Capítulo 8 – O segredo de um querer

Não prestara atenção em absolutamente uma única palavra do que os professores haviam dito nas três primeiras aulas. Quando o sinal soou para o intervalo, saiu apressada e sentou-se num banco mais reservado.

Viu a única e melhor amiga vir à ponto de bala em sua direção. Era chegada a hora de confessar. Nada escapava dos olhos verde-água da ruivinha Miuki.

_Ok. Vai contando o que te aconteceu, porque tenho certeza de que você não está normal dona Yumi. E que história foi aquela que me contaram que você torceu o tornozelo num tombo na escola?

_Eu torci mesmo o tornozelo. _Mostrou-o ainda levemente inchado.

_Sei. E a cabeça torceu também? Porque você parece no mundo da lua, está tão desconexa, pior que internet discada.

_Ah, mas quanto exagero Miuki! _Resmungou Yumi. _Não estou tão estranha assim.

_Acha que não? É porque você não percebeu o professor de Matemática chamar a sua atenção três vezes. Coitado, ficou no vácuo, pois você o ignorou completamente. _Riu a amiga.

_Que horror! Eu fiz isso?

_Aposto a minha mesada. Posso chamar o Koji ou o Ryu aqui pra confirmarem.

_K-Koji? _De repente aquele nome fez com seu estômago se dobrasse em fortes cólicas.

_É ele mesmo. Apesar de que também o achei nas nuvens hoje de manhã, mas teve sorte do professor não resolver lhe dar umas broncas.

Houve algum silêncio. O suficiente para a hiperativa Baki sentir-se irritada.

_Então? Vai falar ou não?

_É que...

_É que o que?

_Bem, eu... _A Hyuuga estava mesmo embaraçada, com muito receio do que a amiga diria. Assim como Koji, Miuki sempre fora a sua amiga de infância. Poderia achar muita estupidez de sua parte ter beijado o amigo.

_É tão difícil de falar assim?

_Não é que seja difícil, é apenas delicado, mas...

_Hum, saquei.

_Sacou? _Os chocolates da Hyuuga ameaçaram saltar da face.

_Sim. Deve ser algo de muito grave. Uma coisa errada que você fez e agora está lhe pesando a consciência. _Pronunciou a sabichona.

_Errada? Não!

_E então por que todo esse rodeio?

_Cara não sei, só estou estudando a melhor maneira de te contar.

_Hum, sei. Olha lá hein, quem não deve não teme.

_CHEEEEEEEEEGA! _Berrou Yumi já sem uma gota de paciência. Adorava a amiga tida como uma irmã, mas a hiperatividade de Miuki a tirava do sério.

_Nossa! Desculpa, mas vai me matar de tanta ansiedade.

_Não! Você é que vai me matar com tanta pressão.

_Mas então desembucha de uma vez.

_Ok. _Ela respirou fundo e soltou tudo o que estava preso na garganta. _Kojieunasorveteriasorvetebeijonervosa!

Miuki estreitou os olhos e aproximou-se da amiga um tanto rubra.

_Tá. Agora traduz.

_Traduzir o que?

_Como o que? Até ‘baleês’ é mais fácil que isso. Eu não entendi nada.

_Humph, engraçadinha.

_Sério! Só sei que algo aconteceu entre você e o Koji na sorveteria.

_...

_E então? _Miuki ainda insistia no diálogo.

_Nos beijamos. _Yumi respondeu direta.

_Ah sim, se beijaram.

_...

_...

_O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊ??? SE BEIJARAM???

_S-Sim.

_Quando? Onde? Como e por quê? _A ruiva disparou descontrolada. Se fosse de mais idade as chances para um enfarto fulminante seriam maiores.

_Foi ontem, na sorveteria. Como? Bem, você sabe de língua, duas bocas que se encontram e línguas se explorando. Por quê? Isso... _ ela suspirou desanimada. _... isso eu não sei.

_Como não sabe? _Por um milagre a jovem Miuki conseguira desprender a voz.

_Eu não sei. Quando me dei conta ele já estava muito próximo e nossos rostos foram se tocando. Ele segurou o meu queixo e juntou os lábios. Eu simplesmente o beijei, porque ele me beijou.

_Mas como? Não trocaram mais nenhuma palavra depois disso?

_Bem, ele pediu desculpas e disse que foi por... impulso.

Não havia mais palavras. Miuki estava muito surpresa e Yumi entristecida.

_Yumi, sabe muito bem que coisas desse tipo não acontecem por causa de um simples impulso. Você e Koji são amigos desde muito pequenos, e de repente se beijam assim, do nada?

_Eu sei, também achei muito estranho o que aconteceu e confesso que mais do que estranho, achei um pouco triste, porque lá no fundo estou com muito medo de perder a amizade dele.

_Como assim perder a amizade?   

_Você sabe. Tenho medo de ficar algo estranho entre nós depois do que houve.

_Você não tem do que temer, afinal foi aquele Uchiha pervertido que a beijou, não foi?

Yumi pareceu animar-se um pouco. Pensar daquele modo aliviava bem o peso da culpa. E se não tivesse passado de uma bobagem de adolescentes? Quem sabe tudo poderia voltar ao normal.

_Obrigada amiga. Sinto-me bem melhor agora.

_Não foi nada. Mas, só quero te perguntar uma coisa. _Falou Miuki com um brilho diferente nos olhos.

_O que?

_AAAAAAAAH! O beijo foi bom? Qual é a sensação?

Antes que a Hyuuga respondesse sentiu as faces pegarem fogo e um sorriso de satisfação brotar em seu rosto sem pedir licença. 

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Abriu a porta e adentrou jogando a maleta no sofá. Afrouxou a gravata e arregaçou as mangas da camisa azul clara que trajava. 

Na cozinha a esposa estava concentrada em picar os legumes na pia de mármore. Adorava preparar as refeições, ainda mais quando se tratava de uma boa porção de ramen.

O loiro chegou sorrateiro e abraçou-a pela cintura.

_Oi minha pérola, o que faz aí de bom?

_N-Naruto-kun? _Hinata quase desequilibrou a afiada faca das mãos por conta de infantilidade do marido. _Por favor, não me assuste assim quando estou na cozinha. _Repreendeu-o, porém risonha, visto que jamais conseguia zangar-se com aquela face de anjo.

_Desculpe-me, não me contive me vê-la tão concentrada preparando esses legumes.  Está uma delícia. _Ele sorriu malicioso.

_Ah, como pode dizer que os legumes estão uma delícia se nem os provou?

_Bem, eu não estava me referindo aos legumes. _Respondeu ele fungando quente no pescoço dela.

Amava aquela mulher mais do que tudo. Todos os dias tinha um motivo para ver Hinata ainda mais bonita.

Beijou-lhe o pescoço e mordiscou os lábios de modo convidativo. Por fim, caçou-a num beijo possesso, faminto de desejo.

_Naruto-kun, contenha-se, por favor. Vamos deixar para noite...

_Vou morrer até lá. _Ele resmungou ainda roçando os lábios dela.

Naruto jogou-se na cadeira e virou um copo d’água quem sabe para apagar mais do que uma simples sede. Depois conferiu as horas no relógio e lembrou-se de algo desagradável.

_Hoje o Sasuke tem audiência. Neji vai estar lá para brigar novamente.

_Céus! É hoje?

_Sim, e segundo ele, dessa vez o advogado do seu primo fará de tudo para vencer a causa.

_Sinto tanto pelo Sasuke. Eu não queria que Neji levasse as coisas do modo como vem fazendo. _Hinata falou desapontada.

_Mãe! O que tem para o almoço hoje? _Berrou o garoto de cabelos dourados e olhos azuis tal qual a imagem do pai Naruto.

_Hayato! Bem, vejamos... o seu prato favorito: ramen! _Respondeu Hinata ao filho Uzumaki Hayato de dez anos de idade. Um garoto muito inteligente e um tanto hiperativo.

_Sério? Ah que bom!!!

Ele foi até o armário pegou um prato e talheres, sentou-se à mesa ansioso. Naruto o olhava de canto.

_Ei moleque, e eu aqui? Nem cumprimenta?

_Oi pai! _O loirinho sorriu sem graça

Quando a refeição ficou pronta serviram-se numa reunião em família das mais apetitosas.

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A maioria dos alunos já estava fora da escola rumando para suas casas, e só então ela saía da sala de aula.

_Desculpe menina, mas vou ter que fechar a sala para a limpeza. Logo os alunos do turno da tarde chegarão. _Falou a serviçal para Yumi.

Yumi deixou a sala e caminhou para a saída. Naquele dia evitara sair junto dos outros para não pegar o mesmo caminho que Koji já que moravam praticamente perto um do outro.

Mas quando aproximou-se do portão de saída, tal qual fora a surpresa em ver o Uchiha a sua espera à sombra de uma árvore.

_Eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa. _Falou Koji observando-a.

_Como assim?

_Pela sua demora em sair de lá de dentro.

_Desculpe-me, fiquei distraída, mas não precisava ter se incomodado.

_É que sempre saímos juntos. _Ele comentou fazendo-a concluir que tudo tinha voltado ao normal.

Caminharam um pouco até que o Uchiha parou numa praça que naquela hora do dia estava deserta.

Yumi estranhou o silêncio que se instalara entre eles, mas até então tudo estava bem tirando a falta de jeito dos dois.

Koji virou-se para ela que estava recostada ao tronco da árvore só esperando para voltarem a caminhar. Aproximou-se cauteloso, quem sabe para não assustá-la.

_Quero te beijar, e dessa vez não é só um impulso.

CONTINUA...

Qualquer semelhança dessa frase do Koji com a fala do Sasuke para a Sakura na FanFic AI CHIKARA da Denny Sakura, não é mera coincidência. Eu copiei messsssssmo na cara de pau ò.ó HOHOHO, porque quase morri com o Sasuke falando daquele jeito para a Sakura >.<

Vai lá Denny-chan, pode me processar ó.ò aaaiiinnn

Hayato o filhotinho do fogoso Naruto com a doce Hinata. Seu nome significa veloz, ágil segundo o dicionário de nomes japoneses.

Yumi e Miuki: amo essas duas. São as melhores amigas. Miuki é BOÇAL que nem uma pessoa que eu conheço [COF*NÉ*COF*MAY*COF*CHAN?*COF].

Huhuhu esse Koji não perde tempo! Agora sim, a pobre Yumi vai ter um enfarto >.<

Espero que tenham gostado. Capítulo especial pra minha polinizadora de abacaxis favorita, a doce Caroleena. Melhoras viu flor? ó.ò Comentem, recomendem e deixem pontos de popularidade. Beijos, até o próximo capítulo.