A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 12
Casinha de Boneca e algumas bombas




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XII

SUZANA

SUZANA NÃO PODIA DIZER que estava exatamente contente em sair em uma missão – ela mal havia chegado no acampamento, acabara de sair de um campo de batalha e recém descobrira que sua mãe era a deusa do amor. Ela pensava que a vida era injusta: uma de suas amigas era filha da deusa da sabedoria e a outra do deus dos mortos! Elas teriam poderes tão legais! Mas Suzana não. Suzana só teria o poder de ser bonita e para ela isso também não estava disponível.

Além do mais, eles estavam falando em um outro acampamento aparentemente hostil. Um que elas teriam que visitar para convencê-los a doar um suposto filho de Zeus. Ela não gostava da ideia de forma alguma.

O fato de suas melhores amigas estarem indo junto era tão tranquilizante quanto preocupante – ela estaria em ótima companhia, e sabia que ambas eram tão inteligentes quanto fortes. Mas mesmo assim, haviam passado apenas um dia no acampamento, como poderiam saber o que fazer em uma situação ruim?

Suzana mal sabia lutar com uma espada. Elizabeth devia ser um prodígio ou ter alguma habilidade natural por ser uma dos “três grandes” por que havia lutado com aquela espada tão bem quanto os outros. Suzana absolutamente adorava sua espada – ela era linda e perfeitamente balanceada, embora não parecesse. Suzana ouvira a respeita da espada, no chalé de Hermes quando foi passar a noite. Eles haviam dito a ela que a espada pertencera a um herói que havia salvo o mundo milhares de vezes cinquenta anos atrás. Um tal filho de Poseidon chamado Percy Jackson.

O nome da espada era Contracorrente, Anaklusmos em grego. Suzana descobriu que ela se transformava em uma caneta todas as vezes que ela a tampava (ela havia feito uma limpa no arsenal de Hefesto para encontrar a maldita tampa), e após ter sido roubada por um dos filhos de Hermes, a caneta apareceu magicamente em seu bolço.

Uma caneta-espada que sempre voltava para seu bolço. Certo, a vida era um pouco justa.

Ela foi brevemente para o Chalé de Afrodite, onde encontrou Ashley e vários de seus supostos meios-irmãos. Eles não a trataram bem nem mal, apenas ficaram um pouco estranhos enquanto ela entrava. Raphael havia dito a ela que seu chalé devia proporcionar alguma coisa útil na missão. Ela se perguntou como toda aquela maquiagem no lugar (embora linda e útil no caso de uma saída ao shopping) iria ajuda-la.

Surpreendentemente, um de seus irmãos – um garoto de cabelo preto e olhos multicoloridos chamado Brandon – deu a ela coisas úteis. Uma mochila com algumas camisetas do acampamento e jeans, um cantil com água e outro com néctar, ambrosia, alguns sanduiches para viajem, algumas dracmas de ouro (dinheiro dos gregos, aparentemente) e o mais importante de tudo – vários elásticos para cabelo.

Suzana nunca se sentiu tão grata em toda a sua vida. Ela vestiu botas de caminhada que uma outra menina asiática com um cabelo picotado emprestou para ela. Aparentemente, eram ótimas para chutar bundas. Ela se combinou de se encontrar com as meninas no cume da colina meio-sangue, onde ela havia visto os monstros avançando. Quando estava para chegar lá, foi parada pelo menino de jaqueta de couro do chalé de Hefesto.
– Ei, para aí! – ela olhou para trás. Ele corria em sua direção carregando uma caixa parecida com uma de sapato.
– Oi? – ela disse – Augusto não é?
– É, pode ser. – ele disse, parando na frente dela – Aqui, leve isso com você. – ele estendeu a caixa para ela. Suzana a abriu e dentro encontrou o que pareciam vários daqueles projéteis que ele estava usando contra os monstros na noite passada – Vocês são novatas, então pensei que isso iria a calhar. – ela olhou para ele, seus olhos brilhando.
– Cara – ela disse – isso é incrível! – ela sorriu e bateu punhos com ele – Valeu!
– Não há de que. Faz um favor? Agradeça a sua amiga, Eliza?
– Elizabeth.
– Tanto faz. Agradeça Elizabeth por mim. Ela me rendeu noite passada um estoque de ferro estígio para toda uma vida.
– Isso não é maléfico para nós? – ele vibrou os dedos.
– Não se eu usar luvas.

Ela deixou Augusto para trás algum tempo depois e subiu a colina meio sangue. Ela encontrou Sabrina lá, com uma mochila parecendo tão cheia quanto a dela olhando a colina.
– Onde está Lizie? – disse ela.
– Uh, talvez ela esteja vindo. – disse Suzana, incerta.
– Ok, claro. – Sabrina olhou para Suzana, seus olhos tempestuosos cheios do que parecia compaixão – Suzana, eu não vou perguntar sobre a profecia que o oráculo fez por você ontem, ok? – Suzana engoliu em seco – Mas eu só quero que você saiba de uma coisa: não precisa levar todas as profecias a sério, elas são confusas e geralmente não significam o que parece.
– Okay. – disse Suzana – Obrigado Sabrina.
– Está tudo bem, agora, eu acho que devíamos ir ao chalé 13 procurar uma rebelde.


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