O aroma de torradas e panquecas de uva invadiu as narinas de Stella, fazendo-a abrir os olhos imediatamente. Deu um sorriso, lembrando-se das vezes em que Mac lhe fizera o café da manhã. Sim, era o mesmo cheiro. Levantou-se e trocou de roupa.

Desceu as escadas e apoiou-se com os braços no balcão da cozinha, no momento em que o outro jogava a panqueca para cima, trocando o lado em contato com a frigideira.

– Se você sujar meu chão de panqueca, eu te mato. - Mac pulou com o susto, mas riu em seguida.

– Fique tranquila, eu tenho experiência.

– Sim, eu me lembro. - sorriram.

– Quer ajuda?

– No need, thanks.– deu um sorriso de agradecimento.

– Bom dia. - Lindsay entrou na sala, bocejando.

– Bom dia. - os dois disseram em uníssono.

– Que horas dormiu ontem? Você parece exausta. - Stella percebeu as olheiras na morena.

– Aposto que ficou conversando com Danny até tarde. - Mac zombou e Bonasera riu.

– Não, ele me ligou dizendo que Lucy não iria dormir antes de falar comigo.

– E depois vocês ficaram conversando até tarde? - foi a vez de Stella brincar.

– Yes...– os outros dois gargalharam. Mac se aproximou com os três pratos. As outras duas agradeceram, e logo aproveitaram o café.

– Já são 9:00, temos que ir para o laboratório. - Stella anunciou, recolhendo os três pratos já "limpos". - Só vou escovar meus dentes e estou pronta para ir. - entrou para o banheiro de sua suíte, e logo ouviu seus convidados discutindo.

– Lindsay! Ande logo! - Mac esperava na porta do banheiro do corredor.

– Wait a sec!– foi a vez da outra exclamar.

– Mac, já estou pronta, pode usar o meu. - Stella informou. O forense sorriu em agradecimento, entrando no quarto da outra.

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Assim que a grega colocou os pés para fora do elevador, já foi cercada dos dois lados por dois outros forenses extremamente parecidos: cabelos e olhos pretos lisos e a pele clara, sotaque britânico. Ambos usavam jaleco.

Começaram a falar algo sobre um caso ao mesmo tempo, deixando Stella completamente perdida. Colocou a mão para cima, e os dois pararam de uma só vez.

– Jay, você primeiro. – começou a andar em direção a sua sala. Mac e Lindsay permaneceram próximos ao elevador

– Identificamos a substância presente no antebraço da vítima. – parou por aí, e Stella lhe deu um olhar questionador.

– E qual é?

– Oh, right. É fluoroacetato de sódio.

– Isso faz disso um crime violento. Eu não usaria isso nem em meu pior inimigo.

Fluoroacetato de sódio é um veneno mortal, também usado como pesticida em alguns países, que é letal por meio da ingestão, da inalação e da absorção da pele. Seus sintomas costumam aparecer entre trinta minutos e três horas após a absorção: náusea, vômito, dor abdominal, transpiração, agitação, anormalidades cardíacas, espasmos musculares e convulsões.

Com a consciência afetada e para a felicidade da vítima, é normal que ela entre em coma. A morte geralmente ocorre por arritmias ventriculares, hipotensão progressiva que não responde ao tratamento, e infecções pulmonares secundárias.

– Precisamos provar que é um homicídio. Por mais que eu duvide que alguém cometa suicídio de forma tão dolorosa, nós temos que provar. – anunciou, só percebendo agora a falta dos outros dois. – Onde estão Mac e Lindsay?

– Quem? – os gêmeos disseram em uníssono. A chefe ignorou-os, voltando pelo mesmo caminho que passara. – Sua vez, Kay. – Bonasera passou a fala para a mulher.

– Hum... Os CSIs de Nova York ligaram e disseram que vão mandar dois para um caso aqui. Não foi onde trabalhou?

– Yep. – continuou andando, com passos curtos e rápidos, até avistar a dupla conversando ainda próximos ao elevador. – Mac, Lindsay! Por que estão aí parados? Venham. – gesticulou. Os dois deram de ombros e foram em direção a outra. – Jay, Kay, esses são Mac Taylor e Lindsay Messer, meus ex-colegas em Nova York. Mac, Lindsay, esses são Jay e Kay Donovan. São gêmeos.

Apertaram mãos e proferiram os prazeres de se conhecer.

– Mac, eu acho que seria melhor se voltássemos para NY. – Bonasera admitiu.

– Why? – o moreno levantou uma sobrancelha.

– As provas mais novas estão lá, não faz sentido ficarmos aqui reanalisando velhas evidências. – Taylor pareceu ponderar

– É, faz sentido. Okay, pegamos um voo de volta, amanhã. – aceitou, com um sorriso.

– Hey, Stell. – um homem alto e moreno se aproximou dos três.

– Hey, David. – cumprimentou. – Guys, esse é David McKallen, meu segundo no comando. Esses são Lindsay Messer e Mac Taylor. – o olhar de David se tornou surpreso e com um fogo incomum enquanto encarava o homem.

– Ah, o famoso Mac Taylor.

– Um prazer. – Mac ofereceu a mão, mas o outro somente olhou para ela e colocou um braço ao redor de Stella, que por sua vez, levantou uma sobrancelha, olhando para o braço desconfiada. Mac passou o olhar confuso para Lindsay, que só deu de ombros, sinalizando não estar entendendo também.

– Então, o que vocês querem com a minha garota? – Taylor quase pôde sentir seu rosto ficar vermelho com o ciúmes.

– Primeiro, eu não sou sua garota. – Bonasera empurrou o braço do homem de seu ombro. – Segundo, você vai ficar com o caso de envenenamento e eu vou para Nova York, cuidar do caso de Margaret Oliver.

– Não posso ir com você?

– Não.

– Why not?

– Você é o segundo no comando, quer dizer que tem que ficar aqui. Eu vou levar Kay comigo.

– Okay, you’re the boss.