As Fitas da Retaliação escrita por Radioactive


Capítulo 6
Capítulo 6 - Oh Oh


Notas iniciais do capítulo

Eu estava ansiosa por esse capítulo, hehehe *--*
Como vocês podem ver, a música do capítulo é do Ed ♥ Se você nunca ouviu, acho que deveria ouvir. Se já ouviu, acho que deveria ouvir de novo.
SHEEEEEEEEERAN :3333



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"And your heart's against my chest, your lips pressed to my neck

I'm falling for your eyes, but they don't know me yet

And with a feeling I'll forget,

I'm in love now"

— Kiss Me, Ed Sheeran

— Ouviu isso? — Fawn fitou o companheiro, numa mistura de tensão e esperança.

— Hã... Acho que sim.

— Eles estão esperando — ela falou, tentando parecer convicta.

Blake já estava começando a acreditar naquela história louca. Algo no jeito pirado e imprevisível de Fawn o estava deixando realmente animado com a coisa toda.

Então acho melhor darmos a eles o que querem, pensou ele, e então beijou-a nos lábios. Rapidamente. Ele segurou-a pela cintura, grudando seus corpos. Ela fitou-o por um momento, hesitante, e então beijou-o. Mais profundamente dessa vez.

No meio do beijo — que durou mais do que eles previram —, levaram uma bexigada d'água. Entreolharam-se por um momento, e então começaram a rir.

— Finalmente, achamos que não viriam nunca — Blake fitou o lugar de onde saíra a bexiga.

— GUERREIROS NOTURNOS DO PARQUEEEEEEEEE! — eles ouviram um berro, e então uns oito caras armados com bexigas d'água saíram dos arbustos. — Graças a Deus, achei que não íamos acertar ninguém hoje. Espera, vocês nos conhecem?!

— Conheço as lendas — Fawn sorriu.

— E agora vai conhecer o sofrimento!

Quando Fawn se escondeu atrás de Blake, uma voz masculina soou:

— ESPEEEEEEEREM! CESSAR-FOGO!

Todos os Guerreiros Noturnos do Parque — sério mesmo?! — baixaram suas "armas".

— Fawn? — um garoto franziu o cenho, saindo da floresta e indo até a trilha onde os outros estavam. Seus olhos azuis brilhavam na escuridão. Ele tirou a touca, revelando seu cabelo alourado curto.

— Liam? — Fawn estreitou os olhos, surpresa. — Ah, é por isso que você não atendeu o telefone.

—... Quê?

— Esquece.

— Pessoal, quero apresentar-lhes Fawn Roth Jensen! — ele fez soar como se estivesse apresentando a Beyoncé.

— Ah, Liam Hanks, não é? — Blake se lembrou. — Você está no time de futebol também.

— Diggory! — Liam e Blake deram um high-five. — Tenho medo de perguntar como acabaram aqui. Mas se fosse apostar, tenho certeza de que a ideia foi dessa pestinha aqui.

— Sou seis meses mais nova que você, cale a boca — ela mostrou a língua, contrariada. — Você e o seu boy magia têm planos para hoje à noite?

Fawn empurrou-o, rindo.

— Odeio quando você finge que fala coisas como boy magia.

— Por isso é tão legal. Enfim, sempre fazemos festa na minha casa depois de sair daqui. Coisa pouca, sem muita bagunça. O que me dizem?

Blake e Fawn se entreolharam.

— Claro, por que não?

* * *

Eles todos entraram na van de Paul — um dos GNP.

— Então, conte-me, Hanks — Fawn encarou-o. — Como você se tornou um Guerreiro Noturno do Parque?

— Está brincando? Eu inventei essa merda. Lembra-se de quem te contou as lendas? — ele sorriu.

— Você! — ela se lembrou, surpresa. — Merda, por que não me disse?!

— Porque somos uma sociedade secreta, Jensen.

— Tudo bem então, fodão.

Você tinha de ser muito estúpido para acreditar que Liam Hanks fazia qualquer coisa sem quase causar a III Guerra Mundial. A ideia dele de coisa pouca provavelmente chamaria a atenção da polícia dali a alguns minutos. A casa dos Hanks era enorme, com um jardim muito bem-cuidado e enorme e três andares enormes.

Blake caminhou pelo jardim enorme, um pouco inseguro, enquanto Fawn e Liam conversavam. Mas quando percebeu o tamanho da festa lá dentro, sentiu-se em casa. Fawn, por outro lado, quase teve um treco. Pelo menos umas cento e cinquenta pessoas, dividindo-se entre amassos, cerveja e dançar.

— Blake, acho que não foi uma boa id...

— Qual é! Sente a música! Sei que gosta dessa, estava cantarolando no outro dia.

Blake arrastou-a até a sala de estar, que virara um tipo de "pista de dança".

If our love is tragedy,

why are you my remedy?

If our love is insanity,

why are you my clarity?

Os olhos de Blake foram direto para a mesa de bebidas.

— Eu já volto.

Ele voltou com dois copos de cerveja.

— Quer? — ofereceu.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Está tentando me deixar bêbada?

— Talvez — ele abriu um meio-sorriso, e depois caiu na risada.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Liam apareceu.

— Vão beber isso? Não? Obrigado — e pegou os dois copos, bebendo um em cada gole.

Blake bufou.

— Vou pegar outro.

— Hmmm... Ei!

— Sim?

— Pega um para mim também?

Ele se surpreendeu, mas trouxe dois copos de cerveja. Quando ela bebeu, Blake estava esperando algo como "blé, amargo", mas ela apenas elogiou o fato de estar gelada.

Foi quando outro rock clássico começou a tocar.

— Eu sei tocar esse solo na guitarra — comentou ele. A resposta dela foi a última coisa que ele esperava:

— Eu também!

— Espera. Fawn Roth Jensen toca guitarra?!

Ela riu com a incredulidade.

— Nunca paro de surpreender você, não é?

— Realmente.

Algumas cervejas, muitas risadas e uma Macarena depois, o ritmo desacelerou.

Eu quero dedicar essa música à minha querida amiga gata Fawn Roth Jensen e ao boy magia dela. Espero que aproveitem.

— Eu vou matar o Liam — ela resmungou.

Blake deu de ombros e colocou as duas mãos na cintura dela. Ela colocou seus braços em torno do pescoço dele.

Little black submarines

Operator, please

Put me back on the line...

Told my girl I'd be back,

Operator, please

This is wrecking my mind...

Eles não sabem exatamente como acabaram dando uns amassos antes mesmo do segundo refrão, mas pois é.

Oh, can it be?

The voices calling me

They get lost and out of time

I should've seen a glow

But everybody knows

That a broken heart is blind.

That a broken heart is blind...

A guitarra entrou e o ritmo acelerou. Blake e Fawn aproveitaram a distração para darem o fora dali. Subiram até o segundo andar, onde Blake prendeu-a na parede.

— Bem, pelo menos aqui em cima não cheira a cerveja.

Ela deu de ombros.

— Não faz muita diferença, porque você está cheirando a cerveja — ela inspirou. — E Calvin Klein.

Ele riu e beijou-a. Começou calmo, e depois foi se intensificando. Sem soltá-la, ele abriu a porta atrás de si e eles caíram na cama de alguém. Seus lábios desceram pelo pescoço dela, depois subindo para todo o seu rosto antes de encontrar o caminho de volta para seus lábios. Ele baixou a alça da blusa dela, beijando seus ombros. Foi quando o celular dela tocou.

— Danielle — Fawn suspirou. — Espere um minuto.

Ela foi até o banheiro e atendeu.

— Dani?

Aaah, oi, Fawn! Érrr... Eu estou prestes a fazer uma coisa que estou com um pouco de medo de fazer, é rapidinho, só preciso de um pouco de apoio moral, sacas?

— Danielle? Danielle, o que aconteceu?

Não, provavelmente não é nada, é que... — Silêncio. — PUTA QUE PARIU! POR QUE DUAS PORRAS DE BARRINHAS?! QUERO DIZER... Ai, Fawn, desculpa te ligar a essa hora. Preciso ir. Beijos.

E desligou.

Fawn fitou-se no espelho, percebendo a própria expressão exasperada. Seu cabelo estava uma droga. Involuntariamente, ela começou a penteá-lo com os dedos.

Quando abriu a torneira para lavar seu rosto brilhante, a água voou toda na blusa dela por um pequeno buraco na parte de cima da torneira. Que maravilha. Fawn suspirou e tirou a blusa.

Voltou para o quarto e colocou-a para secar na cabiceira da cama. E então lembrou-se de Blake.

Blake estava dando seu máximo para não ficar encarando o sutiã roxo dela, mas era realmente muito difícil.

— Érrr... Quando eu abri a torneira, a blusa...

Blake riu e tirou a própria camisa.

— Pronto, agora você pode fingir que é o código de vestimenta da festa.

Ela revirou os olhos.

— Idiota.

E então voltou a beijá-lo. Os dois se entreolharam por um minuto, pensando que deveriam parar naquele momento ou não parariam mais. Mas nenhum dos dois disse nada.

* * *

Fawn acordou vestindo apenas a camisa de Blake. Puxou o cobertor, respirando fundo. E então ouviu um suspiro. Olhou para o lado e viu Blake dormindo ao seu lado. Ele parecia um anjo quando dormia, com os cabelos bagunçados e o cobertor cobrindo apenas da cintura para baixo. Imaginou o que faria quando aqueles olhos verdes se abrissem. Certo. Não tinha sido um sonho.

Respirou novamente. Poderia dizer que estava bêbada, mas sabia que era mentira. Lembrava-se de cada detalhe.

E lembrava-se muito bem. Nem sequer estava de ressaca. Dor de cabeça, sim, mas duvidava que tivesse a ver com qualquer coisa senão o próprio pânico.

Tarde demais para entrar em pânico, querida Fawn. Viu uma camisinha aberta no chão. Ótimo, pelo menos isso. Vestiu sua calça e saiu do quarto apressadamente.

Tinha vindo à casa de Liam poucas vezes, só para fazer trabalho do colégio ou em alguma reunião de amigos, mas se lembrava de onde era a saída. Correu para fora, segurando um tênis em cada mão, e ficou imaginando como diabos voltaria para casa. Sequer queria voltar para casa? Não sabia. Normalmente correria até a casa de Cassidy e diria que dormiu lá, mas não era mais uma opção. E depois da noite anterior, ela duvidava que algum dia seria.

Pensou novamente em para quem ligar.

* * *

Jenny jamais admitiria, mas havia uma grande chance de Fawn estar certa. Mas também havia algo muito estranho na história toda.

No dia anterior, Jenny chegara à escola chorando. Fawn ainda não estava lá, mas Blake sim. Ele correu até ela, preocupado.

— O que houve?

Jenny não disse nada, apenas abraçou-o forte. Foi quando Cody chegou. Ela não havia percebido, mas depois foi falar com ele.

— Bom dia — sorriu e se inclinou para beijar sua bochecha, mas ele se afastou.

— Humm... Tudo bem?

— Não sei. Está? Para você parece estar. Para o Diggory também. Afinal, por que minha opinião importaria?

— Hã... Eu perdi alguma coisa?

— Não acredito que está fazendo isso com a Cassidy.

— Fazendo o quê?

— Sabe o quê!

"Quem é?"

"Hã... Acho melhor não dizer. Você não vai gostar muito da ideia".

"

"

Claro que não. Blake sabia que Cody gostava de Jenny. Mesmo assim... Argh. Ele deveria ter sabido.

— Vou saber se você disser!

— Espero que você e Blake sejam felizes — e saiu andando.

Agora, no Sábado, deitada em sua cama, sentia-se bem idiota. Por que diabos Cody achava que havia alguma coisa entre ela e Blake?! Era ridículo.

Começou a escurecer. Ela realmente queria dar o fora dali, mas ninguém atendia o telefone. Deixou recado na caixa postal de Danielle, mas não obteve resposta. Onde todo mundo havia se enfiado num Sábado?! Talvez eles estivessem todos em uma festa e ela não havia sido convidada. De qualquer forma, quem ligava?! Ela não precisava deles para se divertir. Então apenas colocou uma blusa vermelha, saia de cintura alta e sapatos de salto. Contornou seus olhos verdes fortemente com lápis de olho preto e penteou os cabelos castanho-claros.

— Mãe, tô saindo — falou, batendo a porta.

— Aonde vai?!

— Sei lá.

Arrependeu-se quando saiu de casa. A mãe já tinha preocupações demais.

Bem, tarde demais. Logo Jenny estava dentro de um táxi.

— Para onde? — perguntou o motorista.

— Hã... Conhece alguma balada foda aqui perto?

O cara riu, mas acelerou. Ela tomou tal coisa como um sim. Depois de uns dez minutos, estava na Heaven Or Hell. Danielle lhe falara sobre aquele lugar uma vez. Parecia legal.

Jenny não encontrara seus amigos, mas agora sabia o que todos os outros adolescentes da cidade faziam no sábado à noite. Foi direto para o bar. Não costumava beber, mas pediu uma cerveja mesmo assim.

Foi quando um garoto sentou-se ao seu lado.

— Você parece meio para baixo.

— Que sagaz da sua parte perceber — resmungou ela, tomando um gole de cerveja. Desceu queimando. Ela era fraca para essas coisas.

— Eu sou o Luke.

— Jenny — ela se apresentou.

— Olhos bonitos.

Jenny finalmente se virou para encará-lo, e tinha de admitir que, cara, aquele garoto era muito lindo. Possuía cabelos curtos pretos encaracolados e olhos cinzentos que não deixavam os dela. Possuía um pequeno piercing no lábio. Jenny não era muito fã de piercings, mas aquele ficava muito bem em Luke. Sua pele era bem clara, e ele não se parecia em nada com o tipo de cara que costumava cantá-la em baladas.

— Os seus também. Ele sorriu levemente com o elogio.

— Parece estar tendo uma noite terrível.

Ela riu.

— Está a fim de mudar isso? — mordeu o lábio.

E então beijou-o.

Certo, ela não costumava beijar caras só porque deu vontade. Mas estava realmente irritada, e, afinal, as pessoas faziam aquele tipo de coisa o tempo todo. Qual o problema de se divertir um pouco?

Eles passaram a noite toda juntos, conversando e dando uns amassos (apesar de terem tornado a utilização de suas bocas para conversa impossível na maior parte do tempo).

— Não costumo fazer isso — comentou ela.

— Nem eu — ele confessou. Ela riu. — O quê? Estou falando sério.

— Claro que está.

— Ótimo, não precisa acreditar — ele encostou a própria testa na dela. — Terminei com essa garota há umas duas semanas. Tipo, simplesmente não dava mais. E agora ela não para de deixar recado na minha caixa postal. Então resolvi fugir de tudo por uma noite e vir para cá. E você?

— Hã... Problemas com um cara também, e as coisas em casa estão bem tensas.

— É, entendo você nesse segundo quesito. Eu costumava me dar bem com a minha mãe, mas as coisas só pioram e pioram.

— Meu pai é um canalha.

— O meu largou a minha mãe logo que eu nasci. Cresci pensando que a culpa era dele, mas... Sei lá, não tenho mais certeza.

— Famílias são uma merda.

Ele ergueu uma lata de cerveja.

— Um brinde a isso.


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