Pumpkin Jack escrita por Nano Breaker


Capítulo 28
Capítulo 28: Mannequinn


Notas iniciais do capítulo

Nossa, parece que ja faz um ano... Que louco! Mas enfim... Chegou mais um depois de muito tempo de inatividade. Para quem não lembra o que aconteceu, leia o último capítulo, Cemitério, porque nem eu lembro mais onde estávamos. Bem, chega de enrolação e vamos direto à ação.



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Jack, Chris e Morte seguiram para o prédio de Porta. No caminho, algo estranho aconteceu. Bem, não é estranho para o lugar onde estavam, mas... Uma rajada forte de vento quase levou Chris pelos ares. Uma outra rajada levantou uma estômago que estava no chão. No ponto onde várias rajadas se encontraram, formou-se um redemoinho. Cada vez mais forte e opaco, o redemoinho, foi crescendo. Quando tomou uma altura maior que a de Jack, os ventos dispersaram. Um corpo estava em pé, parado, no epicentro do fenômeno.

O corpo não tinha absolutamente nada. Era um manequim. No lugar do rosto havia uma grande linha horizontal exatamente no meio. A linha foi se movendo mais para baixo, na altura do que deveria ser a boca. A linha se transformou em um corte. O sangue azulado escorria dos cantos. O corte se abriu, virando uma fenda. Dois lábios pálidos surgiram contornando a ferida. Os lábios se afastaram, se descolando um do outro e sangue e saliva estavam transbordando. Se afastaram mais, até um estar no queixo e outro no lugar da testa, revelando os enormes dentes amarelados da criatura. Os lábios se fecharam rapidamente. Uma língua longa e afiada passou por entre eles. Por um momento, Jack pensou que a pele do monstro estava derretendo, se desfazendo. Depois de alguns segundos ele percebeu que realmente estava se deteriorando.

– Inimigo? – Jack sussurrou para Morte.
– Não sei... Nunca vi essa criatura antes...

– Hum...

A criatura emitiu um ruído distorcido e desconfortavelmente alto, agudo o suficiente para incomodar um surdo. Era um ruído completamente desumano e irracional. Parecia um verdadeiro animal humanoide. Mas, ainda assim, era um ruído familiar para Jack.

– AAARRGH!!!
– Ah, não... – Jack murmurou.
– O que foi? – Chris perguntou, tirando as mãos do ouvido.

– Ah, nada... Só... Me lembrei de algo desagradável...

Morte pôs as mãos para trás. Chris se afastou. Jack se aproximou. A cada “AAARRRGH” ele dava uma pequena hesitada antes de completar um passo. A lembrança dos Jacks no começo de sua jornada o fazia querer vomitar. Ele não sabia bem o porquê, mas queria colocar todo aquele suco de abóbora para fora. Não aguentava pensar que um dia fizera parte daquele grupo de aboborígenes sem cérebro que gritavam sem motivo algum.

– Ahm... – Jack começou, a cinco passos da criatura – Você precisa de ajuda, ami-

Foi interrompido por outro ruído. Jack estava se irritando. A criatura apontou um de seus braços para Jack. Não havia mãos, mas pontas afiadas. Depois de outro ruído, o braço se estendeu em direção ao peito de Jack, projetando-se como uma flecha.

Desajeitado, Jack desviou por pouco.

– SEU DOENTE!!!!!!!!! – Gritou – Que eu fiz para você???

Mais um ruído foi produzido pelas cordas vocais da criatura. Lentamente, o braço da entidade foi voltando ao normal. Os ruídos cessaram por um tempo ele enclinou a cabeça, como se procurasse algo. A língua não aquietava por nada.

Jack estava completamente irritado. Como se não bastasse um trambolho gritando como os muitos Jacks, ele ainda estava sendo interrompido. E se existe uma coisa que Jack odeia mais do que o zumbido das mariposas é ser interrompido. E há muito ele nao ouvia as mariposas, o que o deixou bastante aliviado. Mas agora aquele monstro estava estragando tudo.

O ser parecia incomodado também. Algo de errado não estava certo. Menos de dez segundos depois, o monstro abriu a boca o máximo que pode e regurgitou, colocando suas vísceras para fora. Pelo menos Jack, Chris e Morte achavam que as vísceras eram dele. Não só achavam, como torciam por isso. Todos os órgãos que se espalharam no chão tinham uma coloração azulada, o que não os impediu de se misturar ao solo avermelhado, como se agora fizessem parte do mundo.

Nada mais impressionava Jack. Até mesmo Morte agia como se fosse natural. Chris ainda se confundia as vezes, mas seu coração de humana estava se adaptando bem o suficiente, por não ter sofrido uma parada cardíaca só de ver aquela aberração.

– Olha só, coisa feia, se você tem algo contra mim, por que nao me diz e nós resolvemos isso como homens?! Ou... Monstros...? - Jack tentou.

O trambolho virou a cabeça para Jack e abriu um sorriso maior do que o rosto.

– JAAAAAACK!!! - a criatura murmurou.
– Ah, quer dizer que sabe falar?
– Jack, querido, não acha melhor cuidar disso rapido? Porta esta nos esperando - Morte insistiu.
– Querido... - Chris repetiu, incomodada, sussurrando.
– Certo, certo. Então, me diga o seu nome.

– JAAAAACK!!!! - ele repetiu.

Jack bateu na própria testa. Mesmo que já tivesse visto outros Jacks naquele mundo, algo lhe dizia que aquele claramente não era um deles.

– Diga isso mais uma vez e eu te faço engolir aquilo que você cuspiu.

– Jack... Não faça isso... - Chris disse, um pouco apreensiva - Além do mais, você nem sabe mais onde estão. Fazem parte deste lugar agora - ela parou por meio minuto, pensando no que dizer - Vamos embora, ok? Espero que não se incomode.

– Está falando comigo ou com... Aquela coisa? - Jack perguntou.

– Acho que com os dois... - Chris respondeu, confusa.

Jack, Morte e Chris deram alguns passos, sem tirar os olhos da criatura, que não fazia mais que rir como um psicopata e gritar Jack. Ele não se moveu.

O professor os chamou no comunicador e rapidamente disse o que sabia sobre a criatura, ou seja, nada. Pediu que colhessem amostras para que ele analisasse, mas os três estavam muito ocupados tentando não morrer para aquele treco. O doutor lamentou e se despediu.

Jack se voltou novamente pra o monstro.

– Você me enoja...

O ser gargalhou e disse algumas palavras.

– Libens sum - Logo depois voltou a gargalhar.

Morte parecia assustada.

– Temos que ir, Jack, Porta está... Esperando - as palavras pareciam não querer sair da boca dela.

Jack percebeu o medo em seu olhar e acenou, mais assustado com o medo de Morte do que com a própria situação.

Os três seguiram seu caminho, sem olhar para trás. Ao longe ainda ouviam os gritos do monstro. Antes de ele sumir no horizonte, ouviram um grito diferente.

– Nomen mihi est Mannequinn!!!

Morte sentiu um calafrio. Jack se aproximou.

– O que houve, Morte...? Algo te incomoda?

– Tirando o fato de que minha irmã despareceu... E que esse monstro pode ser uma verdadeira ameaça...

– E como vc pode ter certeza? Quer dizer, ele tentou me matar, mas... Sei la, ele me pareceu mais confuso do que qualquer outra coisa.

– O nome dele é Mannequinn.

– Mas espera... Como vc sabe o nome dele se nunca o viu antes?

– Ele acabou de dizer isso...

– Então foi isso o que ele gritou...

– Eh...

– Isso quer dizer que ele é do mal?

– Não sei...

– Não se preocupe. Vamos salvar Porta e tudo vai voltar ao normal - Jack abraçou morte.

– Obrigado... Fico feliz que você exista.

– Fico feliz que esteja feliz - sorriu.

Seguiram seu caminho, em silencio, com Jack observando o comportamento de Morte e Chris lançando olhares ciumentos para ela, que sorria sozinha.


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Notas finais do capítulo

Por que será que esse troço apareceu agora? E o que ele é? Ou mesmo ela... Comentem com suas opiniões e esperem a próxima parte. Prometo não demorar um ano desa vez :3



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