Quente escrita por LauC


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma nova fic para voces meu queridos, espero que gostem e comentem depois. Para os que não me conhecem tenho outra fic, chamada A VIDA COMO ELA É, é yuri e não é sobre vampiros.
Esse vai ser um tema do qual acho super dificil de escrever de forma certa, pois para mim vampiros devem ser um pouco crueis e ao mesmo tempo carinhosos,por isso digo que é dificil e espero, realmente, que alcance suas expectativas.



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“Querido diário, hoje é o primeiro dia de aula”, pensei na frase que tinha escrito no meu diário de capa preta e paginas vermelha antes de sair de casa.

Respirei fundo. Ou pelo menos fingi que respirei, afinal estava morta. Há muito tempo.

Puxei a cadeira da minha mesa e me sentei, olhei para o meu pulso e depois para a porta. Vários alunos do qual eu nunca tinha visto o rosto antes começaram a entrar na sala e a escolherem os seus lugares, que provavelmente seriam os mesmos até o fim do semestre. Muitos me deram um olhar em duvida, tentando adivinhar se eu era a professora de Historia brasileira deles.

Olhei para o meu relógio, 18:10. Olhei em direção a porta e me levantei. Estava usando uma regata branca, uma jaqueta preta e calça jeans. Coloquei a cabeça para fora, no corredor e vi se havia mais alguém para entrar. Estava totalmente vazio. Fechei a porta devagar e me virei para os calouros do curso de História. As vezes eu me perguntava como alguém poderia gostar de historia. Ser professora não foi uma das minhas primeiras coisas que estavam na minha lista de “quando eu crescer quero ser...”, mas nem tudo que é querer é poder. Sem dizer que eu tinha que ganhar a “vida” de algum jeito.

— Bem, Boa noite — Comecei falando, juntei minhas duas mãos e fui para o meio da sala, parei na frente da minha mesa e sentei sobre ela. Os alunos me encararam. — Devem estar se perguntando quem sou eu. Bem, meu nome é Nikkie Cabral Santos e sou a professora de Historia brasileira de vocês desse semestre.

Eles olharam em duvida para mim e eu sorri. Já imaginava que isso iria acontecer, sempre acontecia. As pessoas se deixavam levam pela minha aparência de jovem, na verdade eu tenho aparência de uma adolescente de 18 anos. Meus cabelos eram lisos e ruivos que iam até um pouco abaixo do meu ombro. Tenho meus pequenos um metro e sessenta e nove de altura, olhos verdes e com várias sardas no rosto. Minha idade? Daqui a pouco digo.

— Sei, vocês não acreditam em mim — Falei sorrindo, eles confirmaram com a cabeça. Cruzei minhas mãos e olhei para eles. — Vamos fazer o seguinte. Vou deixar vocês fazerem duas perguntas relacionadas a historia brasileira, é claro. Assim provo que a vocês que sou professora.

— E se você não souber? — Perguntou um rapaz de cabelos castanhos e olhos cor de mel.

— Façam as duas perguntas primeiro, que eu digo o que ganham, se eu não souber... — Falei sorrindo e dando de ombros. Eles ficaram calados, olhei para o rosto de cada um esperando algum deles formularem uma pergunta. — Antes de perguntarem, falem o nome, sobrenome e a idade.

Demorou cerca de 2 minutos e finalmente alguém levantou a mão. Olhei em direção e vi um rapaz loiro.

— Meu nome é Igor Souza, 21 anos — Ele se levantou da cadeira e olhou para mim, acenei com a cabeça para ele prosseguir. — Bem, não é bem uma pergunta.

— Não? — Perguntei sem entender. Achava fazer aquilo super divertido. — O que seria?

— Eu iria pedir para você nos falar qual foi um dos momentos mais importantes que ocorreu no Norte ou na Amazônia — Disse ele, olhei para ele e sorri.

— Essa é fácil — Falei ficando em pé. — Um dos momentos que posso confirmar para vocês que foi importante na região norte, principalmente na Amazônia foi o ciclo da borracha, do qual houve a extração de látex e comercialização da borracha. O centro, é claro, foi a região Amazônica, mas também houve extração no Pará e em Rondônia. Teve seu auge entre 1879 e 1912, do qual proporcionou a expansão da colonização, riqueza, transformações sociais e culturais.

Olhei para os alunos de boca aberta e sorri. Igor sentou em sua cadeira novamente com um sorriso no rosto. Uma garota de cabelos castanhos curtos, trajava um jeans surrado e uma camisa preta, se levantou.

— Meu nome é Erica Martins, tenho 20 anos — Disse ela. Acenei com a cabeça e ela prosseguiu. — Qual o nome do D, Pedro I ? Completo.

— Vixe, pegou pesado — Digo, olhei para ela e ela me deu um olhar de “ há ganhei!”. — Pena que eu sei responder — Peguei um pincel cor preta de cima da mesa e fui até o quadro de vidro, e comecei a escrever. O nome do cara era enorme, mas não era difícil de decorar. Quando terminei de escrever, fechei o pincel e virei para a turma. — O nome dele era Pedro de AlcântaraFrancisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, conhecido também como o imperador D. Pedro I.

— Uau — Disse alguém do fundo e eu sorri.

— Bem, agora que eu respondi as duas perguntas de vocês, vocês acreditam em mim? — Perguntei me sentando novamente sobre a mesa. Eles confirmaram com a cabeça. — ótimo.

— Professora? — Disse um senhor por volta de 30 anos, ele se levantou e olhou em volta. — Meu nome é Augusto Pereira, tenho 31 anos.

— Sim, Augusto?

— Desculpe a pergunta, mas quantos anos você tem? — Perguntou levantando as sobrancelhas. Provavelmente ele não gostou do fato de eu ser mais nova do que ele. “Nova apenas em aparência meu senhor”.

— Essa não é uma pergunta que muitas damas gostam de responder, mas como o senhor provavelmente acha que eu estou tirando onda, vou falar um pouco sobre mim — Falei, acenei para ele se sentar e ele o fez. — Meu nome como eu já disse é Nikkie, tenho 28 anos — Olhei para o Augusto e prossegui. — Tenho licenciatura e mestrado em Historia e Ciências Sociais.

— Serio? Você é bem nova — Disse Igor.

— Bem, eu passei no vestibular aqui, quando eu tinha 18 anos e ao mesmo tempo me matriculei em uma escola a distancia no curso de ciências sociais — Respondi. — Trabalho como professora na Universidade Federal de Roraima á três anos.

— Humm

— Pois é — Falei balançando a cabeça e dando um sorriso sem graça. — Só tenho cara de nova mesmo.

— E como! — Disse alguém. Sorri e peguei um bloco de papel ao meu lado na mesa.

— Como ainda não montei a apostila para vocês, que vai esta pronta quarta feira, antes que me perguntem. Vou entregar esse pequeno texto sobre o descobrimento do Brasil. Alguém pode entregar para mim? — Pedi, Igor se levantou da cadeira e veio em minha direção, sorri — Obrigada.

— De nada — Disse e começou a entregar as folhas para os outros alunos. Ele me entregou as folhas que sobraram e depois se sentou na cadeira.

— Ficou alguém sem? — Eles negaram com a cabeça e a porta da sala abriu. Olhei em direção a porta e vi uma garota de cabelos castanhos que chegavam à metade das costas, com uma pele branca como a minha e com os olhos castanhos escuros, nariz empinado e boca cor de rosa. Ela ficou vermelha e eu sorri. — Aluna de Historia?

— Sim — Disse olhando para mim.

— Por favor sente-se em uma cadeira — Falei apontando para a cadeira vaga a minha frente, ela entrou e se sentou nela. — Bem, continuando de onde parei, antes de nossa amiga interromper com a sua entrada triunfal — Peguei um dos textos que sobraram e dei a ela. — Esse texto é somente uma base do começo de um texto que vai ter na apostila de vocês. Leitura fácil de entender. Sem dizer que vocês já devem estar cansados de estudar sobre o descobrimento do Brasil e essas coisas.

— Mais ou menos — Disse Erica dando de ombros. Sorri, calouros tinham aquela facilidade para dizer certas coisas na cara do professor.

— Bem. Antes de começarmos a leitura do texto, quero dizer que na minha aula não permito o uso de celular e dormir, apesar de saber que estudar historia, durante a noite deve dar sono e cansaço. Escrevo bastante no quadro e tudo que eu anoto geralmente coloco nas provas, por isso recomendo que escrevam o que esta no quadro — Falei apontando para o nome de D. Pedro I. — Não gosto de chegar atrasada e peço que os alunos sejam todos pontuais, com no mínimo 15 minutos de atraso — Falei olhando para todos e parei na garota que tinha acabado de chegar. — Porem, como hoje é o primeiro dia de aula de vocês, vou perdoar o atraso da nossa amiga e vou pedir para ela ser a primeira a se apresentar para a turma — Juntei minhas mãos e sorri.

Ela levantou toda sem jeito, o que me fez rir por dentro, sei sou uma péssima professora por isso. Ela vestia uma calça jeans preta e uma blusa de manga cumprida azul escura.

— Meu nome é Alex, como o da Alex das três espias demais — Disse fazendo a turma dar um risinho. — Alex Albuquerque, tenho 21 anos e me atrasei no primeiro dia de aula porque o pneu do meu carro furou no caminho, por isso que minha mão está suja de graxa — Levantou as mãos em minha direção e eu vi que estavam sujas.

— Acordou com o pé esquerdo hoje — Comentei, a sala sorriu e eu acenei para ela se sentar. — Próximo.

Confesso que meio que perdi o foco quando começaram as apresentações. Eu pedia para eles se apresentarem, mas não era para mim, era mais para eles se sentirem a vontade com os outros. Acho que meia hora depois todos os 35 alunos tinham se apresentado. Comecei a ler o texto em voz alta e depois discutimos. Minha aula durava 4 horas, porem os liberei mais cedo. E por volta das 9 horas da noite eu estava fechando a minha sala.

Encontrei um grupo de alunos ainda no corredor e sorri.

— Esperando a carona chegar? — Perguntei olhando para os que eu tinha decorado os nomes. Erica, Alex e Igor.

— Sim – Respondeu Erica dando um sorriso enorme para mim, sorri de volta.

— Espero que não demorem — Falei, dando um olhar para a rua vazia que passava ao lado do nosso bloco. — Aqui fica bem escuro de noite.

— Pode deixar que eu cuido das moças — Disse Igor dando um tapinha no ombro das duas meninas e sorri com aquilo.

— Então tudo bem — Peguei a chave do carro no bolso da jaqueta e dei um aceno para eles. — Vou ir preparar um material, vejo vocês por ai ou quinta feira.

— Boa noite professora! — Disse Erica e Igor juntos. Olhei para Alex que estava quieta e dei um sorriso de canto.

— Boa — E sai rumo ao estacionamento. Apertei o botão do alarme na chave, e o meu carro, uma Grand vitara preta 2013, piscou as luzes. Fui até ela e coloquei minha bolsa no banco do passageiro. Dei a partida e sai do estacionamento, alguns minutos depois estava estacionando o carro na garagem da minha casa. Moro mais ou menos perto da Universidade, no bairro Caçari, um dos bairros do qual se dizem “privilegiados” ou bairro de ricos. Uma coisa engraçada desse bairro é que quase todas as ruas tem o nome de frutas, tipo Rua do Mamoeiro ou Rua do Jambeiro, Cajueiro e por ai vai.

Minha casa era de uma cor verde clara com grades brancas e possuia um pequeno jardim na frente. Ela era pequena, com um uma suíte, um quarto de hospedes, banheiro, cozinha, área de limpeza e sala de estar. Destranquei a porta de casa e entrei, coloquei as chaves penduradas ao lado da porta e fui direto para o meu quarto. Coloquei minha bolsa em cima da minha mesa ao lado do computador e me joguei na cama.

Fiquei alguns minutos ali deitada e depois fui para o banheiro tomar um bom banho. Troquei de roupas e voltei para o meu quarto, liguei o meu notebook e fiquei fuçando na internet por um bom tempo. Quando me dei conta já eram 5 horas da manhã. Sai do meu quarto e comecei a fechar todas as cortinas da minha casa, que eram várias. Verifiquei se todas as portas estavam trancadas e depois entrei no meu quarto. Tranquei a porta do meu quarto e fui até o meu closet. Abri-o e vi varias roupas minhas, afastei um pedaço de madeira removível no fundo e um teclado apareceu. Digitei a senha que era 1727 e a luz ficou verde, e eu escutei um bipe de uma porta de destravando, virei e vi o alçapão camuflado se abrindo no meio do meu quarto.

Ele dava para um lugar no subterrâneo, segurei no corrimão da escada e apertei o botão de fechar que ficava do lado de dentro. O alçapão fechou sobre a minha cabeça. As luzes da escada ligaram automaticamente e comecei a descer os degraus. A escada terminava em um pequeno corredor e depois se abria em um grande quarto. Havia uma geladeira, uma Tv de plasma e uma cama de casal king.

Acho que descobriu o que eu sou, não é mesmo? Sim eu sou uma vampira. Uma vampira que por ironia da vida acabou presa, literalmente, em uma das cidades mais quentes do Brasil. Boa Vista – Roraima é o lugar da qual estou condenada a viver. Aí você me pergunta, por que diabos uma vampira está morando em um lugar tão quente como esse? Acredite eu não tive escolha.

Na verdade eu nasci em 17 de maio de 1555, em Portugal, tenho meus 458 anos de idade. E não sou formada apenas em Historia e Ciências Sociais. Possuo bacharelados e licenciaturas também em Artes, Literatura, Medicina, Biologia, Geografia e Economia.

Aí você me pergunta como foi que eu vim parar em Boa Vista e eu te respondo caro(a) amigo(a): é uma longa historia.

E para começar a falar dessa longa historia preciso voltar a minhas origens.

Como eu disse antes, nasci no ano de 1555, meu pai era Fernão Álvares Cabral, filho de Pedro Álvares Cabral. O que me faz ser neta do descobridor do Brasil. Eu vivia em uma cidade chamada Santarem em Portugal. Minha família era rica por causa das coisas que meu avô tinha feito anos atrás, morávamos e uma enorme casa a la estilo medieval. Meus pais eram extremamente chatos e protetores, tive educação em casa na maior parte da minha vida. Minha mãe se chamava Joaquina, ela não tinha sobrenome. Daí você me pergunta porque meu nome possui Santos. Na verdade foi eu que coloquei, cerca de dois anos atrás, opa não vamos confundir as épocas, isso foi em 2011, nesse século.

Minha mãe Joaquina tinha os cabelos ruivos e enrolados, olhos azuis claros e um sorriso acolhedor. Ela era adorável. Em aparência é claro, porque ela não me dava liberdade para fazer nada. Então, quando completei 22 anos de idade, fugi de casa. Fui para outra cidade e depois outra até que bati no litoral. Trabalhei por anos em vários lugares para conseguir me manter e quando juntei dinheiro o suficiente, paguei a uma embarcação para me levar para Ilha de Vera Cruz, conhecido hoje como Brasil.

Cheguei no Brasil 2 meses depois, para vocês verem como era difícil naquela época. Peguei o dinheiro que sobrava e fui para a cidade São Vicente no estado de SP. Comprei uma casa lá e foi lá que passei meus últimos dias de vida.

Uma semana depois da minha chegada, percebi que tinha pegado uma doença, que é conhecida hoje como pneumonia, e achando que eu iria ficar bem adiei a minha ida ao um médico. Somente quando estava muito ruim, que tive que gastar minhas ultimas moedas para chamar um medico em casa. Ele era jovem, tinha uma aparência de não mais que 30 anos de idade, cabelos negros como a noite, olhos tremendamente azuis e com lábios rubros. Ele disse-me que estava muito doente e que talvez não sobreviveria aquilo.

Depois que implorei para ele tentar fazer de tudo para me curar, ele aceitou. Ficou dias e dias cuidando de mim, e nesses poucos dias eu passei a ver que ele cuidava de mim como uma filha. Até que um dia, senti meu corpo pesado até para levantar um dedo da mão e minhas pálpebras mal ficavam semiabertas. O jovem médico segurou minha mão, me deu um remédio para tomar, beijou minha testa e eu adormeci.

Quando acordei ele estava sentado ao meu lado. Não senti nenhum peso ou qualquer sinal de doença no meu corpo. Estava leve e bem, apesar de estar muito branca e magra. Minhas mãos estavam geladas como o ar frio da noite. Olhei para o médico sentado me observando em silencio.

Foi aí que descobri o que eu tinha me tornado. Ele me contou o mais devagar possível sobre tudo que era a nossa espécie. E eu me recusava a aceitar que tinha me tornado um demônio sugador de sangue, era irreal ser aquilo. Mas com os dias se passando fui aceitando melhor o que eu tinha me tornado.


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Notas finais do capítulo

Comentem ^^ Aceito criticas e elogias de braços abertos kkk. Comentarios sempre deixam o escritor feliz, entao que acha de deixar essa pobre alma mortal aki do outro lado do computador feliz? =D
Obrigado por lerem.



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