Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 13
Abandonada


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora meus amores, a culpa disso é toda da linda Lilly Thunder que me apresentou a saga " A Maldição do Tigre". Comecei a ler os livros semana passada e não consegui mais parar, estou acabando o último deles no momento. Indico 100% a saga rs. Obrigado Lilly, sempre serei grata a você por isso.
Também recomendo a fic dela "Wake me up"
http://fanfiction.com.br/historia/435884/Wake_me_Up/
Leiam rs !
Espero que gostem do capitulo.
PS: Espero ansiosamente os seus comentários :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436066/chapter/13

Acordei com o som de passos. Acendi o abajur ao lado da cama e assim pude ver Mason carregando uma mala para fora do quarto. Rapidamente levantei e o segui pelo corredor até a sala.

– Mase?

Seus olhos se voltaram para mim enquanto suspirava.

– Volte para cama Erin. – seu tom frio machucava. Balançando a cabeça me aproximei dele.

– Esta indo a algum lugar? – perguntei, embora sentisse medo de sua resposta.

– Adiantaram minha turnê, preciso estar em Londres o mais rápido possível – soltei o ar, notando que o prendia até agora. Caminhei até o sofá e sentei-me.. Mason era famoso, eu sabia disso, mas até hoje ele nunca mencionara uma turnê, não uma que começaria essa semana.

– Não é verdade – ambos sabíamos que não era uma pergunta.

Mason não negou, apenas abaixou a cabeça, fitando o tapete.

– Não preciso estar lá até a próxima semana – admitiu sem olhar-me nos olhos.

Eu queria chorar, sabendo que ele não me queria por perto.

– Tudo bem. Vá – levantei-me e parti em direção ao quarto dele, notando ao passar pela porta que dava acesso a sacada que ainda não tinha amanhecido.

Adentrei o quarto sem saber o que fazer. Talvez devesse apenas partir, ir embora, ao que parece ninguém sentiria minha falta, talvez Claire, apenas Claire.

Apanhando no criado mudo as chaves de Sally, virei-me para deixar o quarto quando o vi caminhando até mim.

– Você não tem que ir, pode ficar, fique aqui até que decida o que pretende fazer – queria dizer a ele para ficar e lutar por mim. Tudo o que queria no momento era alguém que se importasse, alguém que me amasse e impedisse minhas lágrimas de caírem, alguém que parasse a dor.

Apenas assenti. Sentindo-me derrotada voltei para cama.

– Erin?

Olhei para Mason, olhei como nunca havia feito antes. Seus 1,90 nunca foram intimidantes, mas agora sentia-me tão pequena perto dele, seus olhos também pareciam ter mudado, estavam ainda mais escuros e não brilhavam mais. Ele precisava de um corte de cabelo e sua pele parecia muito mais pálida.

– Preciso de tempo, preciso pensar se isso – ele agitava sua mão entre mim e ele, indicando que estava falando de nós -, é certo. Não posso continuar, não sem ter certeza de que você é inteira e completamente minha. Espero que tome o seu tempo para descobrir o que isso significa para você. E quando o fizer, estarei aqui, como sempre estive.

Um soluço surpreendeu-me, não vou chorar, não vou, não...

Reprimi as lágrimas e fechei os olhos quando ele repousou seus lábios carinhosamente em minha testa e em seguida sussurrou as palavras que fizeram meu coração parar.

Amo você Bu.

Quando abri os olhos Mason já havia partido.

Uma semana passou e eu ainda não tinha forças para deixar o apartamento de Mason. No quarto dia me surpreendi ao encontrar um envelope no chão perto da porta. Dentro dele encontrei o que parecia meus documentos, alguns cartões, um aparelho que Mase chamava de celular e um bilhete de Derek.

“ Sinto muito sobre Mason, venha para casa.

– D.”

Ficar no apartamento de Mason era desgastante e aconchegante ao mesmo tempo, essa era a minha maneira de mantê-lo perto. Duas semanas se passaram e não levaram consigo a dor em meu peito, que apenas parecia aumentar com o passar do tempo, ou mesmo a melancolia em mim. Num sábado, resolvi levantar e ir ao shopping, que segundo a TV era o melhor local para compras, eu realmente precisava de roupas e alguns outros acessórios, não podia passar o resto de meus dias vestindo roupas de Mason, assistindo filmes melancólicos e comendo sorvete desesperadamente.

Tomei um banho, vesti meu vestido azul, o único que tinha ali, apanhei minha bolsa em cima da cômoda e deixei o quarto. Quando passava pela sala lembrei-me do aparelho que Derek enviara, já o vira mexendo, talvez pudesse lidar com o tal celular. O peguei junto do envelope onde meus documentos e os cartões estavam e deixei o apartamento.

Varias perguntas passavam por mim. Como podia sentir-me assim, como se estivesse quebrada? Como se fosse impossível ser feliz novamente? Por que tudo era tão difícil para mim? Talvez eu apenas não merecesse ser feliz. Entrei em Sally e liguei o radio, uma melodia tão fúnebre quanto eu tocava, apenas para lembrar-me do quão miserável eu estava. Desde que Mason partira, eu não me aproximara de seu piano ou cantara, ou até mesmo pintara, sem ele não havia inspiração para mim.

Deixei meus devaneios quando ouvi um som vindo de minha bolsa. Ainda atenta a estrada peguei o celular. O nome de Derek piscava na tela do luxuoso aparelho. Considerei não atender, mas então pensei em Car e no quanto sentia falta dela. Talvez pudesse pedir a ela para que me deixasse vê-la.

– Blair?

Sua voz fez com que meu peito se aquecesse.

– Car?

– Você me deixou. – a dor em sua palavras fez com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo, a mais egoísta delas.

– Não querida, eu apenas... apenas estou passando por um momento difícil. – reprimi um soluço.

– Não posso perder você também Só Blair.

Assenti mesmo sabendo que ela não podia me ver.

– Você não vai Car. Estou indo ao shopping, o que acha de termos um dia de garotas?

– Eu adoraria. Sabe uma vez fomos ao shopping, paipai me levou aos brinquedos e... – sorria ao ouvir a história de Claire, embora fosse estranho me sentir feliz outra vez.

Depois de dizer a ela que estaria lá em 10 minutos, desliguei e dei a volta, pensando em como seria ver Derek outra vez.

Quando cheguei aos grandes portões da mansão, ponderava sobre minha ausência, e como ele interpretaria isso. Estacionei e sai do carro vendo Claire correr até mim, sorri abertamente quando vi que ela vestia um vestido azul, muito parecido com o meu. A abracei apertado enquanto ela enlaçava suas pernas ao meu redor.

– Senti tanto a sua falta Bu. – a chamar do apelido carinhoso que Mason havia nos dado era bom, correto.

– Eu também Blair. – enquanto ela me enchia de beijos me perguntava se deveria contar a ela que na verdade eu não era mais a Blair.

Antes não havia notado a morena na entrada da grande casa azul.

– Olá Erin.

– Oi. - a saudação de Emmily soaram sarcástica, hostil.

– A Traga antes do jantar. – dizendo isso ela se foi, tão rapidamente como chegara.

Suspirei aliviada e caminhei para o caro, ainda com Claire em meu colo. A coloquei no banco traseiro e a prendi ao cinto, então dei a volta e entrei no carro, dei a partida e deixei a propriedade, agradecida por não ter encontrado o homem com olhos com de Âmbar.

Consegui chegar ao shopping depois de me perder algumas vezes, Claire me ajudava dizendo onde virar ou qual rua tomar. Quando por fim chegamos lá, ela também tratou de me mostrar às lojas de que mais gostava. Entramos em uma delas e escolhi alguns vestidos, quando ia ao provador vi Car correr até mim, segurando um vestido amarelo.

– Encontrei este aqui. É uma pena ele ser tão pequeno para você mas ... – seus olhos brilhavam ao fitar o vestido.

– Gostaria de experimenta-lo? – perguntei.

Ela rapidamente assentiu e enfiou-se em meu provador. Entrei atrás dela e a ajudei com o seu vestido. Quando o tirei assustei-me com as marcas arroxeadas que encontrei na sua lateral direita.

– O que houve aqui Claire?

Ela apenas fitou o chão e deu de ombros.

– Eu caí.

Não acreditei nem um pouco em suas palavras.

– Sabe que pode me contar tudo, não sabe?

– Eu caí da escada Blair, não conte ao papai, ele vive me dizendo para não correr.

Aquilo ainda parecia estranho, mas talvez ela estivesse dizendo a verdade, não gostava de pensar que Emmily estaria a machucando. Ela ficou linda em seu vestido amarelo, parecia uma boneca, depois dele compramos muitos outros e outras peças de roupas, a maioria delas era de tonalidades diferentes de azul. Além de nossa aparência nosso gosto também era muito parecido, muitas vendedoras perguntavam se éramos mãe e filha. Sorri com as perguntas, pensando no quanto desejava que aquilo fosse de fato verdade.

Depois de almoçarmos fomos a um salão onde fomos mimadas. Cortei o cabelo, mas não muito, gostava dele longo, também o hidratei e fiz as unhas. Claire participava de tudo, cativando todos a nossa volta com sua inteligência, ela era maravilhosa e até chegou a cantar para todos, deixando-os ainda mais encantados com ela.

Deixamos o Shopping saciadas e com novos guarda-roupas. Quando chegamos ao carro deixei que ela fosse na frente, ela rapidamente se acomodou, colocando o cinto e ligando o rádio. Dei partida e sai do estacionamento. Juntas cantávamos uma musica feliz sobre estar com amigos, quando esta acabou pensei que talvez eu pudesse misteriosamente conhecer a próxima. E de fato conhecia. Minha voz soava pelo carro, suave e delicada como algo divino.

– É você Blair! – Car exclamava feliz ao meu lado, enquanto por dentro eu morresse aos poucos.

Lágrimas borraram minha visão, tentei me recompor mas quando o ouvi, desabei, deixei escapar um soluço. Aquela era a nossa música.

“And I loved her in all possible ways

I took care of her

Then the pain left her blue eyes

And I fixed your broken heart…”

( E eu a amei de todas as formas possíveis

Eu cuidei dela

Então a dor deixou seus olhos azuis

E eu consertei seu coração partido...)

Encostando o carro no acostamento, parei deixando minha cabeça pender com o peso que me comprimia.

– Por que esta triste? Não gostou da canção? – a voz dela não passava de um sussurro preocupado. Tentei sorrir quando virei-me para ela, mas era impossível quando tinha tanta dor dentro de mim.

Novamente abaixei a cabeça, desistindo de lutar contra as lágrimas. Apenas abri os olhos quando senti que ela pulava para meu colo. Claire me abraçava dizendo que tudo ficaria bem. A mantive junto a mim, como se ela fosse uma boia e eu estivesse lutando para não afundar.

20 minutos depois estacionei mais uma vez em frente a porta da entrada da Mansão. Descemos do carro e vi Martha. Ela veio até mim e me abraçou, fazia muito tempo que não era abraçada assim, que não sentia um abraço maternal.

– Sinto muito menina.

Assenti, tentando desesperadamente não chorar outra vez.

– Ele vai voltar. Tenha fé.

Ela me soltou e dando um meio sorriso, voltou para dentro.

Beijei Claire e abracei apertado.

– Eu te amo Car.

– Também amo você Só Blair.

– Na verdade me chamo Erin agora. – ela me olhava como se uma segunda cabeça tivesse nascido em mim.

– Por que? Não gosta de Blair? Eu gosto. – não sabia como explicar a garotinha de seis anos a minha frente que eu nunca fora Blair.

– Porque gosto mais de Erin e...

Ouvi passos e levantei o olhar, apenas para encontrar olhos que me fitavam tão intensamente que chegava a queimar.

– Olá Erin. É bom ver você novamente. Fico feliz que tenha voltado.

– Eu humm, não estou voltando. Vou ficar na casa de... – dizer o nome de Mason em voz alta era mais do que eu podia aguentar. – Vou ficar no apartamento, não quero ser um problema para vocês.

Sua expressão passou de suave a carrancuda.

– Não tem que ficar lá sozinha quando pode estar aqui, conosco.

– Obrigado, mas preciso de um tempo para assimilar tudo. – olhei para Claire que nos olhava significativamente. – Sinto muito Bu, não posso ficar.

– Tudo bem, apenas venha me ver. – a tristeza em suas palavras mais uma vez comprimia meu coração.

A abracei mais uma vez e voltei para Sally, e então para solidão do apartamento de Mason.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? O que acharam da decisão do Mase?
http://fanfiction.com.br/historia/435884/Wake_me_Up/