Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

...''Ele sorri e vem pra cama, ele apaga as luzes e se deita ao meu lado, imediatamente eu enrosco meu braço em volta dele, e coloco meu rosto na curva do seu pescoço. E é assim que nós dormimos''...



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Acordo com Peeta se levantando da cama, o sol ainda está nascendo.
– Bom dia! – eu falo enquanto ele está tentando não fazer barulho.
Ele se vira pra mim. – Bom dia, não queria te acordar! – ele fala enquanto se aproxima e me dá um beijo rápido.
– Tudo bem! – eu falo ainda me espreguiçando na cama – Já vai pra padaria? – eu pergunto.
– Antes vou passar em casa e depois sim vou pra padaria. – ele fala
– Não vai tomar café? – eu pergunto enquanto me sento na cama.
– Se você for tomar café agora eu posso te acompanhar – ele fala e aguarda minha resposta.
– Tudo bem, me dá um minuto – eu falo saltando da cama e indo pro banheiro.
Quando saio do banheiro ele não está mais no quarto, por um instante acho que ele foi embora, então eu escuto um barulho vindo lá de baixo, e desço pra encontrar ele na cozinha.
Haymitch não está mais na sala, ele deve ter acordado e ido pra casa. Ainda tem um pouco do pão que Peeta fez ontem e algumas frutas e esse é o nosso café, comemos. Peeta sai e eu fico em casa, afinal ainda tem o almoço com Gale e eu nem sei o que fazer, quer dizer nem sei o que Greasy vai fazer, em uma coisa eu tenho que concordar com Haymitch eu não sou uma das melhores na cozinha, mas como ainda faltam algumas horas pra ela chegar, eu volto lá pra cima e me deito de novo. Enquanto estou deitada repasso os últimos acontecimentos na minha cabeça, o quanto eu já avancei, a verdade é que eu acho que só agora eu estou realmente vivendo, eu sempre tive tantas coisas que eram prioridades pra mim que eu mesma acabei ficando em segundo plano, desde a morte do meu pai eu tenho todas essas responsabilidades comigo, primeiro manter a mim, minha mãe e Prim alimentadas e vivas, depois tiveram os jogos, e eu tinha que sair de lá pra continuar com a minha responsabilidade, no meio disso surgiu Peeta, e então veio a revolução onde eu fui aclamada o ‘’tordo’’, e por mais que eu não quisesse mais uma responsabilidade estava sendo colocada no meu ombro, e cada vez menos eu sabia quem eu era, cada vez eu me diminuía mais no meio disso tudo, agora depois que tudo isso passou eu sinto como se eu finalmente tivesse começando a me conhecer, sem muitas expectativas mas ainda assim vivendo, pela primeira vez ontem com o Peeta eu me senti apenas como uma garota, na maioria das vezes eu me esqueço disso. Ontem eu estava como uma garota normal, claro que isso é um pouco demais, eu vivi tudo isso e não posso mudar, foram todas essas coisas que me tornaram quem eu sou hoje, eu continuo com as minhas marcas e com a saudade de todos que eu perdi, mas agora eu consigo enxergar um futuro pra mim, ou pelo menos um presente, e não importa como vai ser eu só tenho certeza de uma coisa, Peeta tem que estar nele. Acabo cochilando, quando acordo o sol já está no meu rosto, me levanto a cama e desço. Greasy já está em casa.
– Bom dia – eu falo enquanto entro na cozinha.
– Bom dia Katniss – ela responde sorrindo – achei que você não estivesse aqui, enfim, estivesse na padaria. – ela fala.
– Não hoje – eu falo me sentando – Gale vem almoçar aqui – eu falo e ela me olha com um olhar interrogativo, aguardando que eu fale mais – Ontem ele chegou aqui no distrito, nós nos encontramos e eu chamei ele pra almoçar aqui hoje. – eu falo simplificando tudo.
O olhar dela me pergunta o que ela não consegue.
– Ele é só meu amigo – eu respondo sua pergunta silenciosa – Eu amo Peeta – e quando eu termino de dizer ela dá um pequeno grito, não posso não rir da reação dela.
– Ah Katniss, que bom, que bom! – ela diz me abraçando.
– Obrigada – nem sei ao certo o que dizer, não imaginei esse tipo de reação dela, então isso é tudo o que eu digo. Quando ela finalmente me solta eu continuo a conversa.
– Então? Será que você pode fazer o almoço? – eu pergunto enquanto ela ainda está se acalmando.
– Claro Katniss. Eu já estava começando a preparar mesmo – ela responde agora já no seu humor de sempre – Eu ia preparar um cozido, mas se você preferir outra coisa – ela fala aguardando minha decisão.
– Não, está ótimo – eu falo concordando com a escolha dela.
– E vai ser só pra vocês dois? – ela aguarda a resposta.
– Não. Peeta vai vim – eu falo rapidamente – e talvez o Haymitch – eu dou de ombros – Quem sabe quando ele vai aparecer não é? – eu concluo me lembrando de ontem.
– Tudo bem. Então é melhor eu começar a preparar as coisas – ela fala e antes de se virar me dá mais um largo sorriso que eu retribuo um pouco sem graça.
Subo novamente pra tomar banho e me arrumar, deixando Greasy preparando o almoço.
Vou pro banheiro e coloco a banheira pra encher em seguida vou pegar uma roupa, antes eu retiro a blusa que estou pra poder olhar a marca do meu braço e fico aliviada quando vejo que ela já está desaparecendo, embora ainda esteja um pouco visível, de modo que escolho uma blusa que possa cobrir a mancha, pego a roupa, volto pro banheiro e entro na banheira, tomo meu banho, me permito ficar mais algum tempo dentro dela, em seguida saio da banheira, me visto, vou pra frente do espelho amarro meu cabelo no rabo de cavalo e me encaro uns minutos.
Bom, é isso aí, agora eu vou descer encontrar com Gale e falar pra ele da minha decisão, que eu amo Peeta, não posso saber qual será a reação dele mas espero que ele não faça nada que me obrigue a me afastar dele novamente, eu sei o que sinto agora e vou lutar por esse futuro com Peeta seja ele qual for, mas eu também queria poder ter Gale por perto, ao menos manter nossa amizade, não tenho como eliminar da minha vida a presença que ele teve por tantos anos nela, ele foi meu ombro amigo, companheiro de caçada, aquele que eu podia ser eu mesma, e isso não é algo que possa ser esquecido assim, e mesmo que fosse eu não quero esquecer ele, mesmo magoada com ele, ele me fez muita falta. E eu espero que ele não estrague isso.
Termino de me arrumar, arrumo o quarto também e então desço ainda está um pouco cedo pro almoço, mas conhecendo Gale como eu conheço acho que ele não demora muito pra chegar, até por que ele não sabe da minha decisão e deve está esperando que eu converse com ele hoje. Greasy permanece na cozinha empenhada em preparar o almoço, eu vou para o escritório e quando entro ainda posso sentir o mesmo arrepio que eu senti quando entrei aqui e vi o presidente Snow aqui dentro, mas tento afastar esse pensamento, vou até a mesa e pego o livro da família que eu e Peeta trabalhamos pra poder terminar, e começo a folheá-lo, até que não aguento ficar sentada esperando, termino de ver o livro, o fecho coloco no lugar, me viro e saio do escritório, quando estou chegando na sala, ouço as batidas na porta, Greasy já está saindo da cozinha pra atender quando eu digo.
– Pode deixar Greasy, eu abro, deve ser o Gale – eu digo enquanto caminho pra porta.
“É isso aí Katniss, é agora” – eu digo pra mim mesma, enquanto abro a porta e encontro os belos pares de olhos cinzentos a minha espera.
– Gale – eu digo abrindo a porta e sorrindo.
– Catnip – ele diz abrindo um sorriso também.
Eu abro mais a porta como um convite pra ele entrar, ele entra e eu fecho a porta atrás de mim. É estranho como começar essa conversa, não sei o que falar, me sinto completamente perdida, ainda não sei como mas eu vou ter que criar coragem e palavras pra falar com ele.
– Sabe que eu acho que essa é a primeira vez que eu venho de verdade na sua casa, enfim, por um convite seu e não por outras circunstâncias. – ele fala dando de ombros, e é verdade não tinha pensado nisso, quando Gale veio aqui, primeiro ele estava inconsciente e depois foi pra tratar dos ferimentos, essa é a primeira vez que eu realmente chamei ele pra vir aqui.
– Verdade, não tinha reparado nisso – eu digo tentando agir naturalmente. – Bom, seja bem vindo de qualquer maneira. – Eu falo sorrindo e mostrando a casa com as mãos.
Ele sorri e agradece. Eu me sento, apontando também o sofá pra ele se sentar.
– E então como foi estar de volta no Distrito 12, agora que você é uma ‘’celebridade’’ lá no 13? – eu pergunto tentando iniciar um assunto.
– Não diria uma celebridade. Você está mais pra celebridade do que eu. Mas é bom está de volta. Me sinto em casa de novo. – ele fala enquanto se encosta no sofá. – Minha mãe e as crianças não se acostumaram tão bem por lá, provavelmente no próximo mês eles devem estar voltando pra cá – ele fala dando de ombros.
– Oh que bom, não se preocupe. Eu tomo conta deles – eu digo forçando um sorriso. – Vai ser bom ter Hazelle e os meninos por perto de novo – eu concluo o pensamento ainda com minha cabeça dando voltas.
– Só eles? – ele pergunta me encarando e se virando pra mim no sofá – Talvez eu volte também. – ele termina de falar me olhando nos olhos aguardando que eu fale algo.
Eu tomo uma respiração profunda. É agora – eu penso.
– Seria bom ter você por perto também – eu falo mantendo os olhos nele – É sempre bom ter os amigos por perto – eu termino de falar e percebo a mudança no olhar dele, ele desvia o olhar do meu por uns segundos e então volta a me olhar.
– Katniss, você sabe por que eu to aqui, depois de ontem eu esperava uma resposta sua e você não me deu, acho que você pode imaginar que eu ainda estou esperando não é?- ele volta a falar lentamente – então sem meios termos, nem enrolações, o que realmente você tem pra me falar? – ele pergunta e se eu tom de voz é bem medido.
Eu me endireito no sofá, de frente pra ele e começo a falar.
– Eu quero que você saiba o quanto você foi importante pra mim, aliás você ainda é. Todos os momentos que nós passamos juntos, caçando, conversando ou apenas ficando em silencio, estão tão intactos dentro de mim, que quando eu penso parece que acabou de acontecer, ontem eu tive mais certeza disso, do quanto eu senti falta de nossas horas juntos, da cumplicidade que nós tínhamos um com outro. – eu dou uma pausa e continuo. – e eu percebi o quanto você me fez falta.– Ele se aproxima, pega minha mão e me olhando nos olhos ele se desculpa mais uma vez.
– Katniss, me desculpa, eu realmente deveria ter ficado do seu lado, mas eu estava tão confuso e com medo de você me rejeitar ou odiar que eu simplesmente permaneci onde estava. Eu queria poder mudar isso. – ele fala com um tom de voz baixo e arrependido.
– Mas você não pode mudar. Na verdade, as coisas aconteceram do jeito que eram pra acontecer, eu realmente fiquei magoada com você, mas isso passou. – eu falo também apertando minha mão na dele, e o que eu falo é realmente verdade eu me magoei com ele, mas agora essa magoa já está sumindo.
– O que isso quer dizer? – ele pergunta apreensivo.
– Isso significa que pra mim você continua sendo muito importante na minha vida – eu falo olhando nos olhos dele e então continuo lentamente – um amigo muito importante.
Ele desvia o olhar do meu, e se vira pra frente, seu braço apoiado nas pernas, agora ele permanece olhando pra frente por alguns segundos, eu não falo nada, deixo ele falar primeiro, e quando ele finalmente fala, seu tom de voz é completamente diferente do que o que ele estava usando minutos atrás, é um tom de voz até certo ponto frio.
– Então, é dele que você gosta? Do Peeta? – ele pergunta ainda sem me olhar de novo.
– Sim, eu amo o Peeta – eu falo decidida.
– Ama? Tem certeza? – ele fala com certo desprezo na voz enquanto se levanta de frente pra mim. Eu permaneço sentada, observando a reação dele, sem tempo pra responder por que ele logo continua. – Você passou tanto tempo fingindo e encenando um romance com ele que você parece não conseguir diferenciar o que era verdadeiro do que não era. Você convenceu tantas pessoas que acabou convencendo a você mesma que isso era verdade.
Agora eu também me levanto do sofá ficando de frente pra ele, mas ainda mantendo o tom de voz calmo. – Não Gale, isso não tem nada a ver com encenação. E eu sei sim diferenciar o que é real e o que não é. Eu sei o que eu tive que fazer pra manter todos nós vivos, mas eu também sei que o que eu sinto agora e não é em função de nenhuma encenação. – eu falo tentando não me exaltar com ele, eu sei quão difícil é essa situação e eu gostaria sinceramente de não ter que passar por isso, mas acho que eu não tenho escolha.
– Será que não é mesmo Katniss? – ele me pergunta novamente, com uma expressão de desprezo e dor. – Será que você não se acostumou com isso e acabou achando que era melhor continuar assim, como você pode ter certeza que você ama ele? – ele pergunta já se exaltando passando as mãos no cabelo.
– Gale não faz isso, não torna as coisas ainda mais difíceis do que elas já são. – eu falo e então ele me interrompe.
– Dificeis, por que tão difícil? Por que eu tenho razão e você não sabe me explicar de onde vem essa certeza? – ele pergunta se afastando de mim alguns passos. – Ein, Katniss? Você não tem certeza é isso? – ele fala ainda exaltado.
– Não Gale, eu tenho absoluta certeza do que eu sinto – eu falo totalmente decidida. – Eu confesso que eu passei muito tempo dividida em relação ao que eu sentia, mas hoje eu tenho certeza que é o Peeta que eu amo, eu não consigo imaginar um dia da minha vida sem que ele esteja do meu lado – eu dou uma pausa, isso parece ter pego ele de surpresa mas ele já ia falar quando eu continuo, se ele quer saber então eu vou falar, por mais que seja difícil pra ele escutar mas acho que não tem outra alternativa que faça ele entender. – E isso não é algo que eu decidi agora, de um dia pro outro, por estar com raiva ou não de você. Isso é o que eu sinto, na verdade é o que eu sempre senti, mas estava mergulhada em muita coisa pra perceber, quando ele estava sequestrado eu senti como se tudo tivesse acabado, mas eu me convenci que era por raiva do Snow e não pela falta que ele me fazia, mas agora eu sei. E eu não vou abrir mão disso.
Gale permanece me olhando com dor, então ele se aproxima rapidamente de mim, ficando muito próximo então ele fala bem baixinho – Mas eu te amo Katniss.
– Não, você não ama – eu falo com o mesmo tom de voz que ele usou. Isso parece ter sido com um tapa nele, sua expressão é de dor e surpresa. Eu continuo – Você amou uma Katniss que não está mais aqui. Quer dizer ainda tem partes dela, mas eu mudei Gale, eu não sou mais aquela mesma garota. A verdade é que as vezes nem eu sei quem é a Katniss que restou aqui.
– Então me deixa te conhecer de novo, quem sabe as coisas não podem ser diferentes? – ele fala enquanto suas mãos estão acariciando o meu cabelo. Eu seguro sua mão e digo.
– Não serão diferentes, eu posso não saber exatamente que partes de mim sobraram depois disso tudo, mas eu sei exatamente o que eu sinto, e pra mim você é meu amigo, e isso não vai mudar.
– Eu ainda não acredito – ele diz e se inclina pra me beijar, mas dessa vez eu me afasto e viro o rosto rapidamente.
– Você não precisa acreditar, basta você respeitar isso, eu quero muito manter nossa amizade Gale, mas isso é tudo que eu posso te oferecer.
Quando eu termino de falar, a porta se abre e Peeta aparece, Gale e eu ainda estávamos próximos demais quando ele entra, instintivamente eu dou um passo pra trás, e por alguns segundos ninguém diz nada, ficamos apenas os três em silêncio, até que Peeta quebra o silêncio.
– Eu volto depois – ele fala e se vira pra sair de novo.
– Não precisa – Gale fala rapidamente, não desviando o olhar de mim – Acho que quem está sobrando nessa história sou eu. – ele fala e então passa por mim e vai na direção da porta, quando chega em frente a porta onde Peeta ainda esta parado, ele apenas o cumprimenta com um balançar de cabeça, se vira pra mim de novo e se despede.
– Se é assim que você quer. Adeus Catnip! – ele fala, sai e segue andando sem olhar pra trás, eu vou até a porta e observo enquanto ele se afasta, é dolorido ver ele indo, sem ter a certeza de se um dia eu verei ele de novo, mas ao mesmo tempo não a nada que eu possa fazer. Lagrimas escorrem pelo meu rosto.
– Vai atrás dele, quem sabe vocês não conversam melhor e as coisas se ajeitam – Peeta fala ainda parado ao meu lado, é então que eu percebo as lagrimas, e enxugo elas com as costas da minha mão enquanto respondo ainda olhando pra frente.
– Não! Eu já disse tudo que eu tinha pra dizer e não vou mudar, acho que ele também não vai mudar o que disse, pelo menos não agora, então não tem mais o que fazer. – eu digo e agora me viro pra olhar pra ele, ele está com aquela cara de preocupado que faz com que suas sobrancelhas se juntem. Eu olho pra ele ali do meu lado e mesmo com a dor de estar perdendo um amigo, eu me sinto bem com ele do meu lado.
– Sabia que quando você fica preocupado, suas sobrancelhas se juntam – eu falo enquanto passo meu dedo na testa dele. Sorrio e ele sorri de volta.
– Vamos entrar? – eu pergunto abrindo a porta. Ele concorda com a cabeça, antes de entrar eu olho mais uma vez pra fora e Gale já não está mais lá. Eu tomo uma respiração profunda.
Nós entramos em casa, Peeta permanece em silencio e eu acho que eu ainda estou digerindo tudo que aconteceu. Me sento no sofá, Peeta se senta na poltrona de frente pra mim.
– E então como foi? Muito ruim? – ele pergunta me olhando com cautela.
Eu dou de ombros. – Poderia ter sido pior – eu falo tentando demonstrar um pouco de confiança. – Mas tinha que ser feito.– Eu falo encerrando o assunto. – E você? Com fome? – eu pergunto enquanto me levanto do sofá. – Pelo cheiro acho que já esta quase pronto – eu falo indo na direção da cozinha, quando vou passar por ele, ele segura minha mão, eu paro então ele se levanta ficando de frente pra mim.
– Eu te amo sabia? – ele fala me olhando nos olhos, então eu aproximo nossos rostos acabando com espaço entre a gente e o beijo. E como eu senti falta desse beijo, mesmo sendo nessas poucas horas que nós ficamos separados, parece que foi muito mais tempo, o beijo segue e ao invés de diminuir a vontade ele aumenta ainda mais. Quando nos afastamos, ambos já estamos com nossos sorrisos de volta no rosto. Eu pego a mão dele novamente e nós vamos pra cozinha. Quando chegamos Greasy já está terminando de preparar tudo.
– Já está quase pronto – ela fala assim que nos vê. – Quando todos estiverem aí, ja podem se servir. – ela conclui, enquanto tampa a panela.
– Gale já foi. Somos só eu e o Peeta – eu falo – e você é claro, se você quiser almoçar com a gente. Primeiro ela faz uma cara de quem não entendeu, depois ela apenas sorri e diz.
– Oh, não. Seria muito bom, mas eu tenho que ir – ela fala enquanto limpa as mãos no pano se preparando pra ir. – Eu vou deixar vocês aqui, tenho que ficar com a Lenna – Lenna é a neta de Greasy e esse é o horário que ela sai da escola, por isso ela só fica até o horário de almoço.
– Tudo bem, alias qualquer dia traz ela pra almoçar aqui – eu falo enquanto puxo uma cadeira pra me sentar.
– Pode deixar, ela vai ficar muito feliz. – ela diz e já está saindo. – Até amanhã! – ela nos diz e sai da cozinha.
Peeta vai até o fogão, abre a panela, sente o aroma da comida, me olha sorrindo e fala
– Parece bom!
Quando eu vou responder, um barulho e um grito vem da sala. Eu rapidamente me levanto e vou até lá, apenas pra encontrar Haymitch entrando correndo atrás de um de seus gansos.
– Ah não Haymitch, tira esse bicho daqui agora! – eu grito enquanto ele corre pela casa.
– Eu estou tentando queridinha – ele fala ainda tentando pegar o ganso.
Peeta está rindo bem atrás de mim, enquanto Haymitch anda pela casa atrás do bicho que já está sujando e quebrando tudo.
– Quer saber? Você foi longe demais. Isso vai ter volta Haymitch – eu digo alto e com raiva enquanto volto pra cozinha.
Preparo meu prato e Peeta também vem almoçar, deixando Haymitch sozinho na sala, alguns minutos depois a casa fica em silencio, e entra um Haymitch descabelado e ofegante.
– Eu já tirei ele daqui, não precisa se preocupar– ele diz enquanto abre a panela e começa a se servir.
– Tudo bem, isso acontece ! – eu falo calmamente.
Tanto Haymitch quanto Peeta me olham assustados, não acreditando no que ouviram, eu apenas sorrio, me levanto e vou lavar o prato, depois que terminamos, Haymitch vai pra casa e Peeta diz que vai voltar pra padaria.
– Eu vou com você, não aguento mais ficar nessa casa – eu falo e realmente não gosto de ficar aqui sozinha.
– Tudo bem!
Nós logo saímos e tomamos nosso caminho, na metade do percurso Peeta me olha e pergunta.
– O que você está pensando em fazer com Haymitch?
– Surpresa! – eu falo sorrindo ironicamente e já pensando em como fazer.
Não demora muito e chegamos a padaria, Peeta como sempre vai pra cozinha e eu fico por perto sem saber direito onde eu me encaixo aqui, na verdade eu nunca sei o que fazer quando estou aqui, não sou boa na cozinha e no atendimento é capaz de eu espantar todos. Então fico apenas por perto caso algo precise ser feito, só de não estar em casa sozinha já é bem melhor, enquanto eu observo o movimento da padaria, que tem sido realmente um sucesso, uma mulher se aproxima de mim, ela aparenta ter cerca de 40 anos, muito bonita, mas seus cabelos castanhos claros e seus olhos verdes logo dizem que ela não é daqui do distrito 12.
– Katniss Everdeen! Finalmente – ela diz esticando a mão pra mim, eu aperto um pouco sem graça, tentando entender quem ela é, claro que ela me conhece mais não me lembro de ter visto ela em nenhuma ocasião. – Bom isso é uma grande coincidência amanhã mesmo eu ia passar na sua casa. – ela diz me deixando ainda mais confusa. Ela deve ter visto minha cara de confusão então se adianta em falar.
– Oh perdão, sou Vitória Petterson a nova diretora da escola. – ela fala enquanto aumenta o aperto de nossas mãos – e tenho uma proposta pra você. – ela fala já soltando minha mão.
Que tipo de proposta a diretora da escola pode ter pra mim? Se ela planejava me esclarecer algo apenas me confundiu mais ainda, eu permaneço olhando pra ela, esperando que ela continue.


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Notas finais do capítulo

- Beijos' até o próximo...