A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 32
Vigiados (E)




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Decidi passar em casa e me trocar, e também pegar as chaves do Bugatti.

Passei na cozinha e peguei um salgadinho para comer no carro, e ouvi passos chegando ali. Me virei com curiosidade, porque pareciam passos pesados, porém pequenos.

Me assustei ao ver uma figura pequena. Tinha lindos cachos louros escuros, e a pele clara. Seus grandes olhos cor chocolate estavam calmos, e sua boca rosa tinha um sorriso tímido.

—Oi. – ela me cumprimentou sorrindo. – Sou Dominique.

—E quem é você, querida? – me abaixei até ficar na sua altura. – Está perdida? Quem é sua mamãe?

—Minha nova mamãe é a Alice, e meu novo papai é o Jasper.

Estagnei. Meus tios adotaram uma criança? Eles vieram em casa?

—É mesmo? – ri nervosa, sem saber o que falar. – E quando eles te buscaram?

—Hoje. – ela respondeu, tímida, passando a mão em seu cabelo para jogar o cacho para trás, longe de seus olhos. – Eles me trouxeram e já saíram. Mas eu vou ficar com muitas pessoas legais. Tem a Nessie, a Claire, a Mendy, tem o Brady, o Collin...

Sorri para o seu jeito fofo e infantil de pronunciar errado as palavras.

—Você é muito fofa. – elogiei, e ela corou. Pelo menos ela tem um de nossos hábitos.

—Ei, Carlie. – Renesmee me chamou entrando na cozinha.

Tia Alice adotou uma criança?

Sim. Veio aqui com mala e tudo, porque não sabia que a adoção ia sair tão depressa. Mas a convencemos de que cuidaríamos dela, e ela prometeu ficar poucos dias longe.

Ainda atônita com isso, a peguei com facilidade no colo.

—Brady disse que ajuda a cuidar, e depois se corrigiu quando ela surtou dizendo que nenhum... Deles – lobisomens, colocou em minha mente – iria tocar em sua filha. – ela riu, lembrando disso. – Ele disse que iria nos instruir.

—Ah, claro, somos incapazes disso. – revirei os olhos, ouvindo eles descendo as escadas.

Fomos para a sala, e todos sentaram nos sofás.

—Eu também fiquei meio apavorada por causa da festa. – minha irmã admitiu. – Conversei com ela direitinho. Ela não pode ficar muitos dias fora porque a assistente social pode vir a qualquer momento ver como estão as coisas.

Assenti, compreendendo.

—Vamos ter uma festa em breve. – expliquei, com Nick em meu colo. – Vai ser rápido porque vai ser o aniversário da irmã do William. – olhei para Ness ao continuar. – Juntei ao útil ao agradável. Ele estava triste porque não ia conseguir dar uma festa para ela, e eu ofereci nossa casa.

—Fazendo a festa da cunhada. – Cutucou Leah, e eu corei.

—Quantos anos você tem? – perguntei a minha mais nova prima, ignorando Leah, e achei tão fofo quando ela mostrou dois dedinhos. Sorri.

—Vou fazer aniversário em dois meses. – sorriu orgulhosa.

Dava para notar que ela tinha uma inteligência excepcional.

—Foi muito duro convencer Alice de que podíamos dar conta dela. – Quil disse sorrindo.

—Ela não achou ruim quando soube onde e com quem você estava. – Mendy ressaltou, marota.

Pigarreei, colocando Nick sentada ali.

—Vou me trocar para ir até o centro.

Subi as escadas e me deparei com a porta do quarto dos meus pais aberta. Acho que eles não iriam ficar chateados comigo porque eu dei uma espiada em suas coisas.

Entrei cuidadosamente. Era raro quando eu entrava aqui, já que a gente veio poucas vezes. Apenas quando eu tinha pesadelos e não conseguia dormir. Ou uma vez quando ralei meu joelho e minha mãe me trouxe para cuidar de mim.

O quarto era muito organizado. Tudo em seu devido lugar. E do jeito que eu me lembro.

Uma foto me chamou atenção. Era de uma mulher jovem que me lembrava muito a mamãe. Devia ser algum parente. Peguei a foto e a observei. Muito parecida com a mamãe. Virei a foto e tinha a seguinte frase:

“Nunca pensei em como iria morrer, mas morrer no lugar de quem eu amo me parece uma boa maneira de partir”.

E logo abaixo estava escrito:

“Vou levá-la em toda a minha vida. Minha mãe”.

De repente parecia óbvio. A semelhança era extrema.

Vovó! Cuja nunca nos foi apresentado, e mal era mencionada.

—Oh, meu Deus! – exclamei perplexa.

Saí dali com a foto em minhas mãos e fui ao meu quarto.

Ness, quando puder venha aqui.

Fui ao meu closet me trocar e deixei a foto em cima da cama.

(Foto look)

—Chamou, mana? Uau, você está uma gata. Vai aonde?

—Obrigado. – falei envergonhada. – Vou planejar a festa da Anne.

—Mas me chamou por quê? Quer que eu vá junto?

—Não. Quero dizer, não foi para isso que te chamei. Olha o que eu achei no quarto dos nossos pais.

Peguei o quadro de foto e lhe ofereci.

—Ela parece a mamãe. – murmurou, absorta em seus pensamentos.

—É nossa vó. – sussurrei, virando a imagem para ela ler o verso.

—Sim. – suspirou. – Vamos conversar sobre isso quando eles voltarem. – ela disse, colocando a foto agora em cima da nossa escrivaninha.

Se arrumou e descemos, prontas para ir.

Saímos após eu pegar a chave do meu lindo Bugatti. Acenei para William, que estava perto, e o mesmo sorriu de volta me analisando da cabeça aos pés.

—Ele está caidinho por você. – Ness cochichou.

—Pare, nada a ver...

Senti a minha voz sumir quando olhei de relance para a floresta. Aquela figura eu reconheceria em qualquer lugar. Aqueles cabelos loiros, e aquele olhar maldoso especialmente direcionado para mim. O principal: seu manto negro.

Senti um aperto no peito. O ar me faltar. Meus olhos arregalados se encherem de lágrimas. Agarrei o braço de minha irmã, desesperada.

—Carlie? – perguntou ansiosa. – O que houve?

Não respondi. Não consegui. Eu não tinha forças para isso. Estava paralisada.

—Droga, Carlie, o que aconteceu? – resmungou, olhando ao seu redor. – Tente andar para dentro de casa normal, ok? William está observando e está achando estranho. Pegou a chave errada, mana. – ela riu alto, disfarçando meu colapso.

Com algum esforço, consegui mover meus pés. O chão agora parecia nuvem sob mim. Eu mal o sentia.

Comecei a ficar ofegante. E então não conseguia respirar. O medo tomou conta de mim completamente. Podia sentir as tremedeiras em meus quatro membros. O suor se acumular em minha testa. E de repente estanquei. Meus músculos não me obedeciam.

Me senti sendo carregada para dentro, e logo fui colocada no sofá.

—O que aconteceu com ela? – ouvi Mendy perguntar.

—Não sei, droga! Ela viu algo lá fora e ficou assim. – explicava, eufórica. – Eu tentei ver algo, mas não tinha nada. Ela está paralisada. Seus lábios estão roxos, Carlie! Respira! Isso. – ela aprovou. – Muito bem. Agora me diz, o que você viu lá na floresta?

—Eu vi... – as palavras me faltaram.

—Quem? O que você viu? – Leah tentou arrancar de mim. Ela também estava curiosa e ansiosa. Eu tentava a todo custo me mexer, mas meus músculos não me obedeciam.

—Estamos sendo vigiados. – sussurrei. Lágrimas escorreram pelo nosso rosto.

—Por quem? – foi a vez de Embry falar.

—Pelos Volturi. – minha voz vacilou.

Renesmee estremeceu ao ouvir o nome.

—Mas... – ela tentou se recuperar. – Não pode ser. Nossa família já cuidou disso. Eles disseram que nos deixariam em paz. Não estamos fazendo nada de errado.

—Era a Tifanny. – expliquei olhando para o nada – Ela quer algo de mim. Ela entrou na guarda para se fortalecer, e ficar mais fácil me encontrar.

—Não, Carlie, Aro não permitiria...

—Eu a humilhei no passado. – a atropelei, lágrimas rolando dos meus olhos. – Eu a fiz passar vergonha na frente muita gente. Mendy viu. Ela quer vingança. Ela me quer morta.

Essa última parte saiu num sussurro envergonhado.

—Ela não pode agir por impulso. Se está com os Volturi, sabe que eles prezam pela discrição.

Engoli seco, tentando tirar a imagem daqueles olhos vermelhos da minha cabeça.

—Bom, – ela exclamou levantando. – Temos compromisso agora. Não podemos ficar aqui de mãos atadas. Ela não pode fazer nada conosco. E William pode vir checar a qualquer minuto se você está bem.

Assenti com a cabeça, tentando me livrar do medo.

—Vamos lá. – falei sem emoção.

De repente só via uma pessoa na minha mente. Aquela que eu sabia que daria a vida por mim. Faria qualquer coisa, seria qualquer coisa por mim. Que me amou desde a primeira vez que me viu. Primeiro de um jeito fraterno, como irmão. Depois o sentimento foi se intensificando, e ele foi me vendo como mulher.

Seth teria sido capaz de me trair? A resposta veio única e rápida: não. Ele foi um tolo de ter me escondido que Tifanny o beijou. E conseguiu o que ela queria, que era nos separar. Mas teve medo de me perder, e agora isso fazia muito sentido em minha mente. Quase aconteceu a mesma coisa comigo e Nahuel quando paralisei com seu rosto quase no meu.

Senti uma lágrima descer pelo meu rosto. Como eu era estúpida. Abandonei o cara que eu amo e que me ama por causa de uma bobagem que ele nem teve culpa, porque, conhecendo a Tifanny, ela armou tudo pela raiva que ela sentira e ainda sente por mim. Eu estava um pouco envergonhada por causa disso.

—Calma, Carlie. – Renesmee falou tentando me reconfortar enquanto me abraçava. – Ninguém vai fazer nada com você. Eu prometo.

—É, Carlie. – Brady concordou segurando a minha mão. – Nada vai acontecer com você. Nós não vamos deixar.

—Obrigada. – falei num sussurro quase inaudível enquanto sorria.

Fiquei um pouco aliviada pelo fato de eles não saberem o porquê de eu estar chorando.

—Já que vocês vão ao centro, vou também. – Mayra se convidou. – Preciso de roupa para a festa.

Limpei a minha garganta tentando me livrar do nó que ficou entalado nela.

—Soa ótimo para mim. – sorri. – Brady, tome meu cartão. Reserve passagens para nossos amigos quileutes, e os deixe avisados sobre a festa.

Mande uma passagem para Jake também.

Ele pareceu confuso. Meu dom nunca fez isso com ele. Achei estranho.

E mais estranho quando seus olhos voaram hesitantes entre mim e Renesmee.

—Fico responsável pelas passagens. – ele falou sem olhar para ninguém.

—Está tudo bem?

—Já falei que adoro quando vejo isso? – Mayra perguntou retoricamente e sorrindo. – É muito sinistro ver as gêmeas falando ao mesmo tempo sem perceberem e nem combinarem. Demais!

Sorri para ela.

Olhei para Brady, o questionando silenciosamente.

—Nada, só estava me lembrando do site que tem promoções bacanas. Hãn... vou usar seu notebook. – me avisou e subiu antes que eu pudesse responder.

PDV Brady.

Chamar os caras e suas esposas era uma coisa, agora chamar Jacob e Seth...

Enviei as passagens, de qualquer forma, informando o horário assim que Carlie me mandou a data da festa.

Ali na floresta fizemos uma patrulha. O cheiro estava por ali, mas seu rastro já sumira. Os outros voltaram para dentro e eu continuei ali mais um pouco.

Brady, ei.

Ouvi a voz tão familiar de um dos meus irmãos em minha cabeça.

Ei, Clearwater, como você está? Perguntei animado.

Estou bem. Pude perceber a mentira em seus pensamentos. E... Como a Carlie está?

Estou ótimo, obrigado. Falei sarcástico.

Foi mal, cara. Ele se desculpou. É que eu estou com saudade dela, ainda mais depois do que aconteceu, tudo o que eu queria era ver ela.

Você acreditando ou não, ela está sofrendo muito sem você aqui.

Jura? Ele hesitou. Seu lado egoísta se alegrou com isso.

Ela tenta disfarçar, mas todos percebem que ela está afetada com a ida de Forks.

Tentei ao máximo não pensar muito sobre outras coisas. Não queria o magoar.

Teve algum motivo em especial para você se transformar?

Patrulha de sempre. Falei casualmente. Depois dá uma olhada no seu celular.

—Brady? – ouvi a voz de Carlie. Seth também ouviu porque ele procurou desesperadamente por ela. Ele ansiava por isso.

Virei-me para onde ela estava entrando.

—Está tudo certo. – ela sorriu. Seth a via como uma modelo magnífica. – Tudo pronto para amanhã. Sabe o que eu estava pensando? Se tia Alice tivesse ficado, teria arruinado tudo. – riu desse fato.

Foi bem cronometrado. Ela pensou para mim, e engasgou ao sentir outra pessoa na conexão.

Os sentimentos dos dois eram mais alto do que gritos. A surpresa de um poder ouvir o outro, o amor que os dois sentiam, a saudade que lhes esmagava o peito. Tudo o que eles lutaram para esconder foi revelado em poucos segundos de surpresa.

Ela arfou, cortando a conexão e dando passos para trás, aturdida.

—Eu... estou voltando. Só vim ver se está tudo bem.

Ela balançou a cabeça e se virou. O gesto que não passou despercebido foi ela ter puxado o elástico que estava em seu pulso com tanta força que ele se arrebentou.

—Droga. – ela xingou baixinho, fechando o punho com o elástico dentro e saiu correndo dali.

Ela não está legal. Falei o óbvio. Eu vou indo nessa, e não esqueça de olhar seu celular. O mais rápido possível.

Eu vi sua curiosidade. E preocupação. Sabia que Carlie podia estar tentando se automutilar, mas nem eu sabia de nada para poder lhe dizer. Quero dizer, um simples elástico não faria mal a sua pele... faria?


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