Para Peter não havia nada mais cansativo do que submeter-se a rotina, uma rotina exaustiva que ano após ano via seu pai alimentar e ainda orgulhar-se disso. Isso seria viver? Se for, qual o sentido. Como algumas pessoas acreditavam estar protegidas dentro de um mundo onde a segurança era unicamente possuir uma bela casa e um bom emprego. Definitivamente Peter Johnson não tinha a menor vocação para ser um pessoa comum ou normal.

Mas as coisas não andavam boas para ao seu lado, há muito sua mãe vinha amenizando a situação com seu pai, deveria arrumar algo urgente para fazer, mesmo que tivesse que convencer ao velho que estava trabalhando sem sequer realmente faze-lo. Parece que encontrara uma luz no túnel, e essa luz veio em forma de aulas de rock na quadra da escola municipal em seu bairro, tudo bem demoraria ainda ser uma estrela do rock, mas já era o começo.

Treinava incessantemente e ate já sentia-se seguro para iniciar os primeiros shows no bairro, em escola, onde alguém quisesse ouvir suas musicas iria toca-las, essa semana particularmente estava muito feliz conseguira mais três colegas para sua banda, além do Paul só faltava agora oficializar o nome e estreia com o primeiro show.

Deveria ser tudo feito no maior sigilo, nem sua mãe ainda sabia desse feito, mas guardaria segredo e no momento adequado falaria tudo a ela. Seus colegas, Brian, Max e Juan, agora companheiros e irmão de musica havia concordado unanimemente com o nome THE FENIX.

Peter esperava ansiosamente pelo primeiro show, passava noites sonhando com isso, ate que uma bela tarde Brian o segundo mais novo da banda após Juan, trouxe a grande noticia, foram convidados para tocar em um baile de formatura, fariam abertura para a banda principal e cobririam espaço quando necessitasse, por outro lado ia receber um pequeno cache, mas estavam igualmente felizes. Iam tocar, cantar, ate que enfim, após meses e meses treinando queriam ver como se sairiam realmente em publico.

Chegou o grande dia e mal podiam esperar, estavam animados, nervosos, porem com ótimas expectativas, ao abrirem o show foi solicitado musica ambiente, das quais os músicos da banda não eram fãs mas deveriam tocar de acordo com o contrato, após uma hora de show com musica ambiente ate a chegada de todos os formandos Max o garoto mais velho da banda com vinte e três anos, saiu raivoso do palco em direção a sala de sonoplastia. Peter já conhecendo a pouca paciência do colega o acompanhou rapidamente:

_ O que foi cara, ta louco, sair do pouco dessa maneira?

_ Louco eu?! Por favor Peter me polpe, isso não é o que queremos, somos rockeiros e não fantoches de festa de formaturas, esse não é o proposito da banda, lembra?

__Eu sei Max, mas hoje é a nossa primeira apresentação e não devemos fazer so o que queremos, lembra do contrato que assinamos?

_ Claro que lembro, mas não estou feliz, não é isso Peter, não é isso que queremos.

_ Max assim que nos tornamos conhecidos, talvez podermos escolher quando, onde e o que tocar, mas por enquanto temos que ter paciência.

_ Eu não sei não...

_ Max agora não é hora de crise, logo você cara o mais velho da turma com essa atitude.

_ Idade não tem nada a ver com maturidade, olha so você com dezessete anos e se comportando como meu pai, va se lascar.

_ Max, pare com isso, que foi, ta dopado?

_Claro que não, vocês que estão dopados porque são burros como uma porta e se sujeitam a se vender para os primeiros que aparecem.

__ Tudo bem Max, eu vou voltar para o palco porque estão sem o vocal principal e sem o seu baixo.

__ Vai lá cara.

Peter não acreditava no que acontecera só o que faltava interromper o show para dar suporte à crise de dignidade de Max.

Voltara ao palco e seus parceiros tocavam animadamente, havia ate algumas garotas próximas ao palco, sorrindo exageradamente, deveria ser efeito do álcool.

Tocaram por quase duas horas, pararam por mais duas e tocaram no final da festa por três horas, quando terminavam Max estava entre eles, apesar de bêbado não dera mais nenhum vexame. Terminaram a festa e foram para suas casas com o cache no bolso e o sonho acalentado sentindo mais uma missão cumprida.