Depois do enterro de Offi fomos pra casa. Eu e minha irmã. Eu e ele nos conhecíamos há um dia, mas era tempo suficiente para ver que nós eramos amigos.

Eu e minha irmã chegamos em casa, comemos e fomos deitar.

Era duas horas da manhã quando vejo minha irmã na porta do quarto, me chamando, pra mim ir com ela até seu quarto. Quando cheguei lá, ela acendeu a luz e não vi nada de diferente, até que ela me levou pra ver sua cama. Estava com muitos fios de cabelos e sangue pelo travesseiro, pus-me a chorar e ele perguntou oque havia acontecido.

–Nada não, pequena -disse eu- apenas nada!-

–Você poderia ficar comigo essa noite? -ela perguntou- Ou só até eu dormir?-

–Claro que sim. Vamos, deite e durma, vou ficar com você essa noite -disse eu enxugando as lágrimas-

Ela deitou e me pediu para que eu contasse uma história. Eu comecei a inventar uma história, já que eu não gostava de ler, sabia pouquíssimas histórias. Em questão de minutos ela adormeceu e eu me puis ao seu lado para dormir também.

No outro dia de manhã, logo vi que havia mais sangue e mais fios de cabelos. Ela ainda não havia acordado, então me levantei e fui avisar minha mãe, logo depois fui comer e minha irmã ainda estava dormindo, depois que eu terminei de tomar meu café da manhã, estava a caminho do banheiro para escovar os dentes e ouvi minha mãe me chamando. Corri até o quarto da minha irmã e ela estava desacordada e minha mãe estava tentando levá-la, peguei o telefone e liguei pra ambulância, em alguns minutos estavam levando minha irmã pro hospital, minha mãe disse para que eu fosse a escola, e mesmo eu não querendo, eu fui.

No ônibus encontrei George e Esther, que se sentaram ao meu lado, eu estava com a cabeça encostada no ombro de Esther contando oque havia acontecido, até que ela me perguntou:

–Porque sua irmã não faz o tratamento?-

–Porque estamos sem dinheiro para poder pagar -eu disse-

Ela começou a passar suas mãos em meu cabelo, fazendo com que eu relaxa-se e adormecesse. A hora que o ônibus parou, eles me acordaram e fomos pra escola. A primeira aula seria a de Geografia, uma das minhas matérias preferidas, a professora estava falando calmamente e falou que queria que nós fizéssemos um trabalho sobre “Os tsunamis e terremotos, a sua origem” e disse que pra isso precisaríamos ler o Atlas Geográfico, não fiquei muito contente com a notícia de que teria que ler, eu não gostava, mas como era pra Geografia eu faria. Até a quarta aula eu já tinha parado de pensar sobre minha irmã e foi quando a diretora chegou e pediu pra que eu viesse até sua sala. Cheguei lá e ela me disse que eu poderia sair mais cedo hoje, dizendo que o quadro de leucemia de minha irmã tinha piorado e que eu poderia ficar o resto da semana em casa e me dispensou.

Quando cheguei em casa, peguei o ônibus e fui até o hospital publico ver minha mãe e minha irmã. Fui até a recepção e a moça me perguntou:

–Nome e número do quarto, por favor!-

–Thomas Drake, vim ver minha irmãzinha que tem leucemia, não sei eu qual quarto está- eu disse -

–Identidade, por favor- entreguei a ela – Hum... Ok, sala 11, no primeiro corredor a esquerda- ela disse apontando.