Dariu ficou um dia de repouso pelo seu ferimento em sua cabeça. Ao amanhecer, ele se levanta e vai para cozinha. Após um tempo caminhando, ele se depara com Tracey arrumando a mesa do café da manhã.

– Mas o que significa isso? – Dariu espantado e extremamente surpreso.

– Café da manhã. Vai dizer que não se lembra disso também? – perguntou Tracey sorrindo.

– Como você entrou aqui? Essa é minha casa se você não reparou. – Diz Dariu incomodado.

– Calma eu mora aqui ao lado, resolvi passar aqui pra como você estava depois que voltei do meu turno. – Tracey senta ao lado de Dariu.

– Eu estou bem não precisa se preocupar... bom pelo menos você não e como os outros alunos. – afirma Dariu enquanto pega uma xícara de café.

– Como assim? – Pergunta Tracey enquanto tomava café junto com Dariu.

– Alguns alunos não gostam de mim por perto, só por que eu vim de fora da muralha. – Dariu abaixa a cabeça aflito.

– Hoje em dia essas coisas são mais frequentes. Você tem que se manter serio e demonstrar seu valor, se não fizer isso, eles nunca irão te respeitar. Eu sei disso por que já passei pelo mesmo, também vim de fora da muralha.

– O QUE! E sério isso? – Dariu cospe todo café em cima da mesa.

– É serio. No começo foi difícil, mas depois de um tempo eu mostrei pra eles. Se não fosse meu irmão pra me dar forças, acho que não teria conseguido – Tracey se levantou da mesa e pega um pano para limpar o café cospido – Tenha mais educação na mesa!

– Você tem um irmão? - Pergunta Dariu ignorando a bronca, ele estava feliz por não ser o único de fora da muralha.

– Sim, mas ele está servindo também por isso eu vim tomar café com você. Ele está tão focado nas tropas que já faz um bom tempo em que eu não o vejo mais – Diz Tracey ajeitando o cabelo.

– Eu queria saber quem são as crianças que carrego em minha memória, porem só me vem dois nomes a cabeça que não me servem de nada. – Dariu pega mais café.

– Quais são? Talvez eu possa te ajudar - Tracey pega uma caixa e deixa em cima da pia.

– Mayumi Tourence e Marvin Trevanti. Fora você e seu irmão, existem mais pessoas que vieram de fora da muralha? – Pergunta Dariu curioso.

– Marvin Trevanti já ouvi esse nome em algum lugar – disse tentando se lembrar – De fora da muralha? Acho que tem mais um homem que está em coma a dois anos. Ah! Nem te respondi como entrei aqui! – ela coçou a cabeça orgulhosa - Eu entrei pela janela. Dariu cospe o café novamente sobre a mesa.

– Pela janela? Você ta maluca e se alguém te visse? – pergunta Dariu espantado.

– Eu não vou limpar isso não! Até quando você vai ficar cuspindo essa merda? Vou dar uma olhada nos registros da cidade e ver se encontro algo sobre esses nomes.- Diz Tracey irritada.

– Então para de me surpreender! Quando você vai me dizer algo sobre os nomes? – Dariu se levanta para limpar o café.

– Meu turno sempre termina de madrugada então se der hoje mesmo, mas e provável que só consiga te dizer amanhã. – Tracey arruma as cadeiras envolta da mesa.

– Madrugada. Calma a e você disse que veio aqui depois do seu turno, desde quando você está na minha casa? – Pergunta Dariu enquanto bebia o resto de seu café e limpando a mesa.

– Desde ontem. Como eu entrei tarde fiquei com preguiça de sair então dormi com você, você tem um sono tão pesado que nem reparou isso. Essa caixa na pia é seu almoço vê se não esquece. – Tracey vira as costas e sai enquanto Dariu cospe o resto de seu café sobre a mesa novamente.

Mais tarde após seus exames, Dariu comparece ao quartel para mais um dia de treinamento, hoje sua turma se encontrava no campo leste do quartel. A sua ausência na aula anterior por causa de sua lesão na cabeça o fez andar bastante pelo local até ser orientado por alguém.

– Recruta Donavam o senhor reparou que está atrasado? Fique sabendo que por esse motivo quero o senhor até mais tarde dando voltas no campo de treinamento! – Diz Tracey extremamente seria.

– Me desculpa cabo Tracey! Eu não sabia que a turma se encontrava aqui! – Afirma Dariu.

– Até quando o senhor pretende dar desculpas? O senhor tem 17 anos precisa criar juízo. – Tracey anda em direção a Dariu com um equipamento DMT em mãos.

– Eu... eu aceito a minha punição. – Dariu abaixa a cabeça magoado.

– Você abaixa a cabeça rápido demais recruta, vista isso e vai pra formação! Hoje vamos treinar o equilíbrio, será a sua primeira experiência com o DMT. – Tracey entrega a Dariu o equipamento.

– Eu já vi isso antes, tem coisa faltando! – afirma Dariu após sofrer um flash de memória.

– Sim está faltando o gás e o porta laminas, mas e por que hoje só treinaremos o equilíbrio. Espera como assim já viu isso antes? – Tracey se espanta a o reparar no que Dariu havia dito.

– Eu não sei bem, mas tenho certeza que já vi isso em algum lugar! - Afirma Dariu confuso ao olhar para o equipamento.

– Todos que vem de fora da muralha ficam em observação por um tempo, não diga a ninguém sobre reconhecer o DMT, porque isso pode ser motivo o suficiente para ser preso. – Tracey se mantém muito pensativa.

– Talvez tenha sido quando eu fui salvo pela tropa de exploração, mas de qualquer forma não vou dizer nada a ninguém já chega de problemas na minha cabeça. – Dariu correu para a formação.

– Foi eu quem o salvou, o titã que o atacava era grande demais e eu fui muito rápida é impossível que ele tenha visto algo. Quando me aproximei ele já estava inconsciente. – Tracey segue Dariu com o olhar enquanto pensa.

– Você está bem? Myriam olha para Dariu muito preocupada.

– Como que tá essa cabeça cara? - Nyahmaru se inclina pra frente olhando para Dariu.

– Uhum... não precisa se preocupar. – Dariu sorry em direção a seus companheiros.

– Hoje dividiremos a turma em equipes escolham seus parceiros que se manterão ate o fim do ano. A última avaliação de vocês será uma disputa entre as equipes no ultimo bimestre. – Grita Tracey pegando toda turma de surpresa.

– Droga parece que vou ficar sozinho... – Dariu abaixa a cabeça esperando o pior.

– As equipes não podem ter mais de 5 membros, Nossa turma tem 30 alunos eu quero 6 equipes. Se em 5mim a turma não estiver dividida see preparem para ficar depois da hora hoje. – Tracey anda de um lado para o outro observando os alunos.

– E cara precisamos de mais 2! - Afirma Nyahmaru dando um tapa no ombro de Dariu.

– O que? – Dariu e pego de surpresa e ao olhar se depara com Myriam e Nyahmaru a sua espera.

– Esse ano eu quero fazer novos amigos, então não a ninguém melhor que você como parceiro de equipe! – Myriam estende a mão para Dariu enquanto Nyahmaru cruza os braços. Ao se deparar com aquela cena Dariu sofre um flash de memória e presencia a mesma cena com pessoas diferentes em sua infância. A pessoa que o estendia a mão dizia: Não é hora de parar, eu sei que você está cansado, mas se eu chegar em casa sem você, o papai vai brigar!

– Cara você tem certeza que ta bem? – Nyahmaru se aproxima e cola a mão em sua testa.

– To sim. Olha eu não estou afim de ficar correndo nesse quartel até tarde, vamos procurar águem que não me odeia pra entrar na equipe. Dariu tira a mão de Nyahmaru olhando pra ele com uma cara de indiferença.

– Ninguém aqui te odeia, para de bancar o excluído – Myriam se aproxima de Dariu e se agarra ao braço de dele. Enquanto eles conversavam Clarie se aproxima com um rapaz de cabelos avelã bem curto, de pele clara com altura mediana.

– Vamos para a formação! A cabo Tracey mandou a turma dar centenas de voltas. Esse aqui e o Carlos Daltain ele vai fazer parte da nossa equipe. – Diz Clarie enquanto entra na formação.

– Nossa qual será o nome da nossa equipe? É bem provável que seja time dos exilados só tem gente que ninguém quer ou gosta. – Diz Nyahmaru com um sorriso sarcástico.

– Quem bom que se resolveram a tempo, após o termino do turno de vocês eu direi o número de identificação de cada equipe e seus membros. Agora vamos ao treinamento. – Tracey faz algumas anotações em sua prancheta. Dariu se prepara e sobe na máquina, ao levanta-lo ele se equilibra perfeitamente. Como se tivesse nascido para fazer aquilo, Nyahmaru e Clarie se saem muito bem, Carlos pega o jeito fácil, porém Myriam sente um pouco de dificuldade para se equilibrar. Enquanto ela pratica a equipe conversa um pouco.

– Myriam é só você ter calma! – Afirma Nyahmaru encorajando.

– Eu sei, mas é difícil. – retruca Myriam.

– Tenta não se mexer muito. – Diz Carlos enquanto pensa.

– Dariu me ajuda? Você fez parecer tão fácil. – Disse Miriam desanimada.

– Eu não sei como explicar... Deixa eu fazer e você da uma olhada. – Dariu sobe ao equipamento novamente.

– Então pessoal, agora que somos uma equipe que tal a gente se conhecer melhor? Carlos me fala sobre você. – Diz Nyahmaru enquanto retira o DMT da cintura.

– Eu morava na cidade de Sina com meus pais, após um incêndio na padaria dele tivemos muito prejuízo e tivemos que nos mudar por falta de dinheiro. Hoje moramos na cidade de Rose e eu me alistei pra ajudar com as despesas de casa. – Carlos senta no chão enquanto olha pro céu.

– Eu sempre morei nas muralhas de Rose. Meu pai foi das tropas de exploração. Ele era nosso sustento. Em uma missão fora da muralha, meu pai perdeu as duas pernas e acabou perdendo o emprego. Minha mãe desapareceu logo depois. Agora meu pai trabalhando fazendo as armas e equipamentos ajudando o exército como pode. Eu decidi seguir seu sonho e quero me tornar um soldado das tropas de exploração. – Diz Nyahmaru olhando para suas mãos se sentindo impotente.

– Eu não me lembro do meu passado e você Myriam? – Dariu começa a se balançar no equipamento para frente e para trás.

– Eu... eu morava em shingashima com meu pai e minha mãe e irmãos, meus pais e meu irmão mais velho serviam as tropas. Na invasão de 845 eles foram mortos. Eu e meu irmão mais novo fomos levados para um orfanato militar. Viviamos fugindo em uma dessas fugas, fomos sequestrados por contrabandistas de crianças. Assim que tive uma brecha, fugi e fui chamar ajuda, mas quando voltei já era tarde. Depois desse dia eu nunca mais vi meu irmão. – Myram abaixa a cabeça muito triste e com a consciência pesada.

– E você Clarie? – pergunta Dariu com esperança de que ela fosse alegrar as coisas.

– Minha mãe morreu quando eu nasci, a minha infância com meu pai foi muito vaga ele vivia trabalhando e esquecia de mim, a grande verdade que eu fui praticamente criada pelo povoado. Quando os titãs invadiram Maria, todas as pessoas que cuidaram de mim e diziam que me amavam fugiram me deixando pra trás. Meu pai foi morto pelos titãs e só me restou me esconder e correr quando podia... Depois de horas eu consegui me aproxima das tropas, foi quando um soldado me avistou. – Enquanto Clarie falava em sua face demonstrava raiva e seus olhos um vazio.

– Quer saber? Já chega de historia de terror. Eu aposto que consigo dar um mortal com esse DMT! – Diz Dariu enquanto pega impulso para girar. Seus companheiros ficam de pé para ver o que ele faria, após girar o equipamento solta arremessando-o para frente em cima de Clarie, e meio que em segundo em quanto caem um beijo acidental quase que passa despercebido. Claire levanta rapidamente e pega seus objeto que carrega envolvido em um pano na cintura e começa a bater em Dariu.

– Você quer morrer? – Grita Clarie enquanto bate.

– Ei ei ei ele está com a cabeça machucada. – Diz Nyahmaru segurando o braço de Claire.

– Se ele não fosse tão babaca, os outros alunos não odiariam ele. – Grita Clarie com muita raiva.

– Olha foi um acidente. Não e culpa dele o que os outros alunos pensam ou deixam de fazer! – Myriam ajuda Dariu a se levantar.

– Ela tem razão, eu sou muito imaturo. Já deu a hora de crescer. – Dariu abaixa a cabeça triste.

– Pessoal foi só um acidente vamos nos acalmar. – Diz Carlos sem saber o que fazer.

– Olha a cara dela está toda vermelha até parece que gosto! – Afirma Myriam indignada.

– Eu eu... estou vermelha de raiva, se ele não fosse tão criança isso não aconteceria! Grita Clarie virando de costas para ninguém ver seu rosto.

– Gentes, por favor, parem isso foi culpa minha vamos tentar esquecer o que aconteceu. Clarie eu sinto muito mesmo e a única coisa que posso ti dizer, e que sou melhor do que você no DMT estou ganhando em nossa aposta por enquanto. – Diz Dariu sorrindo enquanto coloca a mão no ombro de Clarie.

– O que!! Eu aqui te protegendo e você dando em cima dela. – Myriam fica com o rosto vermelho.

– Você só esta ganhando por enquanto, e também está usando esses seus truques pra ganhar. – Clarie fica muito sem jeito retira a mão de Dariu de seu ombro.

– Eu o que? Eu não estou dando em cima de ninguém eu só queria mudar de assunto. – Dariu fica espantado e sem jeito.

– Mentiroso ela ti bate e você ainda fica do lado dela. – Myriam coloca as mãso na cintura demonstrando estar irritada.

– Por hoje já chega turma, amanhã eu quero ver todos praticando equilibradamente e não uns mais do que os outros. – Grita Tracey para anuncia a turma.

– Beleza! Já não aguentava mais ficar nesse lugar. – Nyahmaru começa a retirar seu DMT.

– Uhum... é muito chato e cansativo ficar no quartel. – Carlos pega um livro em seu bolso.

– Ouviram garotas ora de ir, a cabo dispenso a gente. – Dariu se fasta sem saber o que fazer.

– Recruta Donavam venha comigo, temos assuntos a tratar resolveremos enquanto o levo pra casa. – Tracey pega Dariu pelo braço e sai puxando ele para fora do quartel.

– Olha só. Só pra deixar claro ele não estava dando em cima de mim ok. – Clarie retira seu DMT enquanto olha para Myriam.

– Aham sei muito bem que não. – Myriam vira a cara para não ter que encarar sua amiga.

– Myri para com isso, aposto que nem namorada dele você é. – Clarie pergunta com segundas intenções.

– Eu... eu... é claro que não! – Afirma Myriam vermelha de vergonha.

– Tantos homens solteiros por aqui, e elas só sabem brigar por ele. – Diz Carlos com um sorriso irônico.

– É mesmo. – Concorda Nyahmaru.

– Eu hein! Se enxerga garoto, vamos embora Myri. – Clarie pega a mão de Myriam e sai andando enquanto continua a sua conversa.

– O pessoal estava dizendo que a Myriam ficou um tempão na enfermaria sozinha com o Dariu, será que rolou alguma coisa? – Nyahmaru se inclina para perguntar a Carlos.

– Do jeito que ela ficou por causa dele agora pouco, eu não duvido de nada. – Carlos sorri enquanto observa as garotas indo embora.

Do lado de fora Dariu e Tracey se encontravam indo para casa, após um turno de treinamento e trabalho já era tarde e Tracey parecia determinada a dormi na casa dele novamente.

– Olha apesar de meu irmão estar em casa hoje, eu vou dormi com você! - Tracey sorri e abraça o braço de Dariu.

– É claro... que não, você está maluca? Eu não quero você na minha casa. – Dariu vira o rosto para outro lado evitando olhar para ela.

– Eu não perguntei se podia, eu disse que vou e pronto. – Tracey retira do bolso um com umas anotações.

– Para com isso! A primeira vez que você dormiu lá foi por que eu já estava dormindo, caso o contrário você não teria. – Dariu persiste.

– Amanhã meu irmão vai avaliar o nosso treinamento, ele comparecerá um dia sim e um dia não até a turma se forma. Eu trouxe o que você pediu. – Tracey coloca o papel na mão de Dariu.

– O que são esses números? – Dariu não entende direito.

– Isso são coordenadas de onde eu encontrei um livro, com isso você pode ir a biblioteca da cidade e conferir sobre um dos nomes que você me deu. – Tracey aponta para o papel nas mãos de Dariu.

– Ah é mesmo os nomes, ok tem mais alguma coisa? – Pergunta Dariu enquanto guarda o papel no bolso.

– Os nomes que você me deu não tem nenhuma ligação, Mayumi Tourance era filho de um casal de sina, ele foi sequestrado e desapareceu quando criança. E Marvin Trevanti era parceiro de D’ogma Howllins eles praticamente criaram a tecnologia e a ciência de hoje em dia, quase todos os livros falam algo sobre eles, porem ele nasceram a muito tempo atrás. Nasceram antes da aparição dos titãs. – Diz Tracey com um olhar de desconfiança para Dariu.

– Droga isso não vai me ajudar em nada! – afirma Dariu sem saber o que fazer.

– As informações sobre o garoto desaparecido você nem tem como saber, é arquivo confidencial das tropas estacionarias. – Tracey se torna muito pensativa.

A o chegar Tracey, vai em casa buscar as coisas enquanto Dariu reclama por ela insistir em dormi na casa dele.