Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 1
Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Nova história pra vcs, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436066/chapter/1

De onde vinha aquele som? Acho que alguém cantava. Minha cabeça doía , tentei levantar, mas era impossível. Queria descobrir de onde vinha aquela voz, era perfeita, tranquila, doce e me embalava ao esquecimento outra vez.

Acordei sobressaltada, olhei ao redor tentando entender onde estava, o cômodo era muito escuro e silencioso, parecia um quarto. Uma vela no criado mudo ao meu lado iluminava o local. Desci da cama e andei pelo quarto mancando, pensando no quanto era curioso estar ali sem saber ao certo como. A porta a minha esquerda se abriu e um homem que parecia medir 1,90 de altura, dono de olhos castanhos da cor de amêndoas adentrou o quarto.

– Não sabia que estava acordada. – ele pareceu surpreso em me ver. – seu perfume era inebriante.

Queria perguntar como tinha o conhecido, ou porque estava em sua casa, mas não pude, fiquei petrificada com o fato de não saber qual era o meu nome, minha idade ou mesmo a minha aparência.

– Eu, sinto muito, não sei quem sou. – admiti.

– Blair. – o homem loiro sabia meu nome, mas apenas isso?

– Não entendo.

– Eu..., você, sofreu um acidente.

De certa forma me sentia bem fisicamente, tirando algumas dores incômodas como em meu pé, ou minha cabeça que latejava. O curioso era o aperto que sentia no peito, ou a sensação de vazio. Tinha muitas perguntas, mas minha cabeça não colaborava.

– Creio que esteja com fome, o que gostaria de comer? Nada muito pesado, você teve uma fratura na costela esquerda, e uma lesão na cabeça, precisa repousar. – acho que ele continuou a falar, só não podia ouvir, minha cabeça doía e meus pés reclamavam por estarem sustentando meu peso, o cheiro que vinha dele também não ajudava, era másculo, amadeirado e me inebriava. – Blair? – o cheiro ficou mais ainda mais forte enquanto ele se aproximava de mim. - Blair?

Senti quando ele passou seus braços em minhas pernas, me levantando. Deus porque ele tinha que cheirar tão bem?

– Esta tudo bem, descanse, mais tarde irei trazer algo para você comer. – ele disse enquanto me colocava na cama gentilmente.

– Obrigado. - foi tudo o que consegui dizer antes de apagar novamente.

~~ ~~

– Blair?

Preguiçosamente abri os olhos me deparando com um par de olhos castanhos preocupados.

– Trouxe uma sopa. – me ajeitei na cama, enquanto o estranho colocava a minha frente uma bandeja com a tal sopa e um copo de suco. Ela parecia maravilhosa, só agora havia percebido o quanto estava faminta.

Comi sem me importar com o fato dele estar quieto sentado na poltrona ao lado da cama me observando. Era difícil saber o que sentir ou até mesmo o que dizer, afinal eu era Blair, só Blair. Estaria alguém a minha procura lá fora? Essa sensação de vazio no peito como se estivesse faltando algo, ou alguém, era normal?

Terminei a sopa, deixando a bandeja de lado.

– Tenha uma boa noite Blair. – dizendo isso ele se levantou levando consigo a bandeja.

– Qual seu nome? – perguntei um tanto exitante.

– Derek Campbell. – ele pareceu triste ao responder.

Minutos ou talvez horas podiam ter passado e eu ainda continuava ali, sem entender nada. Cansada daquela maldita cama, me levantei e abri a porta deparando-me com um imenso corredor a minha frente. O chão estava frio me fazendo estremecer. Continuei caminhando até uma grande porta no fim do corredor, a abri e o que vi foi esplendido. Um jardim, perfeitamente planejado se encontrava diante de mim, no meio dele havia uma pequena fonte com um banco muito convidativo a sua frente. Notei no canto direito do Jardim uma estufa. Caminhei até ela, estudando tudo no caminho, como se não quisesse esquecer nada. A estufa era magnifica, com muitas espécies de flores distintas, não pude deixar de notar um cavalete em seu canto mais afastado com uma pintura de uma bela mulher ruiva dormindo suavemente. Aproximei-me para toca-la.

– Por favor não toque, a tinta ainda esta fresca. – assustada me virei na direção da voz de Derek.

– Sinto muito, é uma bela pintura. – disse voltando a fitar a tela.

– De fato é.

– Você a pintou?

– Sim, não pude ignorar algo tão belo como ela. – não percebi quando ele se aproximou. Seu cheiro mais uma vez fazendo coisas estranhas com meu estomago. Virei-me encarando-o. Sua proximidade fazia com que me sentisse segura. Eram tantas as perguntas, e tão poucas respostas. Caminhei para fora da estufa me sentando no convidativo banco perto da fonte.

Frustrada, cansada, e com dores que nem sabia como havia conseguido, me permiti chorar. O perfume das flores ao meu lado era inebriante, mas não tanto quanto o do homem misterioso que a pouco deixara na estufa, o jardim era bonito, mas não tão belo quanto Derek. Deus, nem ao menos o conhecia e sentia coisas estranhas, coisas que não conhecia.

Levantei-me caminhando até a fonte, e o que vi me deixou ainda mais confusa, na água vi a bela mulher do quadro. Levantei a mão e ela fez o mesmo. Eu era a ruiva da pintura, a mulher que Derek havia pintado com adoração. Deixei mais uma lágrima rolar, e junto a ela vieram outras.

– Não chore. – virei-me para o som da voz dele.

– Não sei ao certo porque estou chorando, é só... – é só? Era o que?

– Shh, tudo bem. – Derek se aproximou, não sei por que, apenas diminui o espaço entre nós, me aconchegando em seus braços. – Por favor não chore.

Levantei o rosto, assim como seu cheiro seus olhos também eram hipnotizantes, queria me aproximar ainda mais, queria beija-lo e....

– Papai?

Nós viramos ao mesmo tempo, a nossa frente estava a garotinha ruiva de meu sonho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, quero saber o que acharam.