Londres Chuvosa escrita por Lady Naru


Capítulo 3
Capitulo 3 - Tempestade de Verão


Notas iniciais do capítulo

Bom gente. Desculpe a demora por postar o capítulo, mas espero que vocês me entendam afinal de contas nem sempre conseguimos dar continuidade em algumas fics. Mas eu dei o meu melhor e ai está o capítulo.



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Era mais uma manhã fria e chuvosa na qual Erwin adoraria passar deitado na cama ao lado de seu amante. Ele e Levi passavam cada vez mais tempo juntos, sempre se conhecendo, mas muitas vezes parecia que o mais novo tinha medo do mais velho, pois quando o homem tentava tocá-lo de forma mais apimentada, digamos, ele se afastava. O mais velho muitas vezes se pegava pensando se o mais novo não sentia repulsa por ele ser mais velho.

Porém os pensamentos do mais novo eram totalmente diferentes, ele se perguntava se o mais velho era experiente nesse assunto, já que a única experiência que teve fora contra a própria vontade, e diversas vezes se pegava pensando se doeria tanto quanto antes. Se perguntava, o que o mais velho pensaria ao olhar o seu corpo, que em sua opinião era estranho. Afinal, como pode alguém baixinho ser definido? Ele não sabia o que fazer.

Foi nessa mesma manhã fria e chuvosa, que era justamente o primeiro dia de férias do consultório de Erwin e primeiro dia de férias da faculdade de Levi, que o loiro tomou uma decisão. Ele iria sanar todas as suas dúvidas em relação ao mais novo. Mas para conseguir faze-lo falar seria difícil. Então tomou medidas drásticas, por assim dizer.

– Levi, estou saindo. – disse indo em direção á porta depois de tomar um banho e pegar a sua melhor roupa.

– Hum?- disse o menor da cozinha. – Vai pra onde? – perguntou terminando de tomar seu chá e indo atrás do outro.

– Em algum lugar. – disse o mais velho de forma rude.

– Por que está assim comigo? – perguntou o pequeno ao notar o tom do outro.

– Assim como Levi? – perguntou com certa impaciência.

– Assim, você fica me destratando e nem me convida mais para siar com você. – disse o pequeno.

– Talvez seja porque você odeia sair com um velho que nem eu. Talvez o seu amigo Eren seja uma companhia melhor que eu. – disse o loiro saindo e batendo a porta se dar tempo do mais novo entender a situação.

O outro no entanto demorou a entender a situação. Ficou besta por não ter percebido que o mais velho sentia ciúme de seu amigo Eren, o mesmo só o havia visitado uma vez, pelo motivo que será desnecessário escreve-lo aqui. Então também tinham ás vezes em que iria sair para resolver alguns problemas e não queria que Erwin visse onde ele morou, ou com quem falava e disse para Erwin que apenas teria gente de pouca idade e que era melhor ele não ir se não ficaria perdido no meio de tanta gente na puberdade. Claro que quando falou não esperou que isso fosse acontecer, agora estava ali, sentado na sala á espera do mais velho. O dia inteiro havia se passado, ligará diversas vezes para o celular do outro escutando sempre a mesma mensagem.

Oi você ligou para o Erwin, desculpe, mas não posso atender no momento. Deixe seu recado após o sinal. – aquele tom de voz alegre deixava o mais novo melancólico.

– Erwin, sou eu, volta logo pra casa, por favor. Eu preciso de você aqui. – disse em seu ultimo recado, qual logo depois começou a chorar ao perceber a grande burrada que fez ao colocar seu medo acima de tudo.

Mesmo que não amasse o mais velho, era apaixonado pelo mesmo, e não queria vê-lo triste por causa de seus medos infantis. E depois de ficar tanto tempo olhando os noticiários da BBC, procurando saber se algum acidente havia acontecido nas proximidades não notou o sono chegar, e por tanto chorar acabou dormindo rápido, ali no sofá com o controle na mão, enrolado em uma coberta do quarto do mais velho, o rosto inchado e mal deitado. Tão perdido na terra dos sonhos não soube quando Erwin chegou, nem ao menos percebeu a chegada do mais velho. Pois o mesmo fizera questão que o outro não soubesse de seu retorno.

Quando voltou ao apartamento Erwin estava bêbado, então apenas ignorou o outro deitado no sofá e foi ao seu quarto tomar um banho frio para passar a bebedeira. De banho tomado e trajando apenas uma calça de moletom escuro rumou para a cozinha a fim de saciar a sua fome, foi quando passou na sala e reparou melhor no jovem dormindo, o mesmo estava de mau jeito, a coberta cobria apenas o peito, o rosto continuava inchado e sua expressão de sono era a mesma de quem tem pesadelos. Em sua mão direita estava o controle da TV, e na outra só um pedaço de papel. O telefone estava próximo, e na TV estava passando a noticia de um acidente.

Quando foi dito o endereço do acidente, endereço próximo ao consultório do veterinário, os olhos do mais novo se abriram assustadoramente rápido, seu corpo se ajeitou no sofá para logo levantar e sair tropeçando nas coisas á procura do telefone que estava a sua frente. E enquanto procurava o telefone sussurrava o nome do mais velho. Então depois de achar o telefone ligou mais uma vez para o celular do mais velho, dessa vez escutando chamar, mas não percebeu o toque do celular que vinha do quarto. Quando caiu na caixa postal novamente o mais novo simplesmente desabou no chão chorando muito.

Ainda atordoado com o despertar repentino do outro Erwin demorou um pouco para se mover até o outro e tirar o telefone das mãos dele e faze-lo olhar para si. Quando viu Erwin, Levi pensou estar alucinando, mas quando sentiu o toque quente do outro seu coração disparou e voltou a chorar, mas desta vez de felicidade. Não esperou ele se aproximar, simplesmente lhe enlaçou o pescoço e o trouxe para perto.

– Você voltou pra mim. –disse em tom choroso.

– Você pensou que eu fosse te abandonar? – perguntou o outro abraçando o pequeno.

– Sim, eu te liguei um monte de vezes e você não ligou de volta. – disse se separando do mais velho e cruzando os braços em frente ao peito. – Droga Erwin se você está com ciúmes ao menos me diga.

– Eu? Com ciúmes? – disse incrédulo. – De onde você tirou essa ideia?

O menor ficou confuso, não sabia o que responder. Como assim de onde havia tirado essa ideia? De confusa sua expressão mudou para uma de indignação. Seus olhos mostravam toda a sua irritação uma pequena veia saltou no canto de sua testa. E a sequência dos atos que ocorreram foram confusos e borrados para o jovem.

– Como assim de onde eu tirei essa ideia? – sua voz era calma, coisa que o mais velho sabia que só acontecia quando o outro estava irritado. – Você saiu hoje eram dez horas da manhã, agora sei lá que horas são, mas sei que já passa de meia-noite. Quando você saiu disse para eu sair com o meu amigo Eren. Se isso não é ciúmes eu não sei o que é. – dito isso ele rumou para o próprio quarto e fechou a porta sem esperar uma resposta.

Erwin ficou lá parado, tentando entender o rompante que o menor tivera. Se pensasse do mesmo modo que o pequeno, lógico que a única conclusão a qual chegaria seria ciúmes também. Mas não podia estar sentindo isso. Esses eram os sentimentos de apaixonados, e ele, bom ele apenas gostava do outro. Era isso que pensava.

O motivo de ter saído sozinho não se cumpriu, na verdade por mais que procurasse não encontrou o motivo que levasse seu namorado a sair apenas com um amigo de longa data. Soltou um suspiro e foi em direção ao quarto do outro. Pensou em bater na porta, mas desistiu ao ouvir o soluço que vinha lá de dentro, tentou abrir a porta e viu que a mesma estava destrancada, abriu apenas uma fresta, de tamanho suficiente para poder entrar no quarto de hospedes onde havia um enorme arranhador rosa com uma linda gata preta em cima com a maior cara de tédio. Assim que viu a porta se abrir a pequena pulou de seu brinquedo e saiu do quarto em silêncio.

Após a saída da gata Erwin fechou a porta e se encostou nela suspirando, apenas para anunciar ao menor que estava ali. Se notou a presença dou outro ou não, Levi não fez questão de demonstrar, continuou a chorar agarrado em seu travesseiro bastante macio. O veterinário se aproximou lentamente da cama e se sentou na beirada da mesma levando sua mão aos cabelos revoltos do menor.

– Veio aqui pra que? – perguntou Levi com a voz chorosa.

– Pra dizer que sinto muito. – sussurrou o mais velho em resposta.

– Sente muito pelo o que? – perguntou enquanto ia mais para o outro lado da cama em um convite mudo para o mais velho deitar ao seu lado.

– Por ter feito você esperar por mim o dia inteiro. Por não ter percebido que eu tenho ciúmes de você. E por uma coisa que eu vou fazer. – disse deitando ao lado do pequeno o puxando para ficar sentado em cima de si.

– O que você vai fazer? – perguntou o pequeno com os olhos arregalados e as bochechas coradas ao se dar conta de onde estava sentado.

– Vou fazer sexo com você. – disse Erwin com um sorriso malicioso.

Não houve tempo do outro se quer protestar, logo seus lábios foram tomados em um beijo que lhe arrancou todo o fôlego, o beijo começou selvagem, mas ao terminar era doce, mesmo que o desejo se mostrasse forte entre eles, era claro como água que também havia um carinho entre os dois, talvez na forma como Erwin deixava suas mãos caminharem livres por cima da camisa do outro, sempre com delicadeza. Ou talvez no modo como Levi se entregava ao beijo com os olhos fechados, esperando nunca acordar caso aquilo fosse um sonho, no modo como suas mãos agarravam desesperadamente Erwin, não querendo nunca se separar do outro.

Quando o ar se foi, o beijo foi terminado em um estalo, e depois com pequenos selinhos. Os olhos do mais velho se abriram, mostrando todo o seu desejo, os do mais novo se abriram logo depois, mostrando além do desejo e da luxúria a sua paixão que ardia no peito. Ah, se aquele homem soubesse como o afetava estaria ferrado. As mãos grandes e fortes de Erwin passaram a subir a camiseta que o outro usava, querendo se livrar dela o mais rápido possível. E o mesmo foi feito com a calça do garoto, que fora puxada tão rápido que fez ele se desequilibrar e cair em cima do outro.

– Não seja tão apressado Erwin. Eu vou ficar aqui por muito tempo. – resmungou enquanto se endireitava na cama.

– Disse alguma coisa? – perguntou Erwin enquanto dava um jeito de se livrar das próprias calças.

– Nada não.

Apesar de sua resposta, a atitude apressada do mais velho estava assustando o pequeno. Queria pedir para que ele fosse mais devagar. Porém suas forças sumiam toda vez que Erwin o beijava. Não queria ter sua primeira relação com o mais velho daquele jeito. Com pressa. Queria fazer com calam e carinho, coisa que não estava recebendo do mais velho que apenas o arranhava e sussurrava pornografias e aquilo não era o que Levi queria. Ele queria um pouco de amor. Era verdade que o único que amava naquela relação era ele.

Então quando a mão do mais velho tocou um lugar ao qual ainda não gostava que vissem quem diria tocar, ele simplesmente empurrou o mais velho e se levantou da cama assustado de mais com tudo ao notar que suas calças estavam arriadas e o olhar do outro para si. E antes que Erwin pensasse em fazer alguma coisa Levi correu para o banheiro onde se trancou. E o maior ficou ali deitado pensando nas coisas. Pensou em se levantar e ir atrás do pequeno que certamente devia estar chorando no banheiro. Mas o sono levou a melhor, ainda estava de porre mesmo. Se fosse conversar com o outro acabariam brigando. Então dormiu ali mesmo, na cama que tinha no quarto de hospedes, dormiu envolto no cheiro do outro. Teve muitos sonhos com o outro. Sonhos que talvez nunca se realizem.

~//~

Na manhã seguinte ao incidente, Erwin acordará por volta das onze da manhã, primeiro estranhou onde estava dormindo, mas ao sentir o perfume que o mais novo usava se recobrou do que acontecera, mas sua mente se tornará confusa no momento em que entrava no quarto do outro. Se perguntou se havia feito com o menor o que pensava. Se tivesse talvez devesse pedir desculpas.

Se levantou e só então percebeu o estranho silêncio que estava na casa. Talvez Levi tivesse ido para a faculdade. Não! O dia anterior havia sido o ultimo dia de aula do pequeno. O terror tomou os olhos do outro. Levantou-se apressadamente da cama e procurou pro todo apartamento, mas nada de Levi estava apenas a gata ali. Sentada no sofá com um olhar um pouco triste. E ao lado da gata estava um bilhete escrito com a letra caprichosa de Levi.

“Erwin,

Eu agradeço tudo o que fez por mim nesses últimos quatro meses, mas eu preciso de um tempo longe de você. Não sei o que quero de você e nem o que você quer de mim. Ainda estou assustado pelo o que aconteceu ontem, e tenho medo de que você só queria ficar comigo, pois quer dormir comigo. Só te peço que cuide da Jeena, e cuide de si mesmo. Eu só preciso pensar um pouco.”

As lágrimas de Erwin vieram sabe-se de onde. Ele se ajoelhou no chão e deixou tudo sair, mas não por causa do pedido de tempo do garoto e sim do que havia mais no bilhete. Um pequena frase que o fez mudar tudo em sua vida. A frase que o seguiu por toda a sua vida.

Eu te amo, Erwin!”


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Notas finais do capítulo

Vocês querem me matar? Mas não se preocupem, se comentarem eu prometo contar um segredo!!!
Ja Ne.

Kissus,
Lady Naru.