E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 23
What seemed like a good idea has turned into a battlefield


Notas iniciais do capítulo

Bom, como teve 30 reviews, to postando.
Que bom que gostaram do capítulo Fabine, foi feito de coração



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Fabinho estacionou o carro em frente a casa dos Sousa, na Casa Verde. Ele desceu e deu a volta, abrindo a porta para Giane e a ajudando a descer. A abraçou pela cintura, caminhando com ele para a casa da garota.

_ Eu só vou pegar algumas roupas. – ela avisou, enquanto destrancava a porta – Depois quando eu estiver mais calma, eu volto e pego o resto.

_ Tudo bem. – ele concordou, entrando atrás dela – Algo aqui na sala?

_ Não, aqui não. Mas você pode ir pegar minha bola na grade? – ele concordou, dando um beijo na testa dela e saindo de casa. Ela suspirou, caminhando até o quarto. Abriu a porta de supetão, já sabendo que Mayara não estava lá.

Pegou uma mala no armário e jogou no chão, indo até o armário e começando a pegar suas roupas, simplesmente as atirando na bolsa. Depois passava e as desamarrotava.

Guardou alguns calçados, alguns livros, fotos dela com a mãe e o pai quando era pequena, antes de Mayara ser adotada. Rasgou as fotos com a irmã e Maurício, e jogou os pedaços das primeiras na cama dela. O resto jogou em outra bolsa, junto com os presentes que Maurício havia lhe dado, incluindo um ursinho de pelúcia de um parque de diversões.

Pegou os documentos e carregador do celular, jogando em uma mochila com alguns outros livros. Alguém bateu na porta, e Fabinho entrou.

_ Hey, aqui está a sua bola. – ele mostrou o objeto nas mãos – Pronta para ir?

_ Leva minha mala para o carro. Vou ver a minha mãe. – ela entregou a bolsa maior para ele, pegando a menor. Ele pegou a mochila também, saindo do quarto, rumo à porta da frente.

Ela foi até o quarto dos pais, deixando a bolsa com as coisas do ex no chão. Bateu na porta, logo a abrindo. Encontrou o pai sentado na poltrona ao lado da cama, e a mãe deitada.

_ Você vai realmente sair de casa? – foi a primeira pergunta que o pai fez.

_ Sim, o Fabinho já colocou minha mala no carro. Depois eu venho buscar o resto. – ela avisou.

_ Eu ainda acho errado você ir para a casa dele. – reclamou Silvério – O que o Maurício vai pensar?

_ O Maurício não tem mais nada a ver com a minha vida. – garantiu Giane – Eu só vim ver como você está, mãe.

_ Estaria melhor se minhas filhas não tivessem se estapeado e uma delas estivesse a ponto de sair de casa. – garantiu a mulher. Giane bufou, tentando não se irritar.

_ Você esconde por anos que minha “irmã” está transando com o meu namorado, e quer me fazer sentir culpada? – ela deu uma risada pelo nariz – Nem um pouco mãe. Eu to afinal seguindo o meu caminho, como você disse que queria que eu fizesse. Ontem a noite foi, bom, uma noite de revelações para mim. Sobre as pessoas que me cercam e sobre mim.

“Minhas únicas certezas eram que minha família estaria do meu lado para tudo, que nós sempre estaríamos juntos. E que eu tinha um namorado com quem eu podia contar. E ontem, essas duas certezas se foram, mas surgiu outra: a que o Fabinho, aquele menino que todos falavam mal quando pequeno, é um grande homem. Alguém bom, com um bom coração, e que ele vai estar do meu lado. E eu vou estar do dele. Ele me fez sentir mais mulher do que eu já me senti na vida, fez eu sentir coisas que não sabia que era possível sentir. E eu espero senti-las para sempre, ao lado dele. Então eu vou para a casa dele sim... Não sei se ficarei lá ou não, se as coisas entre nós dois vão mudar ou não. Mas eu sei que ele é minha única certeza agora, e é nisso que eu vou me agarrar para me reerguer.”

Giane tirou o colar de seu pescoço, colocando no criado-mudo da mãe.

_ Me liguem se algo acontecer. – ela pediu – E podem ficar com isso aqui... Não quero nada que me ligue àquela cobra da Mayara.

Ela saiu do quarto com a garganta apertada, pegando a mala no corredor. Saiu de casa sem olhar para trás, encontrando Fabinho a sua espera, encostado no carro.

_ Pronta para ir para casa? – ele perguntou, um sorriso enorme no rosto.

_ Pronta. – ela sorriu, se aproximando e segurando o rosto dele – Você não vai me magoar, não é Fabinho?

_ Eu prefiro me afogar em um barril de lava do que fazer isso. – ele prometeu, beijando a testa dela – Vamos?

Ouviram um carro estacionando e viraram-se para ver quem era. Depararam com Maurício, que os olhava irado.

_ Era para isso que você queria que eu contasse a verdade? Para pegar a Giane? – perguntou o rapaz, se aproximando dos dois.

_ Cala a sua boca. – mandou Giane, se colocando em frente a Fabinho – Você não tem moral para falar nada, quem me traiu foi você. Com a minha irmã.

_ Giane, a gente...

_ Maurício, fica quieto, por favor. – pediu Giane, suspirando – Já não estava dando certo, a gente só estava acomodado. Mas não tinha mais amor, não sei se um dia teve. – ela pegou a bolsa do chão – Toma, isso é seu. Encontre quem queira, porque eu não quero mais. Nem você, nem nada que venha de você. Fabinho, vamos para casa, por favor.

Ela entrou no carro, enquanto Fabinho entrava do lado do motorista e dava partida. O carro saiu rapidamente, deixando Maurício plantado. Porém, Fabinho parou um pouco a frente. Desceu do carro e se aproximou de Maurício.

_ Isso é por ter traído a Giane. – ele deu um soco em Maurício – Isso por ter sido com a irmã dela. – ele deu outro – Isso é por ter transado com a minha irmã. – mais um – Por ter mentido. – outro – Por ter beijado ela ontem. – o soco o derrubou no chão – E isso é pra você lembrar que deve ficar longe da minha garota. – ele cuspiu ao lado de Maurício – Bom falar com você Vasquez.

~*~

A manhã na casa dos Rabello começou tensa. Wilson observava o filho, que estava emburrado na mesa do café. Os irmãos comiam em silêncio, preocupados com o que havia acontecido. Haviam escutado a discussão de Bento e Mayara na noite anterior, quando os dois haviam gritado tão alto que quase acordaram a vizinhança.

_ Meninos, vocês podem ir para a casa da mãe de vocês? – perguntou Wilson, colocando a xícara de café na mesa – Pelo menos até a hora do almoço?

_ Claro. – concordou Tito, enquanto os irmãos acenavam – Vamos almoçar com ela, na verdade. Voltamos mais tarde.

O pai assentiu, agradecendo. Bento não tirava os olhos da xícara de café.

_ Boa sorte, maninho. – Mel beijou o rosto dele, saindo com os outros irmãos. O rapaz suspirou, ouvindo a porta fechar.

_ Eu ouvi pedaços da discussão ontem. – começou Wilson, segurando o ombro do filho – Quer me contar o que aconteceu?

_ Ela veio ontem, dizendo que estava grávida. – o rapaz começou a contar – Ela disse que percebeu que não havíamos usado proteção, e disse que pelas contas dela, estava nos dias... Bom, dias férteis. – ele suspirou – E eu disse que assumiria meu filho, claro que sim. Você sabe o quanto eu me arrependo do que aconteceu com a Camila aquela vez.

_ Mas você perguntou se o filho era seu ou do Maurício...? – perguntou Wilson.

_ Nós fomos ao hospital, e ela fez o exame de sangue. Mesmo com poucos dias, o hormônio já está no sangue dela, e dá pra detectar. – explicou o rapaz – E o exame deu positivo.

Bento bebeu um gole de café, tentando organizar seus pensamentos.

_ Ontem a noite, no show da Palmira... Bom, as coisas explodiram de um jeito que eu até agora não entendi. – ele prosseguiu – O Maurício beijou a Malu, e ela estava bêbada. Aí o Fabinho e a Giane começaram a gritar com o Maurício nos bastidores, e surgiram umas fotos. Aparentemente, a Mayara teve um caso sexual com o Maurício por anos, enquanto ele namorava com a Giane.

_ E agora você acha que essa criança que ela espera, pode ser dele? – deduziu o pai, recebendo um aceno afirmativo – Um ultrassom não pode descobrir isso?

_ Pode, eu a levarei amanhã mesmo ao hospital. – avisou Bento, colocando a xícara na mesa e se levantando – Além do que, ela tomou uma bela surra da Giane ontem. Isso pode ser prejudicial.

_ Bento, filho... – Wilson levantou, segurando o rapaz pelos ombros – Você sabe que, mesmo que o filho seja seu, você não precisa se casar com a Mayara.

_ Pai, seja meu ou não, essa criança precisa de um pai, de uma família. – suspirou Bento – A mãe da Mayara está à beira da morte, o pai não tem condições... Eu não posso deixar que essa criança passe pelo que eu passei.

_ Só espero que você não se arrependa. – o pai o abraçou – Eu vou visitar meu irmão, quer vir junto?

_ Não... Ficarei com a Mayara, tentarei conversar com ela, descobrir mais coisas. – suspirou Bento – Há muito que precisa ser decidido.

_ Você sabe o que faz, filho. – Wilson se afastou, subindo as escadas. Bento suspirou, indo a cozinha e pegando uma bandeja. Depois da surra do dia anteior, o melhor era Mayara não sair da cama. Sendo filho dele ou não, aquela criança inocente não merecia pagar pelos erros da mãe.

~*~

Maurício chegou no apartamento dos pais mancando, com a boca com gosto de sangue. Ele entrou, jogando as coisas no aparador, e caminhando para a sala.

_ Malu? – ele se espantou ao ver a amiga ali. Ela levantou depressa, virando para ele – O que você faz aqui?

_ Maurício, o que aconteceu com o seu rosto? – ela correu até ele, o puxando pela mão – Senta aqui, eu vou buscar água. Vou limpar seu rosto... Tem muito sangue aqui.

A moça correu para a cozinha, logo retornando com um pano e água limpa. Ela sentou em frente a ele, começando a limpar seu rosto.

_ Quem fez isso? – perguntou ela, já antevendo a resposta.

_ Seu irmão. – ambos suspiraram – Não digo que ele errou, eu mereci uma surra bem dada.

_ O Fábio é um bruto. – suspirou Malu, vendo Maurício gemer de dor – Mas onde ele te encontrou?

_ Ele estava na Casa Verde, com a Giane. – o rapaz contou – Estavam pegando as coisas dela. Aparentemente, ela está indo morar com o seu irmão.

_ Como assim? – Malu se surpreendeu.

_ Não sei, ela não falo muito comigo, se é que me entende. Só disse algumas merdas, me jogou uma bolsa com tudo que eu já havia dado para ela, e se mandou com o Fabinho.

_ Você sabia que ela dificilmente perdoaria isso. – Malu terminou de limpar o rosto dele, colocando o pano na água e deixando a bacia, cheia de água suja de sangue, na mesa.

_ Sim, mas não esperava que ela seguisse em frente tão depressa. – garantiu o rapaz, sorrindo de lado.

~*~

Bento estava sentado na poltrona do seu quarto, observando Mayara dormir. Naquele momento, ela parecia mais do que nunca a garota que conhecera na infância.

_ Hum... Bom dia. – ela resmungou, se espreguiçando. Bento assentiu com a cabeça – Dormiu bem?

_ Quase não dormi. – ele respondeu, seco – Seu café está aí.

_ Bento, eu entendo se você quiser terminar tudo. – garantiu Mayara, sentando na cama – Eu sei que o filho é seu, eu menstruei depois que eu e o Maurício terminamos. Mas se você não quiser saber da gente, eu...

_ Eu vou assumir esse filho Mayara, seja meu ou do Maurício. Tenho uma dívida a ser paga. – Bento garantiu – Nós vamos nos casar, para que sua mãe possa estar presente no seu casamento. Mas é só por isso. Nesse momento, eu só sinto nojo de você e do que você fez. Talvez com o tempo, você mude isso. Mas no momento... Nosso casamento é pelo nosso filho.

~*~

_ Bom, amanhã compramos móveis para o seu quarto. – avisou Fabinho, quando entraram no apartamento – Na verdade, preciso comprar móveis para a casa inteira. Não dá pra viver que nem nômade.

_ Acho que tem certo charme. – riu Giane, colocando sua mochila no canto – Mas bom... Não precisa mobiliar outro quarto se não quiser.

_ Giane, eu já falei que você vai ficar aqui. – ele se irritou, mas ela riu.

_ Só to falando que a sua cama é bem grande. Acho que cabemos os dois lá. – ela sorriu, corando. Ele sorriu de volta, se aproximando e a abraçando – Em um dia, já fui mais longe com você do que em seis anos com o Maurício.

_ É porque nós dois somos para ser, desde que éramos pequenos. – ele garantiu – Pensa que eu não te via me secando?

_ Fabinho, nós tínhamos 10 anos. – riu Giane, enterrando o rosto no pescoço dele – Eu achava que o homem da minha era o Bento.

_ Deus me livre, bate nessa boca. – Fabinho socou a parede três vezes – O homem da sua vida sou eu, maloqueira. Eu sei, você sabe, nossa química na cama diz. E falando nela... Que tal irmos para a nossa cama e esquentar os lençóis?


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Notas finais do capítulo

É isso aí gente... Lembrem: 30 reviews.
Beeijos