Quente escrita por LauC


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Aehh mais um capitulo kkkk. Fui bondosa com vcs XD Espero que gostem!



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Depois de quase uma semana pensando em um plano para conseguir a pedra, finalmente decidi que não teria nenhum, que iria na sorte mesmo. Olhei para os alunos que estavam lendo um texto que tinha entregado no começo da aula, iríamos fazer um debate sobre o tema logo em seguida. Alex estava sentada no mesmo lugar de sempre, bem na minha frente, seus cabelos castanhos caindo para o lado esquerdo da cabeça, deixando o seu pescoço branco exposto, seus dedos batiam rapidamente sobre a mesa como se tivesse tocando uma musica. O cordão estava pendurado no seu pescoço e a luz da sala refletia nele, deixando-o mais brilhante e a pedra mais azul.

Olhei para os seus lábios vermelhos seduzentes que se moviam em uma leitura silenciosa, ela levantou os olhos, como se percebesse que havia alguém a observando e nossos olhos se encontraram. Fiquei presa naquele olhar e desviei rapidamente olhando para o meu relógio de pulso.

— Então pessoal, imagino que tenham terminado a leitura — Falei dando a volta na mesa e sentando sobre ela. Alex levantou as sobrancelhas e olhou em volta, os olhos de Igor se encontraram com os dela e ele deu um sorriso de canto. — Bem o que acharam do texto?

Começamos a debater a respeito do texto, quase todos os alunos se manifestaram e deram as suas opiniões, o que facilitou para mim em compreender o tipo de raciocínio de cada um antes da prova. Alex foi umas das poucas que não falaram, apesar de eu querer que ela desse a sua opinião. Depois disso comecei um assunto novo e passei o resto da minha aula falando a respeito dele. Olhei no relógio é já era 21:55.

— Bem, vocês estão liberados por hoje — Falei juntando minhas mãos e dando um sorriso simpático para os alunos.

— Graças a Deus, minhas costas estão me matando — Disse Renner colocando a mochila nas costas, dei um riso e aos poucos foram saindo da sala. Peguei minhas coisas e comecei a guardar na minha bolsa, senti alguém parado na minha frente e levantei o olhar.

— Professora — Disse Igor dando um sorriso tímido para mim, Alex e Erika estavam ao seu lado. — Estávamos pensando se a senhora queria, sei lá, dar uma volta com a gente. Tomar uma bebida.

— Ah... — Cocei a parte de trás da cabeça e dei um sorriso de desculpa — Sinto muito Igor, mas eu não posso, tenho um compromisso amanhã de manhã. — Mentirinha básica.

— Ah sim, então deixa para a próxima — Disse ele dando outro sorriso sem graça e saindo da sala. Erika e Alex o seguiram.

— Alex! — Chamei, ela parou na porta e olhou para mim. — Você parecia bastante concentrada no texto, fiquei surpreendida por não ter comentado nada na hora do debate.

— Bem, todos os outros já tinham falado o que eu estava pensando e a senhora falou depois, não ficou nenhuma duvida — Disse dando um balançar de ombros e me dando um sorriso.

— Fico feliz em saber que está compreendendo o que ensino — Falei dando um sorriso de volta, peguei minha bolsa e coloquei sobre o ombro direito, parei ao seu lado, eu era alguns centímetros mais alta que ela, olhei nos seus olhos castanhos — Se tiver alguma duvida também é só perguntar.

— Tudo bem — Disse timidamente. Passei por ela e fui em direção a minha sala, abri a porta e peguei o documento que estava no chão, tranquei a porta novamente e fui para o estacionamento. Encontrei Igor e Erika entrando no carro de Alex, Renner estava sentando ao lado de Alex, eles olharam para mim e eu entrei no carro. Respirei fundo e abaixei o vidro do carro, liguei a luz e eles olharam para mim. — Ok. Onde que vocês pretendem ir?

— Buteco Brasil — Disse Igor no banco de trás.

— Uma banda de um amigo vai estar tocando hoje — Disse Erika dando um sorriso.

— Vai conosco? — Perguntou Alex para mim.

— Vou — Respondi dando partida no carro. Eles deram um sorriso radiante para mim e saíram do estacionamento. Segui-os pela rua, sabia exatamente onde era o buteco, quase no final da Avenida Vile Roy, uma das maiores e mais bonita da cidade. Depois de alguns minutos estacionamos o carro do outro lado da rua, haviam vários carros lá, estava cheio pelo visto.

Abri a porta do carro, tirei a jaqueta preta que estava usando e coloquei no banco, botei o celular e um dinheiro no bolso da calça jeans, passei as mãos pelos cabelos para ver se estavam em ordem. Dei um sorriso para o meu reflexo no vidro e me virei para os meus alunos.

Atravessamos a rua e entramos no boteco, olhei em volta e não vi ninguém que eu conhecia, dei um suspiro aliviado.

— Relaxa professora — Disse Renner quando me viu suspirando.

— Por favor, não me chame de professora aqui — Falei olhando para ele e indo em direção ao bar. Sentei em um dos bancos do balcão, o bartender olhou para mim da cabeça aos pés. — Me dê um copo de Whisky.

— Sim, senhora — Disse dando as costas.

— Então... Ela não parece muito feliz agora — Escutei Erika dizendo.

— Deixem ela, já foi uma vitória vocês terem conseguido trazê-la para cá de qualquer jeito — Disse Alex, senti um sorriso se formando nos meus lábios e o bartender colocou o copo de whisky na minha frente. Segurei com uma mão o copo e bebi um grande gole.

Veja bem, vampiros podem comer comida humana, a única diferença era que elas tinham um gosto terrível de areia e ferrugem, sem dizer que não matavam a nossa fome. E quanto que as bebidas tinham um gosto normal para nós, apesar de também não matarem nossa fome.

Uma banda cover de rock começou a tocar, virei a cadeira e fiquei assistindo o show. Havia várias pessoas ouvindo e cantando perto do palco, Alex e os outros estavam cantando alegremente como se os que estivessem ali fossem de fato os cantores originais. Logo com toda aquela animação o buteco todo estava cantando e dançando junto com eles. Pedi mais um copo de whisky e fiquei vendo Alex dançando com Igor.

— Aqui senhora — Disse o bartender chamando a minha atenção, virei a cadeira e olhei para ele, acho que ele estava impressionado pelo fato de eu estar com a aparência sóbria após beber 4 copos cheios de whisky. Dei um sorriso para ele e vi o seu rosto se iluminando.

— Obrigada — Falei, olhei para o povo animado novamente. — É sempre animado assim?

— Não — Disse rindo. — Depende do show e das pessoas que vierem. Acho que desta vez deu certo a apresentação.

— Foi mesmo — Comentei olhando para a banda que cantava animadamente. Depois de duas horas a banda foi embora e um Dj subiu no palco e começou a tocar eletrônica. Povo começou a dançar no ritmo da musica e eu sorri, era legal ver os outros dançando. Alex dançava muito bem pelo o que eu podia ver, ela estava dançando com Renner o que de certa forma me fez sentir um aperto no peito. Ela se afastou dele e veio na minha direção, sentou no banco ao meu lado e deu um sorriso para mim.

— Por favor, me dê um copo de tequila — Disse para o bartender, ele se virou e pegou um copo.

— Tequila, hã? — Falei levando o copo aos lábios. Ela me deu um sorriso de canto, pegou o copo da minha mão e deu um gole para a minha surpresa.

— Uhhh — Disse fazendo cara feia, ri dela e balancei a cabeça. — Como você consegue beber whisky?

— Você se acostuma com o gosto — Falei dando de ombros, o bartender colocou o copo de tequila na frente de Alex e ela o pegou, virando. Nós olhamos para ela surpresos.

— Ei Alex vem cá! — Chamou Erika, Alex olhou para trás e depois para mim.

— Pode ir — Falei balançando a cabeça, ela se levantou da cadeira e foi se juntar com os outros.

— Eu pago o dela — Falei para o bartender, ele deu um sorriso, virei o copo e empurrei o copo vazio para ele. Precisava de várias doses para um vampiro começar a ficar bêbado. Ele levantou as sobrancelhas e encheu o meu copo novamente. Olhei para trás, pareciam que estavam se divertindo, não era muito ético sair com os alunos por aí, soltei um suspiro e virei o copo. Tirei uma nota de 50 reais do bolso e paguei o bartender. Fiquei de pé e fui em direção ao pessoal. Eles olharam para mim e deram um sorriso.

— Finalmente quis se juntar a nós — Disse Igor abrindo os braços, percebi que eles estavam levemente alterados. Erika me puxou para dançar e eu aceitei.

Começamos a dançar juntas e depois eu me afastei, dancei um pouco com os meninos e dancei sozinha depois. Eu não sabia o que podia acontecer se eu dançasse com Alex ali, tentei manter um pouco de distancia dela e acabou que não deu certo. Igor me empurrou para cima dela e quase caímos no chão, se eu não tivesse segurado a cintura dela. Nossos olhos se encontraram e eu me afastei um pouco dela.

Agora já era, pensei. Eu estava presa no seu olhar e ela ao meu. Começamos a dançar juntas rapidamente, minha mão tocava seu braço de vez em quando, era uma sensação maravilhosa. A musica tocando era do Matthew Koma - One Night (Vicetone Remix), a reconheci porque tinha baixado a poucos dias. Foda-se. Me aproximei mais dela e toquei a sua cintura, para a minha surpresa ela não reclamou, apenas olhou com as duas sobrancelhas para mim e mordeu o canto da sua boca, trouxe o seu corpo contra o meu e comecei a sentir, por incrível que pareça, o meu corpo esquentando. Dançamos como se fossemos uma pessoa e eu tinha quase certeza que havia muita gente olhando para a gente, dei um sorriso para ela e ela me deu um de volta.

Coloquei o meu rosto perto do seu e entre todo aquele barulho, escutei o seu coração batendo fortemente e bombeando o seu sangue pelo corpo. Senti que meus olhos estavam começando a mudar de cor e fechei-os com força. Foi então que senti uma presença, parei de dançar e virei, meus olhos vermelhos se encontraram com os mel de Lana e ela disse baixinho : Feche os olhos.

Fechei os olhos e senti duas mãos me abraçando por trás. Lana colocou o rosto ao lado do meu e eu pisquei, meus olhos voltaram a ser verdes, olhei para frente e vi Alex me observando, o seu cordão estava totalmente a amostra. Olhei para o lado e vi Lana encarando o cordão, me afastei dela e segurei o seu braço. Ela desviou o olhar para mim, puxei-a para fora da boate e a olhei sem entender.

— Ok, antes de brigar comigo, pode dizer obrigado, né — Disse ela colocando as mãos na cintura. — Me surpreende você perder o controle assim.

— Sabes muito bem que só me aproximo de humanos para me alimentar — Sussurrei.

— Então, que diabos estava fazendo lá? — Disse ela dando de ombros sem entender. Deu um suspiro e cruzou os braços. — Ok, não é da minha conta. Mas é assim que você pretende pegar o cordão?

— Mais ou menos — Falei cruzando os braços, na verdade eu não tinha ideia do que estava fazendo. Olhei para ela desconfiadamente e abri a boca.

— Não, eu não estava te seguindo — Disse antes que eu formasse a frase. — Estou com um grupo.

— Humm.

— Pois bem, se minha Senhora se sente bem, agora eu vou indo — Disse dando um sorriso de canto para mim e entrando no buteco. Senti o meu humor mudando para um nada agradável e entrei no buteco. Fui direto para o bar.

— Me dê o mais forte que tiver — Falei friamente para o bartender, ele não disse nada e fez uma mistura de whisky e Vodka. Ele olhou para mim para ver se eu tinha certeza e peguei o copo da sua mão, olhei para o copo em minhas mãos e suspirei, dei um gole atrás do outro e bati o copo na balcão. Ele encheu o meu copo novamente e mais uma vez eu virei. Meu peito queimou e eu mordi a boca, realmente estava forte a bebida. — Põe mais duas.

— Tem certeza?

— Vamos, vamos, pode botar — Falei dando um sorriso para ele. Ele colocou outro copo na minha frente e fez duas doses.

— Você não vai acordar tão cedo amanhã — Escutei uma voz atrás de mim, virei o rosto e vi quer era Igor.

— Tanto faz — Falei, peguei um dos copos e bebi o liquido rapidamente, depois peguei o outro e virei. Minha mente girou e eu sorri. Fiquei de pé e olhei para o bartender. — Deu quanto?

— 40 — Tirei o dinheiro do bolso e entreguei para ele. Passei por Igor e fui em direção a porta, não olhei para trás.

— Nikkie — Escutei Lana dizendo ao meu lado, olhei para ela com os olhos cerrados, ela engoli em seco e ficou quieta de cabeça baixa, andei até ela e entreguei a chaves do meu carro.

— Deixe ele em casa — Falei e sai dali, caminhei pela rua fria e comecei a correr, fechei os olhos e deixei o meu corpo me levar, quando os abri vi uma garota sentada em uma calçada, ela tinha a aparência péssima de bêbada, não havia ninguém na rua, sentei ao seu lado e ela nem pareceu me notar, trouxe o seu rosto na minha direção e olhei em seus olhos. — Você não vai gritar e nem correr, ira ficar quieta e quando eu terminar você não lembrará de mim.

Ela acenou com a cabeça e eu expus o seu pescoço. Minhas presas cresceram, meus olhos ficaram vermelhos e eu senti o meu poder circulando, os batimentos da menina estavam rápidos, toquei o seu pescoço com os lábios e os mordi com força, seu corpo tremeu de dor e eu suguei o seu sangue, senti o gosto de álcool no seu sangue e tomei-o rapidamente, a respiração da garota ficou fraca e escutei os seus batimentos que estavam lentos, lambi o seu pescoço e limpei o sangue. Ela tinha desmaiado, segurei-a nos braços e fui em direção ao hospital, Vi um enfermeiro vindo na direção da porta e a coloquei no chão. Dei as costas e sai correndo, atravessei a cidade e parei na porta de casa.

Olhei para a garagem e o carro já estava lá. Abri a porta de casa e entrei, tirei minhas roupas e fui para o banheiro, tomei um banho rápido e fui para o quarto no subterrâneo. Deitei na cama e fechei os olhos, não estava de manha ainda, mas por causa da bebida eu me sentia dormente.

Quando acordei no dia seguinte, me senti novinha em folha, apenas senti uma fome violenta no fundo do meu peito. E era isso, a fome que sentíamos era dolorosa, se não tomássemos sangue, nosso corpo doía e perdíamos o controle. Era como se tivessem níveis. O 1º nivel de fome o seu corpo dói, o 2º se não se alimentar perde o controle e ataca qualquer humano que aparecer, o 3º você se tornar um louco e provavelmente psicopata, pois você perdeu o controle do corpo e a sua fome é insaciável, o que faz o seu corpo doer sempre. E o 4º e ultimo é quando a dor da fome desaparece e o vampiro não tem mais forças para nada, aí ele entra em estado de decomposição. Estado que só volta ao normal depois de varias doses de sangue e depois de vários dias.

Vesti uma calça jeans preta, uma camisa preta regata e minha jaqueta de couro, prendi os cabelos em um rabo de cavalo e calcei minhas botas. A cidade em si era quente para usar o que eu estava usando, mas a noite estava nublada e ventando muito. Coloquei o celular no bolso da calça e sai de casa. Andei pela calçada da rua e comecei a correr, em poucos segundos eu estava do outro lado da cidade, na avenida Mario Homem de Melo. Diversos carros passavam por ali, olhei no relógio 18:10.

Andei devagar pela calçada procurando alguma pessoa sozinha e o que encontrei foi Alex saindo de um mercado, levava nas mãos duas sacolas de compras. A segui de longe até que ela dobrou em uma rua que não era muito usada, tive um mal pressentimento e caminhei até lá, as luzes da rua estavam apagadas, mas pude ver claramente o que estava acontecendo. Alex estava sendo abordada por dois homens, um deles estava claramente armado.

O que estava armada segurou Alex pelo cabelo e ficou atrás dela, pôs a faca no seu pescoço e o outro estava mexendo na bolsa dela. Caminhei lentamente até lá e fiquei na escuridão. Havia um Gol preto ao lado deles, estava com a placa altera, provavelmente o roubaram.

— Vamos ver o que essa vadia tem na bolsa — Disse jogando as coisas que não prestavam no chão, o que era quase tudo. Pegou apenas o celular dela e a carteira e colocou no bolso. — Você só tem isso?!

— O que eu tinha gastei no mercado — Respondeu ela nervosamente, olhei para os seus olhos que estavam em pânico, a faca no seu pescoço pressionou a sua garganta e vi uma linha de sangue escorrendo. Senti uma raiva me inundando e mordi os lábios, caminhei em direção a eles como se não tivesse visto nada.

— Ops —Falei quando dei de cara com eles, os dois olharam para mim rapidamente. O que estava mexendo na bolsa sacou uma faca e apontou para mim. Levantei as mãos e olhei para ele, enquanto se aproximava de mim. — Se eu fosse você não faria isso.

— Hã? Você quer morrer é? — Gritou o outro apontando a faca para o meu rosto, olhei para ele entediadamente e soltei um suspiro.

— Que seja — Respondi dando de ombros e abaixando as mãos. A sua faca veio na minha direção e eu levantei a mão, segurei o seu pulso com força e girei me colocando atrás dele, ele deu um grito de dor e puxei o seu braço, senti um estralo vindo do seu ombro e chutei o seu rosto com força. Ele caiu desmaiado no chão, virei para o outro que estava com uma cara assustada, abaixou a arma e se virou para começar a correr. Alex tinha caído no chão de joelhos. — Para onde pensa que vai?

Segurei a blusa dele e o joguei para trás, ele caiu de costas, me aproximei dele e dei um chute no seu rosto, senti o sangue escorrendo da sua boca e dei outro no seu peito, escutei um barulho de osso se quebrando e dei mais outro chute no seu rosto, sangue manchou o chão e ele desmaiou. Senti um sorriso diabólico no meu rosto e logo cuidei de tira-lo. Me virei e olhei para Alex no chão, toquei os seus ombros e me abaixei.

— Você está bem? — Perguntei, ela olhou para mim depois de dar uma olhada nos dois caras do chão, balançou a cabeça e me abraçou com força. Ela começou a chorar no meu ombro. Bem, acho que ela nunca tinha sido assaltada antes. Quando parou de chorar se afastou e olhou para mim, dei um sorriso caloroso para ela e fiquei de pé. Fui até os assaltantes, peguei a sua carteira e o seu celular de volta, juntei suas coisas do chão e coloquei tudo dentro da bolsa, verifiquei se não tinha ficado nada no chão e entreguei a bolsa para ela. Ela a abriu e verificou se estava tudo lá dentro, peguei as duas sacolas de compras e olhei para ela. — Está tudo ai?

— Sim — Disse balançando a cabeça. Ela olhou para mim com aqueles olhos castanhos e eu suspirei.

— Você mora perto daqui? — Perguntei já sabendo a resposta.

— Sim.

— Quer que eu a leve até lá? — Perguntei, ela confirmou com a cabeça, andei até o seu lado e a acompanhei até chegar na porta da sua casa. Olhei para ela como se fosse a primeira vez que a tinha visto. — Casa bonita.

— Ah obrigada — Disse timidamente abrindo o portão da frente, entramos no jardim e paramos na porta de casa. Coloquei as duas sacolas no chão e olhei para ela, ela olhou para mim com curiosidade. — Afinal, como que você conseguiu machucar eles?

— Bem, meus pais eram paranoicos e me botaram para ter diversas aulas de defesa pessoal — Falei dando de ombros, dei um sorriso para ela — Parece que serviu para algo no final das contas.

— Fico feliz por eles serem paranoicos — Disse sorrindo nervosamente.

— Humm — Olhei para a rua e escutei a porta se destrancando, olhei para Alex a minha frente. — Você mora sozinha?

— Ah não. Moro com a minha irmã.

— Estava preocupada de deixa-la sozinha — Falei, quando percebi mordi a minha língua. Ela me deu um sorriso calmo.

— Relaxa, minha irmã está chegando daqui a pouco da escola — Disse colocando as sacolas e a bolsa do lado de dentro de casa. Se virou e nossos olhos se encontraram, me vi pega naquela imensidão castanha. Lambi os meus lábios e olhei para o outro lado. — Essa cidade era mais calma antigamente.

— Com o sistema prisional que temos, os bandidos passam mais tempo fora do que na prisão — Resmunguei.

— Isso é verdade — Disse cruzando os braços, levantou o olhar e eu olhei para a sua boca, que estava pálida. — Esqueci de dizer obrigada. Obrigada por me salvar.

— Não tem de quê — Falei dando um sorriso sem graça.

— Você quer entrar? — Perguntou acenando para casa. Engoli em seco e balancei a cabeça gentilmente.

— Não obrigada — Quando um vampiro aceita um convite para entrar na casa de um humano, ele pode sempre que quiser entrar lá e somente seria negado a sua entrada, se a pessoa que a convidou, retira-se o convite. Não aceitei o convite, pois algo em mim dizia que eu visitaria aquela casa todos os dias. — Deixa para a próxima.

— Tudo bem — Disse virando o rosto timidamente, vi o corte no seu pescoço e o sangue e engoli em seco. Peguei um lenço do meu bolso, que sempre usava para limpar a boca, e passei gentilmente pelo seu pescoço.

— Está cortado — Falei e pressionei o lenço contra o corte. Olhei para frente e vi que nossos rostos estavam muito próximos. Olhei para os seus olhos castanhos e depois para os seus lábios, e antes que eu percebesse, ela me puxou. Nossos lábios se juntaram e eu senti uma imensa alegria surgir dentro de mim, senti como se meu coração tivesse voltado a bater e um calor percorreu por todo o meu corpo. Coloquei minha mão em volta da sua cintura e trouxe o seu corpo contra o meu, suas mãos em volveram o meu pescoço e nosso beijo se prolongou. Percebi que o seu corpo clamava pelo meu e eu pelo seu, quando nós afastamos, tanto ela quanto eu estávamos sem fôlego.

Ela olhou para mim um pouco surpresa e eu sorri com a surpresa dela. Vi confusão passando pelos seus olhos e ela passou a mão pelos cabelos castanhos.

— Hã... Bem... — Tentou formular uma frase. Peguei o celular da sua bolsa rapidamente e digitei o meu numero no seu celular. — O que está fazendo?

— Se acontecer algo — Falei entregando o celular para ela. — Não hesite em me ligar.

— Hã.... Tudo bem — Disse corando ainda mais.

— Aqui — Segurei a sua mão e coloquei sobre o lenço. — Faça um curativo no pescoço, o corte não parece estar profundo, mas aconselho você a dar um pulo em um posto médico para tomar uma vacina antitetânica.

— Hã.... Ok — Disse ficando ainda mais sem graça, ela era linda tímida daquele jeito. — Tem certeza que não quer entrar?

— Hum... Pergunta tentadora — Digo dando uma piscada para ela. — Mas vai ficar para a próxima, tenho um compromisso urgente agora.

— Tudo bem, então — Disse dando um sorriso meio triste. Aproximei o meu rosto do dela e beijei a sua bochecha. Vi as suas bochechas ficarem vermelhas e olhei para os seus lábios, que estavam incrivelmente vermelhos. Tive que resisti a tentação de beija-la novamente e toquei o seu rosto.

— Vou indo nessa. Boa noite Alex — Sussurrei no seu ouvido e me afastei. — Não se esqueça de ir ao posto e de trancar a casa.

— T-T-Tá bom — Disse gaguejando. Dei uma piscada e sai da casa dela, caminhei lentamente pela calçada, toquei o meu peito, onde antes senti que o meu coração tinha ganhado vida e respirei profundamente. Fiz o mesmo caminho de volta e parei sobre os dois caras que ainda estavam caídos no chão.

Peguei um pela camisa e mordi o seu pescoço com força, desejei que ele sofresse e o corpo seu começou a se debater, joguei-o no chão com força quando senti o seu batimento cardíaco quase parar, peguei o outro e ele estava totalmente lascado, seu rosto estava cheio de corte, eu usei mais força do que devia, escutei o batimento fraco do corpo dele e o mordi, suguei o resto de vida que tinha no seu corpo e o larguei junto com o outro. Peguei os dois e os coloquei dentro do carro roubado, no banco da frente. Procurei no porta luvas e achei um isqueiro, tirei a chave da ignição fui até o tanque, tirei minha camisa e molhei ela de gasolina, deixei a pendurada ali. Liguei o carro e o coloquei em direção a uma casa deserta, acendi o isqueiro e me afastei, em menos de 5 segundos o carro explodiu. Aparentando que os dois idiotas tinham batido o carro na casa. Saí correndo dali e fui para casa.

Eu estava fedendo a gasolina e a sangue, tirei minhas roupas e coloquei-as para lavar, fui para o banheiro e entrei no chuveiro. E pela primeira vez em alguns anos, eu estava cantando no banheiro. E pela primeira vez na minha vida sentia como era bom cantar no chuveiro quando a sua mente estava pensando em outra pessoa.

Rapidamente a noticia que um carro tinha explodido na cidade se espalhou e eu vi no site do jornal local. “ Ladrões batem o carro e morrem cremados”.

— Babacas — Escutei a minha voz ressoando no quarto vazio e meus olhos ficando vermelhos, um sorriso frio se formava em meus lábios.


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Notas finais do capítulo

Só acho que eu sou um pouco psicopata kkkkk. Mentira só gosto de sangue msm. Mas enfim. o que acharam ? Comentem comentem ^^



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