A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 32
Massacre


Notas iniciais do capítulo

Sem informação dos personagens (é, a vida é dura)

Leiam as notas finais



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XXXII

SABRINA

QUANDO ABRIU SEUS OLHOS, o lugar estava completamente diferente. Era como se a granada de luz tivesse diluído a névoa, e então o cômodo voltou ao seu formato natural.

Sabrina tinha que admitir que seu formato natural não era muito melhor – apenas mais iluminado e mais sujo. Ela se levantou do chão, enrolou o cachecol mais fortemente em volta do pescoço – aquela madrugada estava cada vez mais fria – e sacudiu o ombro de Suzana, que ainda apertava os olhos no chão.
– Eu, Suh.
– Eu já posso abrir? – ela perguntou. Sabrina sorriu.
– Aham. – Suzana tirou a mão dos olhos e piscou, apenas para se levantar do chão e esfrega-los.
– Nossa, o que aconteceu?
– Eu acho que ela usou algum tipo de poder em você que afeta mais os filhos de Afrodite – disse Sabrina – mas eu tenho certeza que ela já foi embora.
– Você usou a granada de luz anti-névoa não é? – disse Suzana – Acho que vamos ficar algum tempo presas aqui então, o labirinto é movido a mágica.
– Não necessariamente – disse Sabrina – ele só vai ficar um pouco mais inofensivo por algum tempo. Acho que seria uma ótima hora para procurar uma sala um pouco menos nojenta e descansar. – disse. Suzana concordou.

Elas caminharam por um tempo até encontrar o que parecia um cômodo limpo, com gravuras ancestrais e paredes de pedra bruta. Nenhum monstro as atacou, então elas se sentaram no chão e tiraram par ou impar.

Sabrina dormia primeiro. Ela tirou o casaco mais grosso que estava e o usou como travesseiro e cobertor. Deitou a cabeça em cima e tirou os óculos para um dos bolsos, só para fechar os olhos e se ver no acampamento.

O acampamento estava ainda pior, o que mesmo estando só um dia nele fez o coração dela afundar. Sabrina notou corpos no chão, não sabia se eram doentes ou mortos. Eles estavam em macas, alguns suspiravam pesadamente, outros gemiam de dor. Sabrina viu alguns filhos de Apolo – menos do que da última vez – tentando cuidar dos feridos, assim como outros usando ambrósia e técnicas mortais. Ela jurou ter sentido seu coração palpitar quando viu Verônica estirada sobre uma das macas com um buraco onde seu estômago costumava estar. Seus olhos cinzas estavam abertos com lágrimas congeladas em seu rosto, que tinha uma expressão de melancolia combinados com os pequenos flocos de neve que repousavam sem derreter em seu rosto pálido.

Morta. Ela estava morta.

Sabrina choraria se não fosse uma projeção do próprio corpo no acampamento. Queria gritar e se atirar aos pés do corpo, mas sabia que não adiantaria de qualquer forma. Ela tentou manter-se calma e olhar ao redor, pensar em qualquer outra coisa.

Verônica não tinha passado nenhum dia com ela, mas sentia como se fosse realmente uma irmã mais velha que ela gostaria de ter ao lado. Além do mais, ela era a conselheira do chalé de Atena, quem seria o estrategista do acampamento agora? Raphael deveria estar perdido, se ainda estava vivo. Ela continuou se movimentando pelo acampamento, não sabia o que estava fazendo ali.

Então ela ouviu passos atrás dela, e viu a Feiticeira.
– Eu te disse que tinha outros truques. – ela disse. A feiticeira parecia dessa vez mais jovem, como se fosse uma alta menina de 16 anos. Seu cabelo negro estava caído atrás dela, ela usava uma grande jaqueta jeans e botas. Sabrina queria arrancar os olhos dela com suas próprias unhas.
– Isso é tudo uma mentira da névoa?! – ela gritou. A Feiticeira sorriu maldosamente.
– Não. É apenas a verdade, eu não poderia mentir nos seus sonhos. Você tem uma cabeça muito esperta para que eu faça isso. Mas no fim, a verdade não é a coisa mais dolorosa que eu poderia usar contra você? A sua irmã está morta. O seu pai está no meio do nada. Uma de suas melhores amigas, a que você sabe que é a mais fraca, está perdida com um estranho cujo você desconfia da lealdade. O que você acha, Sabrina Weasley? Acha que pode me vencer?
– Eu não acho – disse – eu tenho certeza. – a Feiticeira sorriu.
– Entre na Casa Grande – disse – e eu quero saber se você vai continuar com isso.

Sabrina não queria, mas quando notou estava dentro do lugar.

A sala de estar estava virada em uma bagunça – o sofá estava cheio de frascos de néctar e pedacinhos de ambrósia. O carpete estava imundo com neve e lama, a pintura das paredes estava descascada. Sabrina de repente sentiu um profundo ódio dos deuses – eles estavam lutando ao seu favor! Onde eles estava, o todos poderosos quando seus filhos mais precisavam?

Ela ouviu uma tosse, e olhou para a mesa de jantar. Ela era larga e estava abarrotada com espadas, pistolas, escudos e um menino febril.

Sabrina reconheceu Raphael. Seu cabelo castanho estava faltando em tufos, onde não tinha cabelo haviam grandes cortes com pontos e ele estava queimando de febre. Ao seu lado, Clarissa, a filha de Apolo que tratara de Elizabeth mais cedo, tentava falar com ele.
– Raphael se você comer mais disso vai explodir.
– Não eu tenho que melhorar. – ele tentava sem sucesso pegar o cantil de néctar mesa. Estava tão febril que parecia embriagado – Eles... eles precisam de mim.
– Não. – disse Clarissa – Olha, Verônica está morta. Isso não vai mudar Raphael. Mas se matar não vai consertar as coisas. – Raphael bateu a cabeça contra a mesa de madeira.
– Tantos... tantos estão mortos. Por minha causa.
– Não é sua...
– É claro que é! Quiron teria dado um jeito, mas ele deu sua vida por mim! Agora eu não posso fazer nada, por que eu não sou tão bom quanto ele! – ele derrubou o cantil da mesa, fazendo se estilhaçar em cacos de vidro e desperdiçando ambrósia – Droga.
– Raphael. – Clarissa tomou o rosto dele e fez com que ele olhasse diretamente para ela – Tudo vai dar certo. Eu previ isso. Muitos já morreram, mas ainda podemos consertar as coisas.
– Como Clarissa? Nada vai melhorar. Eles estão mortos ou morrendo. Não temos mais soldados, ou amigos. Sem qualquer esperança.
– Sempre há esperança. E você está exagerando. – ela disse – Nós temos um trio da pesada, e o pessoal do Acampamento Júpiter nos disse que conseguiram partir em segurança. Nós vamos conseguir.
– Eu não tenho certeza.

Sabrina abriu seus olhos e fitou o teto antigo todo embaçado – parte por que não estava usando óculos e parte por que estavam cheios de lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem!

Eu vejo que toda a vez que eu atualizo a fic, eu ganho um leitor (EBA!) e já estou com 18 mas só dois comentam ( :( )

Por favor, comentem pra que eu saiba se está bom, se está ruim, me façam perguntas, me digam o que acham que vai acontecer, COMENTEM a respeito dos personagens, etc.

Por favor!