Mudanças escrita por Thay


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas, como vão? Bom, aqui vai mais um capítulo para vocês.



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As coisas estavam um tanto quanto estranhas, desde que sua desconfiança começou que ele não consegue agir como antes, ele já não consegue se aproximar mais do menino então preferiu se afastar até que pudesse ter coragem suficiente para tirar tudo a limpo, ele também deixou de tocar em Pepper o contato máximo que tinham era um selinho que raramente era dado, ele também evitava dormir na mesma cama que ela pois viu que mesmo lhe dando as costas quando era madrugada o seu corpo procurava o dela pra se encaixar e quando as posições se misturavam aos seus sonhos eróticos seu instinto masculino obedecia e ele se acordava excitado e por não querer que ela se sinta pressionada a transar com ele, Tony, optou por dormir na oficina ou no quarto que vinha sendo dele antes dela voltar.

– Anthony.- Marta chamou por ele na oficina.
– Não era pra você está a caminho do aeroporto a essa hora?- perguntou Tony a ela que iria viajar para Vermont pois sua irmã adoeceu e precisa de seus cuidados.
– Era, mas eu não podia ir sem me despedir.- ela abraçou Tony e beijou o topo da sua cabeça.- Diga a Claire que eu volto assim que possível e que eu vou sentir muita saudades dela.
– A garotinha da vovó sabe disso.- Marta riu.
– Cuide bem dela e do Theo.- o nome do menino fez surgir em Tony uma desconfortável sensação e ele apenas assentiu.- E vê se para um pouco de trabalhar e olha um pouco pra Virginia.- Tony parou de brincar com os seus hologramas e olhou pra ela.- Eu sei que você está receoso, pensando que nada disso é real, mas é, meu filho, sua esposa está de volta e trouxe consigo o filho de vocês então pare um pouco e aproveite seu tempo com sua família, está bem?
– Está.
– Tente tirar ela de dentro daquele quarto não sei como ela aguenta fica enfurnada lá dentro o dia inteiro.
– Vou tentar. Boa viagem, Marta, e qualquer coisa que sua irmã precisar me avise.- ela sorriu em agradecimento, lhe deu outro beijo na testa e caminhou em direção a porta de saída.
– Lembre-se, Anthony, mente fazia, oficina do diabo.- falou ela antes de subir deixando Tony sem entender o por que do provérbio popular. Marta já havia partido há alguns dias e todos estavam tentando se adaptar com sua ausência, Claire sentia muita falta de sua avó, mas conversava com ela todos os dias o que ajudava a matar a saudades. Naquela semana, no entanto, Tony ganhou uma companhia quando convenceu Bruce Banner a passar alguns dias na mansão curtindo suas "férias".
– Tem um quarto de hóspedes lá em cima, Bruce. Na realidade tem dois, mas eu tô usando um então...
– Sobrou o outro pra mim.
– Viu? É por isso que eu gosto de você, verdão, você é um gênio!- Bruce rolou os olhos e subiu com sua mala para o quarto a qual irá lhe pertencer nos próximos dias.
– Tio Bruce!- a menina empolgada ao vê-lo surgir na sala lhe deu um abraço apertado arrancando um sorriso dele.
– Oi, Claire. Como você está?
– Bem e o senhor?
– Estou bem também.
– Tio, você já viu meu irmãozinho?
– Já. Aliás, ele parece com seu pai.- respondeu Banner aumentando o tom para que Tony ouvisse.
– Todo mundo diz isso.- reclamou ela emburrada.- Você veio trabalhar com o papai?
– Bom, eu vim aproveitar uns dias de folga, mas tenho certeza que seu pai vai arranjar algo pra me ocupar.
– Que bom que sabe, Banner!- gritou Tony da cozinha. Bruce sorriu e passou a prestar atenção em Claire que desenhava em algumas folhas que estavam sobre a mesa de centro.
– Você e o tio Alex são os meus tios preferidos, tio Bruce.- falou ela depois de alguns segundos.
– É mesmo? Mas e o Rhodes e os outros?
– Ele é meu dindo. E o tio Peter disse que não é mais meu tio e sim meu so... so... como é a palavra mesmo?- perguntou pra si.
– Sogro?- arriscou Bruce.
– Isso! Meu sogro. O que é isso, tio?- Bruce gargalhou.
– Isso é algo que seu pai não quer na sua vida nem tão cedo.
– Hm... O papai disse que você fica verde e assusta as pessoas igual ao Shrek, é verdade?- Bruce achou graça da comparação e concordou.
– Sim.
– Então o papai é o burro?- perguntou curiosa e Bruce riu.
– Ah, sim, com toda a certeza do mundo o seu pai é o burro. Na realidade se eu fosse definir seu pai em uma frase seria essa: "uma besta ambulante de irritação constante''.
– Quem é uma besta ambulante de irritação constante?- perguntou Tony voltando da cozinha e devorando seu sanduíche.
– O senhor.
– Bolinha!
– Tio Bruce que disse.- se defendeu ela.
– Olha só amigo só não te quebro no cacete por que eu tô com fome demais pra isso. Vocês tão com fome?
– Não.
– JARVIS, pergunte a Pepper se ela quer comer algo.
– Sim senhor... Ela agradece, mas disse que está sem fome, senhor.
– Tudo bem. Bolinha, por que você não vai fazer companhia a sua mãe?
– Já vou.- respondeu ela se empenhando em terminar o desenho.
– E como estão as coisas por aqui, Tony?- perguntou Bruce mostrando em seu tom um sentido oculto.
– Bem.
– Pronto, papai, acabei.- ela soltou seus lápis de cor, pegou seu desenho e correu em direção as escadas.
– Cuidado pra não se machucar, bolinha.
– Uhum. Papai, você não é o burro é o rei.- Tony sorriu amplamente e foi ao encontro de sua filha para que pudesse lhe dar beijo estalado na bochecha, ele a liberou de seu abraço e ela subiu as escadas para ir de encontro com sua mãe.

Pepper se encontrava deitada em sua cama sem a menor vontade de se levantar ou de sair do quarto, dia e noite era algo que ela não sabia diferenciar enquanto estava lá dentro pois o quarto era totalmente escuro, enquanto seus olhos transbordavam lágrimas e seu cérebro pensava de forma depreciativa em sua vida, Pepper, ouviu a porta se abrir e por um momento pensou ser Tony, mas um pulo na cama e um grito feminino a fez ver que não.

– Mamãe!- chamou a menina eufórica.
– Oi, meu amor.- respondeu ela enxugando as lágrimas.
– Fiz um desenho. Acende a luz, Javinho.- quando as luzes se acenderam Pepper se encolheu, mas quando se acostumou com a luminosidade e olhou para a filha ela percebeu que sua mãe esteve chorando.- Você tá chorando de novo, mamãe?- perguntou ela já que virou bem mais frequente ver Pepper chorando ou cabisbaixa pelo os cantos da casa.
– Não.
– Tá sim, seus olhinhos tão vermelhos e você tá puxando o catarro.- disse ela ao imitar uma pessoa fungando.
– Isso é nojento, bolinha. E não se diz puxar catarro.
– E se diz como então?
– Se diz fungar.
– A senhora tá com os olhos vermelhos e tá fungar.
– Fungando.- corrigiu Pepper.
– Fugando.- se corrigiu ela.- Mamãe, por que você tá chorando? Tá dodói?
– Não tô chorando, Claire.
– Mamãe, mentir é feio e papai do céu briga.- Pepper sentiu necessidade rir ao ouvir sua filha de 5 anos lhe dando uma bronca por que mentiu.
– Tudo bem, mocinha, mamãe tá com uma dorzinha, mas já, já, passa.
– Onde dói, mamãe?
– Na cabeça, mas já vai passar. Deixe-me ver seu desenho.- a menina lhe entregou o papel e ela sorriu.- Quem são esses?
– Eu, você, o papai e a vovó Marta.
– E cadê seu irmão?
– Ele tá aqui ó.- apontou ela para o rabisco no fim da folha.
– Por que ele tá tão longe de nós?
– Por que ele tá chorando e todo mundo se irrita quando o Theo está chorando.- era verdade Pepper passava por essa irritação todos os dias e agora com a ausência de Marta seria bem pior.- Mamãe, o tio Bruce tá aqui você não vai falar com ele?
– Eu não sabia que o Bruce estava aqui, mas depois eu falo com ele, está bem?
– Aham. Eu posso ficar aqui?
– Pode.
– A gente pode assistir um filme?
– Pode. Sim, você também pode escolher o filme.- se adiantou Pepper.
– Como a senhora sabia o que eu ia perguntar?
– Por que lhe conheço. Que filme você quer?
– Madagascar. Javinho, você ouviu?
– Ouvi, pequena Stark.- a tevê ligou e não demorou para que o desenho começasse.
– O papai é o Alex.- falou a menina ao ver que no desenho o leão é muito admirado pelo o público do zoo.
– Por que?
– Por que ele é o rei.
– Se ele escuta isso o ego dele vai lá em cima e nunca mais desce.- Pepper até tentou assistir, mas finalmente o sono deu o ar de sua graça e ela estava prestes a sucumbir a ele quando Claire começou a cantar fazendo-a despertar.
– ...Eu me remexo muito.- Pepper olhou para a tevê e sorriu com o personagem.
– Esse é o seu pai.
– Quem mamãe, o rei Julian?
– Sim.
– Mas o rei Julian é feio e o papai não é feio o papai é lindo.
– Quando minha mãe dizia que as filhas idolatram o pai eu não acreditava agora vejo que ela tem razão. Eu sei que seu pai é lindo, bolinha, mas ele é igual ao rei Julian.
– Não acho.
– Hum... vejamos, os dois se acham lindos, os donos da razão, se autoproclamam reis e fazem a gente rir. Tem certeza que eles não se parecem?- perguntou ela a menina que estava pensativa.
– Tá, só nisso.- Pepper concordou e voltaram a assistir o filme, bom, Claire voltou já Pepper dormiu e quando acordou já não estava mais na companhia de sua filha. Depois de juntar forças para se levantar ela foi ao banheiro, escovou seus dentes, passou água no rosto e tentou encobrir as olheiras e outros sinais que denunciavam sua aparência cansativa quando enfim se aprontou ela desceu para que pudesse falar com seu hóspede, mas acabou ouvindo algo que não queria.
–... Não! Isso é repugnante e inaceitável, Bruce!
– E o que você vai fazer então?- perguntou Bruce.
– Vou me separar. Não tem sentido eu ficar com ela, não depois disso.- ele respondeu em alto e bom som sem saber que ela tinha escutado sua decisão. Ela engoliu seco, era óbvio que Tony estava falando em acabar com o casamento deles e apesar de ter ficado abalada com o que ouviu ela já esperava por isso.

Tudo estava esquisito e ela já havia começado a notar, a distância de Tony era cada vez mais perceptível e depois da ida de Marta para Vermont ela passou a se sentir cada vez mais como uma completa estranha numa casa e família a qual ela já pertenceu. Tony já não era mais o homem preocupado e muito menos atencioso que era logo quando ela voltou, sua proximidade com a Claire não mudou pelo o contrário ficava maior a cada dia, mas o mesmo tratamento não era dado a ela e muito menos a Theo ele não chegava mais perto do menino, não a ajudava quando ela pedia e cabia a ela aguentar sozinha as noites em que o menino chorava por estar febril, irritado ou com alguma dor. Num primeiro momento ela achou que ele ainda estava tendo dificuldades em acreditar que ela estava de volta, mas com o passar dos dias ela foi percebendo que o motivo era outro e teve sua certeza com a conversa que ouviu agora.

Silenciosamente ela subiu e retornou para o quarto onde ele passa boa parte de seu dia, deitou-se na cama, puxou o travesseiro dele e permitiu que suas lágrimas rolassem, ela sabia que mesmo não tendo culpa no que aconteceu quando ele descobrisse a verdade não a aceitaria mais e entendeu que o afastamento dele foi causado por nojo, Pepper não o culpava ela mesmo sentia repulsa de si, às vezes quando está em seu banho e lhe vem flashes do que passou com Arno ela crava suas em sua pele e se arranha em uma tentativa inútil de se limpar, as marcas eram evidentes até Claire já havia perguntado a mãe o que havia acontecido pra ela estar com aquelas marcas em seu corpo e dando uma resposta qualquer ela tranquilizava a menina e vivia mais um dia abafando seu sofrimento. Duas semanas haviam se passado e todos os dias desde aquela noite ela ficava se perguntando quando Tony entraria em seu quarto e diria que tudo acabou.

De olhos fechados, enrolada dos pés a cabeça e encolhida na cama em posição fetal, Pepper, aguardava de bom grado duas coisas, a primeira era que Theo parasse de chorar e a segunda era que aquela sensação de perigo fosse embora, ela queria muito sair dali, mas não dava ela simplesmente não conseguia, tinha medo de abrir os olhos ou de tirar o lençol do rosto pois tinha a impressão de que algo ruim iria lhe acontecer caso fizesse isso, era um medo irracional que ela não sabia de onde vinha, mas que a consumia todos os dias cada vez mais. Da sala de estar dava pra se escutar os berros de Theo que se esgoelava em seu quarto na tentativa de chamar a atenção de alguém que viesse em seu auxilio, mas ninguém foi capaz de ir.

– Tony, o menino vai se acabar de tanto gritar.- alertou Banner ao retornar para a oficina.
– Deixa pra lá, daqui a pouco a Pepper vai lá e ele se cala.
– Ele tá nisso a 10 minutos ou até mais, não acha que isso pode prejudicá-lo?
– Claire, teve crises de cólica e chorou mais tempo que isso e tá muito bem, obrigado.
– Tony, você não pode continuar fazendo isso com ele e com a Pepper também, desde o dia que eu cheguei aqui que eu não a vejo e você também não parece ter visto ela nos últimos dias.
– Estamos ocupados, Bruce, depois que terminarmos aqui eu olho pra ela.
– E você vai ficar nessa desconfiança até quando?
– Até quando eu criar coragem pra ver.- Banner fez um sinal de reprovação, mas se calou e voltou para onde a pouco estava trabalhando.- Ei, JARVIS, o moleque se calou?
– Sim, o choro o levou ao seu limite o que fez ele adormecer.
– Viu? Tudo acabou bem.- Tony lhe deu um sorriso largo e passou a trabalhar nos seus projetos para a criação da legião de ferro.

Graças ao seu "método" de conviver sem interagir, Tony, deixou os dias correrem e nem viu o que estava acontecendo com ela, não percebeu o emagrecimento, a queda de cabelo, as marcas de arranhões, o isolamento, a angustia e o choro descontrolado do dia a dia, ela se locomovia pela a casa como um fantasma se arrastava pela a cozinha e de lá voltava ao quarto e foi em uma dessas indas e vindas que ela encontrou com Rhodes e Bruce.

– ... Muito obrigado por me trazer, Rhodes, Tony se esquece de que eu ainda não sei andar pela as ruas de Malibu.
– Não a de... Pepper?- Rhodes a olhou de cima a baixo surpreso por seu estado físico, ela estava pálida e desleixada seus cabelos estavam emaranhados dando a sensação de que nunca tinha sido penteados, sua aparência cansada evidenciava que já faz um tempo que ela não sabe o que é dormir bem, suas vestes era um pijama constituído por um short folgado e uma camisa velha de Tony, seus pés estavam descalços e seu desânimo até mesmo pra se locomover era óbvio, mas o que mais lhe chamou a atenção foi a magreza dela, seus braços e pernas estavam finos, os dedos pareciam estar mais alongados e a pele de seu rosto parecia que estava colando com os ossos de sua face.
– Oi, Rhodey. Tony não está.
– É, eu sei, eu tava com ele na empresa e ele me pediu pra trazer o Bruce aqui para vim buscar algo.
– Hm... Tudo bem. Oi, Bruce.- cumprimentou ela de longe com um aceno de cabeça.- Tchau, Bruce. Tchau, Rhodey.- se despediu ela subindo vagarosamente as escadas que a levavam ao andar de seu quarto.
– Tchau.- respondeu os dois ao mesmo tempo.- Você viu a mesma mulher que eu?- Perguntou Bruce a Rhodes que estava tão surpreso quanto ele.
– Aquela não é a Pepper que eu conheço.
– Tony tem que parar com isso.- comentou Bruce balançando a cabeça em sinal de negação.
– Como assim, Bruce?- ele então se dispôs a explicar toda a história para Rhodes que assim que terminou de ouvi-la bateu a mão em sua testa.
– Às vezes fico me perguntando se Tony é idiota assim mesmo ou se fez algum curso de capacitação. Vou por um fim nisso e preciso da sua ajuda, Dr. Banner.- Tony estava no laboratório das Indústrias vistoriando os avanços que a empresa fazia em relação a energia limpa, muitos planos estavam sendo discutidos e alguns deles já estavam sendo colocados em prática, todos sabem que ele nunca foi fã de ir para a empresa e ficar trabalhando, mas ultimamente ir pra lá era melhor que ficar em casa. O toque de seu exclusivo celular o despertou de um devaneio que nem ele mesmo sabia qual era e ele atendeu assim que viu a foto de seu amigo tomar conta da tela.
– Olha, eu sei que tenho muitas propriedades espalhadas pelo o mundo, mas a que eu mandei você ir com o Banner é a que fica aqui em Malibu.
– Venha para a sua sala, Tony, estamos te esperando.- Rhodes finalizou a ligação e Tony ficou olhando para o seu celular sem entender o por que do tom duro.
– Recebendo ordens dentro da minha própria empresa, isso é ridículo.- reclamou ele sozinho e indo para a sua sala para que possa encontrar com os seus amigos, assim que chegou encontrou, Rhodes, sentado em cima da mesa e Bruce sentado no sofá e ambos estavam com expressões preocupadas em seu rosto.
– E então qual o motivo da reunião?
– Tony, você tem parado em casa?
– Dando em vista o meu histórico eu diria que nos últimos anos da minha vida eu me tornei um homem caseiro.
– E como está a Claire?
– Bem. Bom, pelo menos ela estava quando me pediu pra ir dormir na casa do tio. Por que?
– Curiosidade. E a Pepper?
– Bem.
– E o Theo?
– Por que essas perguntas, Rhodes, virou agente de saúde? Daqui a pouco vai me perguntar se eu tenho sentido dores de cabeça, se eu tô dormindo bem...
– E você tem, Tony? Tem dormido bem?
– Às vezes tenho insônia, mas aí eu tomo um remédio e caio na cama, então, sim, eu durmo bem.
– Mesmo com aquela desconfiança martelando na sua cabeça?
– Que... Banner, seu linguarudo.- Rhodes recolheu de trás de si uma folha e a entregou.- O que é isso?
– Leia.- Tony rolou os olhos e leu era um simples teste de DNA que mostrava uma alta taxa de compatibilidade entre ele, Theo e Pepper.- Toda essa agonia pra nada. Theo, é seu filho e está aí a sua prova.- ele ficou sem palavras, mas o sorriso que lhe percorreu os lábios deixou claro para seus amigos o grande alivio que ele está sentindo.
– Vai pra casa, Tony, ela precisa de você.- ele olhou para o papel mais uma vez e sorriu, acenou para seus amigos e foi embora sem fazer perguntas pois tudo o que queria era chegar em casa e ver sua esposa e seu filho sem sentir algum medo, dirigindo com pressa ele costurou por entre os carros aproveitou os sinais amarelos e contou os minutos para que pudesse chegar em casa.

Todo o seu ser estava no automático e assim que colocou seus pés na mansão ele correu para o andar de cima ao chegar no fim das escadas ele ouviu o choro abafado de Theo e ele nunca ficou tão feliz por ouvi-lo, no entanto, ao entrar no quarto ele ficou chocado ao ver tudo destruído, algumas das gavetas da cômoda estavam no chão, os enfeites do quarto estavam quebrados e Pepper se encontrava em um estado catatônico encolhida entre a cômoda e o fraldário, aos prantos e murmurando palavras ao léu.

– Por favor, Theo, cala essa boca.- ela pediu chorando.- Por favor, meu filho.- pediu ela mais uma vez.- Cale essa boca e durma.- seu primeiro pensamento foi em correr para ajudá-la, mas quando ele viu que um travesseiro era o que abafava o choro do menino ele se apressou em tirá-lo.
– Pepper o que você fez?- perguntou tirando o travesseiro do rosto do menino que já estava vermelho de tanto chorar.- Você queria matá-lo?- Tony a repreendeu, mas ela não ouviu sua voz pois estava tão acostumada a estar sozinha que pra ela só existe Theo e ela no quarto, o menino se esperneou a mais uma vez e ela se irritou.
– CALA A BOCA!- Pepper gritou assustando Tony e o menino que deu um grito antes de intensificar ainda mais seu choro. Apressadamente ele saiu do quarto e desceu com ele para a cozinha, preparou a mamadeira e alimentou o pequeno que se acalmou por ter uma de suas necessidades cumpridas, quando a comida acabou e ele resmungou, Tony, tratou logo de olhar sua fralda e constatou que ela estava suja e que ele estava todo assado.
– É por isso que você está tão irritado, não é? Vamos cuidar disso.- ele banhou o menino na pia do banheiro de seu quarto e teve todo o cuidado para não irritá-lo ainda mais, o secou e o deixou sem fraldas para que evitasse mais assaduras e passou a niná-lo para que ele pudesse enfim descansar.- Se você mijar no meu braço, terá sérios problemas, Theo.- advertiu Tony para o menino sonolento.- O que tá acontecendo com sua mãe, hein? Se eu não chego cedo era capaz de te encontrar morto sufocado pelo travesseiro e tenho certeza que ela nunca iria se perdoar se isso acontecesse. JARVIS, onde ela está?
– No quarto do pequeno Stark.- Tony subiu com o menino já adormecido em seu colo e quando entrou no quarto a encontrou na mesma posição de antes, colocando Theo em seu berço e o cobrindo com um fino pano para que ele não ficasse exposto a frieza, Tony, beijou a testa do menino e foi falar com Pepper.
– Amor.- Tony a tocou, mas ela recuou como se fosse um bicho com medo de seu tratador.- Pepper? Sou eu, Tony.
– Tony.- sussurrou ela de cabeça baixa.- Ele não está.
– Estou, amor, sou eu.- ela levantou a cabeça para olhar para ele por alguns segundos e Tony ficou imóvel olhando para a face magra de sua esposa só quando ela voltou a baixar a cabeça foi que ele voltou a si.- O... O Theo já dormiu, por que a gente não faz o mesmo? Vamos para o nosso quarto.
– Não consigo.
– Não consegue o que?
– Andar.
– Eu te carrego.
– Não, você precisa trabalhar, tem que construir armaduras. Elas são importantes eu não.- a resposta de Pepper lhe fez engolir seco pois ele mesmo certa vez disse isso a ela "Você se acha importante? Pois saiba que você não é importante! Você não protege o mundo e nem me protege muito pelo o contrário só me deixa exposto." A frase o atingiu como um soco e ele demorou alguns segundos pra poder tocá-la outra vez.
– Não, isso tá errado, eu não tava em mim quando disse isso. Nada é mais importante que você, a Claire e o Theo.- ele passou um braço ao redor dela e beijou sua cabeça.- Vamos para o quarto, precisamos dormir.
– Não quero lhe atrapalhar.
– Não vai. Vou te pegar no colo, está bem?- ele passou o braço livre por baixo das pernas flexionadas dela e a levantou, quando seus olhos encontraram os dela ele viu seu medo refletido e também viu que aquela não era sua Pepper.

Ele a carregou de volta pro quarto ainda sentindo estranheza por tê-la de forma tão leve em seus braços quando entrou viu que ali também estava um pouco bagunçando, mas em comparação com o quarto de Theo aquilo ali não era nada, ele a deitou na cama e ela logo lhe deu as costas, ele ajeitou as coisas no quarto, apanhou os lençóis e os objetos o que estava quebrado ele jogou no lixo e os que não quebraram ele os colocou no lugar, depois da rápida arrumação ele foi tomar banho e a água que caia em seus ombros não fez diminuir sua preocupação.

– JARVIS, faça uma análise da Pepper, por favor.- Tony vagou pelo o quarto catou um velho pijama e o vestiu.
– Senhor, segundo minha análise, a Sra. Stark, está sofrendo de depressão e síndrome do pânico, as crises vem ficando cada vez mais frequentes presumo que isso aconteça graças ao estresse e isolamento social que ela vem enfrentando.
– Mais uma vez eu fiz merda.- constatou Tony coçando sua cabeça.
– Com toda a certeza, senhor.- Tony sorriu sem humor, respirou fundo e de pé ficou fitando Pepper sem conseguir esquecer as últimas palavras de Arno, ele tinha razão e só agora ele se deu conta disso, é a sua obrigação inverter os papéis e ser a escora dela pois ele sabe que dali pra frente a principal ajuda que ela receberá terá de vir dele.


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Notas finais do capítulo

E então gente? Cês acham que Tony vai se sair bem nesse papel e ajudar a sua amada e traumatizada esposa ou não? Espero os comentários de vocês, até logo.