– Como assim a mamãe levou um tiro, Itachi? - Sasuke pergunta irritado, segurando sua camisa.

– Calma, Sasuke. – Itachi o olha tristemente. – A mamãe levou um tiro hoje à tarde, em um evento nos Estados Unidos. – Explica.

– E como o papai deixou isso acontecer?! Por quê ninguém estava cuidando da segurança da mamãe? – pergunta irritada.

Sasuke usava a irritação para esconder a preocupação e medo com o estado da mãe.

– Os seguranças estavam lá como sempre, foi tudo muito rápido. – Itachi fala nervoso, passando às mãos pelos cabelos, gesto imitado por Sasuke. – O papai está surtando Sasuke, ele me ligou desesperado.

– Eu não estou preocupado com o emocional dele, eu quero saber da mamãe.

– Ela está nesse exato momento passando por uma cirurgia. Eu já pedi que o avião da família fique pronto para nós dois. Precisamos ir imediatamente para lá.

– Mas e a Sakura. – Sasuke olha para a rosada.

– Sasuke, é a mamãe! – o Uchiha mais velho grita irritado, fazendo Sakura se assustar por vê-lo daquele jeito.

– Eu sei! – Sasuke grita de volta. – Eu só não quero deixa-la só. – o moreno a olha.

– Eu deixarei vocês a sós e arrumarei nossas coisas. Você tem uma hora Sasuke, até logo Sakura. – Itachi se despede, subindo à escada correndo.

– Até Itachi. – Sakura se despede ainda desnorteada com tudo aquilo.

– Isso não podia ter acontecido. – Sasuke falou, passando à mão pelo cabelo, tentando se acalmar.

– Sasuke. – o chamou.

– Eu não queria te deixar só.

– Eu sei.

– Vamos comigo. – Sasuke propôs.

– Não posso, Sasuke. – segurou as mãos do moreno. – Eu ainda estou no processo de guarda, Orochimaru nunca deixaria.

– Droga. – o moreno murmurou irritado.

– Tudo bem. – o olhou em compreensão. – Eu ficarei bem, sua mãe precisa mais de você do que eu nesse momento. – beijou sua bochecha.

– Hum.

Sabia que Sasuke não estava cem por cento seguro de deixa-la, mas ele precisava ir logo. A final de contas era mãe dele, não queria que Sasuke passasse pela mesma dor que ela.

– Vamos arrumar suas coisas, Itachi disse que você só tem uma hora.

Puxou o moreno, subindo às escadas rapidamente.

–*–

– Tem certeza que você vai ficar bem?

Abraçou o moreno com força, inspirando seu perfume de menta. Estavam em frente à sua casa, o moreno tinha insistido em levá-la.

– Sim. – mentiu. – Você precisa ir logo ver sua mãe.

– Eu sei. – Sasuke levantou seu rosto na altura do dele.

Olhando bem para Sasuke, pode ver em seus olhos preocupação pela mãe.

– Tchau, irritante.

Sentiu o moreno beija-la com carinho.

– Tchau, Sasuke-kun.

Sussurrou em frente aos seus lábios.

Acenou para Sasuke antes de vê-lo partir.

Suspirou.

Não estava nada bem ficar sozinha naquela casa, mas Sasuke precisava ir e ela entendia bem.

Entrou ouvindo o barulho da televisão, indicando que Orochimaru estava em casa.

– Olá.

Colocou à mão no peito pelo susto ao ver Orochimaru aparecer de repente em sua frente.

– Que susto!

– Desculpe. – Orochimaru sorriu.

– Oi.

Disse andando em direção à cozinha, não gostava daquele sorriso, que julgava ser falso.

Bebeu um pouco d'água sendo observada pelo olhar serpenteador de Orochimaru. Semelhava Orochimaru à uma cobra. Ele era quieto, e sempre aparecia sorrateiro como o animal.

– Porquê voltou mais cedo hoje?

Nunca iria se acostumar à ficar dando satisfação da sua vida à alguém sem ser seus pais.

– Já assistiu o jornal? A mãe do Sasuke levou um tiro.

Guardou o copo no lugar, saindo da cozinha sendo seguida por Orochimaru.

– Não sabia que ele era filho daquela empresária.

– Hum. – murmurou sem vontade para conversar. – Vou subir. – informou subindo às escadas.

– Tudo bem.

Nos últimos dias Orochimaru tem se mostrado ser uma pessoa extremamente hiperativa. Além de ser muito inconveniente. No outro dia estava com Sasuke e ele perguntou se eles não queriam uma companhia.

Revirou os olhos entrando em seu quarto. Que belo tutor seu pai tinha lhe arranjado.

– Tudo isso por causa de uma carta que meu pai escreveu... – jogou-se na cama escondendo sua cabeça no travesseiro. – Espera, cadê essa carta?

Sentou na cama rapidamente, se dando conta do que acabara de pensar. Correu para o quarto de seus pais, tomando cuidado para não esbarrar com Orochimaru no corredor.

Seu tutor não estava dormindo no quarto de seus pais, ele disse que não se sentiria bem em dormir no quarto que pertencia aos seus pais. Agradecia por Orochimaru ter a iniciativa de recusar, até por quê nunca permitiria.

Abriu à porta de vagar, sentindo seus olhos marejarem. Os fechou rapidamente, respirando fundo. Precisava ser rápida.

Correu até à cômoda, começando a vasculha-la. Encontrou alguns álbuns de seus pais, os pegando. Olhou o porta retrato da família em cima da cômoda, sentindo um aperto forte no peito.

Ignorou às lágrimas que se formavam em seus olhos, saindo do quarto com os álbuns em mãos. Olhou com atenção para o corredor, entrando em seu quarto rapidamente. Trancando a porta por precaução.

Colocou os álbuns em cima de sua cama com delicadeza, começando à procurar o álbum da infância de seu pai. Sua mãe já tinha lhe dito que guardava às fotos da adolescência deles e até lembrava de ter visto algumas fotos deles mais jovens.

Em meio à sua procura encontrou o álbum da família. Sorriu sentindo lágrimas escorrerem por seus olhos. Na capa do álbum estavam todos sorrindo, Gaara também estava na foto. Os dois estavam cobertos de lama.

O título era : Momentos felizes.

Tampou à boca para esconder os soluços. Como doía ver aquelas fotos.

– Eu preciso me concentrar, mas dói tanto.

Respirou fundo limpando às lágrimas, precisava ser forte.

– Achei! – exclamou contente por achar o álbum.

Abriu o álbum, folheando algumas fotos, mas não achara nenhuma de Orochimaru com seu pai.

– Amigo de infância, hum?

Sorriu irônica, não avia uma única foto de Orochimaru.

– Mas se Orochimaru não é amigo do meu pai, então quem ele é?

Perguntou preocupada, olhando para á porta.

– Como eu não percebi isso antes?

Perguntou irritada consigo mesma.

Juntos todos os álbuns escondendo embaixo de seu colchão. Orochimaru não podia desconfiar do que estava tramando.

Precisava descobrir com quem estava morando, ou estaria realmente encrencada.