Tell Me That You Love Me Anyway escrita por Lola Styles


Capítulo 17
Você não quer me magoar.




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LANA

–Lana? -Nick bateu na porta do meu quarto -Você tá ai?

–E-estou -eu estava sentada na minha cama com a cabeça apoiada em minhas mãos e os cotovelos no joelho. Eu tava tentando raciocinar o que estava acontecendo comigo depois que eu ouvi a conversa do Nick.

–Eu posso entrar? -ele perguntou meio hesitante e eu realmente não sabia o que dizer. Eu estava tremendo e só percebi isso quando coloquei as mãos sobre o colchão para me apoiar.

–Claro -minha voz ficou fraca. Ele entrou no meu quarto e pelo visto ele já tinha trocado de roupa -Onde está a Grace?

–Ela foi embora -assenti, mas eu não estava pensando direito.

–O que foi? -minha voz ainda saia trêmula. Droga!

–Eu vim ver você.. Conversar com você -ele sentou na cama ao meu lado.

–Ah, po-pode conversar.

–Você está bem? -ele segurou minha mão. Cacete meu estômago virou.

–Aham, você está?

–Estou -ele falou e eu tirei minha mão da dele e nós dois olhamos pra frente involuntariamente.

–Então, vai sair com o Ryan hoje?

–Sim.

–Ah, ele é maneiro -ele é o que?!

–É, bem maneiro.

–Você gosta dele? -eu o olhei -Tipo, porque e-eu acho que ele gosta de você -Há! Ele tava nervoso também!

–Ah, eu não sei, ele é maneiro -por favor me mata agora.

–É.... -não dava mais, minhas mãos estavam pingando de suor.

–Nick, eu ouvi.

–An?

–Foi sem querer mas eu ouvi.

–Ouviu o que? -ele não entedeu.

–Você e a Grace conversando, me desculpa mas eu ouvi -ele arregalou os olhos -me desculpa! Eu não queria, foi sem querer -olhei pra baixo.

–Que parte você ouviu? -ele disse depois de algum tempo.

–A parte que você não pode se apaixonar por mim.

–Eu..... Lana -o interrompi.

–Eu também ouvi o porquê.

–Eu não devia ter feito o que eu fiz -eu olhei pra ele e coloquei minha mão sobre seu rosto.

–Eu pedi pra você esquecer isso.

–Não vai mudar nada, vai?

–Nick, por favor me diz se você está ou não apaixonado por mim.

–Por que? Por que isso é importante pra você? -ele tirou minha mão do seu rosto e levantou.

–Por favor.. -ele me interrompeu.

–Vai mudar alguma coisa? Quer dizer, se eu sentir alguma coisa por você, você vai magicamente sentir o mesmo por mim? -antes de eu falar qualquer coisa ele continuou -Não Lana, não vai.

–Por que você está gritando comigo? Eu estou trancada aqui a duas horas só pensando em alguma coisa pra te dizer, pensando em alguma maneira de descobrir o que eu sinto por você e vo... -ele me interrompeu de novo.

–Pensando numa maneira de descobrir o que sente por mim? Não está vendo? Não é nada!

–Nick o que você está fazendo?! -ele ficou bravo e grosso comigo, do nada!

–Deixa eu dizer pra você, você está apaixonada, só que não é por mim! E olha, eu não sei porque eu fui me apaixonar por você! -ele disse isso e eu sentei na cama.

–Tudo bem, eu também não sei porquê. Afinal, você não quer me magoar -eu olhava pra baixo pra tentar esconder meus olhos marejados -mas adivinha, você é bom em fazer isso.

–Eu sinto muito, mas não posso mudar isso -ele disse friamente e eu senti meu coração se apertar forte.

–Saia do meu quarto -eu não precisei dizer duas vezes pra ouvir a porta sendo batida com força.

*****

Se passaram um semana desde que eu e Nick discutimos. Nós mal conversamos um com o outro, se pudéssemos não falaríamos nada mas como nossos pais voltaram temos que deixar o orgulho de lado na frente deles.

Depois daquele dia eu e Nick parecemos completos estranhos, ele saí com alguns amigos quase todo dia, e eu saio com Ryan mas ele parece nem se importar, não que eu faça questão que ele se importe, eu não faço.

Lisa vem aqui em casa quase todo dia, e os que ela não vem nós conversamos pelo celular.

Grace as vezes vem aqui, ela me disse que não está do lado de ninguém, apesar de competimos por sua atenção. Nick sempre falando "conheço você desde que nascemos" apesar de não ser verdade, e eu sempre falando "você tem que ficar do meu lado, as meninas sempre ficam unidas". Acho que ela nos odeia por isso.

Jack, o amigo de Nick, é engraçado mas quase nunca conversamos porque Nick sempre entra no meu caminho. Ele me irrita.

Minha mãe e Charles ficam o dia todo fora, de segunda a sábado, eles trabalham muito. Ambos são diplomatas então viajam muito, mesmo sendo pra perto. Domingo, infelizmente, é o dia que eu e Nick temos que nos "amar" em frente à eles. Apesar de não dar muito certo, na maioria das vezes.

Ryan é fofo e muito atencioso comigo, mas eu não aguento mais ele. Ele não tem assuntos e quando achamos um, ele não para de falar e consequentemente não me escuta. Não estamos namorando, apesar de eu deixar bem claro pra Nick que estamos. Mas de novo, eu não faço questão que ele se importe.

Amanhã é o dia da mudança. Arg! Ninguém merece. Vai ser o pior sábado de todos. Minha mãe pediu para que eu cancelasse meu encontro com Ryan (obrigada mamãe) e ficasse ajudando a empacotar as coisas e colocar nas caixas. Infelizmente Charles também pediu para que Nick ajudasse em vez de sair com provavelmente mais uma vadia como as outras. E ele concordou.

–Mãe, terminei. Onde eu ponho essas caixas? -perguntei no meio da sala que estava cheia de caixas fechadas e espalhadas pelo chão.

–No caminhão -ela disse enquanto segurava um jarro grande.

–Ta bom -eu disse olhando pra baixo e pensando por onde eu começava. De repente ele chegou na sala.

–Sua mãe pediu pra mim ajudar você -ele disse enquanto eu evitava olhar pra ele. Toda vez que eu olhava, os olhos deles faziam meu coração disparar, e eu odiava isso.

–Não precisa, seu pai pode querer ajuda também -falei saindo do labirinto de caixas e pegando uma do chão.

–Ele está conversando com os caras do caminhão. E eu estou te ajudando porque a Amy pediu e não porque eu quero.

–Ah, seja útil então.

–Não precisa agradecer -ele disse amargamente pegando uma caixa.

–Eu não ia -respondi no mesmo tom.

Colocamos quase todas as caixas dentro do caminhão.

–Eu termino de colocar -eu disse.

–Eu ajudo você -ele respondeu.

–Faltam três, eu consigo colocar -respondi pegando mais uma, mas essa tava pesada demais.

Quando eu ia passando por ele a caixa estava escorregando, e quando ela ia cair ele a segurou por cima das minhas mãos e a ergueu. O toque dele foi tão intenso que eu olhei para os olhos dele na mesma hora fazendo meu coração disparar.

–O-obrigada -eu disse e ele assentiu.

–Eu levo essa -tirei minhas mãos debaixo das deles com cuidado e o mais devagar possível.

Peguei a outra caixa e levei até o caminhão indo atrás dele. Ele colocou uma lá depois pegou a outra das minhas mãos e também deixou no caminhão. Depois voltamos e ele pegou a última caixa e a levou ao caminhão, enquanto eu esperei na sala.

–Quer tomar alguma coisa? -ele perguntou e eu assenti. Fomos até a cozinha mas não tinha copos lá, não tinha mais nada lá.

–Ah é... -eu disse olhando em volta. Ele saiu do cômodo indo pra fora da casa e depois gritou:

–Voce não vem? -estranhei mas fui mesmo assim.

–Pra onde? -perguntei quase o alcançando.

–Voce ainda quer tomar alguma coisa? -ele olhou pra traz e eu assenti -Então entra no carro.

–Cade o seu carro? -perguntei quando vi que estávamos parados na frente do carro de Charles.

–Ja está na outra casa -ele disse enquanto dava a volta no carro e abria a porta pra mim -Não lembra como abre? -ele voltou a ser irritante. Eu entrei e ele fechou a porta logo depois.

–Quem colocou ele lá? -perguntei quando ele também já estava dentro.

–Eu. Você está bem intereçada no meu carro, não acha? -ele disse já dando a partida.

–Você já foi lá? -perguntei ignorando sua pergunta.

–É claro, eu até já escolhi meu quarto.

–O que?!

–A culpa não é minha se você não quis ir.

–É sua culpa sim! Você não me chamou!

–Ah é, eu esqueci. Sinto muito -ele fingiu tristeza.

–Sente nada -eu disse cruzando os braços e olhando pela janela.

Não conversamos mais nada até chegarmos.

–Chegamos.

–Percebi -eu disse quando ele desligou o motor.

–Quer que eu abra aperta pra você sair ou você lembrou como fazer?

–Já lembrei, obrigada.

–Vou abrir mesmo assim, fica quieta -ele disse saindo do carro.

É claro que eu não ia obedecer mas quando ele saiu, ele trancou o carro e eu não consegui abrir. Ele deu a volta e o destravou, abrindo a porta pra mim. Olhei pra ele brava mas ele parecia se divertir.

–Vem Lana -ele estendeu a mão para que eu a segurasse e o fiz, lembrei de pisar forte no pé dele enquanto eu saia -ai!

–Ah meu Deus! -fingi surpresa -eu sinto muito!

–Sente nada -ele tentou imitar a minha voz.

–Que cavalheiro você -usei a ironia ao máximo.

–Quando se está com uma dama -ele forçou um sorriso.


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