia, mas ela queria na verdade abrir uma boutique. Disse que nem ela, nem os irmãos eram comprometidos, mas que os dois irmãos eram muito galinhas e que não tinha uma só garota que não sonhasse em tê-los como namorados e sei lá mais o quê. Eu já estava ficando tonta com tanta informação, quando eu falava uma frase, ela completava com mais cinco.

Emmett tinha razão, era mesmo impossível morrer de tédio com Alice. Ela era pequena,mais baixa que os meus 1,63, pele bem branca,magra, com cabelos bem pretos ,que destacavam ainda mais seu tom de pele, curtos, picotado e desfiado para todas as direções. Ela parecia uma fadinha, estava vestida com um vestido preto e bem soltinho e com sandálias de saltos altíssimos. Era o oposto dos irmãos; Emmett e Edward erão bem altos.

E por falar neles, Emmett estava com Rose em um dos sofás, e estavam muito bem por sinal. Não se desgrudavam. Edward e Tanya parecia que a qualquer momento iram fazer sexo ali mesmo,os dois estavam pegando fogo. Não posso negar que me incomodava, muito mais do que eu queria. Por mais que eu lutasse contra, meu olhar era direcionado à eles a cada cinco minutos. E foi em um desses momentos que nossos olhares se encontraram, eu senti meu rosto pegar fogo, devia estar mais vermelha que um tomate, mas não consegui desviar o olhar. Ele beijava o pescoço de Tanya e me encarava. Aquilo me exitava ao mesmo tempo que me deixava com raiva, dele por ser tão cachorro,e de mim por entrar no joguinho dele e fazer também papel de cachorra, ELE ESTAVA ACOMPANHADO!!! Minha conciência não parava de gritar isso prá mim, mas meu Deus, o que estava acontecendo? Alice que estava falando não sei o que, parou e olhou na direção em que meus olhos estavam, me deu uma cutucada com o ombro e sorriu.

- Pelo visto tá rolando alguma coisa no ar! Vocês não param de se olhar , quando não é você é ele, ou estão se encarando – disse me puxando para um canto onde tinhamos visão de toda a pista lá embaixo – dúvido que ela não tenha percebido, por isso todo o exibicionismo. Mesmo porque isso nunca aconteceu com o meu irmão. – disse virando prá ele e dando uma piscadinha.

Eu estava batendo o recorde de ficar vermelha, estava totalmente envergonhada e minha vontade era de enfiar a cabeça em um buraco, ou sair correndo dalí. Não fazia idéia do que estava acontecendo comigo, eu estava fora do meu normal. Olhava para a pista de dança e mexia em meus cabelos em um sinal claro de nervosismo. Acho que nunca tinha pagado tanto mico em minha vida. Alice disse que ia ao banheiro e apenas acenei com a cabeça, não conseguia compreender o que aquele ser tinha prá mexer assim comigo. Quando percebi, lá estava eu novamente olhando prá ele. Não tinha reparado muito em Tanya, mas agora conseguia observá-la melhor. Ela era realmente linda, loira meio arruivada, alta, pele perfeita, seus cabelos longos tinham um brilho que só se comparava com o de Rose. Na verdade as duas estavam ali, em igualdade de beleza. Eu nunca teria chances se competisse com ela. Não que eu me achasse feia, eu era interessante, mas era outro padrão de beleza. E Edward era o homem mais lindo que eu já tinha visto, seus cabelos tinha um tom de bronze sem outro igual e eram propositalmente despenteado, o que o deixava ainda mais charmoso. Estava vestido com uma camisa pôlo branca, que deixava seus músculos definidos em evidência. Ele não era forte como Emmett, mas tinha tudo no devido lugar. Mas o que me chamava mais atenção era seus olhos e sua boca. Os olhos era de um castanho mel dourado, diferente, intrigante e sua boca, ah...sua boca era de um vermelho vivo, tão convidativo ao beijo... OMG! Como eu poderia estar desejando tanto esse ser que nem tinha falado comigo direito. Nesse momento mais uma vez seu olhar encontrou o meu e ele piscou e deu um sorriso torto mais lindo que já vi, meu coração acelerou e imediatamente me virei novamente corada, eu estava tão tonta hoje. Fiquei um tempo ali parada, olhando para o vazio e pensando em tudo isso que estava acontecendo. Nem percebi que Alice tinha voltado, e quando me virei para perguntar o que ela tinha falado, ela estava puxando os dois casais para dançar.

O clima estava descontraído e eu evitava de todas as maneiras olhar prá ele, estava sempre de lado ou de costas para os dois. A música era contagiante e todos estavam envolvidos na dança. Derrepente vejo alguém saindo e indo em direção ao banheiro, me virei prá ver quem era, Tanya, e fui surpreendida  com a mão dele pegando a minha e me puxando fazendo meu corpo virar ficando de frente prá ele. Parei estática no mesmo momento, ele se apróximou do meu rosto, e senti meu corpo se arrepiar quando o seu hálito chegou até mim, e disse no meu ouvido.

 - Bella, relaxa, eu não vou te morder. – disse colocando a mão em minha cintura, e novamente aquela corrente passou pelo meu corpo, era tentador, e por mais que eu soubesse que a acompanhante dele chegaria a qualquer momento me deixei levar pelo momento, afinal, era apenas uma dança...não era?!

Estavamos tão envolvidos, que nem percebi o momento em que Tânya chegou, Alice estava conversando com ela, que  me olhava com olhos assassinos.

- Acho melhor você voltar para sua namorada – disse parando imediatamente de dançar com ele.

- Ela não é minha namorada – disse em um tom de desdém, e indo em direção à ela. Tânya me olhou com um sorriso vitorioso nos lábios, fingi que não era comigo e voltei a dançar.

Alice nos trouxe bebidas, peguei um dos copos e tomei todo o seu conteúdo em um gole só, sem nem saber o que era. Não era tão saboroso, mas queria esquecer tudo isso que estava acontecendo comigo. Fechei os olhos e me deixei levar pelo ritmo da música. Comecei a me sentir mais leve, efeito claro da bebida em mim, estava mais relaxada, mas não conseguia parar de pensar naquele par de olhos dourados. Quando abri os olhos, instintivamente procurei por Edward, mas nem ele e nem Tânya estavam mais ali. Onde será que tinham ido? Talvez tivessem ido embora, mas ele nem ao menos se despediu? Mas afinal, o que isso me importava???

Fiquei ali dançando e conversando com Alice, já que Rose e Emmett já estavam se beijando novamente, sem dar a mínima para nossa presença.

Ela fazia perguntas sobre minha vida, onde eu morava, no que eu trabalhava, o que estava fazendo no Rio, se tinha namorado, o que eu gostava de fazer, e ao mesmo tempo me contava mais detalhes de sua vida e de seus irmãos. Confesso que tentei partilhar de seu entusiasmo com nossa conversa, mas tinha ligado o automático. Meus pensamentos só íam para uma pessoa. Edward Cullen.

- Alice, já volto. Preciso usar o banheiro. – tudo uma desculpa, na verdade eu queria sumir dali, ficar sozinha, colocar os pensamentos em ordem. As lágrimas já ardiam meus olhos teimando em descer, eu estava atordoada.

Abri a porta do banheiro que estava encostada e paralisei no mesmo lugar. Queria sair correndo dali, queria não estar presenciando aquela cena. Mas ali estava eu, feito uma estátua observando tudo o que acontecia. Eles estavam tão envolvidos que nem notaram a minha presença. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo, seguido por um calor intenso e uma frenética  pulsação entre minhas pernas. Sim, eu estava exitada com o que estava vendo. Na verdade o que mais desejava naquele momento era estar ali, no lugar dela. Edward estava de pé, seu corpo estava todo encostado na parede do banheiro, com a calça abaixada na altura dos joelhos, e Tânya ajoelhada, segurando seu membro com as mãos, ora passava a lingua, ora o colocava na boca e o chupava. Meu coração estava acelerado em meu peito, eu precisava sair dali, mas meus pés não me obedeciam. Foi quando ele olhou em minha direção e em seu olhar eu esperava encontrar surpresa, mas não foi o que vi. Seus olhos estavam negros de desejo, e seus dentes mordiam seu lábio inferior. Nesse momento uma de suas mãos que segurava sua camisa, foi em direção à cabeça de Tânya e seus dedos entrelaçaram em seus cabelos, mas em nenhum momento ele quebrou o contato visual comigo. Ela começou a chupá-lo e acaricia-lo de uma forma mais intensa, que o fazia gemer de prazer, e em nenhum momento seus olhos saíram dos meus. Minha calcinha estava completamente molhada, eu precisava sair dali AGORA. Olhei mais uma vez aquela cena e saí, sem me preocupar de fechar a porta. Estava atordoada, não conseguia acreditar que fiquei assistindo aquilo, quanto tempo havia se passado? Não tinha a mínima idéia.

- Nossa Bella, que cara é essa? – Alice perguntou me analisando atentamente.

- Nada não, só estou com muito calor. Posso? – disse apontando para a bebida que estava em sua mão, e com o concentimento dela bebi todo o conteúdo de uma só vez.

Eu já não estava me sentindo bem, sentia o alcóol fazer efeito no meu corpo, misturado com as sensações que tinha acabado de expêrimentar. Eu estava confusa e ao mesmo tempo eufórica. Tinha que sair dali, e tinha que ser agora, antes que os dois voltassem. Precisava extravasar esse desejo reprimido, eu precisava beijar na boca e tinha que ser já! Um sorriso brotou em meus rosto ao lembrar da loucura que eu acabara de cometer, balancei a cabeça tentando me libertar daquelas imagens que tentavam impregnar em meu ser.

- Alice, vou dar uma volta e daqui a pouco volto – me virei sem dar tempo dela responder e segui em direção à escada, não queria correr o risco dela se oferecer para ir junto. Eu precisava pensar, esfriar a cabeça.

Fui em direção a pista, eu já estava bêbada. Não tinha o costume de beber, eu queria chorar, como ele podia mexer tanto assim comigo? Era como se ele pudesse invadir minha alma, eu me sentia sem defesas, aquilo ao mesmo tempo que era bom, me dava medo. Será que eu não havia aprendido a lição? Cadê as minhas defesas?

Fiquei ali dançando sozinha, perdida em meus pensamentos, sem ter a mínima noção do que acontecia ao meu redor. Em determinado momento, olhei para cima, onde ficava a área vip em que estava, e encontrei seu olhar. Meu coração novamente acelerou, e senti borboletas no estômago. Virei rapidamente para a direção oposta a que ele estava e fui puxada por alguém. Eu estava tão mal, que não conseguia raciocinar direito, o homem colou seu corpo no meu e me conduziu em uma dança sensual. Eu o acompanhei, e por um momento imaginei que poderia ser Edward ali comigo, e me entreguei, eu iria aproveitar... Suas mãos desciam pela lateral do meu corpo e sua perna estava entre as minhas. Descíamos quase até o chão e subíamos num movimento extremamente sexy. Ele tentou me beijar, mas virei o rosto, senti sua mão subindo pelas minhas costas e parando em minha nuca. Seus dedos acaraciaram gentimente esse local e me puxava para provavelmente um beijo. Fechei os olhos e me deixei levar, eu estava livre e precisava me divertir.

Mas o beijo não veio, ao invés disso senti uma mão apertar forte meu braço e me arrastar para um canto escuro da boate. Aconteceu tudo tão rápido que não esbocei nenhuma reação. Não tinha idéia do que tinha acontecido, e por um momento temi que pudesse ser Pablo ou um de seus amigos. Meu coração acelerou, eu estava com medo, eu não teria Emmett agora prá me defender, o que seria de mim, bêbada do jeito que estava, nem forças para me soltar eu tinha.

- Aiii!! - fui empurrada contra a parede, e aquilo tinha machucado... – me larga! – tentei me desvencilhar de seus braços, mas como não estava comandando mais minhas pernas, quase caí. Mas fui segurada bem a tempo, e quando meu olhos levantaram e visualizaram o homem que estava a minha frente, meu coração parou.

Seu corpo estava em frente ao meu, sua mãos ao lado do meu corpo, me aprisionando caso eu quisesse fugir, e seus olhos fixos nos meus.

- O que você acha que está fazendo? – perguntei abismada com tudo isso.

- Você devia me agradecer por ter te tirado dalí, você não está em condições de ficar sozinha – disse com um tom de voz meio rude.

Quando senti seu hálito tocar meu rosto, meu corpo inteiro se arrepiou, ele percebeu a reação que estava causando no meu corpo e sorriu aquele mesmo sorriso torto que me encantou. Chegou ainda mais perto, roçando seus lábios levemente nos meus.

- Não ía deixar outro, que não fosse eu, beijar a sua boca deliciosa. – a próxima coisa que senti foram seus lábios em mim, urgentes, agressivos, desejosos.

A princípio tentei não corresponder ao beijo, mas sentir seus lábios colados aos meus e não me entregar era impossível! Sua lingua tentava invadir minha boca numa ferocidade que fez meu corpo estremesser. Uma corrente elétrica percorria por entre nossos corpos e minhas mãos foram para seus cabelos. Eu não conseguia mais segurar o desejo que me consumia, e o puxei mais para junto de mim, imediatamente ele colou seu corpo no meu, me prensando na parede, como se tentasse eliminar a mais insignificante distância que existia entre nossos corpos. Eu perdi completamente a noção de espaço, não estava me preocupando com nada, apenas naquele momento. O ar já ameaçava a faltar, mas eu não queria que terminasse, eu ainda não tinha saciado minha vontade. Suas mãos passeavam pelo meu corpo, me apertando, me acariciando, e por onde passavam deixavam um rastro de fogo.  Nossas respirações estavam descompassadas, ofegantes, meu coração parecia que a qualquer momento saltaria do peito, tamanha força que batia. Senti seus lábios deixarem os meus e percorrer o caminho da mandíbula ao pescoço, me fazendo ver estrelas, e um gemido involuntário saiu da minha boca, o que o fez sorrir entre os beijos.

Aquilo estava indo longe demais, e forcei minha mente a pensar corretamente... Eu precisava me afastar, aquilo não era correto e a qualquer momento alguém poderia aparecer. Respirei fundo tentando encontrar forças não sei de onde, e o empurrei. Sua fisionomia foi de completo espanto, mas nem dei tempo dele falar nada. Saí praticamente correndo dali, senão desta vez seria eu a agarrá-lo.