Way Side -Interativa escrita por Kiseki Akira, Destiny Trancy


Capítulo 5
Schatten


Notas iniciais do capítulo

Olá...
Primeiramente, nos desculpem pela demora para atualizar... Aconteceram... "imprevistos". O importante é que o capítulo está aqui! )o)
Boa leitura.



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Após Gilbert Belshimit (o garoto de jaqueta da Prússia), e Wesley Michel (o garoto de boné) terem sido levados até a sala da diretora Elizabeth Collins, os ânimos começaram a se acalmar e a aula recomeçou normalmente. O resto do dia fora dedicado a explicar o básico da magia aos alunos, e logo depois às onze horas, os alunos foram liberados para vagar pela escola e conhecê-la.

É claro que haviam áreas proibidas, como a sala da diretora, a floresta, e outras áreas que eram apenas para funcionários. O resto do dia fora cheio, e a noite, surpreendentemente calma. Mas dias cheios não era o que lhes faltaria naquela escola.

(...)

No dia seguinte, após o café da manhã, os alunos se reuniam na sala de aula à espera da professora que lhes daria aula naquele horário, mas ela estava quase vinte minutos atrasada, então ninguém se dava ao trabalho de ficar calado.

–Vocês não acham que é injusto não termos uma festa de boas-vindas? –Perguntou Coraline, examinando atentamente suas unhas ao falar com Kenai e Tsuimi, que já estavam ficando acostumados a serem vigiados por ela. Caso Coral saísse de perto, um começava a insultar o outro.

–Onde você já ouviu falar de festas de boas-vindas em escolas de bruxos? –Perguntou Tsuimi.

–Na verdade, a maioria de nós nem sequer tinha ouvido falar em escolas de bruxos. –Disse Kenai, e Tsuimi o fuzilou com os olhos. –De qualquer forma, a escola reabriu há pouco tempo. O que você queria?

Ter uma festa de boas-vindas! –Exclamou Coral, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Kenai estalou a língua e voltou sua atenção a seu livro de história (que, a propósito, tratava-se apenas de história da bruxaria). Ao seu lado, estava sentando um garoto louro que não dissera uma palavra desde que chegara ali. Ele usava óculos escuros e apoiava seu rosto nas mãos.

Coral seguiu o olhar do amigo e observou o louro.

–Será que ele está vivo? –Perguntou brincando, mas Kenai bufou.

Ela tirou os óculos do garoto, que mal pareceu notar. E eles viram que o garoto realmente não notara. Ele estava dormindo sentado. Tsuimi abafou uma gargalhada, enquanto Kenai pegava seu livro e fingia que não tinha visto nada, com aquela cara de “isso aí não é problema meu”.

–Ei... –Coral cutucou o louro, mas no mesmo instante a professora entrou na sala, e então Tsuimi enfiou os óculos no rosto do garoto rapidamente.

Kenai sentou com o garoto que dormia e Coral com Tsuimi, uma vez que as mesas eram duplas. Sentados lá atrás estavam Gilbert Belshimit (que era chamado pelos outros alunos de “garoto da Prússia”), o louro pálido com o piercing no lábio inferior (Leere Collins), Daphne, e boa parte dos alunos com quem ninguém quer se meter.

–Boa tarde... Coisas. –A professora lançou aos alunos um olhar arrogante, e todos estranharam imediatamente. –Eu me chamo Bianca Northanger. Sou irmã da professora de poções, Evelyn. Ensinarei-lhes a História da Bruxaria, e garanto que se tirarem notas baixas... Coisas desagradáveis acontecerão. Sou a única professora com permissão para aplicar castigos em classe.

A classe ficou tensa. A mulher arrogante não se parecia nada com Evelyn –exceto talvez pela pele incrivelmente pálida. Bianca tinha cabelos curtos e castanhos, e seus olhos eram verde-claros. Sua expressão era orgulhosa e irônica, completamente diferente dos traços gentis e misteriosos de Evelyn.

E assim que foram chamados de “coisas”, eles logo perceberam que ela ter possivelmente permissão para aplicar castigos não seria nada bom.

–Também é um prazer conhecê-la, Miss Simpatia. –Murmurou Risuka, mas a professora pareceu escutá-la e lhe lançou um olhar afiado. –Cruz credo...

–Fique quieta. –Disse Myranda, séria.

Bianca Northanger não pediu que ninguém se apresentasse ou nada do tipo. Simplesmente começou a dar sua aula sem mais nem menos, dizendo antes: “quem não quiser prestar atenção, é só sair por aquela bendita porta”. Ninguém moveu um músculo, parte por medo dela e parte por educação.

Tudo estava indo bem, quando de repente eles ouvem um som estranho, como quando um garoto fora atirado na porta da sala. Mas o som vinha de dentro da sala.

Kenai ficou gelado e ignorou.

O garoto louro havia perdido o equilíbrio com suas mãos, que antes apoiavam seu rosto, e acabou batendo a cabeça com força na mesa de madeira polida. Imediatamente ele levantou o rosto e observou a classe ao redor, confuso.

–Hein? Quando foi que a aula começou?

E ele cometera o risco de pronunciar a frase alto demais, fazendo com que Bianca virasse o rosto lentamente para ele, e seu olhar era simplesmente apavorante: ela parecia uma psicopata prestes a estrangular alguém.

–Você está morto. –Disse Daphne, lá de trás, sendo apenas desagradável como sempre.

(...)

Após o término das aulas, os alunos se espalharam pela escola para almoçar: eles podiam almoçar em qualquer lugar, exceto, é claro, as áreas proibidas. Um grupo de adolescentes problemáticos se dirigia para um campo de flores amarelas próximo ao muro da escola, e Cindy Cole estava sentada próxima de lá, apenas observando com o canto dos olhos.

Daphne a viu e acenou com a cabeça, e com um sorrisinho irônico nos lábios. Cindy revirou os olhos e encarou sua maçã, concluindo que era mais interessante do que olhar para a ruiva.

De repente, atrás dela apareceu uma pessoa.

Era a garota de cabelos dourados e olhos cor de mel, que tentara separar a briga do dia anterior e que quase fora eletrocutada juntamente com Gilbert.

–Ahn... Olá... –Disse ela, sem jeito. –Posso ficar perto de você? Eu... Queria ficar perto das flores, mas longe deles também. –Ela gesticulou com a cabeça para o grupo problemático.

–Como queira. –Respondeu Cindy. –Não gosto deles mais que você.

A garota abriu um sorriso e sentou ao lado dela, cruzando as pernas num gesto gracioso. Sua presença era tão encantadora que era difícil imaginá-la sendo atingida por um raio.

–Sou Alícia Roux. –Apresentou-se, estendendo a mão para Cindy.

–Cindy Cole.

–Você está se adaptando bem à escola? –Ela perguntou enquanto tiravam um petit gateau de dentro de uma caixinha plástica.

–...Mais ou menos...

–Na matemática, “mais ou menos” tende para menos, sabia?

–Eu não falo na “língua da matemática”.

–Nem eu.

Cindy a observou sem dizer nada, então deu de ombros e mordeu sua maçã. O cheiro do campo florido era simplesmente agradável e lhe dava vontade de dormir. Sem dizer absolutamente nada, Myranda e Risuka se sentaram perto das duas.

Alícia, que ia se virando para procurar sua colher, assustou-se com a presença das garotas, especialmente a de Risuka, que olhava vidrada para as flores com seus olhos brilhando. Era meio... estranho.

–Olá. –Disse Alícia.

Cindy franziu a testa e olhou para as duas outras garotas.

–E aí? –Disse Risuka, estendendo a mão para Alícia. Myranda apenas acenou com a cabeça e voltou sua atenção a sua própria comida.

–Nós estudamos na mesma sala, certo? –Disse Alícia.

–Sim. Como não notou minha adorável presença? –Perguntou Risuka, sorrindo inocentemente. Cindy e Myranda a encararam como se ela fosse maluca.

–Não, eu... –Alícia se interrompeu, observando a distância o grupo de delinquentes se movimentar. O garoto com piercing no lábio se levantou com cara de poucos amigos, como se detestasse a ideia de respirar o mesmo ar que aquelas pessoas, e então saiu andando. –Leere Collins...

–O que tem ele? –Perguntou Myranda, ainda encarando a própria comida.

–Ahn, nada. –Alícia ainda o encarava de canto, até que ele entrou na escola e saiu de vista. –Eu só... Não sou muito fã dele. Dividimos o vagão do trem que pegamos para chegar aqui, e admito que não foi muito agradável.

–Ele parece não gostar de gente. –Disse Risuka.

–É como se não gostasse... –Continuou Alícia. –Ele se acha melhor que os outros. Sabe... Até mesmo o nome dele foi dado em homenagem a um famoso bruxo das Trevas, um de olhos dourados.

–Nossa, pelo visto os pais dele adoraram a ideia de ter um filho. –Riu-se Risuka com sarcasmo.

–Leere Alptraum, o bruxo das Trevas... ex-diretor da Schatten.

Ah, da Schatten. –Disse Risuka. –E o que é Schatten?

–Uma escola de bruxos “maus”. Lá, só são permitidos alunos cujos olhos são dourados.

–Que idiotice. –Disse Cindy, finalmente começando a prestar atenção na conversa.

–Eu concordo.

–Bom... Tanto faz. –Myranda olhou para as garotas. –Desde que ninguém dessa escola venha mexer com a gente, claro. Algo me diz que eles não ensinam princípios igualitários por lá.

–Princípios igualitários... –Repetiu Risuka. –Você acabou de falar como um “dicionário humano”.

Myranda revirou os olhos.

–Bom, vamos deixar esse tal de Leere pra lá e nos concentrar no que realmente importa: nosso lanche. –Risuka abriu um sorriso e abriu um pacote de donuts.

–Leere. Do alemão... Vazio. –Comentou Alícia. –Exatamente como ele. Acho que... ele é o tipo de pessoa que mataria para salvar a própria vida.

As garotas a encararam em silêncio.

(...)

No dia seguinte, haveria mais uma não tão agradável aula com a professora Bianca Northanger, que mais uma vez estava atrasada.

O dia estava particularmente frio, ventava muito lá fora e os galhos das árvores que cercavam a escola balançavam freneticamente, suas folhas voando por aí. Alguns alunos entravam na sala descabelados e com folhas nos lugares mais inesperados.

Charles Helders, o pobre garoto que havia dormido na aula de Bianca, espirrou. Seu nariz estava avermelhado, e ele se enrolava num cachecol azul com uma expressão inocente de criança, enquanto desenhava em silêncio.

Coraline andou até ele, ainda tentando arrumar os cabelos que foram bagunçados pela ventania.

–E aí, Suicida?

Ele levantou os olhos azuis para ela, confuso.

–Como?

–Estão te chamando de Suicida por aí. Sabe...? Aula da Bianca...

Ele fez uma careta e voltou ao desenho, e então murmurou:

–Aquela mulher é perigosa...

–Não tenho dúvidas. –Concordou ela, e no mesmo instante, Bianca abriu a porta da sala abruptamente.

Ela parecia perturbada, seus cabelos curtos estavam mais bagunçados que o comum, mas ela estava com o rosto pontilhado por suor, então não podia estar vindo da ventania gélida lá de fora.

–A aula está cancelada. –Falou ela enquanto tentava recuperar o fôlego. Bianca passou a mão na testa suada, e só então eles perceberam que suas mãos tremiam.

Os alunos a observaram com confusão, e no mesmo instante, eles escutam um estranho som vindo do lado de fora. Não era um rugido como o de um leão, nem um rosnado como o de um cão, mas era animalesco. O que era aquilo, ninguém sabia. O som era como o de vidro sendo quebrando em forma de rosnado.

A professora fechou a porta imediatamente, e então abriu um sorriso nervoso para a classe.

–E então... Que tal vocês se esconderem? –Ela sugeriu.

–Hein? –Várias vozes disseram, e então eles escutaram o som de algo se chocando com força contra a porta, quase derrubando Bianca no chão. O rugido estranho foi escutado novamente.

–Só pode estar de brincadeira comigo... –Grunhiu a professora, tanto irritada quanto nervosa.

–O que é isso? –Perguntou Alícia.

–Ahn, nada demais. Só um dragão japonês. Nada demais.

Outra pancada na porta.

–Que droga!

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então... Agora é que a situação vai ficar "séria" na fanfic... Quem quiser nos enviar sugestões do tipo "quero que tal personagem dê uma porrada em outro personagem" etc., pode enviar.
PS: Está escrito sugestões, e não ordens.
Obrigada por ler! ^^