Moments escrita por Mah Yamamoto


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!!!!!!
Segunda fic postada aqui no nyah, então não sejam tão rigorosas, plz.
One-shot.
Espero que gostem, bjos.



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P.O.V. Jasper

Olhei para o céu. Estava feio, sem nenhum raio de sol atravessando as densas nuvens cinzentas que pareciam chorar de tanta água. Mas mesmo sem o sol para me expor aos humanos e mostrar o que eu realmente era, me sentia desconfortável em sair à luz do dia.

Peter, Charlotte e eu sempre saíamos à noite para caçar e o resto do tempo ficávamos reclusos com os outros clãs, sem correr o risco de nos expormos à luz dos raios solares. Suspirei ao lembrar-me dos meus velhos amigos. Sentiria falta de ambos, mas nem mesmo isso me faria voltar a fazê-los companhia e ter de continuar matando para sobreviver. Estava cansado de sangue para todos os lados, desde que Maria havia me transformado minha vida se resumia a isso. Matanças.

A sede assolava em minha garganta e a lembrança de sangue humano não ajudava em nada meu autocontrole. Minha boca salivou com veneno. Haviam poucas pessoas na praça, mas era o suficiente para que a chuva arrastasse o cheiro daqueles completamente alheios ao perigo que os rodeava até mim.

Vasculhei a rua estreita com o olhar e encontrei um pequeno restaurante, com as luzes acesas visíveis pelas janelas pequenas. O lugar estava seco, e mesmo que estivesse cheio, seria mais suportável que o cheiro de sangue misturado com a água da chuva.

Caminhei do jeito mais humano que consegui, calma e lentamente, até a escadinha que ficava escorada à porta de entrada. Empurrei aporta dupla de vidro, revelando a decoração aconchegante do lugar, com algumas mesas de madeira espalhadas pelo centro e um balcão ao fundo, que continha alguns bancos altos e algumas pessoas sentadas, apreciando suas próprias comidas, mais uma vez alheias ao fato de que em segundos, elas poderiam virar a comida.

Mal passei da soleira da porta, as emoções dos poucos presentes no recinto encheram minha mente; apenas uma delas me chamou atenção. Uma mulher baixa, com os cabelos incomunmente curtos e repicados, o corpo miúdo perfeitamente moldado pelo vestido branco. Suas feições eram como as de uma fada. Mas só notei esse detalhes depois de sentir em mim suas emoções, que relacionei imediatamente com aquelas que eu sentia na presença de Peter e Charlotte. Amor? Talvez. Mas também tinham alegria e alívio que eram confirmadas pelo pequeno sorriso que trazia nos lábios. Ela se levantou de um dos bancos altos no balcão e começou a caminhar na minha direção. Seu cheiro não tinha nada de convidativo para minha sede, logo mostrando que sua natureza era a mesma da minha. Mas havia algo estranho em seus olhos. Não eram vermelho-vivo, como de todos os outros vampiros que eu conhecia. Eram de um dourado escuro, talvez âmbar. Esse detalhe me deixou alerta, mesmo que sua alegria evidente em suas emoções e em seu rosto me acalmasse.

– Me deixou esperando tempo demais. – proferiu assim que se postou em minha frente.

Fiquei confuso; eu a conhecia de algum lugar? Não. Seria impossível não me lembrar de suas feições de fada, tão delicadas, tão... lindas.

– Desculpe, senhora. – respondi, sem saber o que dizer.

Sua risada fraca preencheu meus ouvidos, uma risada de sinos. Estendeu a mão em um convite mudo para seguí-la e eu não sabia o que diabos estava passando em minha cabeça quando aceitei e segurei sua pequena mão, mas sua presença, ainda que causadora de desconfiança, me trazia um sentimento que não sentia há anos: esperança.

– Sou Alice. – sua voz exalava euforia.

– Sou... – Alice não me deixou terminar.

– Jasper, eu sei.

Serrei os olhos em sua direção, minha mente rodando em confusão. Afrouxei o aperto em sua mão, fazendo-a agarrar a minha com mais força. Seu sorriso desapareceu por um segundo.

– Olha... Eu sei que deve estar confuso e querendo explicações, então... o que acha de sentarmos um pouco, hum? – apontou com o dedo minúsculo os bancos no fundo do salão. Eram poucos, mas haviam humanos no restaurante e eu já não estava respirando para tentar manter o controle, mas o som dos corações batendo e o calor que irradiava de cada corpo não contribuíam em nada. Se eu me aproximasse mais de qualquer um deles, não seria capaz de me controlar. Estava sem caçar por semanas.

Alice ficou estática de repente. Seus olhos âmbar perderam o foco e suas emoções ficaram confusas, difíceis de decifrar e entender.

– A-alice? – chamei, um tanto preocupado.

Ela pareceu sair de seu transe e voltou a olhar em meus olhos. O sorriso voltou ao seu rosto, mas agora era um sorriso forçado e tenso.

– Pensando bem, acho que deveríamos dar uma volta... – completou e me puxou pela porta que estava atrás de nós, um pouco rápido demais para ser considerado como uma caminhada humana normal.

Chegamos na chuva, que ainda caia como uma tempestade, camuflando o entardecer. Alice me puxou em direção à floresta que rodeava os limites da cidade, correndo. Quando alcançamos as arvores, ela parou e me fitou com um sorriso tímido nos lábios.

– Pergunte o que quiser. – proferiu e se sentou calmamente no chão, como se a situação fosse completamente normal.

– Como sabe meu nome? – minha pergunta era ansiosa.

– Eu vi você. – pude sentir meu cenho franzindo em confusão.

– Como? – sua risada fraca acariciou meus ouvidos.

– Eu vi você. No meu futuro, eu sabia que nos encontraríamos em algum lugar, quando você estivesse pronto para deixar de lado a única vida que conhecia.

– E por que eu deveria acreditar em você? – minha guarda estava baixa, mas minha mente mantinha um sinal de alerta.

– Por que você também tem um dom. Você consegue sentir o que os outros sentem. Deveria acreditar.

Se ela estivesse mentindo, suas emoções a entregariam.

– Certo. – mudei de assunto. – Por que seus olhos não são da mesma cor dos meus?

– Por que não me alimento de sangue humano. Só de animais.

Essa era nova. Sangue animal? Não me parecia nada apetitoso. Pude sentir meu rosto se contorcendo em uma careta.

– Ah, não faça essa cara. Você vai ter de aprender a gostar também, se quiser viver como o resto de nós.

– Nós? Existem outros como você?

– Sim, mas não os conheço também. – que tipo de resposta era aquela? – Eu apenas os vi em minhas visões, como vi você.

– Quem são? – minha desconfiança já não existia mais, dando espaço a curiosidade de conhecer uma nova forma de vida. Uma vida sem matanças.

– Carlisle Cullen vive em Forks com a família e todos mantém uma vida “vegetariana”, como gostam de falar. Vivem em paz com os humanos, vivem em meio aos humanos. – seu rosto se iluminava enquanto falava da tal família e acredito que eu não estava diferente.

Ficamos horas sentados no meio da floresta, conversando sobre a vida que nos esperava. Alice via e eu acreditava em suas visões. Acreditava numa forma pacifica de conviver entre os humanos, pelo resto da eternidade, com os Cullens e com ela.

A ideia não me soava nada mal.


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