A Filha de Magnus Bane escrita por Karina A de Souza


Capítulo 10
O Que Bebidas/Filhas Podem Fazer


Notas iniciais do capítulo

Hey! Oi gente.



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POR MAGNUS BANE

—Eu vou amarrar aquela garota no pé da cama!-Gritei.

Já tinha anoitecido de novo, e Melissa não estava em lugar nenhum. Alec parecia meio surpreso com tanta confusão aqui em casa, mas isso pra mim é normal.

—O que eu estava pensando quando a criei!?

—Que ser pai podia ser legal?-Alec perguntou.

—Talvez. Onde aquela peste se meteu?-Murmurei. Não gostava muito de admitir, mas  pestinha e eu tínhamos muito em comum.

—Será que ela não saiu com Raphael? Ela teve um encontro ontem, não foi?

—Mas Raphael falou muito mal dela, e ela ouviu. Então acho que não está com ele.

—Se ela não saiu com ele, saiu com quem?

—Eu não sei.

Alec começou a mexer no celular. Fui alimentar meu bebê bonzinho, ou seja, Presidente Miau.

—Magnus, corre aqui!

—O que foi?

—Olha isso. -Ele me entregou o celular, era o Twitter de Valentim.

—E...?

—Olha o último twitt.

—Tá escrito ¨Eu amo o Justin Timberlake¨.O que tem demais?

—O twitt de ontem.

ValentimOPoderoso @EuRoubeiAClave

Sebastian saindo com um Ser do Submundo? #RazielMataEssasPoha

 

—E...?-Repeti. Então ouve um clique na minha cabeça. -Ele saiu com... Não. Não é possível!

—Eu não duvidaria.

—Mas o que raios aquela garota... Eu estrangulo ela. -Peguei meu celular, ligando pra ela de novo.

Caiu na caixa postal. Já passava das onze. Se ela saiu com aquele loiro psicopata de novo...

Meu celular tocou, era o número de Camille. Revirei os olhos e atendi.

—Fala, piranha.

—Credo, Magnus, querido. Eu tenho uma fofoca pra você. É bem... Interessante, eu diria.

—Lady Gaga vai cantar com a Madonna?

—Não. É sobre a Melissa.

—O que tem a minha filha?

—Vem ver. Você vai morrer quando a vir.

***

Quando cheguei, ainda não tinha assimilado tudo. Era uma casa noturna nova, que mais parecia um barzinho. Eu meio que tinha falado para Melissa nunca ir ao Pandemônio, não acho que tenha acabado o lance de mundanos vendo coisas do outro mundo.

Alec e eu entramos, empurrando as pessoas. Encontramos Camille em uma das mesas, rindo muito.

—Onde Melissa está?-Perguntei. Camille apontou para o palco.

—Olha lá!-Me virei e olhei. Ela tinha razão quando disse que eu morreria ao ver a minha filha. Digamos que eu a estrangularia, então morreria depois. -Ela é demais!

No palco estavam Melissa, Aline e Maia, bêbadas e cantando. Melissa tentava fazer o cover da Britney Spears cantando I Love Rock'n Roll, enquanto as outras duas acompanhavam.

—Eu mato aquela garota. -Disse, indo em direção ao palco.

Não posso dizer que ela cantava mal. Ela poderia até continuar, se não estivesse tentando tirar a própria roupa.

—Magnus, o que vai fazer?-Alec perguntou, me seguindo.

—Apenas veja.-Melissa não tinha me visto chegar. Parei perto do palco. Aline e Maia viram, por isso ficaram quietas. -MELISSA CATHARINA RITA PATRÍCIA BANE! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?-Gritei. Ela deixou o microfone cair. Os garotos que antes estavam a incentivando se calaram, a música parou.

—Eu tentei pará-la.-Isabelle disse, aparecendo entre a multidão. Clary, Jace, Simon e Jordan estavam com ela.

—Papai?-Melissa perguntou.-Oou.

Praticamente agarrei a orelha dela, fazendo-a descer do palco e sair daquele lugar, ela não parou de reclamar, mas tudo bem. Ela tinha que aprender algumas lições.

—Ai! Isso dói!-Gritou.Alec e os outros vieram com a gente, mas não falaram nada. -Que droga pai! Eu tava me divertindo tanto...

—Nunca mais você vai sair daquele apartamento, entendeu?

—O que!? Você não pode fazer isso comigo!

—Ah, posso. Vamos pra casa.

—Não! Eu quero voltar lá!

—Vem comigo agora!

—Ai. -Ela murmurou. -O cara tá bravo mesmo...

—Precisa de ajuda, Magnus?-Alec perguntou.

—Não se mete! É assunto de família, Alexander! Você não é um Bane!

—Melissa, fecha a boca. -Mandei, a segurando pelo braço e pegando o caminho de casa. Ela ia andar o caminho todo, mesmo que estivesse tropeçando.

—Eu não quero ir. Eu quero voltar lá! Quero cantar, dançar, beber, ser uma garota normal!

—Se não parar com isso, não vai nem continuar sendo uma garota feiticeira.

—Isso é uma ameaça? Não pode me ameaçar! Eu tenho meus direitos! A Clave me apoia! Eu... Acho que sim.

—Vamos.

—Não!-Ela se soltou, lutando para ficar em pé. -Eu não vou com você. Eu... Estava tão triste... Aí saí com os outros e... Foi tão legal... Nunca estive tão feliz!

—Melissa.

—Não. Espera. Me deixa terminar. Você não é um pai de verdade. Nunca fez uma festa pra mim! Nem ia me apresentar pro seu namorado! Eu... Acho que tô triste de novo!-Ela começou a chorar, ainda tentando ficar em pé. -Não é justo comigo!

—Por favor, Melissa... -Se sentou no chão e cruzou os braços.

—Quantas vezes fui dormir ouvindo os barulhos das suas festas? Quantas vezes eu queria que desse uma festa daquelas pra mim? Sabia que quando eu era pequena, queria ser o Presidente Miau? Eu tinha inveja dele. Ainda tenho.

—Ah, querida... -Me sentei no chão, ao lado dela. -Eu queria ser um pai melhor. 

—Eu sei. -Longos segundos de silêncio. -Pai, eu acho que vou... -Ela se levantou e saiu correndo,  eu ri, ninguém a mandou beber todas. -Que nojo!

—Lembre-se disso: tudo tem que sair depois.

—Pai!

—O que?-Ela voltou, completamente despenteada. -Vamos pra casa.

***

Dez e meia da manhã e Melissa ainda estava dormindo. Quando tentei acorda-lá, ela simplesmente cobriu a cabeça com o travesseiro e resmungou algo sobre dor de cabeça.  Obviamente, ressaca.

—Melissa, acorda. Eu ainda não esqueci o que fez ontem. -Avisei.Ela murmurou algo incompreensível. -Melissa...

—Eu tô com dor de cabeça, homem! Me deixa dormir!-Gritou, se sentando. -Parece que vai... Explodir!

—Ninguém mandou você beber.

—Se eu soubesse que é assim, não ia beber. Mas foi legal enquanto a felicidade durou.

—Beba isso. -Entreguei uma xícara rosa brilhante pra ela.

—Não me diga que tem bebida alcoólica.

—Não. Eu criei isso, não tem nenhuma gota de álcool. -Ela bebeu, fazendo uma careta engraçada.

—Isso é horrível!

—É um castigo pelo que fez ontem.

—Pensei que tinha me desculpado.

—Ainda não. Beba tudo.

—Argh, isso é verde e amargo.

—Bem feito. -Me sentei na cama dela. Quando ela nasceu, o quarto era colorido e brilhante, cheio de ursos nas prateleiras. Agora era completamente escuro e sem graça. Preto em todos os lugares. Mais parecia um quarto de um Filho da Noite. -Tome tudo.

—Mas é tão... Ruim.

—Você merece. Agora, pode me dizer com quem saiu naquela noite?

—Eu?

—Não, Lilith. Claro que é você.

—Bem, eu...

—Você...?

—Com um garoto.

—Que garoto?

—Ah... Um aí. Mas eu não vou sair com ele de novo.

—Ele fez alguma coisa pra você?

—Hã... Nah, não fez nada. Só... Não curti muito o nosso encontro. Nem vale a pena contar.

—Tudo bem. -Eu tentaria mais tarde. E também, poderia perguntar para Valentim, o grande psicopata.

—Pega. -Melissa me entregou a xícara agora vazia. -Papai, posso dizer uma coisa?

—Pode.

—Eu te amo. -Sorri, dando um beijo na testa dela.

—Também te amo, querida.

***

''-Droga. -Murmurei, correndo pela casa. Melissa tinha cinco anos, não parava quieta. Eu não sei de onde tirei a ideia de ter um bebê. -Melissa, venha aqui.

—Eu não quero!-Ela gritou, correndo sem parar. -Quero brincar!

—Melissa! Pare de correr!

—Não!-Mal movi os dedos, e Melissa paralisou no lugar. Sorri, tinha dado certo.-O que!?

—Pronto, pirralhinha. Corre agora. 

—Não dá! Papai! Descongela!-A descongelei, ela correu para a sala. Revirei os olhos.

O telefone tocou, eu fui atender. Era Camille incomodando de novo. Quando desliguei e fui para a sala, encontrei Melissa puxando o rabo do Presidente Miau.

—Não faça isso, menina!-Tirei meu gato de perto dela. -Não pode!

—Ele me arranhou!

—Mas não pode fazer isso. -Soltei o gato, que saiu correndo. -Hora de dormir. -Peguei Melissa no colo, sob protestos dela. -Pare de gritar criatura.

—Eu não quero dormir! Eu quero brincar! Ah! Me solta!-No caminho até o quarto, ela puxou meu cabelo, fazendo-o ficar todo bagunçado. A coloquei na cama rosa, já sem muita paciência. -Agora, durma.

—Conta uma história pra mim?

—Não conheço nenhuma história.

—Nenhumazinha?

—Não.

—Lê Harry Potter pra mim pai! Por favooor!

—Não.

—Então inventa uma historinha.-Me sentei ao lado dela.

—Deite-se e fique quietinha. -Ela fez o que mandei, ficando quieta. Os olhinhos parecendo bem grandes e ansiosos. -Tinha...

—Não. Tem que começar com "Era uma vez"...

—Tá.-Respirei fundo. -Era uma vez, uma bruxinha chamada Melissa... Ela era incrivelmente sapeca, vivia incomodando o mascote do colégio de feiticeiros que ela frequentava. Um dia, ela irritou tanto um dos professores, que ele iria dar o pior castigo que ela poderia ter: trancá-la no porão do colégio.

—Ele a trancou?-Ela perguntou, falando baixo.

—Sim. E lá tinha um grande leão, ele era temido até pelo diretor do colégio. Mas, o que ninguém esperava, era que a pequena menina ficasse amiga do leão. Ninguém imaginava o quão especial ela era... -Olhei para Melissa, ela tinha pegado no sono. -Durma bem, meu anjo.

A cobri e dei um beijo leve na testa dela. Nessas horas, eu entendia por que havia a criado, ela era minha filha, ninguém mudaria isso.''


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