This Is War escrita por Rocker, Vitória


Capítulo 8
Mensagem em sonho


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo com a Vicky, aproveitem!



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Capítulo 7 - Mensagem em sonho

A van já havia rodado vários quilômetros e só haviam parado duas vezes. Desde então, o clima dentro do veículo era de pura tensão. Nico e Charlie não se olharam uma única vez. Claire ignorava Leo e Jason dormia tranquilamente onde estava.

– Não acredito que você beijou ela. - Marie disse para o irmão, que estava com a cabeça encostada em seu ombro.

Depois da última parada, Charlie e Claire resolveram ficar junto com Jason, ignorando os outros dois completamente.

– Beijei e foi incrível! A única coisa que me incomoda é o fato dela ter uma queda pelo Di Ângelo. Ele não a merece. - Daniell falou sério.

A garota suspirou. Sabia que o irmão se apaixonava fácil e quando queria algo nunca desistia. Então decidiu se calar e apreciar o confortável silêncio.

– Ah, eu percebi que você tem uma queda pelo Valdez. - Dani disse caçoando a irmã.

– Uma queda não, está mais para penhasco! - falou ela, divertida. - Vou acabar com o namoro dele até o fim dessa viagem.

– Não duvido, você sempre consegue o que quer!

– Consigo mesmo! - concordou convencida.

~*~

Charlie ainda se lembrava do beijo de Daniel. Mas se sentia uma estúpida por não ter sentido absolutamente nada quando o garoto a beijou. Sem coração acelerado, sem respiração falha e sem... Paixão. Exatamente como se sentira quando Nico lhe dera aquele selinho. Ela sentira-se vazia quando ele se afastara, como se tudo isso fosse apenas um joguinho, onde a missão era um tabuleiro e ela era a peça que Nico teria que enganar. E Charlie se sentia mal por saber que essa possibilidade realmente existia.

Meus deuses eu não posso estar pensando nisso, Charlotte Hastings deixa de ser burra!

Há poucos metros dali, o perturbador de seus pensamentos dormia calmamente e, não resistindo à vontade, caminhou até o assento do lado do que Nico estava e começou a observá-lo. Os cabelos negros que cobriam as pálpebras fechadas e as sobrancelhas grossas. Os ombros tensos, como se estivesse tendo um sonho ruim, ou simplesmente dormira preocupado com alguma coisa.

– Quem vê até pensa que é um anjo! - Charlie comentou irônica.

Não sabia o porquê de ainda estar ali. Só sabia que estar perto de Nico, por incrível que pareça, a trazia uma calma inexplicável. E odiava ter admitir isso, mesmo que fosse apenas em seus pensamentos. Era, na verdade, vergonhoso. Saber que ele a afetava tanto com tão pouco tempo. E ela começava a achar que era por serem tão parecidos que viviam brigando. Mas Charlie gostava de discutir com ele, pois sabia que ele ao menos estaria pensando nela no momento.

Que estaria com a atenção dele completamente sobre si, mesmo que ele estivesse a depreciando com suas palavras duras e a estivesse machucando por dentro. Porque ele estaria ali ao lado dela e ela detestava saber que aquilo a acalmava. Não havia parado antes para pensar, mas adorou quando ele a chamara de Sereia Negra. Era algo diferente de todos os apelidos que já a deram e saber que ele havia criado um especialmente para ela, mesmo que de deboche, elevava sua felicidade a outros níveis. A níveis extremamente perigosos em sua opinião.

– Sereia Negra. - Charlie se assustou quando ouviu a voz de Nico ao seu lado.

Pensou que ele estivesse sonhando, mas no segundo seguinte viu-o abrindo os olhos e ela teve que segurar um suspiro ao ver os olhos negros profundos olhando-a atentamente. Podia ter certeza que ele diria algo fora do normal. Ou melhor, o normal dele. Que pela primeira vez iria dizer algo que não fosse irônico ou sarcástico. E que com certeza iria atrapalhar o frágil equilíbrio emocional que Charlie sentia no momento. Mas esse breve momento se foi, pois o que ele disse deixou-a corada, envergonhada e irritada.

– Cuidado para não babar. Não sabia que eu lhe agradava tanto a esse ponto.

– Ah, por favor! - ela disse debochadamente e extremamente irritada. - Agora não posso mais sentar onde eu quiser?! Cara, o mundo não gira ao seu redor! - improvisou o que conseguiu com sua raiva ao limite e se levantou, mas antes de ir para outro lugar, disse. - E aliás, você estava babando no banco.

Nico apenas revirou os olhos, antes de voltar a dormir. Ainda pensando em como Charlie demonstrou, por um mísero segundo, um sentimento que não fosse raiva, ódio, deboche, cinismo ou sarcasmo. Ele jamais se esqueceria do momento em que seus olhos verdes brilharam enquanto ela o observava enquanto ele fingia dormir.

~*~

Claire estava em uma ilha perfeita, com as areias brancas e um céu límpido.

– Onde estou? - perguntou a si mesma.

– Você está em Ogigia. Minha ilha.

Uma garota muito bonita surgiu do nada e respondeu. Ela tinha cabelos lisos castanhos e olhos de mesma cor.

– Quem é você?

– Meu nome é Calypso e vou ser breve. Daqui a pouco você irá acordar e eu tenho que lhe dizer. Liberte Leo de sua promessa. Ele não pode voltar aqui e você é a única que pode impedí-lo . Só se cura um amor com outro amor.

– C-como assim? - a filha de Netuno perguntou, confusa

Mas não houve tempo de resposta.

Tudo ficou escuro e ela soube que estava acordando.

– Bela, ainda está com raiva de mim? - Leo perguntou quando a garota olhou para ele.

– Claro que não, Mr.Elfo. - disse Claire e o abraçou, ainda assustada e confusa.

– Wow, pelo visto você está realmente de bom humor. - o garoto zombou.

– Ah,cala a boca. - disse ela, mas logo após sorriu.

Claire ainda não entendia bem o sentido do sonho, mas sabia que faria o possível para ajudar Leo no que quer que ele precisasse.

~*~

Na manhã seguinte, pararam em um posto para usarem o banheiro e comerem. Claire foi em direção as portas que levavam ao banheiro para lavar as mãos antes de comprar um lanche. Era chata em questão de higiene, mas antes de entrar, foi prensada contra a porta por Leo.

– Oi? - perguntou Claire ainda atônita com a atitude do garoto.

Seu coração matia a mil por conta da aproximação dele e tinha medo de que Leo pudesse ouvir. Suas pernas estavam bambas e acreditava que só não a derrubara porque Leo mantinha suas mãos em sua cintura.

– Sonhei com eu e você ontem. - Leo disse de modo sapeca.

– Sério? E o que aconteceu? - ela perguntou, engolindo em seco.

Não sabia se queria realmente saber, mas com certeza não deixaria sair por baixo.

– Nós escrevemos nossos nomes na areia e você disse que me amava. - Leo disse, corando.

Claire engoliu o nó que se formava na boca de seu estômago. Lembrou-se do sonho que tivera.

– Awn! - ela disse debochadamente e Leo percebeu o quão parecidas ela e Charlie eram. - Pena que sonhos não são condizentes com a realidade!

– Quem disse?

E então Leo aproximou seu rosto do de Claire, criando coragem que não sabia de onde vinha, e a beijou. Deslizou uma mão até os cabelos de Claire e entrelaçou seus dedos ali. Claire tentou resistir, mas sabia que não conseguiria por muito tempo, então simplesmente entrelaçou seus dedos nos cachos castanhos de Leo e aproveitou o momento, sentindo seu coração ir à Lua e voltar.

~*~

– Charlie, você não quer comer nada? - Jason perguntou pela miléssima vez.

Charlie balançou a cabeça. - Não, Jay, obrigada. Não estou com fome.

– Char, você está bem? - ele colocou a mão sobre o ombro da garota.

Charlie olhou bem para os olhos de Jason e viu ali um amigo. Um bom amigo. Sabia que podia contar com Jason a qualquer hora, mas não agora. Ela nem ao menos sabia o que estava sentindo naquele momento. Se era que ela sentia alguma coisa em relação a isso tudo. Queria poder dizer a Jason o que a perturbava, mas preferia esperar um pouco. Afinal, ela não sentia nada por Nico. Sentia?!

– Estou, Jason. Não se preocupe. - ela tentou dizer o mais firmemente que conseguia, mas seu sorriso saiu um pouco falho.

– Qualquer coisa eu estou ali na mesa com o pessoal. - Jason garantiu e foi em direção à mesa.

Já Charlie foi em direção a uma pequena lojinha que havia ao lado do posto e da lanchonete. Assim que entrou, assustou-se quando viu um atendente razoavelmente atraente se transformando em um monstro, com corpo de dragão e cabeça de serpente.

Uma Hidra.

Mas não foi isso que a assustou mais, pois ela já estava começando a se acostumar com esse lance de que semideuses não têm paz em lugar algum. Mas ela se assustou quando a Hidra estava prestes a atacar. Não a ela, mas a Nico, que estava analisando uma prateleira com biscoitos de viagem.

Quando a Hidra derrubou o garoto, Charlie teve certeza que deveria agir. Ela jamais deixaria ninguém machucar ou xingar Nico. Esse era o seu trabalho. Então apontou sua espada para o bicho e tentou acertá-la no coração, mas falhou, recebendo um olhar furioso do monstro que olhou em sua direção. Antes da Hidra chegar perto dela, Charlie criou coragem e perfurou com sua espada o local exato dessa vez, fazendo a hidra se dissolver em pó.

Nico a olhava atônito por sua coragem e antes que o garoto pudesse falar mais alguma coisa, Charlie não perdeu sua chance de dizer algo sarcástico:

– Estamos quites, Fantasminha!

Então o garoto permaneceu calado. Entendendo a atitude da garota. Charlie se aproximou de Nico e ajudou-o a se levantar. Logo após foram procurar os outros, mas perceberam que a van não estava mais ali. Havia partido, sem eles.

Estavam presos naquele lugar.


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