#Sophie

Rodeada de olhares atônitos e esperançosos, a ficha ainda não tinha caído. O garoto que me desejava a morte estava me pedindo em namoro, na frente de toda a família dele. Ainda ajoelhado, o Gabriel esperava uma resposta, e pra não magoar os sentimentos dele e fazer com que a família dele criasse um ódio mortal por mim, eu respondi, em alto e bom tom:

– Eu aceito.

Levantou e ali mesmo na frente de todos, ele me beijou. É claro que eu não gostava do Gabriel, pra mim ele era apenas um colega de sala, mas eu só aceitei o pedido dele porque a família dele estava ali presente. Alguns minutos depois, quando a multidão se dispersou, eu arrastei ele para a varanda.

– Gabriel, então... é...

– Fala, meu amor. - disse ele, totalmente envolvido nos meus olhos e segurando minhas mãos.

– Você não acha meio... cedo?

– Pra que?

– Pra a gente... namorar. Quer dizer... a gente nem se falava direito, a gente até não ia um com a cara do outro... E eu vou ser bem franca com você, meu único sentimento que te diz respeito é o da amizade..

Ele abaixou a cabeça e assim ficou, por alguns minutos.

– Bom, eu não vou te forçar a nada. Se você quiser terminar o que nem começou...

Pensei, repensei.. Ele era um cara legal, bonito e engraçado... Acho que poderia levar adiante e aprender a gostar dele.

– Não, tudo bem, vamos continuar. Posso muito bem gostar de você com o tempo.

– Mesmo? É isso que você quer? - levantou a cabeça, com os olhinhos brilhando.

– Sim.