CAPÍTULO 9

No capítulo anterior:

— Tatiana, os bebês não serão incomodados? – Perguntou Kate constrangida.

— Não. Kate e Castle, os bebês estão muito bem protegidos. Mas qualquer incômodo que você sentir, qualquer dor, qualquer vestígio de sangramento vocês me telefonam. Podem fazer amor tranquilamente, sem se preocupar. Os bebês não vão sentir absolutamente nada. A maioria dos casais faz amor até as vésperas do parto. A única preocupação é a posição que a Kate vai ficar, pois a partir do momento que a barriga vai crescer, vão ficando desconfortáveis certas posições. Então, vocês têm que ter muita imaginação.

— Obrigada pelas dicas, Tatiana. – Rick falou sorrindo e pegou a mão de Kate. Levantaram-se e despediram-se de Tatiana. Na saída, pegaram o pequeno Smith e foram para casa.

Assim que chegaram ao loft, Castle colocou o bebê conforto com o pequeno Smith sobre a mesa de centro de uma das salas de estar. O garotinho estava dormindo a sono solto. Ele tinha tomado mamadeira durante o percurso da clinica até o loft. Rick pegou Kate pelas mãos e a olhou profundamente. Ele se abaixou à sua frente e colocou ambas as mãos sobre a barriga dela, dando beijos, que, mesmo ainda plana, abrigava seus bebês, emocionando-a. Em seguida, levantou-se. Comovido, abraçou e beijou a Kate. Foi um beijo suave, apaixonado, doce onde ele traduzia todo o amor que sentia por ela. Ela correspondia ao beijo na mesma intensidade. Ele fazia carinho no seu rosto, nos seus cabelos e na sua cintura e ela pegava nos dois lados do rosto dele. Quando o beijo acabou deram muitos beijinhos e ficaram se olhando, apaixonados.

Rick sentou-se no sofá e a colocou no seu colo. – Kate, Kate, Kate, eu não tenho palavras para te dizer como eu estou contente, amor. Eu sempre quis ter filhos com você, mas não queria assustá-la, porque eu sabia que a Polícia de Nova York é a sua vida. Eu sabia que tinha que ir com calma. Já foi difícil conseguir namorar você. Mais difícil ainda fazer você aceitar o meu pedido de casamento. Então eu não sabia como pedir um bebê para você até que ontem você mesma tocou no assunto e eu topei na hora, você viu e hoje recebemos esta notícia que foi um verdadeiro presente de Deus. Amor, nós fomos abençoados com dois bebês. – Ele a beijou suavemente – Kate, você agora não tem que cuidar somente de você. É sério: Gravidez e perseguir criminosos são duas coisas que não combinam entre si. Ainda mais que você está grávida de gêmeos.

— Eu sei, Rick. Eu vou falar com a Capitão Gates. Eu vou falar com ela que vou ficar somente na parte administrativa da delegacia, amor. – Kate olhou para ele pedindo aprovação.

— Não sei não. Eu acho que você podia se afastar. Podia pedir licença. Aquela delegacia sempre tem muito criminoso entrando e saindo de lá.

Kate revirou os olhos e mordeu os lábios inferiores, demonstrando que não estava nada satisfeita com aquela ideia dele. – Richard Castle, você não está sendo nada exagerado, não é? Nada mesmo. – Ela foi sarcástica.

— Kate, não use do sarcasmo, porque não lhe fica bem, querida. Até porque, eu não estou exagerando. É sério! Vai que numa hora dessas que você está lá na delegacia e se esbarra num criminoso em fuga. E pior, ele pode querer te fazer de refém. Kate, você deveria ficar em casa. Você podia aproveitar esse tempo e ficar disponível para quando a empresa de cerimonial do nosso casamento te procurasse você estaria livre para dizer o que você quer, porque o casamento é seu, o gosto tem que ser seu. Você não tem que deixar que eles escolham tudo, amor. Você não é a convidada do casamento, querida, você é a noiva, lembre-se disto.

— Você acha mesmo que eu não sabia que eu sou a noiva? Faça-me o favor, Castle. – Ela falou sorrindo, dando um monte de beijinhos no seu rosto e fazendo carinhos nele. – Como é que eu vou esquecer que eu sou a noiva deste bonitão, einh?

— Que bom que você sabe disto. Eu pensei que a Polícia de Nova York estivesse acima de mim - ele falou isso com um gesto bem teatral, típico fílho de Martha Rodgers, fazendo bico e com cara de cachorrinho dengoso, abandonado na mudança.

— Menos, Castle, menos. Eu amo meu trabalho. Mas é um amor de satisfação pelo que eu faço. Somente. Nada mais. Mas eu amo você de outra forma e você sabe disso. - Ela sorriu e piscou para ele. - Você quer é que eu fique me declarando para você a todo o momento... Eu te conheço. Mas tudo bem, bonitão, eu te amo, você é o único homem da minha vida, o único homem que sabe e pode me fazer feliz, o único homem que sabe e pode alegrar meus dias e o único cujo o toque me arrepia de prazer, Rick. Você para mim é único, amor. Sem chances de existir outro. E agora você é o único homem que além ter todas essas qualidades, também me deu dois bebês que eu também já amo, sem nem mesmo conhecer. Então, amor, nunca mais compare o amor que eu sinto por vocês três com meu trabalho, ok? Não tem comparação. – Dizendo isso ela pegou o rosto dele com suas mãos, faz um carinho e em seguida, deu um selinho e sorriu.

— Nossa Senhora! Depois de uma declaração de amor dessa ... Eu ganhei um novo fôlego. Uau! - Ele sorriu de satisfação e a abraçou e, em seguida deu um monte de beijinhos no seu rosto.

— Tudo bem, Castle, o que é que você quer. Você quer que eu saia de licença para não correr risco com os criminosos, para eu também preparar o nosso casamento... E o que mais? Fale aí para eu ouvir, Rick.

— Você pode aproveitar esse tempo também para fazer a reforma que você quiser aqui no loft, você tem carta branca. Em qualquer cômodo, quer dizer, menos no escritório, amor, porque lá é o meu canto onde eu guardo meus livros, meu material de pesquisa e se ficar no entra e sai de arquiteto e decorador, eu não vou conseguir escrever. Mas o resto você pode mudar tudo. O nosso quarto, inclusive, mas eu vou poder dar uma opinião, não é? Amor, você também tem que contratar uma empresa especializada para preparar o quarto dos bebês, assim que souber o sexo deles. Podem ser meninos ou meninas ou ainda pode ser um menino e uma menina. Você está vendo, amor. Você tem que tirar uma licença. Eu não vou ter sossego se você estiver trabalhando grávida. Kate, seja razoável. Pare e pense. Naquele caso em que trabalhamos onde havia aquele homem, o Simon, que dizia que era do futuro, que disse que você seria Senadora e que teríamos três filhos, você lembra? Pois é. Você lembra que naquele mesmo local onde encontramos o Simon, aquele sacerdote careca bateu em você e te derrubou no chão e você desmaiou? Lembra? Então. Amor, ali, se eu não me engano, você já estava grávida, mas não teve nada, graças a Deus, senão a Tatiana teria visto nos exames que ela realizou. Mas se você estivesse com a gravidez mais avançada, talvez você corresse perigo e os nossos bebês também, querida. E tantos outros casos que nós corremos perigo. Foram tantos que eu nem vou citar todos agora. Aquela câmara de refrigeração onde quase morremos congelados, também teve o carro que caiu no rio e quase morremos afogados, teve também aquele caso em que nós ficamos algemados e o tigre entrou e quase nos matou. Kate, pense bem. Eu não estou dando uma de homem das cavernas. Não me entenda mal. Também não quero transformar você numa dona de casa. Não é isso. Você sabe que a mulher por quem eu me apaixonei é a detetive forte e inteligente e valente que não tem medo de nada. Eu amo você assim. Mas só que agora você está grávida. Então, dê um tempo para você mesma. Dê um tempo para os nossos bebês.

Kate abraçou Rick bem forte e em seguida, fazendo carinho no seu rosto, falou olhando bem nos olhos dele – Rick, eu entendi o que você falou. Nem precisa argumentar mais, querido. Eu vou falar com a Gates amanhã.

— Outra coisa importante, Kate. Como foi difícil o seu retorno à delegacia por falta de verba do município, talvez sua licença não seja aceita, porque a cidade de Nova York continuaria te pagando salário sem você trabalhar e talvez isso não fosse interessante par eles e por isso lhe seja oferecida a dispensa ou seja, você seria despedida e isso você não vai querer, então proponha a Gates uma licença sem vencimentos, assim, sua volta fica garantida. Entendeu? Você continua sendo a detetive da 12ª DP, só que de licença e sem receber salário, ou seja, a cidade de Nova York não vai ter os seus serviços, mas também não vai ter despesa com você.

— Castle, mas... – Kate começa a falar mas Castle a interrompe.

— Você não tem nem terá necessidade financeira porque eu estou aqui com você. Você fala o que você quer comprar ou pagar, seja lá o que for que eu compro ou, se você preferir, você fala quanto você quer que eu mando depositar na sua conta bancária ou o que você achar melhor. Kate não se preocupe com isso. Deixe isso comigo.

Kate olhou para Rick com amor, deu um beijo nele e falou – Eu entendi tudo, Rick. Eu sei que você está preocupado comigo e com os nossos bebês. Eu não estou interpretando de outra forma, senão esta. Eu vou comunicar a Capitão Gates que eu estou grávida. Vou dizer também que são gêmeos e vou pedir uma licença sem vencimentos, conforme você deu a ideia. Mas eu não vou negar que estou muito constrangida em pedir dinheiro para você, Rick. O pior é que eu ganho pouco e nunca sobra nada, ou seja, não tenho economias para me manter nesse período, então vou realmente precisar de sua ajuda financeira. E eu não estou acostumada a receber dinheiro de ninguém.

— Kate, será que eu vou ter que repetir quantas vezes para você entender que eu te amo, que eu não consigo ver minha vida sem você ao meu lado, que você é a razão da minha vida e da minha alegria, que você é a minha inspiração para escrever.

— Eu sei, Rick, mas entenda. É uma situação nova pra mim. Veja pelo meu ponto de vista.

Rick olhou para ela. Fechou os olhos e respirou fundo. Apertou a boca. Respirou fundo novamente.

— Rick, o que é que está acontecendo? Você está estranho. – Kate pegou no rosto de Castle e olhou bem nos seus olhos.

Castle a pegou, tirou-a do seu colo e a colocou sentada ao lado dele no sofá, bem de frente à ele. – Kate, eu preciso falar uma coisa com você.

— Richard Castle, você está me assustando.