4ºcapitulo

Tentei pensar em todas as coisas que não eram verdes pra poder dormir.

Porque alguma coisa estava me dizendo que eu precisava estar muito descansada para amanhã.

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Acordei com a claridade do dia no meu rosto e com um barulho irritante vindo da cozinha. Olhei no relógio do celular e constatei que era muito cedo ainda, deve ser o Jack se arrumando para ir trabalhar.

Tentei voltar a dormir só que os barulhos não paravam então levantei meio irritada, pois ainda estava com sono. Assim que cheguei à cozinha dei bom dia pra ele, que agora estava sentado na mesa tomando seu café e não recebi resposta, não dei importância e fui pegar um copo de leite para fazer um chocolate quente e assim que terminei fui pra mesa sentei e olhei pra ele que virou a cara.

– O que foi agora, mau humor matinal ou é alguma coisa comigo?

– Mau humor matinal. Humpf.

Disse isso meio irritado e saiu da mesa, eu fui atrás. Será que falei alguma coisa dormindo?

Não nunca falo! Não seria agora que começaria.

– Será que dá para me dizer o que esta acontecendo?

– Você é muito hilária sabia?

Com essa, perdi a paciência... Eu aqui, reprimindo os meus novos sentimentos só para não o fazer sofrer e ainda vou ter que aquentar essas grosserias?! Não mesmo!

– Olha aqui, se você pen....

Não consegui terminar, pois fui interrompida com mais grosserias.

– Olha aqui você, a única coisa que eu preciso de você pela manhã, é que não me deixe perder a hora. E o que você faz em?

– Me diga você?

– Fica enchendo o meu saco de madrugada só para eu não conseguir acordar cedo!!

– A única coisa que eu queria era que você fizesse sua obrigação de marido. Sabe quando foi a última vez que fizemos amor?

Não sei quando comecei a gritar, mas sei que terminei a frase gritando.

– Desde quando virou uma ninfomaníaca?

– Hahahahaha!

Com essa eu não me aguentei e cai na risada, faz um mês que não transamos e ele vem com essa.

– Você, decididamente esta com algum problema.

– O meu problema é que agora com a sua ajuda, vou ter que ir trabalhar de moto porque não consegui dormir, e você sabe que eu simplesmente odeio ir trabalhar de moto. Muito obrigado!

– Você sempre adorou motos, eu estou começando á achar que tem outra na parada.

– Ache o que quiser, eu vou trabalhar.

Não me agradei nada com sua resposta e fiquei mais irritada ainda e fui atrás dele.

– Quem é ela? Jack você esta me traído?

– Além de ninfomaníaca ficou louca agora?

Falei bem de vagar e baixo, com uma raiva tão grande em minha voz que nem estava reconhecendo-me.

– Será que dá para me responder direito antes que eu perca a cabeça?

– Olha! Você não tem o direito de me perguntar uma coisa dessas.

Respondeu-me e subiu na moto quando ele ia colocar o capacete eu entrei na frente e praticamente berrei na sua cara.

– Eu não tenho direito? Ah faça-me o favor né? Eu sou sua esposa e tenho todo o direito de querer saber. Porque você não me procura mais e o porquê de estar tão fudido assim só por ter que ir de moto, exijo que me responda agora?

– Está bom sua louca, eu só não gosto de ir trabalhar de moto. Sabe que gosto de voltar com meus amigos de tarde. E quando ao sexo, vou te esperar à noite só de cueca, esta bom assim para você? E o estresse, eu só estou com sono e atrasado. Posso ir agora Senhora Neura?

Nem disse nada, só sai para o lado liberando sua passagem. Ele colocou o capacete e se foi.

Se fosse ates de Edward ter aparecido eu teria se agarrado no pescoço de Jack, até teria pedido desculpas por minhas suspeitas e por não ter lhe acordado cedo. Mas agora a única coisa que está passando na minha cabeça é que parece mesmo que estou vivendo uma mentira.

Se antes eu tinha alguma dúvida sobre aceitar o pedido de jantar, agora eu já não á tinha mais! E assim que constatei que não tinha nenhuma razão para dizer não ao meus olhos verdes, uma alegria irracional tomou conta de todo o meu ser e nem me importei com o que aquele grosso acabou de me dizer.

Segui com meus afazeres domésticos, mas não fiz nada para o jantar, ele que se virasse.

Tomei um banho caprichado, escolhi uma roupa bem confortável, porém que me deixasse bonita, afinal não queria fazer feio.

Prendi meu cabelo em um rabo alto deixando meu pescoço a mostra e segui para meu trabalho, mas antes fiz um bilhete e deixei grudado no monitor, sei que iria ser o primeiro lugar que ele iria.

Jacob.

Não me espere para o jantar sairei

Com uma amiga.

Isabella.

Assim que passei na frente de sua casa olhei mais não o vi.

Deve ter saído, pois seu carro não estava ali na frente.

......................................e as horas passam................................................

Meu dia até que estava proveitoso, mesmo eu estando meio preocupada. Mas acabei tendo que ficar até mais tarde, pois Alice teve uns problemas e largou tudo aqui em minhas mãos ai tive que ficar ate o fechamento e dispensar o resto dos funcionários, levei uma hora e assim que terminei sai correndo. Estou muito ansiosa para esse jantar. Tomara que ele não tenha achado que eu tinha lhe dado os canos e ido embora.

Agora que estou saindo lembrei que não perguntei a ele onde seria esse jantar e se ele ficou esperando uma mensagem minha para confirmar se eu ia? Pensar nisso me deixou muito aborrecida.

Meu coração começou a doer, porém assim que coloquei meus pés fora da loja uma alegria me tomou. E se meu coração estava doendo de tristeza agora ele parece que ia explodir só que de felicidade! E esses sentimentos tão intensos nunca sentidos por mim antes, estão me assustando e muito.

Segui em direção do ponto de ônibus, acho que ele ficou ali por ser o único caminho que eu tenho para ir para casa. Com certeza era ele, por que mesmo estando meio escondido pelo capuz eu sentia sua presença e aquela paz que só conseguia sentir perto dele.

Assim que eu cheguei perto ele levantou rápido e me encarou.

Pude ver seus olhos vermelhos, será que ele estava chorando ou drogado? Ai meu Deus, tomara que ele não seja drogado e que não tenha bebido, eu devo mesmo estar enlouquecendo. Nem o conheço bem, apenas de vista. E se ele for um criminoso e vai me matar essa noite? Não sei por que essas dúvidas que deveriam me apavorar, não surgiram efeito nenhum... Eu confio nele e nem consigo explicar o motivo.

Olhei mais fundo em seu olhar, tentando desvendar o porquê dos olhos vermelhos e vi uma tristeza enorme, tudo bem que seu olhar sempre foi triste, mas hoje estava muito mais. Será que aconteceu algo?

E de repente uma vontade enorme de abraçá-lo e afastar qualquer coisa que o estivesse atormentando se apoderou de mim. Mas resisti, não pegaria bem se eu fizesse isso.

Fiquei mais um tempo olhando em seus olhos e constatei que ele tinha chorado mesmo, pois ainda tinha vestígios de lagrimas. Ele parecia bem nervoso e ainda não tinha nem se quer se mexido, parecia até que estava com dificuldade de respirar.

Onde foi parar aquele homem decidido, forte e divertido que ultimamente só sabia tirar com a minha cara? Porque este que estava aqui na minha frente, não era o meu olhos verdes? Esse parecia mais com uma criança amedrontada. Acho que vou ter que dar o primeiro passo, pois agora eu quero meu jantar e vou ter, nem que tenha que arrastá-lo.

– O convite... Para o jantar... Ainda esta de pé?

Perguntei com a voz baixa e meio tremida. Tá legal, eu não sou tão durona assim. Estou morrendo de medo de ser colocada para escanteio.

Eu poderia ter falado um pouco mais alto e claro ou pelo menos ter olhado em seu rosto para falar, parece que eu também resolvi virar uma criança medrosa agora, será que pelo menos ele escutou meu sussurro?

Ele não me respondeu então levantei meu olhar para ver se ainda tinha alguém ali.

E quando nossos olhos se encontraram, foi uma mistura de sentimentos tão grande que quase cai ao chão, como jaca madura. Minhas pernas estavam moles e parecia que meu corpo todo estava recebendo uma descarga elétrica, pois eu estava trêmula.

Agora em seu olhar eu podia ver uma alegria, uma felicidade tão intensa ou talvez até mais que a minha. Não tinha mais nenhum vestígio de tristeza e aquele sorriso que sempre achei tão bonito quando o via de longe com seus amigos se divertindo parece uma careta diante desse que estou vendo agora, estampado em seu rosto.

– Claro que sim, cheguei aqui uma hora antes de acabar seu turno e quando você não saiu, achei que tinha fugido de mim.

– Por isso estava triste.

Perguntei levantando uma pestana.

– Não só estava descansando um pouquinho.

Ele disse e piscou pra mim e nós caímos na gargalhada.

– Bom então já que você não me deu os canos, vamos?

Ele perguntou estendendo a mão para eu pegar. Olhei ao redor e lhe falei.

– Não se sinta rejeitado, mas eu acho melhor não. Ainda tem muitos conhecidos e todos sabem que sou casada, já estou morrendo de vergonha de sair daqui com você imagina de mãos dadas.

– Não se preocupe linda eu te entendo.

– Bom, então vamos logo que estou morrendo de fome.

– Nossa tomara que eu tenha feito comida o suficiente.

– Até parece que vou acreditar que você fez a comida.

Seguimos para o estacionamento onde estava o carro dele entre conversas, brincadeiras e muitos risos.

Sabe o que mais me surpreendeu? Foi o jeito que estávamos nos tratando, sabe como velhos conhecidos!? Ele fazia brincadeiras comigo e eu não ligava, pelo contrário, eu estava com o riso solto sabe quando você esta tão bem que tudo ao seu redor fica colorido e lindo? Então eu estava me sentindo assim como se estivesse nas nuvens, parecia que tudo que estava acontecendo era a ordem natural das coisas e ele e eu estávamos em sintonia.

E isso me assusta bastante, eu só comecei a conversar ontem com ele.

Deixei esses sentimentos confusos de lado, para pensar neles quando estivesse em casa, pois lá não terá problema, não quero perder nada dessa noite, ainda mais por ficar perdida em pensamentos.

Resolvi perguntar para onde ele ia me levar, já que reparei que estávamos nos distanciando da cidade.

– Posso saber aonde você vai me levar?

– Está com medo linda?

– Por incrível que pareça não.

E olha que é verdade! Eu deveria estar me cagando de medo agora, afinal estou seguindo sei lá para onde num carro com um homem que só conheço de vista, mas não estou. Até posso dizer com certeza que estou ótima, fui tirada dos meus devaneios quando senti sua mão encima da minha que estava descansando na minha perna.

– Obrigada por aceitar vir comigo e confiar em mim.

– Eu estou meio confusa, mas não consigo sentir medo perto de você.

– É bom saber disso. Posso usar a meu favor.

Logo ele estava estacionando em frente a uma casa que parecia abandonada enquanto eu olhava ao redor ele saiu correndo do carro coisa essa que me assustou um pouco, mas logo eu vi por que e ele mesmo me explicou quando abriu a porta do carro e estendeu a mão para me ajudar a descer.

– Fui acender as luzes da casa para que você não caísse no escuro.

Pelo jeito ele conhece muito de mim, ate meu lado desastrada.

– Olha só que cavalheiro.

– Tudo por você.

Antes que eu conseguisse responder alguma coisa senti ser puxada para seus braços e me apertou com certa força como para garantir que eu não fugisse, mas é um bobinho mesmo se ele soubesse que eu estava esperando isso desde que o vi tão frágil sentado em frente ao meu trabalho.

– Não precisa ficar com medo não vou fazer nada de mal a você só quero conversar... Ficar um pouco perto de ti.

– Eu já disse que não estou com medo.

Ele foi se aproximando e eu cada vez mais ansiosa pelo beijo.

Fiquei esperando, esperando e esperando, antes eu tivesse tomado a iniciativa, pois ele beijou-me, porém foi um beijo singelo na testa tive que usar todo o meu autocontrole para não demonstrar meu desapontamento.

Ele se separou de mim, pegou em minha mão e me puxou para dentro da casa.